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Apple e Samsung devem mostrar lucros
Foi o que determinou no dia de ontem um tribunal dos EUA por cusa de um processo de patentes, o Tribunal de Apelação dos EUA em Washington reverteu uma decisão de primeira instância que obrigava ambas empresas a revelar apenas partes das vendas e lucros.
Por causa das patentes, as duas empresas tem se enfrentado ao redor do globo, desde 2011, tendo como ápice o julgamento ocorrido no ano passado em San Jose, Califórnia, quando o júri havia concedido à Apple mais de 1 bilhão de dólares, mas depois a juíza Kucy Koh, voltou atrás e abriu um novo julgamento.
A decisão de Koh foi então contra ambas as companhias, visto que o interesse público é maior que os direitos das empresas manterem informações em segredo, e a decisão do Tribunal de Apelos foi feita por unanimidade.
“Nós reconhecemos a importância de proteger o interesse público em processos judiciais e de facilitar o entendimento de tais procedimentos”, decidiu o corpo do tribunal, reafirmando: “Esse interesse, no entanto, não se estende a mera curiosidade sobre as informações confidenciais entre as partes, onde a informação não é definitiva para decisão do mérito”.
Como seria bom se o interesse público prevalesse ao privado sempre, defedendo as pessoas.
Comércio eletrônico cresce 24%
O comercio eletrônico cresceu 24% no Brasil no primeiro trimestre do ano, quando comparado ao mesmo período do ano passado, diz o estudo da WebShoppers, divulgado ontem (21/08).
Os brasileiros fizeram mais de 35 milhões no semestre, de pedidos via internet (valor 20% em relação ao ano anterior) e o preço médico das compras também cresceu 4, dando o valor de R$ 259,49.
Os setores recordistas são o “Moda e Acessórios” com 13,7% do total e o eletrodomésticos com 12,3%, depois vem produtos de higiene pessoal e cosméticos (12/2%), Informática (9%) e livros e assinaturas de revistas (8,9%).
No semestre até junho 46,16 milhões de pessoas já haviam feito ao menos uma compra pela internet, mas apenas 3,98 milhões eram novos consumidores, contra 4,64 milhões no mesmo período no ano anterior, uma queda de 14% indicando um caminho de estabilização do mercado.
Por irregularidades nos serviços, em março de 2012 várias empresas do comércio eletrônico (como Submarino, Americanas e Shoptime) haviam fechado as portas virtuais, mas uma liminar permitiu que voltassem a funcionar, mas elas estão sujeitadas também ao Procon.
Capitalismo, bolsas e tecnologia
O raciocínio não é imediato, mas é claro que algo dentro de uma sociedade cuja mola propulsora é o capital e não o bem estar dos cidadãos, falar de bolsa de valores e da “saúde” da sociedade (capitalista) é sempre o assunto, em especial nas rodas econômicas, e, raramente nas rodas tecnológicas.
O certo é que as bolsas estão respirando, em meio a uma crise sistêmica ainda intensa, a bolsa de Londres subiu 0,57%, Frankfurt ganhou 0,68% e Paris avançou 0,51%, fechando na máxima da sessão, todo mundo sabe que o fim do túnel está longe, mas é um alívio (Fonte: Dow Jones Newswires).
Quem tem ajudado são empresas de grande porte da tecnologia, as ações da Apple subiram 4,75% na terça-feira e Carl Icahn que é investidor na área, escreveu no seu Twitter que a empresa de micro-blog “tem atualmente uma grande posição” em ações e acredita que a companhia está “extremamente subvalorizada”.
O diretor executivo-chefe da Apple, Tim Cook, afirmou que sua empresa também tem boa saúde, e no Dow Jones a Hewlett-Packard (+2,09%) liderou os ganhos enquanto grandes empresas de outros setores como a Alcoa (-1,33%) e J.C. Penney (-3,72%) foram os grandes destaques na queda.
O pioneiro em analisar especificamente a influencia da tecnologia foi Joseph Schumpeter que colo processo de inovação no centro de suas teorias de desenvolvimento, com a evolução econômica se caracterizando por rupturas e descontinuidades com a situação presente se devendo à introdução de novidades na maneira de o sistema funcionar, isto é como as inovações influenciam o processo.
Discípulo de Schumpeter, Clayton M. Christensen escreveu “O dilema da Inovação” (1997), onde fala de tecnologias disruptivas, aquelas que impactam o mercado.
Mas desde que o homem é homem, a tecnologia faz parte de sua história, e economistas como Adam Smith sabiam que a tecnologia é fundamental para criar riqueza, embora destacasse que as fontes de inovação tecnológica eram “os homens que trabalhavam com as máquinas e descobriam maneiras engenhosas de melhorá-las, bem como os fabricantes de máquinas” (A Riqueza das nações).
Karl Marx escreveu uma série de cadernos sobre a história da tecnologia e quem acha que ele desprezava este aspecto da economia leia “A maquinaria e a grande indústria” presente em sua obra principal “O capital”.
Os preços de ebooks vão cair
Era minha previsão desde o início, mas com tentativas de trustes, com os lobbies das editoras que pressionar através de legislação o acesso livre e principalmente os preços de tablets e e-readers esta tendência foi retardada, mas é uma questão de tempo.
Pense que o primeiro leitor de ebook surgiu em 2004 e era da Sony, o Kingle veio só em 2007, o primeiro tablete iPad veio só em 2010 (quando comecei o blog), e portanto ainda são tecnologias muito jovens, mas a tendência já é visível em alguns dados.
Segundo artigo de Jeremy Greenfield , na Digital Wold Book, o preço médio dos 25 best-seller mais vendidos nos últimos 6 meses do ano passado, caíram em média de 11,37 dólares para 8,23 dólares, conforme o gráfico ao lado.
O artigo afirma que ao assumiram o controle dos descontos de títulos de algumas das maiores editoras, tanto a Amazon com a Barnes & Noble (há outras também) foram diminuindo os preços dos títulos mais vendidos, e baixaram de 14,99 dólares a 12,99 dólares chegando até em pontos mais baixos, às vezes, abaixo de US $ 5.
Já há empresas como Zola e Smashwords, que permitem que comunidades e plataformas organizem autores e leitores, conectando-os com editores, profissionais de marketing, e bibliotecários.
A multidão, as clouds e as instituições
A multidão portanto é aquela das pessoas comuns que agora possuem mecanismos eficazes de comunicação e disseminação, não apenas aqueles dirigidos pela cultura da comunicação de massas dos meios tradicionais como jornais, TVs e cinema.
As clouds criaram e criam serviços (os apps, ou aplicativos) que possibilitam o compartilhamento de fatos, fotos e pequenos vídeos que de acordo que podem cair no gosto da multidão da multidão ou não, é como se ela fosse uma editora de informações e de notícias.
Mas estes serviços ainda são centralizados em ferramentas e instituições, isto pode ter problemas de privacidade (existem ferramentas) para isto ou de segurança quando os proprietários dos bancos de dados das ferramentas resolvem cooperar com mecanismos de segurança, em geral quase todos estados.
Outras instituições podem promover a privacidade e a segurança dos seu “povo” ou vai ter o descontentamento e a revolta da multidão.
A privacidade é um problema da multidão e a segurança das multidões.
A rede sempre esteve atenta, veja-se o protesto de autores científicos com as editoras, e o movimento de 14 anos do acesso livre (open access), veja também a revolta dos usuários do Instagram quando o Facebook resolveu mudar o termo de uso do aplicativo de fotos.
A rede está atenta aos fatos, algumas instituições, em especial aquelas vinculadas ao Estado, acreditam que ainda manipulam os fatos,, talvez seja hora de pensar o papel do estado, as ruas e as redes afirmam: Democratizar a democracia, que ainda serve a poucos.
Vale a frase de um livro influente no pensamento americano “Democracia na América”, escrito a quase um século e meio (1835)
“É evidente que a raça dos homens de Estados americanos pequenou-se singularmente desde a meio século” (Alexis Tocqueville, pg. 155, obra de 1835).
O Ser, a multidão e as classes
Multidão é o nome de uma imanência. Assim a multidão é um conjunto de singularidades e não uma unidade homogênea de partidários uniformizados e carregando a mesma bandeira.
É a partir desta premissa que pode-se esboçar uma conceitualização de ontologia que não prenda o ser humano a esquemas ideológicos ou temporais de liberdade e transcendência.
Conceitualização é quando o conceito não é homogêneo e permite a multiplicidade.
Na história conceituou-se povo e não multidão, embora Spinoza e Leibniz tenham esboçado.
O conceito de povo foi delineado dentro da tradição hegemônica da modernidade feito por Hobbes, Rousseau e Hegel e produziram, cada qual a seu modo porém todos idealistas, um conceito de povo assentado na transcendência do soberano: nas cabeças desses autores, a multidão era considerada como caos e como guerra, assim eles formaram o conceito do Estado Moderno para o qual a pós-modernidade chamou a atenção.
Sobre esta base, o pensamento da modernidade opera de uma maneira bipolar: abstraindo, por um lado, a multiplicidade das singularidades, unificando-a transcendentalmente no conceito de povo, e dissolvendo, por outro lado, o conjunto de singularidades (que constitui a multidão), para formar uma massa de indivíduos.
A teoria moderna do direito natural, seja em suas raízes empíricas ou ideológicas, é sempre um pensamento da transcendência e da dissolução do plano de imanência.
A teoria da multidão exige, ao contrário, que os sujeitos falem por si mesmos: trata-se muito mais de singularidades não-representáveis que de indivíduos proprietários do saber e da produção social.
A multidão é um conceito de classe, afirma o artigo de Antonio Negri(*), e não me parece desconfortável esta definição uma vez que ainda temos uma multidão de pessoas exploradas e a lógica do poder não parece ainda alcançá-las.
Com efeito, a multidão é sempre produtiva e está sempre em movimento.
Considerada a partir de uma perspectiva temporal, a multidão é explorada pela produção; de um ponto de vista espacial, a multidão é ainda explorada, na medida em que constitui a sociedade produtiva, a cooperação social para a produção.
Há diversas perspectivas que apontam para esta cooperação social.
As classes tiveram um papel na história, agora é a hora da multidão.
(*) NEGRI (2002), «Pour une définition ontologique de la multitude», en Multitudes nº 9, Paris, Exils.
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A sociedade em redes e o ser
Diversos são os autores, a partir de Husserl e Heidegger que reivindicam um retorno ao ser, a essência do homem e também sua relação com tudo o que está a sua volta, de certa forma também a natureza, embora esta ainda seja negligenciada.
Pode-se aprofundar este tema remetendo a Levinas e Ricouer, estes mais atuais, e também de certa forma a Habermas e Morin, mas queremos focar apenas nas “redes”.
Castells é um dos principais autores a descobrir este tema, principalmente se pensamos que ele escreveu em 1996, quando as “redes sociais” eram apenas esboços e não populares.
Num dos tópicos dos seus três volumes escreveu que a sociedade estaria cada ver mais estruturada numa bipolaridade entre a rede e o ser.
É surpreendente e sem dúvida uma profunda revisão antropológica e ontológica do ser, onde o ser humano deve vencer as resistências e obstáculos a uma sociedade emergente que seria a “sociedade em rede”.
Castells(*) capta algo essencial que é esta revisão ou mudança histórico do ser (e no ser que lhe escapa) que permitiria emergir uma nova sociedade, onde a sensação de isolamento e de falta de identidade, onde há uma falta de princípios e valores coerentes que possam orientar tanto o processo comportamental como definir diretrizes para uma nova vida de cada ser.
O autor parece colocar diante da sociedade o horizonte de uma humanidade verdadeira, e, assim, que mesmo assim não deixar desaparecer a tensão entre o ideal (que não é o virtual, porque não tem potencial de existência) e o real, que constitui a vida do homem como ser histórico.
O autor não orienta de modo ontológico para uma sociedade coletiva, onde os modelos, os atores e os locais da revolução tecnológica parecem equilibrar mecanicamente as consciências de modo a dar consistência e objetividade às raízes sociais da “revolução”.
Retomando os princípios iniciais, com toda a tecnologia, é na sociedade e no homem (por isto de modo ontológico) que toda a mudança e estrutura da sociedade deve emergir.
*Castells escreveu: A sociedade em Rede, ed. Paz e Terra.
O povo e a multidão
O conceito essencial do cidadão, foi para Hobbes, na concepção da cidadania (que expressa uma opinião ou uma ideologia hoje em dia) foi simplificado como uma unidade, como se fosse um corpo único com um vão, por isso a maioria dos sociólogos usará as configurações binárias (embora se destina a analógica), como acontece com as pessoas ou contra a esquerda ou direita, mas a multidão tem natureza múltipla, embora possa convergir.
Multidão com um conceito político foi usado pela primeira vez por Maquiavel, mas o conceito realmente importante foi promovido pelo filósofo Spinoza, Leibniz e de alguma forma que difere da noção de povo de Hobbes, um conceito utilizado pela sociologia e política até os dias atuais.
O próprio conceito de multidão é múltipla, é a definição de socialista Multidão Hardt e Negri impresso no livro contemporâneo de mesmo nome, é um conservador visão do século XIXI, Gustave Le Bon, citado por James Surowiecki em “A sabedoria das multidões” Editora Record, 2006 ou crowdsourcing por Jeff Howe (revista Wired).
Mas a prática multidão, o que está nas ruas e usar as diversas ferramentas de redes sociais (facebook, youtube, twitter e Instagram), que parece referir-se às definições tecnológicas de Jeff Howe (“O Poder da multidão, Campus, 2. Ed. 2008) ou Sociedade em Rede Manuel Castells “(Paz e Terra, edição brasileira, 1999), na verdade, as ruas para escapam de todos estes conceitos e convergem para outra “multidão”.
A coisa mais próxima que pode ser pensada é do intelectual e geólogo brasileiro “Milton Santos” com um conceito que ele chamou de “transindividualidade” e onde apresenta uma verdadeira resposta a globalização que produz apenas “verticalidade”, afirma: “A tendência atual é que os lugares se unam verticalmente e tudo é feito para isso, em toda parte. Créditos internacionais são postos a disposição dos países mais pobres para permitir que as redes se estabeleçam ao serviço do grande capital. Mas os lugares [e as pessoas] também se podem unir horizontalmente, reconstruindo aquela base de vida comum susceptível de criar normas locais, normas regionais.” (p. 260), O retorno do território. In Territorio y movimentos sociales. OSAL Ano VI Nº 16 Janeiro-Abril, 2005.
Mas por enquanto na lógica do poder, ficamos do lado A ou do B, ambos longe da multidão.
Facebook é um monstro de vigilância
Mesmo tomando atitude de privacidade, cuidado que usuários devem tomar ainda estamos sujeitos a problemas de segurança na ferramenta.
Quem afirmou isto foi Richard Stallman, iniciador e incentivador do Software Livre, no Fórum Internacional Software Livre (FISL) que acabou em Porto Alegre, no sábado passado.
Stallman sua palestra na sexta-feira no FISL em Porto Alegre, insistiu que a Web só é útil se for livre.
O que o Facebook, fez para Stallman, ao permitir o uso dos dados, foi uma monstruosidade ao permitir a vigilância dos dados que armazena dos seus usuários, e acrescentou: “E por isso eu sugiro fortemente que vocês não o usem”.
“Mas como um sistema de vigilância, a web é muito perigosa”, disse Stallman, e coloca contra quase todo o tipo de entrega de dados pessoais a instituições, e mencionou o escândalo recente da vigilância de massa da agencia americana NSA.
Criador do circulo vicioso do software livre, ao criar as licenças GPL (GNU Public License), que todo uso de software livre deve maner o software livre,
Ele foi o criador do GNU, sistema operacional tipo Unix que deu origem ao Linux, e afirmou que a vigilância digital é uma estratégia do governo para que os cidadãos parem de vigiar as instituições públicas. “Ficamos sabendo o que o governo faz quando alguém denuncia. Se o governo consegue rastrear digitalmente qualquer pessoa, quem vai (ter coragem de) denunciar?”, concluiu.
Os inimigos do software livre afirmam que ele é prejudicial ao sistema econômico, mas na verdade é prejudicial a empresas privadas e públicas que querem controlar a opinião público e a economia de modo mais amplo.
O Brasil é um dos países mais vigiados, indicam os dados.
Veja e Jornal do Brasil citam este blog
Recebi nos comentários deste blog as citações dos sites da Veja-Brasil e do Jornal do Brasil, o site apresenta os dados sobre a corrupção em especial sobre quanto seria o salário médio do brasileiro com distribuição de renda e sem corrupção, a citação do blog foi feita nos links JornaldoBrasil.info e veja-brasil.com .
Os dados sobre o salário médio no Brasil foram feitos a partir dos link da FIESP, que está citado em nosso blog (dia 22/06), porém foi feito a partir dos dados no site JusBrasil, que cita a FIESP.
Também no nosso post estão dados da Transparência Internacional e Transparência Brasil.