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Way C o primeiro tablet africano
O primeiro tablet africano que pretende atingir as massas foi lançado na segunda-feira passada na capital do Congo, Brazzaville e na cidade petrolífera de Pointe-Noite, e custará cerca de 300 dólares.
O nome do dispositivo é Way-C que significa em dialeto do norte do Congo “luz das estelas”, usa o sistema Android Gingerbread, resolução de 800×480, com um microprocessador de 1,2 GHz, 512 M de memória RAM, bateria com autonomia de 6 horas.
O plano é atingir primeiro os países da África mas tem planos de atingir a Bélgica, França e Índia a partir de 15 de fevereiro.
Seu inventor é o jovem pesquisador do Congo Verone Mankou, e foi lançado por sua empresa a VMK.
But if you want one, for now you’ll have to travel to the Republic of Congo . Mas se você quiser um, por agora você terá que viajar para a República do Congo .
The Way-C , which means “the light of the stars” in a dialect of northern Congo, was invented in Congo by 26-year-old Verone Mankou, under his company, VMK. O Caminho-C , o que significa “a luz das estrelas” em um dialeto do norte do Congo, foi inventada no Congo por 26-year-old Verone Mankou, sob sua empresa, a VMK.
The $300 device went on sale Monday in Congo’s capital, Brazzaville, and in the oil port city of Pointe-Noire. O dispositivo de 300 dólares foram colocados à venda segunda-feira na capital do Congo, Brazzaville, e na cidade porto petrolífero de Pointe-Noire.
O plano é que o tablet Way C seja comercializado em 10 países na África Ocidental, e na Bélgica, França e Índia, a partir 15 de fevereiro.
SOPA, PIPA, ACTA e o Brasil
Enquanto crescem no mundo todo as preoupações com as iniciativas de governos e grupos econômicos com as restrições e mesmo o cerceamento da internet, a grande discussão no Brasil é a chamada “Lei Azeredo”.
Desde 1999 estão em discussão o dispositivo de lei PL 84-99 que recebeu o nome do deputado Azeredo devido ser seu principal defensor e articulador.
Entre os deputados que não apoiam este dispositivo estão Luisa Erundina (PSB-SP) e a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) que em novembro do ano passado apresenou um requerimento retirando de pauta o dispositivo de lei, através da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) que havia discutido e encaminhado a retirada de pauta.
A base aliada do governo está dividida, enquanto o lider do governo Paulo Teixeira articula um projeto alternativo, mas felizmente é grande o número de deputados contra qualquer tentativa autoritária que venha cercear a Web.
Facebook abrirá ações na bolsa
Com um forte crescimento em todo mundo, mas com um patamar estável nos Estados Unidos, o Facebook se prepara para entrar no mercado de ações onde usará a sigla IPO, e já apresentou os documentos ao órgão regulador do mercado financeiro americano, o Securities Exchange Commission.
Após várias especulações sobre as ofertas iniciais de ações, espera-se que a entrada da gigante das redes sociais atinja valores totais de cerca de de US$ 100 bilhões, menor que o dito anteriormente, mas que poderá aumentar de acordo com a demanda final de investidores.
O valor é menor do que foi antecipado anteriormente
Há ainda uma expectativa inicial de levantamento menor que seria de US$ 10 bilhões, comparativamente a outras empresas o Google levantou US$ 1,9 bilhão em 2004, em 2010 o Groupon levantou cerca de US$ 700 milhões, enquanto Zynga,US$ 1 bilhão e Linkedin US$ 353 milhões, portanto comparativamente os valores seriam ainda muito altos.
Na apresentação dos documentos muitas informações até então desconhecidas a rede surgiu, pois ela não era obrigada a divulgar seus dados resultados financeiros não sendo empresa de capital aberto. Entre os dados um curioso patamar se estabilidade no mercado americano, enquanto o crescimento da receita em 2011 de US$ 3,7 bilhões contra US$ 1,9 bilhão em 2010 (88%), e um crescimento ainda maior de 154% entre 2009 e 2010.
Esta tendência de estabilidade atual justifica a abertura de ações para o mercado, mas para investir consulte especialistas, enquanto isso a Bovespa já anunciou um aplicativo para aplicações no Facebook, segundo o site Olhar Digital.
Fechamento do Megaupload
Estão ocorreram diversos fechamentos de arquivos Megaupload no momento em que a polêmica sobre dois projetos de lei antipirataria, o Sopa (Stop Online Piracy Act), correm na Câmara dos Representantes, enquanto é debatida no Senado a Pipa (Protect Intelectual Property Act), contra os quais ocorreram diversos protestos no dia 18 de janeiro, postamos na época que era apenas um round.
O Megaupload contrata servidores externos para armazenar seus arquivos, e paga uma taxa para isso, como o governo congelou suas contas, a empresa não está conseguindo pagar estes serviços.
Por ordem judicial o FBI (polícia federal americana), tirou doar junto com Megaupload outros 18 sites afiliados na noite de dia 19 de janeiro (horário de Brasília) considerando que o site faz parte de “uma organização delitiva responsável por uma enorme rede de pirataria virtual mundial”.
Segundo o governo americano o site conta com 150 milhões de usuários registrados, e de outras páginas associadas, que movimentariam cerca de US$ 175 milhões a partir de suas atividades e causariam uma perda de US$ 500 milhões em dreitos autorais.
Em resposta ao fechamento do Megaupload, o grupo de hackers Anonymous bloqueou temporariamente o site do Departamento de Justiça, do FBI e o da produtora Universal Music, na mesma noite de 19 de janeiro, segundo o grupo foi o maior ataque que já fizeram e utilizaram 5 mil ativistas para isto.
Todos os dados dos clientes poderão ser apagados até esta quinta-feira, (02/fevereiro) por decisão do Ministério Público Federal dos Estados Unidos, que já efetuou a prisão dos executivos ligados ao site, e na Holanda a justiça do país determinou o fim do acesso ao Pirate Bay, a partir do dia 1º de fevereiro.
É o início de uma batalha, com os jornais tivemos que lutar pela liberdade de imprensa, agora talvez precisemos pensar em algo similar para o mundo digital, enquanto os governos assistem a uma crise econômica mundial sem precedentes, preocupados apenas com a saúde financeira dos bancos.
ACTA nova ameaça a liberdade na Web
Com a entrada da EU (União Européia) além de Austrália, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Marrocos, Nova Zelândia, Cingapura e os EUA, que já faziam parte de um acordo internacional de censura a Web, agora: Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Látvia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Checa, Romênia, Slovênia, Espanha e Suécia passaram a fazer parte do acordo denominado ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement), pode ser o início de um confronto com a liberdade da Web .
Apenas cinco membros da EU, ainda não aderiram: Alemanha, Chipre, Eslováquia, Estônia e Holanda, mas a expectativa é que sigam o acordo.
Segundo o site Mushable, o deputado republicano Darrell Issa, afirmou que o ACTA é mais perigoso que a SOPA (projeto retirado de pauta nos EUA), declarando: “Como membro do Congresso, afirmo que é mais perigoso que o SOPA, porque eu não vou poder votar nisso. Defensores alegam que o ACTA não muda leis existentes, mas, quando implementado, esse acordo cria todo um novo sistema de fiscalização e execução que será praticamente impossível de ser desfeito pelo Congresso”, outro que se posicionou contra o tratado foi o francês Kader Arif, ex- relator do processo do ACTA no Parlamento Europeu, ele pediu demissão dizendo que o processo é uma “farsa”.
Entre os mecanismos propostos, denuncia o grupo ativista Electronic Frontier Foundation, está a adoção de medidas mais incisivas de compromisso dos provedores de internet com o tratado, tais como novos filtros de conteúdo chamados de “three strikes”, onde o provedor é forçado a cortar o acesso do internauta após três notificações, neste acordo mais claramente que o SOPA o interesse de grandes corporações são declarados.
Redes sociais, recrutamento e perfil de operadores
O terceiro capitulo do novo livro de Breno Fontes trata das redes sociais no terceiro setor, especialmente nas ONGs procurando investigar onde sao recrutados e qual o perfil dos operadores quanto a filiação institucional. Ele apresenta um conceito parecido aos elos de ligações nas redes sociais chamados broker, mas com uma diferenciação pois são chamados "relés".
A expressao "relé social" é emprestada de Olhemacher, utilizada na Alemanha para fundamentar o estudo sobre açoes coletivas, em sua obra "Struktur und System. Eine Empiriebasierte Annäherung von Strukturaler Analyse und Systemtheorie”. Habilitationsschrift ander Universität Hamburg, 1999.
Segundo o autor o termo relé social "grosso modo, pode ser descrito como o mecanismo que produz e divulga a mobilização dos indivíduos para novas redes", e diferencia do termo usado em redes sociais "broker" onde os relés estao em "redes que funcionam como contexto para relações face a face".
O autor explica ainda algumas caracteristicas dos relés: 1) "Eles têm de estar abertos a uma variedade de valores, experiências e a várias conjunturas sócio-estruturais", 2) Em algumas sub-redes "no contexto de diferentes contatos face a face, podem erar novas redes, como por exemplo, um grupo de protesto. Esta subrede deve apresentar um elevado grau de homogeneidade em relação ao conjunto do relé", 3) "A fim de poder ligar a heterogeneidade do relé com a homogeneidade da subrede, é necessário uma variedade de relações fracas (“weak ties”)", mas diferentemente da Analise de Redes Sociais convencional "analisar os relés sociais, o nível microestrutural (as relações entre contatos privados) não é o principal, mas sim o nível mesoestrutural" introduzindo uma diferença agora sim significativa neste tipo de analise.
Mesmo nao sendo o principal aspecto do capitulo 3, que é o de analisar como "as pessoas estruturam suas práticas, construindo suas redes, também explica suas trajetórias de sociabilidade" o proprio autor reconhece que "a contribuição mais importante deste artigo é o de mostrar a possibilidade de instrumentalizar empiricamente um conceito, o de relé social" para neste caso analisar as ONGs, mas penso que também seria util para outros organizaçoes civis.
Redes, práticas associativas e um exemplo
Após contato com Breno Augusto Fontes, recebi o livro recém-lançado “Redes, Práticas Associativas e Poder local”, onde ele conceitua apoiado em outros autores que as associações voluntárias são “resultado de uma redes articulada de autores sociais, como afirma Melucci (1996:116) produzem solidariedade” … e depois desenvolve explicando que elas produzem “estruturações de sociabilidade particulares” e muito ricas.
Alberto Melucci discute em seu livro “Challenge codes: collective actions in the information age” (Cambridge University Press, 1996) como as ações coletivas podem estar em mudança na chamada “idade da informação”, afirmou no seu livro” A Invenção do presente: movimentos sociais nas sociedades complexas” a importância das diferenças para que a sociedade seja: “capaz de captar o impulso dos movimentos,através dos sistemas políticos de representação e tomada de decisão, pode fazer com que a complexidade e a diferença não sejam violentadas”. Os processos políticos que querem limitar a ação de redes, limitam também o impulso de movimentos sociais justos.
O livro faz um estudo de caso na comunidade Chão de Estrelas de Recife (com comunidades humildes como a foto ao lado) onde se encontram um número expressivo de organizações comunitárias: “horta comunitária, posto de saúde, grupo de dança, de cultura popular, ecológicos, etc.” e segundo o autor estas organizações “são relativamente bem conhecida de seus moradores”.
A análise da organização em rede desta comunidade, que é o capítulo 1 do livro, é concluída como tendo suas “redes, egocentradas e práticas associativas da comunidade” o que permitiu o trabalho “realizar uma abordagem bastante original dos processos de participação em associações voluntárias” conforme diz com autor com evidentes “lacunas a preencher”.
O exemplo prático é importante porque credencia o livro a discutir o tema proposto além das redes (que nos interessam particularmente), as práticas associativas e os poderes locais.
A filosofia da crise, economia e nihilismo
No seu livro “As filosofias da afirmação e da negação” (de 1959) Mario Ferreira dos Santos desenvolve que a crise atual da humanidade (ele falava isto em 1959), em que ele constata que “as inteligência deficitárias de nossa época, que cooperam, conscientemente ou não, na tentativa de destruir o que havia de mais positivo no pensamento humano”.
Ele dá a receita da crise do homem moderno o nihilismo e que tem suas raízes em dois fatôres importantes: “nos erros filosóficos dos sofistas modernos e na crise econômica”, portanto nada mais atual.
Nihilismo é uma palavra complicada para dizer a filosofia do “nada”, quando tudo deve tornar-se objetivo e assim negar-se tudo relativo ao sujeito e suas realidades (subjetivo, o que pertence ao sujeito enquanto ser consciente).
Ao analisar a economia ele desvenda-a mostrando-a mais humana: “não é ela uma obra animal, mas humana”, e coloca-a em relação direta com a inteligência, onde o fato econômico “é um fato cultural e não meramente físico”, ou seja, ele revela uma escolha, e a escolha que pensavamos que o homem moderno deve fazer é entre o “colaborativo” e o competitivo, coerente com o pensamento de Mario Ferreira dos Santos, pois ele fala da “invasão do nihilismo” e poderíamos falar hoje da invasão do egoísmo, do individualismo e do consumismo todos eles fundamentados no isolamento do “eu”.
A crise atual portanto é uma ruptura entre o sujeito e sua “subjetividade” que lhe é própria, e isto entre outros fatores levou ao nihilismo; entre sujeito e a economia, levou a supervalorização da economia em detrimento da pessoa, devemos salvar a “economia” das instituições ou as pessoas submetidas ao poder das “instituições economicas”?
2011: Mudanças políticas em curso e a tecnologia
Os avanços da tecnologia, a chegada definitiva dos mais diversos modelos de tablets, a morte de Stevie Jobs, mas também de Dennis Ritchie (criador da linguagem C e desenvolvedor do Unix que depois daria origem ao Linux) e do pai da Inteligência Artificial e criador da linguagem Lisp, John McCarthy que criou o termo no Dartmouth College, nos EUA.
Outro fato importante em 2011, foram as mudanças nos países árabes, alguns que já alcançaram uma mudança como Egito, Tunísia e Líbia, outras em processos pacíficos em curso como Yemen e Libéria, e muitas vivendo processos dramáticos como Síria, Bahrein, Líbano, Eritréia, países com protestos menores como Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental. Outras terão um processo lento de longo prazo: Iraque, Irã, Oman, Djibuti e Quatar. Isto sem falar o processo sempre conturbado da Palestina, que este ano conseguiu seu reconhecimento na ONU.
Não se pode esquecer a crise européia, os protestos dos “indignados” e um novo estilo de protesto, o “ocupe” sua cidades.
O uso de tecnologia esteve presente em todas estes processos, blogs, twitter, denúncia usando sistemas de vídeos acompanham estes processos.
Mas o processo que queremos chamar a atenção que é mais preocupante é a tentativa de intimidar e censurar as novas mídias, o processo denominado SOPA termina o ano com fortes embates (pacíficos) e polariza a opinião nas novas mídias, o site GizModo dá uma lista de empresas que apoiam a lei e diz talvez você “queira entrar em contato com elas”, é a primeira vez na história que empresas são diretamente vinculadas a interesses de leis que contrariam os interesses de liberdade da maioria da população.