RSS
 

Arquivo para a ‘Recursos comuns’ Categoria

Encruzilhada da guerra e pandemia em análise

30 jan

Analisando estes dois temas de grande relevância mundial, elementos complicadores da grande crise civilizatória, que já analisamos o aspecto político e cultural que é seu fundo, vemos uma guerra em escalada mundial e uma pandemia em análise pela OMS, quanto ao uso do termo.

São dois eufemismos, pois a guerra já tem proporções mundiais com o envio de tanques Leopard por parte da Alemanha e Polônia, enquanto a Russia envia seu navio chamado “do fim do mundo” para águas internacionais no Atlântico Norte, não há perspectiva de Paz, a Pandemia continua o que se discute é só se a palavra deve continuar a ser usada, a infecção pela variante kraker já é vista mundialmente como de rápida e fácil transmissão.

Após o anuncio de entrega de tanques Leopard a Ucrânia, a Rússia já bombardeou o país com misseis hipersônicos que ficam fora do alcance do radar e anunciou o desenvolvimento em escala da arma nuclear Poseidon (imagem), um torpedo Autônomo Nuclear com capacidade intercontinental, como depende de submarinos pode atingir cidades costeiras praticamente em todos continentes.

O Vice-Presidente do Conselho de Segurança e ex-presidente da Rússia Medvedev afirmou que quem tem armas nucleares não perde uma guerra, e a declaração é vista como uma ameaça ao envolvimento de países europeus e dos Estados Unidos, agora vistos como envolvimento direto pelo envio declarado de armas, embora o presidente da Alemanha afirme que a escalada não envolverá a OTAN.

Analistas de todo mundo, entre eles o chamado “relógio Juízo Final” (Doomsday Clock) simbólico, que começou após o fim da segunda guerra, adiantaram o “relógio” para 90 segundos da meia noite, devido a guerra na Ucrânia e a escalada de ameaças entre o Ocidente e a Rússia.

Em 1945, criado pelo biofísico Eugene Rabinovitch e organizado pelo Bulletin of Atomic Scientists, o Doomsday Clock contou com cientistas como Albert Einstein, J. Robbert Oppencheimer e Marx Born, até hoje são cientistas renomados que mantem esta análise, o horário 23:58:30 é o mais próximo desde sua criação.

A OMS também analisa suspender o estado de “emergência de saúde pública de interesse internacional”, eufemismo para declarar o fim da pandemia, o que é preocupante porque só na China foi resultado mais de 170 mil mortes nas últimas semanas, e a variante kraken segue em expansão, com isto o socorro de nações com dificuldades sanitárias e uma política global de combate ao vírus fica debilitada.

Não acredito que a atual crise, que inclui e se fundamenta em valores culturais, possa se dissipar, porém atitudes de paz e cuidado com a vida podem nos dar algum alerta, as autoridades devem ter isto presente.

Adendo:

Após a publicação deste post, veio a declaração oficial da OMS: “Não podemos controlar o vírus da covid-19, mas podemos fazer mais para lidar com as vulnerabilidades das populações e dos sistemas de saúde”, disse seu diretor Geral Tedros Adhanom esta segunda-feira (30/01/2023).

 

Insanidade na guerra e indefinições na Pandemia

16 jan

As noticias da Guerra no leste europeu são que a luta pela conquista da região de Soledar teve um custo militar alto e a cidade ficou praticamente destruída com pouco mais de 10 mil habitantes tem um significado estratégico militar e a consolidação de posições russas na região de Donetsk, enquanto a fragata com misseis Zircon navega pelo Atlântico.

A defesa ucraniana nega o domínio na região, enquanto a russa comemora em meio a uma polêmica com os mercenários do comando Wagner que afirmam que eles lutaram na região.

O significado desta batalha é de uma guerra que cada pedaço de território significa batalhas sangrentas e indicam ainda um longo período, a menos de uma estratégia mais agressiva e mais perigosa.

Os habitantes da vizinha cidade de Sirversk sonham com paz, porem poderá ser o próximo combate, assim como a cidade de Bahkmut estratégicas para a guerra terrestre.

A pandemia vive dias de incertezas, não são claros nem os diagnósticos nem a gravidade das novas variantes, porém é sabido que a “kraken” é altamente contagiosa.

Embora a politica da OMS seja de não fazer alarde e deixar pouco claro as medias a serem tomadas, o quadro tem contornos alarmantes (veja o mapa)+ e a variante kraken comprovadamente tem maior índices de contagio e não é clara a efetividade das vacinas da primeira linhagem.

O que se espera na guerra e na pandemia é que se encontrem medidas afetivas para salvar vidas, evitar uma radicalização ainda maior que a do quadro atual e dar esperança as pessoas simples de um futuro com paz e segurança.

 

Nova alta em casos da Covid 19 e a guerra

21 nov

Em alta a oito dias, segundo o site da Uol, com uma média de 235% em relação a duas semanas atrás, as regiões com maior crescimento no Brasil são o Sudeste com 333%, o Nordeste com 228%, o norte com 170%, o Sul com 160% e o Centro-Oeste com 93%, os números preocupam pesquisadores, como a Fundação Fiocruz.

Os dados da fundação do Boletim Infogripe 45/2022 afirmam que 47% dos casos de doenças respiratórias são de Covid 19, e em nota do sábado (19/11) observa que as novas infecções de covid 19 dispararam em todo país, os dados mais detalhados indicam que as infecções respeitórias foram de 10,3%, 3% para influenza A, 0,3% para influenza B, 24,2% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 47% para Sars-Cov-2, entre os óbitos a presença do mesmo micro-organismos dos casos positivos foi de 4,1% para influenza A, 0,01% para influenza B, e 1,4% para VSR enquanto 83,6% para Sars-Cov-2 o que é alertamente, já que mesmo o número de óbitos não sejam ainda grande, a porcentagem é maior que os casos de infecções virais respiratórias.

Os dados brutos são de mais de 600 mortes diárias nos últimos dias e a média móvel atingindo 15.500 casos o que caracteriza a continuidade do processo pandêmico.

As restrições sanitárias ainda são parciais, como é um período de festa é possível que haja um limite de tolerância maior, o que é preocupante, pois ainda que ambientes comerciais permaneçam abertos, é quase impossível politicamente que fechem, os cuidados poderiam ser maiores com higienização e prevenções com máscaras e álcool gel, é um fato que a população esteja cansada, mas é preferível do que ir a óbito.

É preciso que os órgãos governamentais tomem medidas urgentes, a atual crise política não pode impedir que a pandemia tenha novas tragédias e o vírus circule com maior abrangência.

Como sempre fazemos uma análise da guerra no leste europeu, pela gravidade e possibilidade de extensão da guerra para todo o planeta, fazemos uma breve análise do recuo das forças russas ao mesmo tempo que tentam minar a defesa aérea e a capacidade energética do país, uma vez que por lá o frio já começou e o aquecimento é vital para a vida humana na Europa.

O estrago proporcionado pelo míssil que foi lançado na Polônia, com fortes indicativos de que tenha sido lançado de solo Ucraniano, enfraquece diplomaticamente a Ucrânia e faz o ocidente repensar a ajuda militar e financeira no país, a guerra terá no inverno contornos dramáticos em termos humanitários.

 

O zelo da casa me consome

18 nov

Qualquer pai, patrão ou administrador zeloso deve cuidar de sua “casa”, também podemos pensar em todo o planeta como nossa casa comum, assim não só a economia, as culturas como também o meio ambiente.

Deveria nos consumir a todos este zelo, cuidar apenas dos interesses pessoais não é apenas um egoísmo, é também uma forma de ignorância, porque os interesses pessoais dependem dos comuns, o que fazemos se faltar chuvas e com isto faltar água, o que fazemos se o meio ambiente não ajudar as plantações e o custo dos alimentos num meio ambiente deteriorado, tudo é interesse comum influenciando o particular.

Não é verdade que apenas alguns tenham responsabilidade e outros não, assim conferências como a COP27 que se realiza no Egito deve ser de interesse de todos, porém aqui queremos lembrar de um corpo místico a que se refere o capítulo 2 do Evangelho de João, onde se lê (Jo 2,17): “seus discípulos lembraram-se que está escrito: “O zelo pela tua casa me consumirá” referindo-se a atitude de Jesus ao ver que a religião de seu tempo se tornou um comércio (parecido aos dias de hoje) e do Salmo 69, onde o versículo 10 lembra esta passagem.

O capítulo 2 de João, lembra as bodas de caná, um evento sobrenatural e a fúria de Jesus ao ver a corrupção em torno dos templos, um evento natural, assim o zelo é sobrenatural e humano ao mesmo tempo.

Mais grave que isto o problema da guerra, lembramos no post anterior a passagem em que Jesus chora ao entrar em Jerusalém e ver o quão distante ela está de um encontro de povos e nações e profetiza que ela seria totalmente dividida e em permanente guerra, vejam a precisão desta visão 2 mil anos atrás.

Porém a profecia para nossos dias está nos livros do Apocalipse, embora isto seja sinônimo de catástrofes e final do mundo, as passagens referem-se tanto aos tempos passados quanto futuros, a morte de Jesus e sua ressurreição é um evento apocalíptico porque a grande paixão pascal atualizou a passagem do povo judeu da escravidão do Egito para a Terra Prometida, e antecipa a passagem da humanidade para um vida futura plena e frutuosa, tudo isto antes do final dos tempos, que não sabemos quando virá.

No evento Pascal  ao ver Jesus na cruz sofrendo e assistindo sua impotência ironizavam dizendo “não é o Cristo, salva-te a ti mesmo” (Lc 23,39), pode parecer inexplicável a permissão divina de tão atroz sofrimento, no entanto, isto é o significado da “passagem” de um estado para outro, em qualquer evento natural ou sobrenatural, isto ocorre a partir de uma “ruptura” de uma mudança de contexto e algum evento forte e de aparência catastrófica acontece, então os tempos atuais são angustiantes, mas também cheios de esperança.

Embora sejam tempos conturbados, Deus não é indiferente a história, e certamente esta “passagem” terá também sua presença e interferência.

 

Ostentação e pobreza

28 out

É preciso produzir para distribuir riqueza, o empreendimento, sua oportunidade e logística são fatores que requerem investimentos e capacidade para isto, em uma palavra: exige vocação.

O que produz pobreza e miséria é a incapacidade de distribuir em bens sociais necessários a riqueza e os benefícios de um processo inteligente de produção e uma organização social do estado, ostentadores e apropriadores de bens sociais e públicos existem nos dois campos.

Os países que não produzem riqueza organizam apenas a miséria, não pode distribuir o que não produziu e não entregou em mãos capazes e responsáveis pela construção da riqueza de um povo.

A ideia de que a riqueza era um produto ligado apenas a determinadas nações, vindo do modelo liberal de Adam Smith evolui para a ideia de intercâmbio de bens e riquezas entre nações, inclusive o socorro de nações mais pobres, infelizmente evolui também para ideias colonialistas.

No âmbito da riqueza e dos bens pessoais, mesmo Adam Smith alertava para os bens morais, aqueles que tornam uma sociedade equilibrada e saudável, não está fora da construção de socorro e ajuda ao Desenvolvimento dos mais pobres e das periferias sociais e nações, há nações inteiras no limite da pobreza e em geral ali alguma ostentação os explorou.

É possível que aqueles que produzam e governem pensem além dos próprios bens pessoais, se não forem perdulários e ostentadores com certeza entenderão que possuem além do que necessitam para a própria sobrevivência e o investimento em desenvolvimento da riqueza social, entretanto como indivíduos precisam ir além do egoísmo e ostentação pessoal.

A ostentação não é exclusiva de determinada camada social, também aqueles que tem acesso a riqueza saindo das periferias podem evoluir para este padrão de poder pelo dinheiro e aparência.

A passagem Bíblica que Jesus anuncia para Zaqueu, que era baixo e para enxergar Jesus subiu em uma árvore, uma metáfora importante, ao entender e mudar seus valores e Jesus percebia que todo povo não entedia aquela aproximação de Jesus (Lc 19,7-8)“:

“Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!”. Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”, mas isto permanece difícil de interpretação pelos religiosos, que continuam a murmurar.

Não é a produção e a posse da riqueza que produz injustiça e sim sua má distribuição.

 

O fosso entre ricos e pobres

23 set

Os mais variados estudos, comentamos alguns nos posts desta semana, apontam para uma separação entre ricos e pobres praticamente estável quando não crescente em alguns países, este modelo nunca poderá garantir um desenvolvimento humano social sustentável, as guerras e pandemias aumentam ainda mais este fosso.

O problema mais grave que é a miséria extrema, este já analisamos e postamos em fevereiro deste ano uma análise da pobreza global (gráfico ao lado), e também, em outro post o problema social pós covid 19.

A sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social humano, depende não apenas do aumento das riquezas e da produção social, é preciso encontrar o equilíbrio onde tanto a mobilidade social das classes como a mobilidade étnica dê sustentabilidade e supere as desigualdades.

O problema da sustentabilidade não é secundário, muitos modelos distribuem riquezas só que empobrecem o país como um todo, isto porque os aspectos de investimentos e estratégias mais seguras de modelos econômicos só são pensadas em torno da distribuição da renda, o contrário onde só há aumento sem distribuição é menos sustentável.

Serve para este modelo a parábola bíblica de Lázaro e o Rico, o pobre que vivia a margem e quando o rico se vê condenado, aqui a parábola vale tanto pessoalmente quanto socialmente, pede que seja concedido a ele avisar seus parentes deste risco, mas diz a bíblica os profetas já diziam e vocês não ouviram, quanta gente e ações políticas já denunciaram o grave fosso social.

Para quem não conhece diz a parábola bíblica (Lc 16,19-24): “Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’ “.

O homem rico vai pedir também que avise seus parentes e a leitura lembra que eles tiveram profetas e não ouviram.

 

A democracia e os pobres

21 set

A grave crise democrática que atinge quase todos os países ocidentais e alguns orientais, tem uma vertente clara e decisiva: o esquecimento das camadas mais desprotegidas da população.

Os governos não foram capazes de resolver com eficácia o problema da distribuição de renda e onde as esperanças eram maiores os erros econômicos e os aliados equivocados entre poderosos contribuiu para uma desconfiança maior da população.

A política é movimentada pelo dinheiro, mesmo os limites de gastos encontram formas de serem burlados e para isto é preciso aliados entre os ricos, na maioria das vezes os mais desonestos e de acordo com a corrupção e o uso do dinheiro público, entra-se num círculo vicioso.

Com a divulgação mais ampla em  mídias (“redes”) sociais, a informação dirigida ideologicamente não funciona e em meio as fake News, vão aquelas notícias que todos sabem: os aliados entre os poderosos que alimentam a corrupção e mau uso dos recursos públicos.

O gigantismo do estado ajuda isto, ele controla os fluxos de capitais, claro quando bem administrado e quando não faz isto joga as nações em fossos de miséria e ausência de investimentos, muitos países estão neste caminho.

O que sobra para a política não é fazer uma justiça social bem elaborada, sem demagogia e com planejamento de longo prazo sustentável, sobre um populismo social que o próprio povo desconfia, e muitas vezes leva a opção por governos autoritários e ainda piores, ou então leva ao populismo social: promete o que não cumpre.

É preciso refletir para um voto consciente, sem uma sociedade justa e equilibrada não é possível uma democracia sustentável e saudável, somos levados a extremos perigosos e um futuro incerto.

É preciso repensar a sociedade democrática dentro de parâmetros de justiça social sustentável.

 

Ser justo nas pequenas coisas

16 set

O dinheiro é na história e na vida apenas um símbolos das trocas e das mercadorias que devem circular socialmente para que todos tenham uma vida digna e justa, o trato com ele é algo que deveria ser tratado com o mesmo respeito que as pessoas socialmente merecem.

Uma pessoa justa é também justa nas pequenas coisas, a injustiça social não começa em grandes roubos, eles são um indicio de que aquelas pessoas fazem ou farão um dia injustiça sociais maiores.

A esfera pública está corrompida quando aqueles que determinam a justiça social: governantes, juízes e legisladores perderam a noção e os valores de que pequenos roubos e injustiças podem levar as grandes e tornar toda a sociedade corrompida, aí todos dirão isto é o normal.

Quanto estes valores começam a se tornar dúbios significa que moralmente a sociedade como um todo está envolta em corrupções, imoralidades e grande falta de ética, tudo o que é público começa a desmoronar e ali surgem aproveitadores e oportunistas que farão uso da corrupção pública.

A leitura bíblica (Lc 16,1-13) que fala de um administrador que vendo que ia ser demitido e começa a negociar com os devedores de um homem rico, e chama os devedores e começa diminuir as dívidas, assim não se trata de um administrador esperto, mas desonesto.

A parábola parece estranha se não foi lida até o fim, porque ao começar a relevar as dívidas para se salvar, ele revela seu verdadeiro caráter que era o de esbanjar os bens do patrão, diz a leitura nos versículos Lc 16,10-11: “Quem não é fiel nas pequenas coisas também não será nas grandes, e se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem ? “.

O verdadeiro bem não é outra coisa senão a vida plena, não apenas a vida eterna para quem crê, mas também uma vida terrena, difícil talvez, mas serena daqueles que não incluíram em sua vida cotidiana, nas “pequenas coisas”, o desvio, o roubo e a corrupção das coisas alheias ou dos bens públicos.

Os pequenos vícios levam aos grandes, e não podem levar a uma vida plena, mas cada vez mais atribulada, mais cobiças e descontroles de consumo e da própria vida, é o mal administrador que esbanjava os bens do homem rico, ou seja, jogamos as verdadeiras riquezas da vida fora por causa de cobiça e consumismo.

 

Futuro da Covid 19

12 set

O número de casos e o número de mortes em queda dão umapercepção que a pandemia teria chegado ao fim, é de certa forma compreensível, porém tanto as vacinas como nos futuros tratamentos os estudos científicos continuam avançando em estudos.

No campo das vacinas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv demonstrou que os anticorpos isolados nos sistemas imunológicos de pacientes recuperados de Covid 19 são eficazes na neutralização de todas e os resultados foram publicados na Nature Communications Biology.

No plano social e individual as cicatrizes da maior crise sanitária vão permanecer, porém uma das lições que todos devemos tirar desta crise é que precisamos de uma co-imunidade, não há como tratar uma pandemia se não consideramos o aspecto social, tanto no tratamento curativo, quando no apoio a situações de emergência.

Ainda é cedo para prever o final total tão aguardado do fim da pandemia, e uma comparação que alguns especialistas fazem é como o caso do vírus H1N1 de 2009, cujo vírus circula ainda hoje na população, porém de forma msi branda após sofrer mutações e com vacinas atualizadas sempre.

O vírus H1N1 hoje já é considerado endêmico, circula o ano todo, porém o impacto é muito menor, porém a vigilância sanitária continua atenta.

Também um grande número de estudos preventivos de futuros processos endêmicos, agora são observados, como já fizemos um post aqui, atentos também a problema de bactérias e fungos.

 

 

Os médicos são para os doentes

09 set

A sociedade dos primórdios do cristianismo, não apenas o farisaísmo religioso como também toda a cultura era que a sociedade era para os sãos, o próprio ditado grego “mente sã em corpo são” é uma forma de expressar isto, os doentes deviam viver a margem da sociedade, muitas vezes fora dos muros da cidade.

As doenças eram pouco conhecidas e a medicina da época muito cara para quem não tivesse poder aquisitivo, até mesmo o fato que um paralítico foi colocado na presença de Jesus descendo pelo teto,  tem uma interpretação equivocada, não deixariam ele passar.

É fato que já temos cadeiras e lugares nas filas para anciãos, mulheres gestantes e doentes, mas ainda há uma mentalidade de comunidade dos puros, dos santos ou dos perfeitos, afinal a eficiência não pode vir de quem não está fisicamente preparado para ela e vivemos na sociedade da eficiência.

Assim foi o trato com a pandemia, muitos diziam que o doente se isole e a sociedade vai continuar seu ritmo, mas o que vimos foi a sociedade como um todo perder seu ritmo, e o resultado desta pressão aos poucos se transformou em muitas doenças psíquicas, até mesmo para quem as fez.

Tratar e trabalhar com a imperfeição, com a doença e com a pureza não é se não promover a integração social das pessoas, a ideia de ser um “modelo” para os outros é uma ideia kantiana de ética, que pode levar a uma ética e uma visão parcial da sociabilidade e do que é imperfeito.

Em termos da cultura religiosa leva a um isolamento, a formação de uma bolha na qual os valores são reafirmados, porém muitos são excluídos e não são convidados a participar e conviver com as diferenças, este é um dos principais paradigmas religiosos que Jesus quebrou em seu tempo.

Ao falar com as mulheres, deixar espaço para as crianças, curar leprosos e alejados quebrou o conceito farisaico do que era considerado “impuro”, ia de encontro aos pecadores e aos doentes.

É verdade não é um cego que pode guiar outro cego, porém os médicos são para os doentes, diz a passagem bíblica (Lc 15,1-3): “Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. , então Jesus conta a parábola da ovelha perdida e depois do filho pródigo.

A mentalidade farisaica não apenas não cura doentes, mas se torna ela própria uma doença social.