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Ato, potência e ágape
Aquilo que Aristóteles definiu como potência estava condicionada ao ato, assim ato é uma manifestação atual, no exemplo da figura ao lado a semente), enquanto potência é aquilo que poderia ser (virtualmente, enquanto virtú) a semente em potência é uma árvore poderia sua manifestação como ser produzir frutos e novas sementes, enquanto virtual, no sentido de virtude, é transformá-la em uma mesa ou mesmo uma casa.
A atualização do potencial em real não é apenas a semente que se torna árvore e esta dá frutos, a principal fonte de mudança deve ser completamente real e não corresponder apenas a potencialidade natural, mas aquela que completa o resto, e esta dependia em Aristóteles do primeiro motor que a tudo dava sentido, e que Tomás e Aquino afirma ser Deus, entra a questão da consciência.
Aqui entra o Logos ou o Pathos, já que a consciência é sempre um ditame da razão e da vontade, então para Tomás de Aquino o Ethos depende essencialmente da vontade humana e da consciência, enquanto o Logos nos encaminha para uma razão mais primordial do Ser, o Pathos caminha para as paixões e pulsões desordenadas, já o Logos deve nos levar ao ágape e ao equilíbrio.
A potência é assim característica do Ser e o Pathos a sua distorção, o poder visto como Pathos é autoritário e passional, enquanto o poder como Ethos é ético e agápico, no sentido de serviço feito por amor gratuito aos que lhes são subordinados, assim pode até haver assimetria, mas ela será apenas diversidade e nunca autoridade no sentido de poder absoluto pois é unida ao Logos.
Não por acaso Aristóteles foi tutor de Alexandre, o Grande, e sua forma de poder espalhou-se pelos povos, assim descreve Plutarco em seu texto “Alexandre (in Vidas Paralelas”, séc. I: “Depois desta batalha de Issus … macedônios começaram a tomar o gosto pelo outro, pela prata e pelas mulheres, e do modo de viver dos asiáticos, afeiçoando-se de tal maneira a isso que, como se fossem cães, saíram no rastro em busca e perseguição da opulência dos Persas”, é provável que influenciou também os Romanos e ao seu Império.
Assim chegamos até a segunda guerra e os perigos da pós-modernidade, será que sairemos da infância civilizatória e poderemos um dia conviver com povos com culturas e cosmogonias diversas, parecemos caminhar na direção contrária: a polarização.
Também não era diferente para os judeus e cristãos, na comunidade nascente muitos queriam ter “poder” ao lado de Jesus, na leitura de Marcos (Mc 10:36-37) os apóstolos Tiago e João fazem um pedido especial a Jesus: “Ele perguntou: ´O que quereis que eu vos faça ´ Eles responderam: ´Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tu glória”, e o mestre diz a eles que não sabem o que estão pedindo.
Ai pergunta se eles poderão beber do cálice que Ele beberá (referindo-se a seu tipo de morte), eles continuam dizendo que sim, então os repreende e diz a forma de poder que existe na civilização (Mc 10: 42-43): “Jesus os chamou e disse: ´Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso serviço e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos”.
Assim aqueles que governam fiéis da mesma forma que o poder temporal não entenderam ainda a potência do Logos agápico.
O humanismo e o natural
Temos dificuldade em entender o que é realmente natural e o que cultural, a visão naturalista da filosofia pré-socrática já antecipava uma teia de leis e interpretações do mundo material não dando exatamente a configuração o que era o Ser, foi neste espaço que se desenvolveu a ideia de sujeito como dual do objeto, assim a subjetividade não é vista como cultural, mas natural.
As escassas referências de Heráclito, o que fica dele são apenas algumas máximas como não pode-se atravessa o mesmo rio duas vezes, a ideia do devir e o fogo como elemento primordial na natureza, escondem uma busca da identidade humana com um tom objetivista prevalecente, era a via aberta por Sócrates para temas hoje tão importantes como a interioridade e a consciência.
A consciência moral foi retomada apenas no âmbito do cristianismo, passando à margem em Platão e Aristóteles, que elaboraram a ideia do motor imóvel (princípio de todo universo e assim da natureza) mas separado do mundo das ideias, onde ideias “naturalistas” se desenvolveram, não postularam um regnum hominis, um reino do homem, claro haverá outras leituras deste período.
O que me encorajou foi a descrição que Karl Popper fez sobre O mundo de Parmênides como um período de gênese do iluminismo, a physis grega não é outra coisa senão a natureza, assim pode- se dizer como mais propriedade que o naturalismo fisicalista se inicia ai, uma extensão da percepção que o sujeito humano tem sua interioridade vinculada ao meio vivencial, e portanto cultural, uma compreensão do macrocosmo individual ou coletivo (dos grupos culturais) fica então vinculada a ideia de natureza sem que uma cosmovisão mais ampla seja contemplada.
A esta questão prende-se outra, sobre a emergência do sujeito anulando o Ser, que é a liberdade, sujeito só o é como ação, ou seja em função do objeto, a interioridade é então parte problemática de um subjetivismo individual ou coletivo, e não de uma liberdade de opções sobre a qual se manifesta.
Se o homem no seu universo só pode submeter-se as leis, ao seu destino, ele não é livre, não há lugar para autonomia, e num sentido mais amplo está sujeito ao fatalismo, em Aristóteles é traçado um conceito unidimensional de liberdade ao defini-la como o ser livre é aquele que se tem a si mesmo como um fim e que não se sujeita a trabalhos servis, é definido, portanto,, em torno da polis, e de suas leis.
Se o conceito antropocêntrico é hoje revisitado, é importante compreender suas raízes gregas.
A filosofia renascentista vai desenvolver um humanismo, como o homem no centro de toda a especulação, sendo criatura do mundo desfruta, entretanto de uma situação singular e muito excepcional, destaco Nicolau de Cusa, Marsílio Ficino e Pico della Mirandola.
Ficino é o menos conhecido, nascido em Figlini Valdarno (1433) é o maior representante do humanismo fiorentino renascentista, e revisita as obras de Platão, Plotino, Porfírio e Proclo.
Talvez a razão de ser pouco conhecido pode dever-se ao fato de ter se tornado sacerdote e ter escrito a Theologia Platonica (1482), obra que faz um diálogo com a concepção de religião de Platão e os neoplatônicos.
Caminhando para um futuro incerto
Palestras e livros motivacionais estão crescendo desde o início do século XXI, não importa muito a mensagem, o importante é levar as pessoas a uma força de ação que é a do desempenho.
Religiões tradicionais perdem adeptos para igrejas que trocam o discurso do pecado pela autoajuda e pelo desejo de reconhecimento e sucesso, a polarização política não deixa isto de lado um bom político deve demonstrar seus “feitos” e não sua isenção, equilíbrio e honestidade.
Longe de estar desdenhando a evolução tecnológica, ela é importante e podem auxiliar numa retomada co-imunológica, aquela em que descobrimos a mutualidade, o “exame” conforme descrito por Byung Chul Han apenas busca performance e ela pode incluir o desrespeito e as fake- News.
A sociedade repressora e disciplinar do século XX descrita por Michel Foucault (Vigiar e Punir) perde espaço para uma nova forma de organização coercitiva: a violência neuronal, enchem-se as fanpages, as lives exibindo performances e até mesmo exibindo violência, o que é preocupante é o excesso de informação pouco elaborada.
Interioridade, que é diferente de subjetividade, que é o que é próprio do sujeito, é aquele espaço interno que precisamos cultivar para tornar a nossa vida mais equilibrada, com pensamentos e atos mais positivos e que colaborem com o mutualismo, o sentimento de responsabilidade pelo outro, a consciência social, enfim, a coimunidade (a sociedade imunológica).
Chul Han aponta que a subjetividade, já presente em discursos de pensadores atuais, como a “sociedade pós-industrial” (Bell, 1999), “soeicdade do controle” (Deleuze, 1992), “capitalismo cognitivo” ou “economia material” (Negri e Lazzarato, 2001, Gorz, 2005) e “biopolítica” (Foucault, 2008) foram formas de expressão desta subjetividade, porém sem lançar mão da interioridade, todas citações de Byung Chul Han.
A sociedade é empurrada para um excesso de positividade como a chama Chul Han em sua Sociedade do Cansaço, o conceito disciplinar coercitivo (“tu deves”) imposto de fora, fez entrar em cena um novo enunciado (“nós podemos”), o qual, em seus aspectos mais imanentes, “remete a uma falsa liberdade ao impor aos indivíduos os imperativos do desempenho e autosatisfação.
A análise do autor parte do filme Cisne negro (Aronofsky, 2010) para explicar sua tese, a imposição de performance e desempenho mediante a autossuperação é incorporada pela protagonista que é levada as últimas consequências.
A sociedade do cansaço atual nada mais é do que a absolutização unilateral da “potência positiva” e o melhoramento cognitivo (neuro-enhancement) pode não representar nenhum problema moral, mas levará a um problema moral ainda maior na normatividade da sociedade do desempenho.
HAN, B. C. A sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2 ed. ampl. Petrópolis, Vozes, 2017. 128 pp
Não haverá retorno a frivolidade
Embora filosóficos midiáticos e otimistas fora de contexto desejam algum retorno a algum tipo de normalidade, já temos duas mudanças estruturais irreversíveis, a necessidade de compreender a total interdependência, ninguém está isolado e a reestruturação da vida social e urbana.
A Inglaterra prestes a voltar a normalidade e os Estados Unidos que comemorou seu dia da independência pensando em comemorar a independência do coronavírus admitem o fracasso, em ambos países as autoridades declararam que deveremos conviver com esta dificuldade, também no Reino Unido.
O conceito de coimunidade foi desenvolvido por Peter Sloterdijk em outro contexto, uma espécie de mutualismo em que todos são responsáveis por todos, encontrar bodes expiatórios seja na criação do vírus seja no combate ineficaz tornaram-se teorias conspiratórios de difícil aceitação, em ambos os casos o oportunismo político está presente, ainda que se possa perceber um combate nem sempre eficaz.
Sobre o compromisso individual voltado à proteção mútua, Peter Sloterdijk pensa que nem é chegado o momento de recolhimento nacional, nem o mundo ficou pequenos para todos, o consumo existe graças a frivolidade, não há público consumo se não houver apelo a ele.
O que deverá acontecer é uma exigência nova do mutualismo, ela ainda é só uma tendência, mas a ideia que não sairemos fácil da convivência com o perigo do vírus e de novas mutações nos leva a necessidade de uma nova consciência de comunidade, além daquela falada e não praticada.
O que Sloterdijk chama de mutualismo pode tornar-se algo ainda mais amplo, disse em entrevista ao jornal El País: “A necessidade de um escudo universal que proteja todos os membros da comunidade humana não é mais algo utópico. A enorme interação médica em todo o mundo está provando que isso já funciona”, o problema é que as disputas e os nacionalismos impedem isto.
A resposta de Sloterdijk é bem interessante: “esses movimentos não são operacionais, que têm atitudes pouco práticas, que expressam insatisfações, mas que de modo algum são capazes de resolver problemas. Acho que serão os perdedores da crise”, eu concordo com ele.
A única ressalva é que estas disputas podem levar a embates irreversíveis, que seriam catastróficos para toda a humanidade e mais ainda, um tema que ele também toca, as democracias estão em risco.
Sua resposta é: “no futuro, o público em geral e a classe política terão a tarefa de monitorar um retorno claro às nossas liberdades democráticas”, o desejo de suprimi-las está todo dia em pauta em muitas cabeças políticas, é uma tentação numa crise.
Idealismo e sua religião
Iniciada com a crítica ao idealismo, em “A ideologia alemã” (1932), onde discorre sobre Feuerbach, B. Bauer e Stirner, que chega a chamá-los de são Buer e são Stirner, pela pretensão de serem teologias.
Se a essência do idealismo é a separação de objeto e sujeito, faço uma inversão proposital, a essência do pensamento religioso para Ludwig Feuerbach é separação do sujeito e os objetos sensíveis, pois para ele a consciência do objeto pode ser, embora distinta da consciência de si, uma consciência que coincide logo em seguida ao se tratar do objeto religioso, devido sua “transcendência” é exatamente o que o faz retornar-se a consciência de Si, explico.
Para Feuerbach, e o objeto sensível está fora do ser (embora a ontologia aqui seja só um apelo), o objeto religioso está nele, é um objeto intrínseco, e tão pouco o abandona, a sua consciência moral o abandona, é um objeto íntimo, e mesmo o mais íntimo, é o mais próximo de todos.
A sua crítica a Teologia, usando o idealismo pressupõe essencialmente um juízo crítico, a “diferença entre o divino· e o não-divino, entre o que é e o que não é digno de adoração”, assim com este dualismo é possível jogar toda a essência do divino na vala comum do Idealismo.
A consciência de Deus é a consciência em si do homem para ele, eis o idealismo Hegeliano tornado religião: o conhecimento de Deus que é o conhecimento de si do homem, não há um para-si de Deus ao homem.
A negação do sujeito é considerada como irreligiosidade, e sua relação com objetos sensíveis, uma negação do sujeito, eis a religião ateia de Feuerbach, a qual Marx se voltará chamando-os de Velhos Hegelianos, e procura fazer aqui nova a sua inversão, agora do objeto ao sujeito, eis a nova versão “religiosa” dos Jovens Hegelianos, como Marx, mesmo criticando a principal tese ateia de Feuerbach: “o pensamento vem do sujeito”, e não do objeto
“Não se trata mais do Céu para Terra” disse Marx, mas agora “da terra para o céu”, ou seja, do objeto para o sujeito, da força de trabalho e da produção, para sua divinização (do objeto, do dinheiro, da economia, etc.).
Se para Marx, a fetichização era a separação do trabalho de seu instrumento de trabalho e da mercadoria, fetichização pode ser a reificação (res – coisa) ou a objetivação para estes jovens “hegelianos”, onde vê a separação entre o sujeito e o objeto, no fetichismo religioso é a separação do consumo (pecaminoso) do indivíduo (visto numa autoconsciência) ao qual o religioso deve “assistir” e viver seu “concreto”.
A relação justa com o dinheiro, com o trabalho, com a saúde e educação, não é senão uma superação da visão idealista religiosa, sua consumação num homem em relação harmônica com o mundo, e neste caso, também a beleza, a poesia e vida saudável teria uma perspectiva, para os religiosos “puros” não.
Falta a esta religiosidade uma ascese que de fato os “eleve”, embora pareçam tão ligados aos temas contemporâneos, na verdade tem um deus idealista e não pretensamente realista como desejariam, seu concreto é o deus estado moderno sua economia, ou o direito positivista e sua visão estreita de justiça, resulta em uma ascese desespiritualizada.
Buscar as coisas do alto, esta é a ascese verdadeira.Iniciada com a crítica ao idealismo, em “A ideologia alemã” (1932), onde discorre sobre Feuerbach, B. Bauer e Stirner, que chega a chamá-los de são Buer e são Stirner, pela pretensão de serem teologias.
Se a essência do idealismo é a separação de objeto e sujeito, faço uma inversão proposital, a essência do pensamento religioso para Ludwig Feuerbach é separação do sujeito e os objetos sensíveis, pois para ele a consciência do objeto pode ser, embora distinta da consciência de si, uma consciência que coincide logo em seguida ao se tratar do objeto religioso, devido sua “transcendência” é exatamente o que o faz retornar-se a consciência de Si, explico.
Para Feuerbach, e o objeto sensível está fora do ser (embora a ontologia aqui seja só um apelo), o objeto religioso está nele, é um objeto intrínseco, e tão pouco o abandona, a sua consciência moral o abandona, é um objeto íntimo, e mesmo o mais íntimo, é o mais próximo de todos e então está ligado sempre.
A sua crítica a Teologia, usando o idealismo pressupõe essencialmente um juízo crítico, a “diferença entre o divino· e o não-divino, entre o que é e o que não é digno de adoração”, assim com este dualismo é possível jogar todo a essência do divino na vala comum do Ideal.
A consciência de Deus é a consciência em si do homem para ele, eis o idealismo Hegeliano tornado religião: o conhecimento de Deus que é o conhecimento de si do homem, n]ao há um para-si de Deus ao homem.
A negação do sujeito é considerada como irreligiosidade, e sua relação com objetos sensíveis, uma negação do sujeito, eis a religião ateia de Feuerbach, a qual Marx se voltará chamando-os de Velhos Hegelianos, e procura fazer aqui nova a sua inversão, agora do objeto ao sujeito, eis a nova versão “religiosa” dos Jovens Hegelianos, como Marx, mesmo criticando a principal tese ateia de Feuerbach: “o pensamento vem do sujeito”, e não do objeto
“Não se trata mais do Céu para Terra” disse Marx, mas agora “da terra para o céu”, ou seja, do objeto para o sujeito, da força de trabalho e da produção, para sua divinização (do objeto, do dinheiro, da economia, etc.).
Se para Marx, a fetichização era a separação do trabalho de seu instrumento de trabalho e da mercadoria, fetichização pode ser a reificação (res – coisa) ou a objetivação para estes jovens “hegelianos”, onde vê a separação entre o sujeito e o objeto, no fetichismo religioso é a separação do consumo (pecaminoso) do indivíduo (visto numa autoconsciência) ao qual o religioso deve “assistir” e viver seu “concreto”.
A relação justa com o dinheiro, com o trabalho, com a saúde e educação, não é senão uma superação da visão idealista religiosa, sua consumação num homem em relação harmônica com o mundo, e neste caso, também a beleza, a poesia e vida saudável teria uma perspectiva, para os religiosos “puros” não.
Falta a esta religiosidade uma ascese que de fato os “eleve”, embora pareçam tão ligados aos temas contemporâneos, na verdade tem um deus idealista e não pretensamente realista como desejariam, seu concreto é o deus estado moderno sua economia, ou o direito positivista e sua visão estreita de justiça, resulta em uma ascese desespiritualizada.
Buscar as coisas do alto, esta é a ascese verdadeira.Iniciada com a crítica ao idealismo, em “A ideologia alemã” (1932), onde discorre sobre Feuerbach, B. Bauer e Stirner, que chega a chamá-los de são Buer e são Stirner, pela pretensão de serem teologias.
Se a essência do idealismo é a separação de objeto e sujeito, faço uma inversão proposital, a essência do pensamento religioso para Ludwig Feuerbach é separação do sujeito e os objetos sensíveis, pois para ele a consciência do objeto pode ser, embora distinta da consciência de si, uma consciência que coincide logo em seguida ao se tratar do objeto religioso, devido sua “transcendência” é exatamente o que o faz retornar-se a consciência de Si, explico.
Para Feuerbach, e o objeto sensível está fora do ser (embora a ontologia aqui seja só um apelo), o objeto religioso está nele, é um objeto intrínseco, e tão pouco o abandona, a sua consciência moral o abandona, é um objeto íntimo, e mesmo o mais íntimo, é o mais próximo de todos.
A sua crítica a Teologia, usando o idealismo pressupõe essencialmente um juízo crítico, a “diferença entre o divino· e o não-divino, entre o que é e o que não é digno de adoração”, assim com este dualismo é possível jogar toda a essência do divino na vala comum do Idealismo abstrato.
A consciência de Deus é a consciência em si do homem para ele, eis o idealismo Hegeliano tornado religião: o conhecimento de Deus que é o conhecimento de si do homem, n]ao há um para-si de Deus ao homem.
A negação do sujeito é considerada como irreligiosidade, e sua relação com objetos sensíveis, uma negação do sujeito, eis a religião ateia de Feuerbach, a qual Marx se voltará chamando-os de Velhos Hegelianos, e procura fazer aqui nova a sua inversão, agora do objeto ao sujeito, eis a nova versão “religiosa” dos Jovens Hegelianos, como Marx, mesmo criticando a principal tese ateia de Feuerbach: “o pensamento vem do sujeito”, e não da relação com o objeto
“Não se trata mais do Céu para Terra” disse Marx, mas agora “da terra para o céu”, ou seja, do objeto para o sujeito, da força de trabalho e da produção, para sua divinização (do objeto, do dinheiro, da economia, etc.).
Se para Marx, a fetichização era a separação do trabalho de seu instrumento de trabalho e da mercadoria, fetichização pode ser a reificação (res – coisa) ou a objetivação para estes jovens “hegelianos”, onde vê a separação entre o sujeito e o objeto, que no fetichismo religioso é a separação do consumo (pecaminoso) do indivíduo (visto numa autoconsciência) ao qual o religioso deve “assistir” e viver seu “concreto”.
A relação justa com o dinheiro, com o trabalho, com a saúde e educação, não é senão uma superação da visão idealista religiosa, sua consumação num homem em relação harmônica com o mundo, e neste caso, também a beleza, a poesia e vida saudável teria uma perspectiva, já para os religiosos “puros” não.
Falta a esta religiosidade uma ascese que de fato os “eleve”, embora pareçam tão ligados aos temas contemporâneos, na verdade tem um deus idealista e não pretensamente realista como desejariam, seu concreto é o deus estado moderno e sua economia, ou o direito positivista e sua visão estreita de justiça, que resultam em uma ascese desespiritualizada.
Buscar as coisas do alto, esta é a ascese verdadeira.Iniciada com a crítica ao idealismo, em “A ideologia alemã” (1932), onde discorre sobre Feuerbach, B. Bauer e Stirner, que chega a chamá-los de são Buer e são Stirner, pela pretensão de serem teologias.
Se a essência do idealismo é a separação de objeto e sujeito, faço uma inversão proposital, a essência do pensamento religioso para Ludwig Feuerbach é separação do sujeito e os objetos sensíveis, pois para ele a consciência do objeto pode ser, embora distinta da consciência de si, uma consciência que coincide logo em seguida ao se tratar do objeto religioso, devido sua “transcendência” é exatamente o que o faz retornar-se a consciência de Si, explico.
Para Feuerbach, e o objeto sensível está fora do ser (embora a ontologia aqui seja só um apelo), o objeto religioso está nele, é um objeto intrínseco, e tão pouco o abandona, a sua consciência moral o abandona, é um objeto íntimo, e mesmo o mais íntimo, é o mais próximo de todos e então está ligado sempre.
A sua crítica a Teologia, usando o idealismo pressupõe essencialmente um juízo crítico, a “diferença entre o divino· e o não-divino, entre o que é e o que não é digno de adoração”, assim com este dualismo é possível jogar todo a essência do divino na vala comum do Ideal.
A consciência de Deus é a consciência em si do homem para ele, eis o idealismo Hegeliano tornado religião: o conhecimento de Deus que é o conhecimento de si do homem, n]ao há um para-si de Deus ao homem.
A negação do sujeito é considerada como irreligiosidade, e sua relação com objetos sensíveis, uma negação do sujeito, eis a religião ateia de Feuerbach, a qual Marx se voltará chamando-os de Velhos Hegelianos, e procura fazer aqui nova a sua inversão, agora do objeto ao sujeito, eis a nova versão “religiosa” dos Jovens Hegelianos, como Marx, mesmo criticando a principal tese ateia de Feuerbach: “o pensamento vem do sujeito”, e não do objeto
“Não se trata mais do Céu para Terra” disse Marx, mas agora “da terra para o céu”, ou seja, do objeto para o sujeito, da força de trabalho e da produção, para sua divinização (do objeto, do dinheiro, da economia, etc.).
Se para Marx, a fetichização era a separação do trabalho de seu instrumento de trabalho e da mercadoria, fetichização pode ser a reificação (res – coisa) ou a objetivação para estes jovens “hegelianos”, onde vê a separação entre o sujeito e o objeto, no fetichismo religioso é a separação do consumo (pecaminoso) do indivíduo (visto numa autoconsciência) ao qual o religioso deve “assistir” e viver seu “concreto”.
A relação justa com o dinheiro, com o trabalho, com a saúde e educação, não é senão uma superação da visão idealista religiosa, sua consumação num homem em relação harmônica com o mundo, e neste caso, também a beleza, a poesia e vida saudável teria uma perspectiva, para os religiosos “puros” não.
Falta a esta religiosidade uma ascese que de fato os “eleve”, embora pareçam tão ligados aos temas contemporâneos, na verdade tem um deus idealista e não pretensamente realista como desejariam, seu concreto é o deus estado moderno sua economia, ou o direito positivista e sua visão estreita de justiça, resulta em uma ascese desespiritualizada.
Buscar as coisas do alto, esta é a ascese verdadeira.
A primeira mutação aórgica
Como se originou exatamente a vida é ainda uma especulação, uma das teorias mais elaboradas foi feita por Lynn Margulis (1938-2011) primeira esposa de Carl Sagan famoso pela série Cosmos, a teoria dela chamada de Endossimbióse.
Nesta teoria as mitocôndrias e cloroplastos tornam-se organelos em uma célula, os primeiros por energia química e o segundo por fotossíntese, embora a teoria nunca foi comprovada em laboratório é interessante, Teilhard Chardin as chamava de “cadeia de moléculas carbonadas” (O fenômeno humano) e ATP (adenosina trifosfato) molécula transportadora de energia nos seres vivos, há outras teorias é claro.
Fundamentalistas de plantão fiquem calmos, também no Genesis da Bíblia está que Deus fez o homem do barro e depois soprou-lhe nas narinas, assim também a vida surgiu em determinado momento (Genesis 2,7), e o texto anterior diz que “mas subia da terra um vapor que regava toda a terra” (Gn 2,6), esse vapor bem que podia ser o CO2.
Talvez nunca saibamos exatamente como isto aconteceu, porém é certo que a Terra e a Natureza vieram antes que os organismos vivos e certamente depois deles (ou da maioria deles) apareceu o homem, porém a mutação aórgica não parou ai.
As mutações gênicas, embora raras podem acontecer, elas podem fazer surgir novos genes numa determinada população, por mecanismos de adaptação natural, se determinadas características forem favoráveis à sobrevivência e à reprodução em determinado ambiente, portanto se o ambiente muda as mutações podem tornar-se estáveis no novo ambiente.
A terra passou por diversas mudanças ambientais, e talvez a que estamos passando seja a que mais profundamente afeta a estabilidade do meio ambiente, pássaros e animais foram extintos e florestas e ambientes naturais devastados, assim é de se esperar que alguma mutação ocorra, porém será o ambiente o primeiro a mudar e reagir, assim fenômenos naturais podem ocorrer.
Isto levam muitos anos para ocorrer, mas de repente rompem-se numa cadeia de mutações, assim a descreve Teilhard Chardin: “os irresistíveis desenvolvimentos que se ocultam nas mais frouxas lentidões, – a extrema agitação que se dissimula sob um véu de repouso, – o inteiramente novo que se insinua no íntimo da repetição monótona das mesmas coisas” (Chardin, 1965, p. 8).
Em tempos de riscos pandêmicos, olhar ao universo da cosmogênese que vivemos é essencial.
CHARDIN, T. O fenômeno humano. BR, São Paulo : Herder, 1965.
A cura do Outro
Gandhi afirmava que “não se pode ferir o outro sem ferir a si próprio”, porém Carl Jung tem uma receita ampliada “aquele que cura o outro, cura a si próprio”, em termos de pandemia é bom pensar nisto, cuidar o distanciamento, as regras de higiene, etc.
Alguns dizem isto nunca vai acontecer comigo, são pessoas já com comorbidades, etc. sim eles estão no grupo de risco, mas a pandemia agora com as novas cepas ampliaram o “grupo de risco”, pode-se dizer toda a sociedade está vulnerável.
E junto com a pandemia, as economias estão ruindo, mas os modelos idealistas continuam aí, temos a resposta a tanto tempo, não se esqueçam que elas já foram testadas, assim não se trata deste ou daquele modelo, todos modelos atuais estão centrados na “economia” como centro de qualquer política e não no ser humano, isto valeu ainda mais profundamente nesta crise.
A usina de Fukushima por exemplo, houve tremores naquela região recentes, mostrou novos vazamentos, a água usada para resfriá-la será jogada no mar e então irá pelo mundo agora.
Se tivermos outros acidentes naturais, terremotos estão sempre acontecendo aqui e ali, e se forem perto de outras usinas, e se outro tipo de crise planetária, diferente da pandemia vier, e isto não é só pessimismo, é uma possibilidade que todos sabemos que existe.
Sim agora o problema é a doença, fonte da cegueira atual, ela é também um prolongamento da crise cultural e noite de Deus, vejam os diversos tipos de religiosidade que cresce, os apelos e profecias não faltam em todo canto, a meu ver alguma poderá ser verdadeira inclusive, mas não se trata disto e sim de perguntarmos como vai a vida “saudável” no planeta, e ai entra o Outro.
Diziam que a crise era das mídias, ou das redes que é uma coisa bem distinta, agora são a salvação para manter os contatos com a devida distância, hora não eram os celulares que faziam isto e porque não fazem agora, manter empresas e escolas funcionando, não é tão mal, o uso sim.
Claro que não, a perda das relações independe dos meios (as mídias) que usamos, e colocar-se em rede é ainda melhor, agora parece mais claro é colocar-se primeiro diante dos mais próximos, cuidar e se ocupar deles, coisas que lembramos de serem feitas pelos nossos avós, que pareciam fechados e atrasados, mas eles sabiam o que significava ser próximo, ser amoroso e ser fiel.
Salvar a economia mesmo que as pessoas morram, eis o fundamento de um mundo onde no fundo é a economia que todos estavam preocupados, talvez uma minoria pensasse realmente no bem-estar e no equilíbrio da vida vivida na essência, sem luxo e com um certo “conforto”.
Lembre-se que o oeconomicus em grego, tratava-se da economia doméstica e da agricultura, é verdade que a economia evolui muito, porém não devia ter perdido as origens, organizar a economia “doméstica” das pessoas e produzir alimentos, parece o essencial nesta crise.
Não temos só que nos curar, é preciso curar e cuidar do outro, assim nos ensinam nossos heróis da medicina, pois as consequências serão para todos, a descoberta desta interdependência é saudável para um mundo que começa a se fechar em nacionalismos e mentalidades autoritárias.
Deserto, existência e sonhar
A existência já apontamos em outros posts depende de viver o instante que passa, época de mudanças implicam em conhecer e saber que há momentos de deserto em que a própria existência parece em cheque é preciso neste momento não parar de sonhar, um futuro que virá.
O que buscamos ou o que encontramos no deserto é a compreensão do que desenvolvemos esta semana na angústia, não a que leva a frustação, mas justo sem oposto, no conceito desenvolvido apontamos não viver de sentidos emprestados do cotidiano, olhá-lo como oportunidade.
O segundo sentimento de deserto, é aquele que o filósofo Kierkegaard apontou como repetição, a sensação de que tudo parou e não há nada além do deserto, a existência parou e pode até parecer que ela se findou, há uma outra repetição que mira no essencial que é rapaz de ir além.
Ela que lida com a frustração e que nos faz continuar a sonhando, mas afirmamos não são os prazeres, a fortuna (aqui no sentido financeiro) e nem mesmo o deixar acontecer e deixar o mundo como ele é que se encontram sonhos mesmo num deserto.
Justamente porque é mudança de época, valores e sentimentos estão em ebulição, que podemos encontrar novos sonhos, realizáveis é claro, mas as vezes mesmo loucos podem ser realizáveis.
O que separa um do outro não é a profundidade de um sonho, mas a perenidade do que se busca, se buscamos só os prazeres, o poder ou a preponderância sobre o Outro, não são sonhos, são no fundo evasivas dos verdadeiros sonhos, não são generosos com toda a humanidade.
Porém o que mais se busca são estes sonhos transitórios, e a frustração segue a eles quase inevitavelmente, claro alguns ficarão ricos, terão êxtases de prezares, porem a custo alto.
É como a passagem bíblica, ao receber os discípulos de João Batista, que vivia no deserto, disse as multidões que o seguiam (Mt 11,7-9): “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. Então, o que fostes ver? Um profeta?”, uma profecia é também um sonho.
É preciso a angústia filosófica para sonhar, entrar num círculo virtuoso de um sonho realizável.
As vacinas estão na fase de testes
Todas as vacinas estão na fase de testes, apenas a vacina russa com seu mega imperador Putin aprovou vacinas, mas ninguém confia nelas.
O grupo americano de biotecnologia Moderna, um dos que estão conduzindo testes na fase 3 nos Estados Unidos prometendo resultados para dezembro foi solicitado em setembro dar mais transparência em seus relatórios, quase sempre entregues ao governo em caráter “confidencial” revela as pressões sobre o FDA (Agência americana de Medicamentos) pois a eleição está próxima e poderia favorecer o governo, mas a própria empresa não acredita em prazos curtos.
Outro laboratório a Pfizer, uma das vacinas mais promissoras rendeu polêmicas esta semana devido a infecção e morte de uma das pessoas recrutadas para testes, um voluntário brasileiro que faleceu, mas segundo o site Bloomberg o rapaz estava no grupo dos placebos dos testes e não recebeu a dose ativa da vacina.
Esclarecendo os testes são chamados de duplo cego, isto é nem os médicos nem os pacientes sabem que versão foi aplicada, é aplicado em alguns um placebo e em outros a própria vacina, sendo esta uma das formas mais confiáveis de testagem, somente em casos como este da morte de um voluntário a dose é revelada.
A polêmica da vacina chinesa, que ainda está sem aprovação e com prazo para outubro de 2021, teve uma crescente politização da vacina como já alertamos no post da semana passada, mais uma polarização social agora neste assunto, que deveria ser uma preocupação de todos independentemente da ideologia.
O problema da obrigatoriedade da vacina deve ser tratado de forma democrática, e a polêmica não ajuda o consenso público que neste caso já é improvável, é de se lamentar a politização do tema, a judicialização é ainda mais lamentável, lembro o caso dos drogados cuja internação involuntária não foi aprovada.
A fase de testes, segundo especialistas e a própria OMS, deve se prolongar ainda por 2021, qualquer antecipação prematura da vacina será tão grave quanto a própria pandemia, e o resultado pode ser desastroso e sujeito a processos judiciais.
Esperamos que a vacina venha, que seja um consenso mundial a sua validade, que a politização do tema diminua e que possamos sair menos polarizados da pandemia, é um tema altruísta, mas precisamos ter esperança de uma humanidade melhor, senão tanto sofrimento num ano desastroso de nada valeu.
Número de casos cresce e as vacinas
O número de dados voltou a crescer, se olhamos o vale do dia 7 de setembro, feriado nacional no Brasil, vemos o vale de decréscimo com 10 mil casos, nesta avaliação de curto prazo é melhor o número de infectados, porque o número de mortes só será afetado de 7 a 14 dias, que neste período também voltou a crescer.
Foi um escândalo e comentado em todo país a descida dos paulistas para as praias litorâneas, coincidência ou não, é um dado real e científico, o número de casos voltou a crescer e o número de mortes voltou a aproximar das mil diárias.
Enquanto a vacina não vem, teremos que conviver com esta realidade, o período de um possível lockdown passou o vírus está em todo país e o único isolamento que funciona é o social para evitar a infecção entre pessoas próximas, partindo justamente da ideia que todos podem ser portadores do vírus agora e todo cuidado é necessário.
Agora estamos a espera da vacina, e o caso de um efeito colateral de uma mulher em Londres da vacina de Oxford, a que usa o princípio vetor viral, o efeito foi uma mielite transversa que causa um problema neurológico e pressão alta, sendo possível que a causa foi um fator externo a fórmula, a mulher passa bem, há avaliação do caso por um comitê que é independente (vejam o quão complexo e sério devem ser os testes), e a retomada dos testes já foi autorizada, há outras 6 na fase dos testes.
É importante notar que o problema foi o efeito colateral e não a infecção, a vacina da Oxford e do Laboratório Astrazeneca, que tem participação do laboratório da Fiocruz brasileira, não tem possibilidade de infecção, ela não replica o vírus, por isto é considerada segura, mas efeito colateral existem em quaisquer remédios e vacinas e deve-se prescrever os casos, como aqueles que encontramos nas bulas, do tipo, crianças ou adultos não podem tomar, etc.
O caso foi importante para que todos tenhamos consciência da seriedade e da lentidão dos testes, que são necessários.
Outras vacinas sobem na “cotação”, a vacina da Pfizer. que segue o princípio ácido nucleico (RNA), e com boa cotação na área médica, porém esta também está sujeita aos testes e sem a avaliação das “contraindicações” não se deve apressar seu uso, por isto, a demora, é necessária e não se pode dispensar esta fase.
Socialmente o que esperamos, passado um período de ajuda (deve ir até o final do ano, mas que já está ai), é preciso já começar a pensar nas consequências econômicas, sociais e educacionais, elas serão fortes e exigirão o esforço de todos e deve-se pensar não como um peso, mas como uma necessidade social que determinados grupos tenham proteção.
É o caso de idosos, crianças e grupos socialmente marginalizados, se a sociedade e as políticas públicas não abraçarem estas pessoas, as consequências sociais que já são graves, poderão ir para o campo do descontrole e seria uma tragédia.