Arquivo para setembro, 2014
Alguns aplicativos para as eleições
Embora não seja o melhor, o aplicativo do TSE chamado VoteCerto! é pouco criativo e faz dá informação básicas dos candidatos como: bens declarados, doadores, e coisas que poderiam encontra no site do TSE.
Quase a mesma coisa é o app Acordei, com dados do TSE, mas destaca o nível de instrução, ocupação e os valores gastos na campanha, mostrando as relações com o poder econômico.
Um aplicativo bastante útil é o Ficha Limpa, onde a partir da lei que foi luta de muitos brasileiros passamos a ter conhecimento de candidatos com processos e os inelegíveis.
Para monitor o legislativo, mas com novas funções que ajudam a escolher candidatos a reeleição, o Monitora, Brasil! Ganhou novas funcionalidades a partir do trabalho dos que já atuaram no legislativo, número de processos (ícone vermelho) e saber quem está com problemas com a justiça.
Apesar de um pouco confuso, o Meu voto Digital ajuda a fazer uma colinha para você procuar seu candidato e também olhar em uma pesquisa informal de intenção de voto, mostrando quem é mais popular em cada Estado, para quem quer fazer uma espécie de “voto útil”.
Para os revoltados e que querem protestar nas eleições o app Protesto Eleições 2014 abre com o famoso punho em riste de protesto, algo meio revolucionário, você pode dar uma curtida em um dos candidatos e pode fazer seu próprio ranking dos mais populares no aplicativo, na aba protestos, tem o que as pessoas estão dizendo sobre os candidatos, mas nem sempre com opiniões muito mais qualificadas do que se vê pela internet.
Livros didáticos adaptados ao conhecimento
Pesquisadores da Rice University desenvolveram a plataforma OpenStax, de aprendizagem adaptativa para livros digitais, e alguns já estão sendo usados para treinar algoritmos para a aprendizagem por máquina que pode se adaptar a diferentes indivíduos.
Assim quando um usuário parece está tendo dificuldade com um tema específico, o livro vai se adaptando e adicionando detalhes extras e fazendo perguntas práticas, aumentando a ênfase em assuntos relacionados para auxiliar a compreensão.
O projeto desenvolvido na universidade Rice de Houstoun, tem como diretordo OpenStax College Richard Baraniuk, que afirmou “Queremos ser capazes de criar o livro perfeito para cada pessoa”.
OpenStax também incorpora algumas práticas de recuperação da informação, com um método de aprendizagem usando o material que os alunos já aprenderam usando-os em alguns testes ocasionais em aprendizagens futuras.
Este ensino personalizado já tem um teste inicial em algumas escolas de Houston, mas grandes instituições já manifestaram interesse, um é exemplo é o colégio de Salt Lake Community College (SLCC) que quer “treinar” livros para reforçar os algoritmos do Open Stax, disse Josan Pickavance do SLCC ao NewScientist: “Nós temos um corpo discente de tal forma variado em prontidão na faculdade”, dizendo que se dispunham a este treinamento.
O ser ainda dissociado das coisas
Os mais pragmáticos pensadores sobre a “condição humana” (Hanna Arendt), a “modernidade Líquida” (Bauman) e até mesmo a questão do “ser” (Heidegger) e do “outro” (Levinas e Paul Ricoeur), não rompem definitivamente com o idealismo de Kant que vê objetos fora do sujeito, e precisam de alguma forma de algum “sujeito transcendental” para auxiliar o “ser” a aproximar-se dos “entes”, ou seja, das coisas existentes.
A descoberta que devemos cuidar de nossa casa, ou seja, o planeta que habitamos ainda é uma sutil consciência de nossa relação com os objetos naturais, tão bem descritos por Edgar Morin, no seu Método, ao escrever sobre a Natureza da Natureza: “(…) para evitar a disjunção entre os saberes separados, obedece a uma sobressimplificação redutora, amarrando o universo inteiro a uma única fórmula lógica” (Morin, 1977, p.18).
Assim é preciso pensar na coisa como ela mesma, ou como afirmaria Edmund Husserl: “voltar as coisas mesmas” para entender que papel o homem tem com elas e não sem elas, que seria uma “transcendência”, mera irrealidade.
A leitura ainda insistente no tema, por semiótico e tecnosociólogos (tecnosocial é uma categoria emergente), levou Sterling* a pensar em algo como separar os humanos e os objetos para “compreendê-los como um sistema compreensivo e interdependente”, mas ainda não é retornar ao “ser” e nem ao “ente”, não é senão enfiá-los em simulacros (Baudillard) para dizer que ambos estão reificados.
Nós sempre nos relacionamos com as coisas, sejam elas pedras lascadas rudes do homem primitivo, sejam elas, modernas redes eletrônicas, a internet.
Confundir aqui o que está separado (no sentido de estar fora do “ser”) com aquilo que está dissociado, é uma circularidade “multiladora” afirma o mestre Morin, assim não devemos pensar em conceitos como matéria, espírito, energia, informação, luta de classes, como sendo equipotentes e fora do “ser”.
Uma pretensa “nova ontologia” que procura ver o objeto implicado por um fator de Zeitgeist (espírito do tempo) está inserida em uma nova tendência filosófica que emergiu sob o nome de realismo especulativo, ou filosofia orientada para o objeto, mas não é outra coisa senão um novo objetivismo, idealista ao separá-lo do sujeito, ela é então contraditória, uma “ontologia” do objeto mas “onto” é “ser” do grego.
*STERLING, B. Shaping Things. Cambridge, Mass.: Mit Press, 2005.