Arquivo para março, 2023
O que há além do humano
Certamente existente a natureza, os planetas e todo o universo, quando mais visto pelos engenhos humanos: as viagens interplanetárias e o megatelescópio James Webb, mais complexas e desafiando a inteligência humana.
Mas há algo no homem no além humano que está na sua consciência e nos seus sentimentos e afecções, há uma complexa centelha divina, diz o poeta que o faz procurar fora o que está dentro.
Imaginar que isto poderá estar numa máquina é apenas um dos aspectos do controle e da vontade de poder humano, cujo tema desenvolvemos na semana passada, o transumano cria uma ficção e uma fantasia humana de que o próprio homem criaria algo para ultrapassá-lo, a grande fantasia do desenvolvimento dos recursos da Inteligência Artificial atual, tudo que estiver lá o homem que pôs.
É o desejo humano de ser seu próprio criador e quem sabe atingir uma divindade terrena, porém ao contrário do que busca, a tecnologia não tem só a finalidade de destruir e também de auxiliar, pode por devaneio impelir forças extra-humanas de destruição.
Fomos criados pois o homem não existiu sempre na terra, e mesmo a hipótese de termos vindos de outros astros celestes, a fantasia dos alienígenas, que até podem existir, serão criados por algo que tem uma consciência infinita e maior que a nossa, teve que existir um princípio criador celeste e ontológico, com lógica do ser (onto).
Esta fantasia mística faz sentido, por que qualquer ciência, filosofia ou teologia que se preze vai especular sobre a criação humana, e qualquer escatologia vai pensar sobre o nosso destino.
Há um momento na vida terrena de Jesus, a figura histórica é incontestável, em que Ele se revela como divino aos seus discípulos, que ficam tão maravilhados que querem construir três tendas e ficarem ali, o evento chamado de “Monte Tabor” (foto), onde estavam com Jesus apenas três discípulos.
(Mt 17,1-3): “Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhe
A narrativa eletrônica
A rápida evolução da Inteligência Artificial, depois de uma séria crise até o final do milênio, trás no cenário da divulgação científica e às vezes até mesmo na própria investigação científica, tanto um aspecto mistificador que a vê além das possibilidades reais ou aquém do que é capaz.
Por isso apontamos no post anterior a evolução real e sofisticação dos algoritmos de Machine Learning e o crescimento da tecnologia de Deep Learning, esta é a evolução rápida atual, a evolução dos assistentes eletrônicos (já estão no mercado vários deles como o Siri e a Alexa) é ainda limitada e comentamos num post sobre a máquina LaMBDA que teria capacidade “senciente”.
Senciente é diferente de consciência, porque é a capacidade dos seres de perceberem sensações e sentimentos através dos sentidos, isto significaria no caso das máquinas terem algo “subjetivo” (já falamos da limitação do termo e sua diferença da alma), embora elas sejam capazes de narrativas.
Esta narrativa or mais complexa que seja é uma narrativa eletrônica, um algorítmica, com a interação de homem e máquina através de um “deep learning” é possível que ela confunda e até mesmo surpreenda o ser humano com narrativas e elaborações de falas, porem dependerá sempre das narrativas humanas das quais são alimentadas e criam uma narrativa eletrônica.
Cito um exemplo do chatGPT que empolga o discurso mistificador e cria um alarme no discurso tecnófobo e cria especulações até mesmo sobre os limites transumanos da máquina.
Uma lista de filmes considerados extraordinários, exemplifica o limite da narrativa eletrônica, devido a sua alimentação humana, a lista dava os seguintes filmes: “Cidadão Kane” (1941), “O Poderoso Chefão” (1972), “De Volta para o Futuro” (1985), “Casablanca” (1942), “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968), “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel” (2001), “Um Sonho de Liberdade” (1994), “Psicose” (1960), “Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca” (1980) e “Pulp Fiction” (1994).
Nenhuma menção do japonês Akira Kurosawa, do alemão Werner Herzog ou do italiano Frederico Felini, só para citar alguns, sobre ficção não deixaria fora da lista Blade Runner – o caçador de androides, bem conectado as tecnologias do “open AI” ou o histórico Metrópolis (de 1927 do austríaco Fritz Lang).
A narrativa eletrônica tem a limitação daquilo que a alimenta que é a narrativa humana, mesmo sendo feita pelo mais sábio humano, terá limitações contextuais e históricas.
A tendência do Machine Learning
Até a chegada do século XXI a Inteligência Artificial vivia uma grande crise, conseguia fazer uma grande quantidade de raciocínios lógicos, tratar e racionalizar equações, fazer inferências, mas o volume de dados “humanos” em jogo era pequeno, o surgimento da Web e a adesão de bilhões de pessoas a ela, possibilitou um novo cenário: o Big Data, uma grande quantidade de dados humanos.
Estes dados amplos e complexos podem ser processados com resultados precisos em grande escala, com isto é possível tratá-los por máquina, de modo que a máquina “aprenda” tendências, esta aprendizagem de (não por) máquina é chamada “Machine Learning”.
Com isto é possível identificar oportunidades e evitar erros tais como, insistir em discursos “lógicos” porém fora das tendências, não se trata de ir na moda, mas justamente identifica-la para corrigi-la ou propor outras alternativas, e isto são as oportunidades reais.
O big data identifica padrões de dados, cria e analisa as conexões entre eles e torna a execução de determinada também mais inteligente, podendo contar ou não com a supervisão humana.
Nestes dois tipos, a supervisionada e não supervisionada, a “aprendizagem” de máquina será sempre essencial, na supervisionada há interação humana controlando a entrada e saída de dados e com isso interfere diretamente no treinamento de máquina, enquanto na não supervisionada, os algoritmos utilizam deep learning (aprendizagem profunda) para tratar e resolver tarefas complexas sem intervenção humana.
Um algoritmo importante para buscas semânticas foi feito por uma equipe do GitHut: Hamel Husain. Ho-Hsiang Wu e Tiferet Gazit, e dois pesquisadores da Microsoft: Miltiadis Allamanis e Marc Brockschmidt, que avalia o estado a evolução de algoritmos de busca semântica e inclusive disponibilizam o código pelo site GitHub.
https://arxiv.org/pdf/1909.09436v1.pdf