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O episódio da sarça ardente
A história da saída do povo israelita do Egito começa num evento extraordinário no qual Moisés levando o rebanho de Jetro, sou sogro e sacerdote de Madiã (a história registra-o como druso) e próximo ao monte Horeb vê uma sarça em fogo mas que não a consome (Ex 3,3): “Vou aproximar-me desta visão extraordinária, para ver por que a sarça não se consome”.
Ali recebe a missão de retirar seu povo do Egito e começará o episódio da Fuga do Egito, assim como Abraão se retirara de um caminho improvável da Ur dos Caldeus, também Moisés vai fazer uma rota indo pela região de Madiã, na narrativa bíblica este povo é também de origem abraâmica visto que Abraão após a morte de Sara teve Midiã ou Madiã com sua esposa Quetura.
O registro histórico das pragas do Egito que antecedem a fuga, pode ser encontrado no “papiro de Ipuwer” descoberto no Egito no início do século passado, e levado ao museu de Leiden na Holanda, ele foi decifrado por A. H. Gardiner, e foi encontrado próximo a cidade de Avaris.
Os israelitas no início da perseguição são estabelecidos nos entrepostos de Rameses e Pitom, depois começam a migrar para Sucode, e dali iniciam a fuga para o deserto do Sinai, será em Horeb onde Moisés viu a sarça ardente que receberá a tábua da lei, os dez mandamentos.
A ligação de Jetro com os madianitas, era sacerdote, é fundamental no apoio logístico para a caravana em fuga, e provavelmente está é a razão que fizeram um caminho mais longo, e vemos pelo mapa que é provável que no final da perseguição acontece um novo episódio milagroso que é a passagem a é enxuto pelo Mar.
A história seguinte do povo vai falar de muitas ligações com os moabitas (Rute era moabita e Ló teria dado origem ao povo através de um incesto com a filha) eles viviam no deserto assim o caminho até Canaã será mais longo ainda, os egípcios ainda dominavam a região, o que era para ser realizado em dias diz a narrativa que levou 40 anos.
Na história naquela região viviam trogloditas, não no sentido folclórico que conhecemos, mas o fato que habitavam em cavernas e casas escavadas nas montanhas, como também era característica ao norte na conhecida Capadócia, região de tantos místicos da antiguidade.
As perseguições e emigrações sempre atingiram os povos nas guerras devido a paranoia e desejo de conquista dos donos do poder.
A paz que poucos desejam
Enquanto se desenrolam batalhas sangrentas sem grandes avanços da contraofensiva ucraniana, de lado a lado, percebe-se o que a guerra produz: a falta de princípios e um crescente ódio entre as partes os envolvidos, que hoje escapam poucos países.
Do lado russo, cresce a desumanidade com as próprias tropas, o general Ivan Popov, comandante do 58º. Exercito de Armas Combinadas, que atua na frente de combate de Zaporizhzhia, foi demitido pelo ministro Sergei Shoigu por acusa-lo de traição e pouco apoio as tropas em combate, outros generais também estão afastados ou “descansando”.
Isto certamente não é contrapropaganda, uma vez que também o líder mercenário o acusou das mesmas coisas, e dizia que as tropas estão sendo mortas por pouco apoio logístico.
Do lado ucraniano, após reunião da OTAN dia 12 de julho, há um aceno claro para a entrada da Suécia no bloco, lembramos que a vizinha Finlândia já está, quanto a OTAN continua apenas o apoio e promessas futuras de adesão, no entanto o ministro da Inglaterra declarou que Zelensky deveria demonstrar mais gratidão, Zelensky reagiu perguntando ao seu ministro da defesa que estava na plateia se tem boa relação com o britânico Ben Walace, e depois pediu que fizesse uma ligação a ele.
O preocupante do lado ucraniano é a entrega de bombas fragmentadoras que são proibidas em acordos internacionais, e que os EUA se propõem a fornecer ao aliado.
Seja por interesses ideológicos e econômicos, seja por não acreditarem numa escalada de uma terceira guerra mundial, que seria o maior desastre civilizatório da humanidade, há pouco desejo e empenho pela paz, alguns países e liderança que tentaram não conseguiram ser resilientes a decisão e transparece que também eles têm interesses ocultos nesta guerra.
Os sinceros e verdadeiros humanistas não podem desejar que a escalada desta guerra continue, e não é “mais uma guerra” uma vez que envolve pesados interesses e ameaças.
A venda de José, filho de Jacó
A história de Esaú e Jacó tem continuidade na geração seguinte, entre os filhos de Jacó, agora Ismael depois que lutou com o anjo, José era o mais amado o que gerou inveja nos irmãos que planejam mata-lo mas depois decidem vendê-lo a uma caravana egípcia a um chefe da caravana chamado Potifar, mas José no Egito torna-se prisioneiro porque a mulher de Potifar gostava dele e o envolveu em uma cilada por se recusar a trair seus ensinamentos.
Na prisão ele consegue desvendar os sonhos de um prisioneiro que era copeiro-mor e diz que ele será libertado e torna-se copeiro no palácio do Faraó que também tem sonhos estranhos, e então o copeiro lembra-se de José e ele desvenda o sonho do Faraó que era para armazenar alimentos (na foto como era o mapa deste período).
Os irmãos de José recorrem ao Egito devido a escassez de alimentos e se deparam justamente com José, que os reconhece e manda-os para a prisão, mas acaba por perdoá-los e providencia o trigo que precisavam e diz que tudo aconteceu para que ele pudesse socorrê-los,
Em uma obra de 4 volumes, o famoso escritor Thomas Mann (autor de A Montanha Mágica) escreveu a história de José, filho de Jacó que é vendido pelos irmãos, por inveja, como escravo aos egípcios por 20 moedas de prata, a questão histórica das moedas é importante porque elas apareceriam somente mais tarde, porém ouro e prata já eram usadas nos negócios de escambos.
A obra de Thomas Mann foi escrita para lutar principalmente ao Hitlerismo que crescia em seu país, não se tratava de lutar apenas contra o antissemitismo, mas principalmente percebia um crescente discurso autoritário presente na Alemanha de sua época.
Também o brasileiro Oscar Pilagallo em seu livro “A Aventura do Dinheiro” cita Thomas Mann e também Fausto de Goethe em sua obra, e com isto conta a história de José.
No contexto que desenvolvemos, a evolução da noosfera, a importância do texto de Thomas Mann é que ele consegue entender a influência babilônica nos contos judaicos, assim como depois do Exilio no Egito também sofrerão influências, e posteriormente dos gregos e romanos.
A lição que podemos tirar de José do Egito é que Deus tirou de um mal, um bem maior e redimiu os irmãos de José apesar do crime que cometeram, a história bíblica não é serve para aos que pensam em vingança ou ódio, é puro amor a humanidade.
A lição de Esaú e Jacó
Há um livro de Machado de Assis sobre dois irmãos também chamados Esaú e Jacó os quais um era monarquista e outro republicano, e faziam sua mãe sofrer pela disputa entre os dois, a história narrada pelo alter-ego de Machado de Assis o conselheiro Aires, trata da luta dos irmãos gêmeos Pedro e Paulo, em intermináveis conflitos e reconciliações desde o útero da mãe até o começo da idade adulta, e também o amor de ambos pela jovem Flora Batista.
Na narrativa bíblica Esaú é mais velho e diz também que Jacó nasce instantes depois segundo a interpretação bíblica “agarrado ao calcanhar do irmã”, por uma estratégia de engana o pai (veste-se com peles pois o irmão tinha mais pelo) e apesar do seu pai Isaque estar cego reconhece a voz, mas acaba enganado e abençoa o filho, na tradição judaica o mais velho é o patriarca que deve seguir o pai no comando do povo hebreu.
Mas Jacó passará muitos anos fugindo do irmão Esaú por tê-lo usurpado e quando vai ao encontro do irmão luta “uma noite inteira com um anjo” que ao final da luta fere-o no nervo da coxa e passa a mancar depois disto, mas ao final da luta consegue o que queria “ser abençoado” apesar do que havia feito (Gênesis 32:26).
Após a luta o nome Jacó será renomeado para Israel pelo anjo, que significa aquele que lutou com Deus e o lugar da luta que existe é chamado Penuel, próximo ao vau de Jaboque (passagem onde o rio é raso), um dos afluentes do rio Jordão (foto).
A figura de Jacó não tem comprovação histórica, porém as doze tribos que nascem de sua descendência, as famosas doze tribos de Israel, cujas mais conhecidas e citada na história e na narrativa bíblica são ao norte: Asser, Naftali e Manassés Oriental, ao centro Manassés, Dá, Zebulon e Efraim, ao sul: Judá, Rúben e Moab (do famoso deserto), dos filhos de Israel tem ainda José (seus Efraim e Manassés), Benjamin e Levi, que eram sacerdotes não tiveram herança territorial.
Formavam um Reino Unido com diferentes tarefas, a historiografia oficial registra como Reino Unido de Israel e Judá, já que da tribo de Judá sairá a descendência de David, e registra-o como no período de 930 a.C. a 730 a.C. quando foi conquistado pelos neoassírios do rei Salmanaser V, que cobrava pesados impostos dos israelitas.
A lição de Esaú e Jacó tanto pode ser relida para a atual polarização mundial, como para povos “irmãos” que lutam por pedaços de terra e poder.
Enxergando longe e cegando perto
Recentemente observatório especial James Webb enxergou a galáxia mais distante que o homem já pode observar, a galáxia chamada JADES-GS-Z13-0 (foto) está aproximadamente a 320 milhões de anos de anos do Big Bang, o que para nós é uma medida grande, para um universo de 13,5 bilhões de anos significa relativamente alguns segundo após o Big Bang (uma das teorias da formação do universo).
Por outro lado, assistimos a um mundo cada vez mais instável, mais injusto, impiedoso e perigoso, e com um perigo nuclear catastrófico próximo, parece que boa parte da humanidade trata como se tudo fosse uma normalidade, pouco se importando com o destino do planeta e do processo civilizatório que não está estagnado, mas regredindo em passos assustadores.
A estranheza desta descoberta do universo está ao mesmo tempo em que encontramos quantidades de Carbono e Oxigênio nestes corpos, o mesmo James Web descobriu um pouco depois que mais seis galáxias (Jades foi descoberta com outras três “perto”), que eram muito massivas onde se esperava no início do Universo corpos menores do que foram encontrados lá.
A descoberta mostrou que eles têm massas de aproximadamente 100 milhões de massas solares, enquanto o normal seria para galáxias mais jovens massas menores, a nossa Via Láctea por exemplo mais “velha” tem uma massa de 1,5 trilhão de massas solares.
Além disso é um berçário de estrelas, cerca de três sóis nascem lá todos anos, e suas massas são pobres em metais de substâncias químicas mais pesadas que o hélio e hidrogênio (lembremos que eles estão no topo da tabela periódica química a direita e a esquerda).
Se isto devolve a humildade ao conhecimento que temos do universo, o mesmo não acontece com cientistas sociais, antropólogos e paleontólogos, que quanto mais descobrem sobre a nossa origem no planeta, por exemplo que neandertais e o homo sapiens conviveram e até se cruzaram criando uma humanidade diversa, pouco tolerantes estamos com raças e culturas.
E a intolerância significa menos paz, mais perigos e agora não temos pedras, machados e arcos, temos armas nucleares e perigosas usinas atômicas que estão sujeitas não só aos limites humanos, mas também aos naturais e geológicos.
A geosfera e biosfera dependem hoje como nunca antes na história da noosfera e daquilo que cultivamos como cultura civilizatória e como visão das outras culturas e raças.
Os limites perigosos da guerra
Depois de um bombardeio matar civis na região de Lviv, na madrugada de ontem um bombardeio de avião atingiu um prédio escolar que era usado para ajuda humanitária na região de Zaporíjia, na Ucrânia, matando 4 pessoas e ferindo outras 13, desde o início da guerra a Rússia nega ter alvos civis, mas o massacre na região de Bucha ficará marcado na história (na foto a cidade de Mariupol atual).
Por outro lado, os Estados Unidos devem oferecer bombas fragmentadoras, que mutilam e matam na região onde são usadas, fazendo uma análise puramente militar que os avanços da contraofensiva ucraniana aconteceriam de forma mais rápida.
Na Espanha que terá eleições no próximo dia 23, a ministrada da defesa Margarida Robles se opõe ao envio deste tipo de munição enquanto a Alemanha se opõe a entrada da Ucrânia na OTAN, uma vez que em período de guerra um país não pode aderir ao tratado.
O primeiro ministro britânico acompanhou a posição espanhola, mas declarou aos repórteres que “continuaremos a fazer nossa parte de apoiar a Ucrânia contra a invasão ilegal”.
O ex-presidente e ex-primeiro ministro da Rússia Dimitri Medvedev voltou a referir-se a um “armagedom nuclear” devido ao apoio americano a guerra e a posição sobre bombas ilegais.
A polêmica com o grupo de mercenário russos Wagner continua, e o envio novas tropas russas na ordem de centena de milhares para a frente de combate indicada que a denúncia do grupo que os generais omitem o número de mortos é provavelmente correto, e o número de baixas da guerra pode maior do que o noticiado.
Certamente o número de mortes deverá continuar e o perigo nuclear entra cada vez mais nas reportagens mundiais, espera-se juízo e equilíbrio em meio a uma situação difícil da história mundial.
Mercenários, combates intensos e paz dificil
A guerra no leste europeu continua sendo centro de preocupação para a paz mundial, após alguns avanços do exercito ucraniano, a Rússia voltou a avançar no leste em combate descritos como “ferozes” e avanços lentos dos ucranianos no sul, porém são as ameaças em torno maior usina nuclear da Europa, a Zaporizhzhia que ainda preocupam.
Seguem os debates em torno do grupo Wagner, seus reais objetivos e os perigos tanto para os russos como para o ocidente, já que seus métodos e interesses são impiedosos e cruéis, e pensar que poderiam ter acesso ao arsenal nuclear torna o fato ainda mais perigoso.
O papa envio um bispo para conversas com a igreja ortodoxa russa, que pode ser mediadora também, uma vez que tem acesso a Putin e o diálogo religioso entre as igrejas pode favorecer um futuro acordo d paz.
O envolvimento da OTAN e de seus aliados europeus cresce a cada passo novo na guerra, e agora o chanceler russo Lavrov passou a dizer que Zelensky é uma marionete o que acirra o confronto com a Europa e eleva o nível de tensão.
Até o início do outono europeu (primavera aqui o sul do hemisfério) a guerra deve permanecer intensa, mas com poucos avanços de lado a lado, o problema do outono lá e a proximidade do inverno é que se tornam mais estratégicos devido ao clima, a dependência de energia e um crescente aumento de dificuldades de movimentação no solo, até lá é importante alguma estratégia de paz.
O mundo espera por alguma trégua, porém o cenário é cada vez mais complexo, uma vez que o ocidente, através da OTAN se envolve cada vez mais no conflito, enquanto o desprezo e a crueldade russa com a Ucrânia crescem a cada combate uma vez que as perdas de vidas acirram o clima de animosidade e a situação econômica se deteriora.
O mundo e as pessoas de bom senso esperam pela paz, por uma solução negociada e a retomada da vida pacífica na região, que também melhoraria a condição humana no mundo.
Tensão interna na Rússia e a Paz
No sábado (24/06) aconteceu um levante de tropas aliadas ao grupo mercenário Wagner, de Yevgeny Prigozhin, dono de restaurantes empresas de catering na Rússia, chamado de “Chef de Putin”, mas ele próprio gostaria de ser chamado de açougueiro pela crueldade de suas tropas.
Partindo da cidade estratégia militar de Rostov on-Don no sul da Rússia e próximo ao Mar Negro, portando perto da costa onde a Rússia invadiu o território da Ucrânia, após a tomada da base militar russa, o grupo caminhou em direção a Moscou e em poucas horas estava apenas a 200 km em Moscou, que já havia tomado providencias com barricadas e até houve uma explosão em tanques de petróleo, em Voronezh, próximo a Moscou (foto).
Também foi registrado o abate de pelo menos 6 aeronaves e um helicóptero, entretanto a entrada em Moscou não seria pacífica e outras bases viriam para combater o grupo rebelde, Putin considerou uma “punhalada pelas costas” e inicialmente condenou Prigozhin e seus aliados ordenando que fossem capturados e chegou a dar uma declaração em rede estatal.
Como intervenção do presidente da Bielorrússia Aleksandr Lukashenko foi feita uma negociação, cujos termos não são claros, porém que isenta Prigozhin e seus aliados de qualquer culpa e foi oferecido asilo político na Bielorrússia, e as tropas recuaram pra evitar “um banho de sangue” e na noite de sábado a rebelião já havia recuado as bases de Rostov on-Don.
Foi visto um avião presidencial russo indo em direção ao norte, mas a informação local é que Putin não estaria a bordo, houveram diversas análises e teorias da conspiração, mas o abate de aeronaves e exílio e acordo com Prigozhin demonstram uma fragilidade interna de Putin.
É bom pensar que uma eventual tomada de poder de Prigozhin é mais perigosa que a própria guerra travada por Putin, uma vez que teria um enorme arsenal bélico nuclear em suas mãos.
Em meio a uma contraofensiva da Ucrânia tudo isto significa mais guerra e distancia a paz.
Faltam pacifistas sinceros que não sejam aliados de ditadores e cruéis mercenários, mas temos esperança que ela virá se corações e mentes se desarmarem.
Fenomenologia e o outro
O Outro não é uma categoria contemporânea, entretanto como que ela se realiza a partir da fenomenologia husserliana é algo inteiramente novo, não por acaso Heidegger, aluno e discípulo de Husserl pensou a ipseidade pensou o enraizamento da alteridade na própria “ipseidade” (Selbstheit) (o que diferencia um ser do outro, recusando-se a pensar o “si-mesmo” (Selbst) segundo as categorias da substância e da “identidade” (Identität), assim sua ontologia do Outro é inteiramente nova (dentro da filosofia).
Se queremos tratar da identidade, categoria própria de um período do individualismo e de pretensas totalidades finitas, podemos dizer que numa antropologia moderna mais atual, a “teoria” da identidade deve ser vista como dando ao Outro o aspecto “semelhante” enquanto “ser humano”, mas definido como “diverso” e “desigual” no conjunto de relações interétnicas, interculturais ou interreligiosas.
É este contato entre diversas culturas, religiões e até mesmo posições identitárias ideológicas, que está em jogo o processo civilizacional, não faltam “influencers” e grupos a incentivar um tipo de cultura em repulsa a outro, tratar o desigual e o diferente como “inimigo” e isto nem quer dizer que eles inexistam, numa guerra por exemplo, mas a negação do Outro.
Não faltam filósofos que trataram o tema, aquilo destacamos a fenomenologia de Husserl e suas influências: Heidegger, Edith Stein, destaco Paul Ricoeur (O si-mesmo como um outro) e Emmanuel Lévinas (Ética e infinito) e Hans-Georg Gadamer (Verdade e Método).
Mas também Habermas (O discurso filosófico da Modernidade e A inclusão do Outro) e Byung-Chul Han (A expulsão do outro: Sociedade, percepção e comunicação hoje) que são muito bons para análise da comunicação e sociedade nos dias de hoje, mas sem uma visão clara do Ser enquanto Ser como na ontologia heidegeriana.
Reconhecer o Outro como tendo uma dignidade e merecendo o respeito, mesmo que em posições diferentes da nossa é o remédio para a falta de empatia nos dias de hoje.
Esperança de paz e armas táticas
Em meio a tentativas internacionais de intermediar a guerra na Ucrânia, vários países africanos liderados pela África do Sul através de seu presidente, visitaram no final da semana passada a Ucrânia e a Rússia, os resultados não são esperançosos, mas cada tentativa de paz é um novo alento e cresce a opinião pública internacional por uma paz negociada e diplomática.
A missão além do presidente da Africa do Sul Ramaphosa, estavam também os presidentes do Senegal Macky Sall, da Zâmbia Hakainde e de Camores Azali Assoumani, além de altos representantes congolenses, ugandeses e egípcios.
Na Ucrânia além de conversas com o presidente Zelensky, visitaram o cemitério onde estão centenas de civis da cidade de Bucha, uns dos maiores massacres promovido pela invasão russa e lá depositaram flores.
No fim da semana visitaram Putin e ouviram a tradicional retórica que a Rússia não tinha outra saída para sua segurança, e que a negociação deve incluir os territórios conquistados na guerra.
A preocupação principal dos países africanos é a entrega de grãos tanto da Ucrânia quanto da Rússia e que uma crise internacional pode afetar a segurança alimentar, em especial, dos países mais pobres, o que inclui a África.
A Rússia concretizou o envio de armas “táticas” para a Bielorrússia, seu tradicional aliado nesta guerra, afirmando que o objetivo não é utilizá-las, mas tem o objetivo “tático” de defender as fronteiras incluindo a de seu Aliado.
O envio de caças e tanques para a guerra é um combustível a mais para a Ucrânia, e já mudou o cenário nuclear, países que optavam por desarmamento e politicas “verdes” abandonam esta perspectiva, um exemplo é a Alemanha que aumentou pela premira vez desde a segunda guerra mundial, seu orçamento militar.
Porém a propaganda interna de Estado, que domina praticamente todos meios de comunicação, é que com armas nucleares a Rússia é mais forte poderá usá-las se necessário.
O conflito já ultrapassou todas as fronteiras, poucos são os países que não se posicionaram, no entanto, a formação de um bloco que deseja a paz é fundamental para uma saída mediada.