RSS
 

Arquivo para outubro 13th, 2016

A profecia na hermenêutica Bíblica

13 out

profetasOs profetas sempre foram duros com o próprio povo, por isso raramente eram bem aceitos, mas certos de que tinham em mãos o futuro e sabiam apontar os caminhos seguros, como a grande travessia do Egito, que simboliza a saída da escravidão, deviam ser firmes em apontar o caminho, ainda que o povo por muitas vezes não seguissem o que era apontado.

O trecho do evangelho de Lucas (Lc 11,48-49) é duro e acusador: “Ai de vós, porque construís os túmulos dos profetas; no entanto, foram vossos pais que os mataram. Com isso, vós sois testemunhas e aprovais as obras de vossos pais, pois eles mataram os profetas e vós construís os túmulos.”, afirmando que o povo não seguia o caminho que lhes era apontado.

Na antiguidade como os escritos eram raros, os oráculos e profetas respondiam não apenas pela tradição, mas também mostravam aquilo que poderia modificar as situações de escravidão, penúria ou simplesmente de imoralidade como Sodoma e Gomorra, e converter-se não significava apenas mudar de vida, mas mudar a “rota” que trilhavam.

A profecia se esgota no tempo bíblico, de acordo com a própria bíblia, já que João Batista que anunciou a vinda de Jesus foi o maior e o último dos profetas, porém o homem deve construir seu futuro, e isto quase sempre se depara com os mesmos problemas: falsas “profecias” e dificuldade em aceitar mudanças que são necessárias para uma vida plena.

Continuamos a matar de certa forma “profetas” de nosso tempo, ou ouvi-los com resistência: isto é muito difícil, é preciso mudar a cultura, não vai dar certo e outras formas, quando não os condenamos diretamente, foi sempre assim.

Então porque a vida muda, o homem descobre novas formas de enfrentar seus desafios e segue em frente, porque há estudiosos e gente séria que precisa se debruçar sobre os problemas para entendê-los de modo mais profundo e apontar caminhos, são profetas modernos, gente com profunda sensibilidade humana e histórica que mostra por onde ir.

Como as profecias bíblicas há pistas para entende-las, pois pelos frutos se conhece a árvore, não excluem ninguém, não colocam fardos pesados (as vezes difíceis é verdade) nos ombros dos outros e principalmente querem sempre a verdade e estão distante dos caminhos dos perversos: politicagem, interesses e roubalheira.

A crença no homem é também uma crença em Deus, talvez a mais pura e verdadeira