
Arquivo para a ‘Jornalismo’ Categoria
As razões da 2ª. Guerra mundial
O post anterior mostrou a humilhação da Alemanha no trabalho de Versalhes, obrigada a devolver os territórios da Alsácia-Lorena a França, além de outros territórios que na verdade eram anexações, mas isto feriu o ainda forte sentimento nacional alemão.
Os mercados mundiais foram repartidos entre os mercados mundiais são repartidos entre França, Bélgica, Reino Unido, Holanda, Itália, Japão e Estados Unidos.
A política alemã com Hitler, que ascende ao poder em 1933, vira-se para o carvão e ferro da Sibéria, o petróleo da Romênia e Cáucaso e o trigo da Ucrânia.
O crescimento da Alemanha nazista como forma de bloquear a União Soviética. A invasão da Polônia, em 1º de setembro de 1939, por tropas e aviões alemães, não surpreenda, uma vez que o medo era a expansão Russa, mas a relação torna-se dúbia pelo claro desejo de Hitler de fazer novas anexações.
Outra humilhação inaceitável aos alemães ao término da 1ª. Guerra mundial foi desfazer os 100 mil homens desmilitarizando a Renânia (Região fronteiriça com a França), assim como o desmantelamento das fortificações situadas a 50 Km do Reno, acordo desfeito por Hitler.
A produção mundial estava reduzida a uma taxa de 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%.
Assim a Alemanha no Ocidente e o Japão no Oriente tentam explorar esta debilidade de mercado dos seus rivais e também os tratados anti-comintern (anti-comunismo) feitos com Japão (novembro de 1936) e com a Itália (janeiro de 1937), fazem crescer a militarização numa lógica que mais armas para a guerra provoca uma guerra.
O Japão em 1937, após ter ocupado a rica região da Manchúria, invade o resto do território chinês, iniciando um longo conflito na Ásia, o que irá chocar-se com os interesses norte-americanos na Ásia (Filipinas) e levar à guerra à aliança com a Alemanha e a Itália, formando o Eixo, enquanto outro bloco serão os Aliados, com apoio em muitos países (mapa).
O que se pretende demonstrar com fatos históricos é que as condições tanto do crescimento do militarismo, a crise de mercados gerada por problemas econômicos em diversos países e o sentimento nacionalista estão na base destas guerras e poiso a preocupação com o avanço deste sentimento exacerbado neste momento a nível mundial, é preciso prevenir, porque uma guerra agora pode ser catastrófica.
Razões para a guerra
As razões da primeira e segunda guerra foram interesses nacionais, na primeira a tentativa alemã de isolar a França, aliando-se ao império Austro-Húngaro com o qual os laços culturais são mais fortes e ainda cortejou a Itália, a França por outro lado reagiu ao isolamento fazendo um acordo militar com a Rússia já que esta tinha interesses e de fato o fez, avançando sobre parte da Alemanha e Hungria.
A segunda, é mais presente na cabeça de todos, o eixo formado por visões ultranacionalistas de estado, Alemanha que avançou sobre a Áustria e subjugou a Polônia, alia-se ao eixo com a Itália fascista e o Japão, mas os interesses não eram outros senão os econômicos nacionais.
Vemos com preocupação os mesmos modelos ultranacionalistas renascerem, mas por trás deste modelo, um pouco já superado por um mundo globalizado, temos a indústria bélica.
Um documentário não tão recente, sobre As razões para a guerra é bastante esclarecedor, produzido nos EUA em 2005 poderia ser uma defesa do país, mas tanto quanto o sentimento nacional, o sentimento contra a guerra lá é igualmente forte, lembre-se a guerra do Vietnã, quanto protesto gerou nas camadas mais esclarecidas da população.
Mas o documentário não deixa de lado a pergunta da pessoa comum: “porque lutamos?”.
O documentário, em inglês Why the Fight, lançado em janeiro de 2006 lá e um pouco mais tarde no Brasil faz uma revisão dos investimentos militares nos EUA nos últimos 50 anos, mas traz também entrevistas desde acadêmicos e membros do governo até soldados e pessoas que sofreram as consequências da guerra.
O documento dirigido por Eugene Jarecki, com produção dele e de Susannah Shipman ganhou diversos prêmios e é uma análise sensata num momento de possiblidades de nova guerra.
Outro aspecto importante do filme é a fidelidade aos fatos, além de uma ousada análise de tudo que está por trás da indústria bélica americana.
Vale uma boa análise crítica sobre os problemas atuais com a Coréia do Norte e a Síria.
Imaginário e mitologia
Fora do âmbito do cristianismo, e de certa forma do islamismo, renascem mitologias e uma nova e poderosa literatura que desperta, em especial nos jovens, algo de fantástico, por isto, é chamada de literatura fantástica.
A literatura fantástica é um gênero no qual narrativas ficcionais estão centradas em elementos não existentes ou não “reconhecidos” na realidade, no tempo em que a obra foi escrita.
Isto porque não se podem pensar em Macunaíma, sem pensar nos símbolos regionais brasileiros, em Naruto, sem pensar na sociedade japonesa, e nem pensar em Senhor dos Anéis sem pensar nos elfos, duendes e outras figuras da literatura celta e nórdica, eque foi escrito J. R. R. Tolkien, que embora seja visto como inglês era nascido na África do Sul.
Pensando em Macunaíma, de onde podemos extrair aspectos da cultura contemporânea recente do Brasil, penso nas definições ou incertezas dadas por Todorov:
“O fantástico ocupa o tempo desta incerteza. Assim que se escolhe uma das duas respostas, deixa-se o terreno do fantástico para entrar em um gênero vizinho: o estranho ou o maravilhoso. O fantástico é a vacilação experimentada por um ser que não conhece mais que as leis naturais, frente a um acontecimento aparentemente sobrenatural. (Todorov, 1980, p. 15-16).
Ou vamos para as categorias da ilusão ou o ser existe realmente, como indaga Todorov.
Todorov afirmando que só dará uma definição no final e o faz depois de analisar algumas obras de envergadura como O diabo apaixonado de Cazotte, Manuscrito de Saragoça de Jan Potocki e o exemplo singular de Aurelia de Nerval, mas ao mesmo tempo antecipa uma primeira definição: “O conceito de fantástico se define pois com relação ao real e imaginário, e estes últimos merecem algo mais que uma simples menção.” (Todorov, 1980, p. 16).
O que não se pode confundir é esta literatura com as fábulas cristãs das “Cronicas de Nárnia”, que foi escrita pelo autor irlandês C. S. Lewis, escritos na década de 50, e no caso da literatura nacional poderíamos citar O auto da compadecia de Ariano Suassuna, cuja primeira edição é de 1956.
Os limites entre a mitologia e o imaginário são claros, é possível no segundo caso estabelecer uma análise sociológica no qual se encontram elementos sociais reais aos qual os personagens imaginários.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica, Espanha: PREMIA (v. Brasileira digital) 1980.
A lógica da guerra contra o mundo
O recente ataque americano a bases militares da Síria resultou em análises polêmicas e até contraditórias.
Há analistas que dizem que o ataque a Síria foi uma quebra do nacionalismo isolacionistas, é uma análise limitada, pois o ataque cumpre com os objetivos nacionalistas de Trump, outra análise igualmente equivocada é que seria um ato de resposta pelo uso do gás Sarim de Assad contra civis incluindo crianças, não é esta preocupação de Trump, mas a geopolítica.
Esclarecendo a política externa de Trump a ala nacionalista da Casa Branca, liderada pelo estrategista-chefe, Steve Bannon, que perdeu o cargo nesta semana no Conselho de Segurança Nacional, por influência do general H.R McMasters, considerado o mentor do ataque contra Síria, na verdade foi uma maneira de recuperar a popularidade de Trump em queda livre, e também dar “ares” de humanismo, pois dizia que Obama assistia a guerra na Síria.
Na lógica da geopolítica, além de dividir o espaço com a Rússia que é aliada de Assad, Trump também discutia no mesmo momento com o chinês Xi, as medidas para conter o programa de armas nucleares da Coreia do Norte, ou seja, é um recado para a Coréia do Norte e indiretamente para o Irã, que Obama tinha iniciado uma aproximação, geopolítica pura.
Trump começa nesta “ofensiva” a se por na mesa pelo futuro da Síria, do Oriente Médio e com apoio da China, também do Oriente, é a política externa americana, oposta ao pacifismo de Obama, e um perigo claro para um mundo em processo de mundialização e respeito mútuo.
Quem pode se opor a esta política, a Europa, mas Trump deixará esta conversa para o final, depois de se por a mesa, ganhou um ponto com a Brexit do Reino Unido, e perdeu um ponto com a derrota da direita na Holanda, vai esperar uma definição mais clara na França.
O mundo caminha noutra direção, apesar destes retrocessos, o mundo mais solidário e unido é possível ver num horizonte, quando esta política do ódio racial e étnico mostrar seu equívoco.
Youtube tem problemas com propaganda
Talvez você não saiba, mas é possível agregar valores ao seu vídeo no YouTube acessando uma instrução chamada “Monetização”, penso que seria mais correto em português monetarização, mas português a parte, é possível fazer isto e aparecerá a instrução:
“Se você tiver ativado a monetização em seu canal do YouTube, verá um dos seguintes ícones de monetização ao lado do vídeo. Use o solucionador de problemas para receber ajuda com problemas de monetização”.
Algumas marcas começaram a reduzir e até proibir propagandas com o Youtube, devido a associação a propagandas e marcas indesejadas no canal de video mas famoso da Web.
Tudo começou com a rede de supermercados e departamento Marks & Spencer (os ingleses brincam dizendo “Max expensive”, a mais cara), depois vieram a Audi, L´Oreal, Volkswagem, Toyota, McDonald´s e até os bancos Lloyds, HSBC (um santo) e RBS, além de clientes do Havas Group UK, e se espalhou por todo o mundo.
O motivo é a associação indevida a propagandas que as empresas não apoiam, como as propagandas são simplesmente colocadas uma ao lado das outras, a associação tornou-se muito comum e a ferramenta tem perdido muitos clientes, calcula-se mais de 250, entre os grandes em todo o globo.
Segundo o jornal britânico The Times, a principal razão foi a ligação a empresas que promoviam vídeos extremistas em conteúdos políticos e religiosos, que provocou tensão entre anunciantes.
A Google, que comprou a ferramenta anos atrás, tentou reagir afirmando que aceitou o desafio de tentar evitar estas associações de conteúdos, disse em uma palestra, o diretor executivo da Google na Europa, Matt Brittin, no evento Advertising Week Europe:
“Lamentamos que algo assim tenha ocorrido. Não queremos deixar passar e assumimos a responsabilidade”, disse ele logo no início de sua palestra.”
A Google disse estar investindo milhões de dólares para evitar a “mã publicidade”, mas o prejuízo para as empresas, e a para o público já está contabilizado
Anticoncepcional tabelinha 2.0
Nossos avós e os pais dos mais velhos usaram o método baseado no controle do ciclo de fertilidade, chamado popularmente de “tabelinha” mas o nome certo é Billings.
Agora graças a tecnologia que combina apps muito simples de serem usados em smartphones e algoritmos inteligentes que, com dados alimentados corretamente, podem fazer um controle anticoncepcional bastante eficiente, o método já é aprovado por autoridades, por exemplo, pelo Ministério da Saúde da Alemanha, mas já muito usados em toda Europa.
O aplicativo se chama Natural Cycles, o que é certificado pois há outros, e tem versões para Androids e iPhones.
O algoritmo é bem mais seguro que a antiga tabelinha, pois através de algoritmos inteligentes e de acordo com o período menstrual, eles respeitam o fato que os ciclos das mulheres são diferentes e poucas tem possibilidade de engravidar, também usam o princípio, que a rigor, somente em seis dias do mês é possível a mulher engravidar.
O algoritmo e o aplicativo também tem resolvido 20% dos casos em que as mulheres querem engravidar, pois permite maior autonomia, conhecimento e controle do próprio corpo das mulheres, além de não ter nenhum dos efeitos colaterais dos anticoncepcionais.
Para baixar o aplicativo Natural Cycles deve-se ir a Google Play ou Apple Store, ou click aqui.
A arte que reeduca o olhar
Sempre que olhamos determinadas cenas e lugares públicos vemos algo além do real,
são nossas imaginações que remetem a memória e a nossa fantasia sobre aquele local, era mais fácil fazer isto antigamente porque havia um pouco de poesia e arte no ar, e agora ?
Bem o mundo digital, demonizado por alguns e mal-entendido ainda por muitos analistas, tudo leva um tempo de maturação, já tem diversas instalações e novidades.
É o caso do artista e fotógrafo Gerson Turelly, cuja concepção e manipulação digital foram feitos em Israel, mas a maioria dos pontos turísticos com imaginação virtual é do Brasil.
Seu projeto tem o nome de “Olha de Novo” e conforme ele própria afirma o objetivo é “criar uma conexão lúdica com a bagagem de memórias de cada indivíduo em relação aos espaços e pontos turísticos de sua cidade“.
Você pode acompanhar o trabalho criativo no site do artista, onde vai ter mais informações sobre este projeto, como qual o processo que usa na composição de suas criações.
É na minha opinião uma reinvenção de obras que já conhecemos como as “gordinhas” de Salvador, trabalha da artista plástica Eliana Kértsz, onde as variações são braços, pernas, bochechas cheios de curvas e volume.
Também a chamada “Cow Parade“, ou “parada das vacas”, que rodou o mundo, mas em cada cidade permitia a sua comunicação visual com o o espaço, por exemplo em diversos pontos turísticos de Belém as vacas feitas de fibra de vidro que foram customizadas por artistas regionais selecionados, e tiveram como madrinha Fafá de Belém.
O interativo e o participativo entram no imaginário da arte contemporânea, e é Arte.
Não existe economia digital ?
Os tecnófobos alimentam estas além de outras ilusões, aliás ganham dinheiro falando isto, mas a economia digital já atingia os U$ 110 bilhões em 2014, somente com os aplicativos Uber, Airbnb e Kickstarter; sem falar em smartphones, tablets e laptops.
A expectativa é que estes três aplicativos atinjam U$ 1 trilhão em 2017, o que é superior ao PIB de muitos países no mundo e um terço do brasileiro, se unirmos todos aplicativos provavelmente serão superiores ao nosso PIB.
Victor Reimann, de apenas 25 anos e um dos sócios da desenvolvedora e incubadora de projetos de economia colaborativa Engage, com sede em Porto Alegre, esclarece que esta economia “atraiu pessoas primeiro por uma necessidade de otimizar recursos”.
Yuri Faber criador da Zasnu, que oferece serviço de compartilhamento de veículos, afirma que “A recessão global fez as pessoas tomarem consciência de que um consumo colaborativo é bom para diminuir o custo e bom para todos”.
Eu sei em Berlim, a Justiça já baniu alguns serviços do Uber, também na Austrália na cidade de Melbourne, a prefeitura já multa motoristas que recebem dinheiro para transportar passageiros intermediados pelo aplicativo, mas no Brasil conheço vários amigos que viajam dividindo a viagem, e o número de pessoas que faz isto tornará impossível qualquer fiscalização, afinal não são carros da Uber ou de outros serviços, claro você precisa ter um bom carro.
O Airbnb hospedou mais de 120 mil pessoas durante a Copa, claro aproveitando da especulação da rede hoteleira além de precários serviços.
A economia digital vai crescer mais ainda, e mesmo os que ganham dinheiro falando mal dela, poderiam ter seus ganhos computados como economia digital, assim geram um curioso paradoxo: falar mal da economia digital faz ela crescer em números reais neste caso.
Crise brasileira: o pensamento liberal e o reformista
Sim o reformista, porque se há um pensamento revolucionário, ou seja, uma mudança radical de sistema, a saída da elite corrupta do poder e mudanças estruturais na sociedade brasileira, não sei aonde está, e não tem nada a ver com o: hay governo que não é amigo, soy contra.
A lógica perversa da crise estrutural e também conjuntural brasileira é que nem uma nem outra é analisada, o modelo basicamente ligado ao agronegócio e indústria automobilista é falido a muito tempo, as reservas de petróleo feitas a um custo altíssimo ainda não atraem os investidores necessários, a erradicação da pobreza é pífia, ainda que hajam propagandas do tipo: a nova classe média, etc.
Mas a análise mais mentirosa é a conjuntural, por exemplo, o consumo internacional diminuiu sensivelmente o que significa menos demanda e menos exportação, a China que cresce mesmo em meio a crise, reduziu suas compras em quase 40%, entre janeiro de 2014 e 2015, o que pode ser verificado por nota Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Temos um parque industrial cada vez mais desnacionalizado, uma vez mais, pela centralidade concedida à produção e à exportação de bens primários e aos investidores externos, com o Brasil pagando a fatura.
Se olharmos os setores com maior queda no emprego, o gráfico acima mostra que é a indústria de processamento e a construção civil, ou seja, pouco a ver com o que vem de fora.
Pode-se observar em diversas matérias jornalísticas, que praticamente 50% da pauta de exportações giram em torno de petróleo bruto, minério de ferro, soja, açúcar e café, ou seja, vendemos o produto sem agregar valor, e os mesmo muitas vezes retornam ao país já com a devida industrialização, não há nenhuma nota sobre este assunto, aliás achei uma publicada no Diário da Liberdade, isto é, num jornal pouco conhecido.
Não há reformas profundas que ataquem os problemas sociais, educacionais, econômicos e políticos (reforma política como quem ? com os envolvidos na Lava Jato?), que poderiam resultar em mudanças estruturais numa cidade que fica na dependência do agronegócio e das velhas elites coronelistas, sem mudar a estrutura, a mudança política não acontecerá.
Do equívoco pré-eleitoral de dizer que não havia crise, ao pós-eleitoral de pedir “sacrifícios” ao povo sem nenhuma contrapartida, cresce uma direita oportunista e aventureira que diz a pós- verdade “não temos nada a ver com a política”, ora bolas … são os filhos bastardos dela.
Me perdoe Todorov !
Descubro só hoje, que faleceu dia 7 de fevereiro deste ano em Paris, Tzvetan Todorov, filósofo e crítico literário bulgáro, pouco conhecido , mas não menos importante para nosso século.
Tenho como sua frase mais contundente, uma que o fez profeta da invasão de islâmicos na Europa, afirmou ele muito antes da crise da emigração: ““Pode-se medir nosso grau de barbárie ou civilização por como percebemos e acolhemos os outros, os diferentes.”
Uma entrevista que deu na França (rádio France Culture, em 2009), ajuda a ver este profetismo de Todorov: ““Escrevi meu primeiro livro de História das Ideias, que se chama ‘Nós e os Outros’. Era uma obra sobre a pluralidade das culturas analisada sob o ponto de vista da tradição francesa. Estudei autores desde Montaigne (…) até Lévi-Strauss. Tentei ver como esses autores trataram esta questão difícil para nós ainda hoje: a unidade da humanidade e a pluralidade das culturas. Nessa série de autores, descobri que aqueles de quem me sentia mais próximo eram os humanistas”.
No Brasil, concedeu uma entrevista ao Fronteiras do Pensamento, em 2012, no qual afirmou: “Percebi que, tanto como historiador como ensaísta, aproveitei mais a literatura em si que os estudos sobre literatura, e que lia com mais prazer romances, poesias e histórias diversas do que análises literárias ou teses escritas sobre a literatura, que me parecem hoje em dia se dirigir quase exclusivamente aos outros especialistas de literatura. Enquanto que o romance interessa a todo mundo, e me sinto mais próximo de todo mundo que dos especialistas”.
Seus livros mais famosos são: A conquista da America: a questão do Outro, São Paulo, SP: Martins Fontes, 1982 (pdf), O Homem Desenraizado. São Paulo: Editora Record, 1999, O Medo dos Bárbaros: para além do choque das civilizações. Petrópolis: Editora Vozes, 2010, Os Inimigos Íntimos da Democracia. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, A vida em comum: ensaio de Antropologia geral. São Paulo: Editora Unesp, 2014.
Livros menos conhecidos, mas não menos importantes: considero um clássico o livro Teorias do símbolo. São Paulo: Editora Unesp, 2014, Simbolismo e interpretação. São Paulo: Editora Unesp, 2014 e Teoria da literatura: textos dos formalistas russos. São Paulo: Editora Unesp, 2013.
Morreu aos 77 anos, na cidade de Paris, era búlgaro nascido em 1 de março de 1939, embora considerado dentro da corrente estruturalista, sem pensamento transcendeu a ela e é um de nossos contemporâneos importantes de serem lidos.
Comungo com ela a ideia que tanto o fascismo quanto o estalinismo foram decorrentes da ideia que temos de estado dando-lhe poderes acima dos cidadãos, que tem dificuldade de controla-lo.
Recebeu em 2008 o Premio Príncipe de Asturias de Ciencias Sociales, segundo o documento por representar «el espíritu de la unidad de Europa, del Este y del Oeste, y el compromiso con los ideales de libertad, igualdad, integración y justicia».