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Podemos controlar fluxos de dinheiro “sujo”
Casos como Swiss Leaks, os escândalos brasileiros e de muitos países, agora o Panamá Papers poderão ajudar a ideia de controlar o fluxo deste dinheiro “sujo” que roubam riquezas dos povos e contribuem para a concentração do dinheiro nas mãos de poucos.
Segundo especialistas entrevistados pela BBC, p Panama Papers deverão ajudar a ideia de controlar o fluxo de dinheiro e crescer os instrumentos para implementação de técnicas e tecnologias legais e tecnologias que, ser utilizados tanto para o bem quanto para o mal, mas agora poderia beneficiar o controle deste dinheiro.
As contas offshore, é importante lembrar por si só não são ilegais, o problema é que são usadas para fugir do Fisco e do recolhimento de tributos, por isto é uma forma de roubo de divisas das nações, e principalmente ocultar dinheiro e luta suja nas campanhas políticas nacionais.
Segundo o diretor de criminologia da Universidade da Basileia e diretor do Basel Institute of Governance Mark Pieth: “O caso (dos Panama Papers) vai ajudar a controlar o fluxo de dinheiro ilícito”.
Um mutirão foi formado pelo enorme volume de documentos (mais de 2 Tera em 11 milhões de folhas de papel), serão um total de 107 veículos de comunicação do mundo se mobilizaram para revisar os dados.
O professor Pieth estará auxiliando estes profissionais no núcleo investigativo que já estabeleceu uma conexão, por exemplo, entre o líder russo Vladimir Putin e o seu amigo músico Sergei Roldugin, suposto laranja para o político, algo negado por Putin.
É uma cara nova ao mundo e um tremor para corruptos e políticos do jogo sujo na base do uso do poderio financeiro para fraudar e ganhar eleições.
Tolerância, diferenças e paz
Quando discutimos tolerância e associamos a fundamentalismo religioso, raramente associamos ao fundamentalismo ideológico e político, a razão é simples que na história dos tratados sobre a tolerância, a discussão era religiosa, como a de John Locke sobre a “tolerância” (ver post).
Curiosamente foi justamente quando este pacto se firmava, com o Édito de Tolerância de Catarina de Médici, que procurava afastar o fanatismo de luteranos e católicos que já haviam causado muitas guerras e crises, o Édito de Tolerância é de 1562 depois a paz de Amboise é de 1563, foi precedida por uma série de guerra religiosas, comerciais e territoriais, chamadas de Guerra dos 30 anos (1618-1648).
As guerras dos dias de hoje são fundamentadas mais em diferenças culturais, com um fundo religioso, mas não deixam de ser comerciais e também territoriais, porém o fundamentalismo é outro, na maioria das vezes com raízes ideológicas e/ou religiosas, mas lembra que o Afeganistão foi dominado pela Rússia e foi onde os EUA travaram uma guerra, antes em 1968 a guerra do Vietnã, e antes ainda a guerra da Coréia entre os anos 1950 e 1953.
Estas guerras agora explodem em conflitos como o da Ucrânia-Rússia, os problemas internos em boa parte dos países da América Latina, e justamente a falta de compreensão das razões históricas comprometem a paz e tenta diluir as profundas diferenças sociais aqui existentes.
Mesmo o radicalismo do Estado Islâmico não pode ser compreendido ser as importantes diferenças culturais entre o mundo árabe e o ocidente, há outro fundamentalismo em curso.
Para além das ideologias, efervescendo na América Latina, há uma ignorância sobre as diferenças culturais, étnicas e também religiosas que podem criar abismo e suscitar novos fundamentalismo, na Europa a dificuldade em receber os árabes.
Jornalismo investigativo e as redes
O Jornalismo Investigativo é um jornalismo independente, que tem levado a sério questões de corrupção, problemas de violência em todo mundo e diversos outros tipos de opressão.
Casos como Swiss Leaks e agora o Panamá Letters estão relacionados ao jornalismo investigativo, mas a grande imprensa e boa parte de outros jornais também não entendem direito o que isto significa, em janeiro de 2013, num evento do o veterano jornalista investigativo David Kaplan ajudou a definição o que este tipo de jornalismo não é:
– Notícia vazada, conseguir um documento vazado por um funcionário poderoso e escrevê-lo nesse dia não é jornalismo de investigação”, disse Kaplan, diretor da Rede Global de Jornalismo Investigativo e autor de Global Investigative Journalism: Strategies for Support.
– Não é reportagem de editorias: “Alguns jornalistas pensam que todas as reportagens boas são reportagens investigativas”, disse Kaplan.
– Não é reportagem crítica: “O jornalismo investigativo pode ter elementos críticos, mas só porque você está escrevendo algo que é duro e crítico não significa que tenha feito a escavação que envolve o jornalismo investigativo
– Não é reportagem sobre crime e corrupção: “Só porque você está cobrindo crime e corrupção numa editoria não significa que esteja usando as ferramentas do jornalismo investigativo.”
No Brasil, no ano passado o Jornalista Investigativo Evany José Metzker, de 67 anos, foi encontrado morto decapitado numa zona rural de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, ele pesquisou diversos casos de violência, inclusive da polícia, e naquele período estava investigando uma quadrilha de prostituição de adolescentes que agia em Catuji. MG.
Panamá Papers: a corrupção mundial
Revelações de 11 milhões de documentos envolvendo figuras internacionais, nada menos que 140 políticos de 50 países, associados a empresas offshore (nome que cada vez mais está associado a empresas de lavagem de dinheiro em paraísos ficais), escandalizam o mundo.
São muitos paraísos fiscais, 21 ao todo onde estas empresas estão localizadas, muitos ligados a coroa britânica, razão pela qual já há pressões no país, inclusive envolvendo a coroa e o primeiro-ministro, até a Islândia, famosa por suas reformas, teve o primeiro-ministro envolvido, mas sob pressão popular este rapidamente pediu demissão.
A Islândia é um ícone neste processo, pois a reviravolta no país depois da crise de 2008 era um exemplo, políticos e banqueiros acusados foram presos, e quando o país parecia virar a página, uma empresa chamada Wintris, de propriedade de Gunnlaugsson e esposa até o ano de 2009 apareceu nos paraísos fiscais, a pressão popular foi imediata e ele renunciou.
Os Panama Papers lançam também dúvidas sobre dois dos principais ministros islandeses: Bjarni Benediktsson, ministro das Finanças e da Economia e Olof Nordal, ministra do Interior, apareciam ainda o novo presidente da Argentina Macri e o presidente de Angola e uma rede que não poderia existir sem a aprovação de Macri.
O Jornalismo Investigativo através do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação, o mesmo do Swiss Leaks aponta a empresa Mega Star Enterprises, sediada no Panamá e criada pela Mossack Fonseca, como uma das fontes de investigação, mas há outras.
Para seguir um bordão conhecido no Brasil, diríamos: é preciso passar o mundo a limpo, fim dos paraísos fiscais e aberturas de processo internacionais, alguns talvez na corte de Haia.
Lendo o pensamento ?
Um dispositivo do tamanho de um palito de fósforos que lê pensamento, chamado de stentrode foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Melbourne (Austrália) com um teste já feito em animais, para testar a capacidade de sinais neurais e convertê-los em sinais eletrônicos.
A ideia inicial é usar o dispositivo para mover um braço biônico por exemplo, e seria facilmente implantado e não sendo invasivo (seria implantado no pescoço de um paciência e posicionado num vaso sanguíneo), conforme afirmou o médico Terry O´Brien do Departamento de Medicina e Neurologia da Universidade e membro da equipe de pesquisa.
O´Brien afirmou que: “A grande inovação é que agora nós temos um dispositivo de interface cérebro-computador minimamente invasivo que possivelmente é prático para uso no longo prazo”, conforme notícia no site da universidade que anunciou o stentrode.
Os métodos atuais para acessar sinais cerebrais precisos requerem cirurgias complexas com abertura do crânio e se tornam menos eficiente após alguns meses, sendo o controle dos sinais de pouca confiabilidade.
O stentrode é menos invasivo porque é anexado a uma veia do pescoço e portanto de maior facilidade de manutenção.
Será que no futuro poderemos ler pensamentos e nos comunicar por sinais cerebrais ?
Softwares de redes lutam por privacidade
Espera um desfecho da luta da Apple contra o governo americano que quer a liberação do software que mantém os dados sigilosos desta empresa, a Apple é uma empresa privada que mantém seu software e conteúdos privativos, para dizer algo sobre a “privacidade”.
Creio que vai demorar, então o recurso que a maçã apresentou em fevereiro a um tribunal para que desbloqueasse um telefone para o FBI de um dos autores do tiroteio de dezembro de 2015 na cidade californiana de San Bernardino (deixou lá 14 mortos e 22 feridos) ainda seguem na justiça americana e não sabemos onde irá parar.
Para a empresa da maçã mordida, as repercussões causariam “um prejuízo significativo às liberdades civis, à sociedade e à segurança nacional”, conforme notícia do The Guardian.
Também segundo o tablóide inglês nas próximas semanas o Whatsapp planeja expandir seus sistemas de codificação de modo que também suas mensagens de voz estejam encriptadas, tanto quanto as mensagens em grupos, também o Facebook deverá lançar ferramentas em breve, enquanto Snapchat e Google trabalham nesta direção.
Segundo especialistas em empresas líderes do Vale do Silício, sobre a questão da privacidade, no momento em que a Apple trava a batalha legal com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, as outras empresas vão no vácuo desta batalha.
Ainda o jornal inglês informa que os projetos dessas companhias indicam que o setor está disposto a apoiar publicamente a Apple com ações concretas contra as exigências do governo americano, então a luta ficará aberta
Tudo é obvio, se souber
Duncan J. Watts é autor conhecido de redes devido seu trabalho sobre como as redes funcionam, num aspecto essencial que é os seis graus de liberdade, segundo o qual através de seis graus de conexão, estamos ligados a todos, dependendo é claro da inserção em alguma rede, há aqueles invisíveis que não são vistos por nenhuma rede.
Seu livro Tudo é Óbvio, desde que você saiba a resposta (como o senso comum nos engana), dá pistas para uma nova maneira de pensar, publicado em 2011 teve uma tradução da Paz e Terra no ano de 2015, explica os equívocos sobre o futuro.
Explica que a racionalização contemporânea é benéfica, mas pode levar a equívocos: “A crença implícita de que as pessoas são racionais até que se prove o contrário é uma crença otimista, até mesmo sensata que deve ser encorajada.” (WATTS, 2015, p. 47)
O problema básico é quando queremos passar isto a pessoas: “Contudo, o exercício de racionalizar o comportamento ofusca uma importante diferença entre aquilo que queremos dizer quando falamos sobre “compreender” o comportamento humano, em oposição ao comportamento de elétrons, proteínas ou planetas.” (WATTS, 2015, p. 47)
E esclarece que o ser numa rede, não pode ser confundido com estes elétrons ou proteínas: “Mas em nenhum se espera compreender como é ser um elétron – sem dúvida, até mesmo a noção de tal expectativa é risível.” (WATTS, 2015, p. 48)
É aí que a as mídias de redes (que são tecnologias) podem afetar as pessoas (que estão conectadas através das mídias).
WATTS, Duncan. Tudo é óbvio – desde que você saiba a resposta. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 2015
Depois da impressora, canetas 3D
É o lançamento da empresa WobbleWorks, criadora da primeira caneta 3D do mercado, agora anunciou o lançamento de uma versão infantil da impressora portátil chamada de 3Doodler Start a impressora portátil, alusão as impressoras 3D.
A empresa garante que é totalmente seguro, a caneta agora disponível para crianças é uma versão da caneta “adulta” 3Dooler 3D lançada em 2013, mas que teve uma versão de sucesso em 2015.
Para esta versão os controles e funcionamento foram simplificados para uso por crianças (na verdade a idade mínima recomendada é 8 anos), para sair o plástico basta pressionar o único botão da caneta para iniciar a saída do plástico que é superaquecido internamente.
O mercado que tudo copia não esperou muito, já existem vários modelos alternativos, um deles é a Lix Pen, uma caneta desenvolvida por uma equipe de designers e engenheiros com 14 milímetros de diâmetro, o objeto possui o corpo feito de alumínio e concentra um peso de 40 gramas, e há muitas outras de origem oriental.
As impressoras 3D seguirão a frente deste mercado, seus desenhos são mais precisos, mais rápidos e em geral foram feitos por artistas, mas este novo mercado que incentiva a criatividade individual, em particular de adolescentes tende a crescer.
Líquido por que está mudando
Muito se fala o mundo líquido, modernidade liquida, mas pouco se interpreta sobre para onde vai a liquidez, o que seria o sólido, porque de fato há coisas derretendo: os valores, a honestidade, a magnanimidade e principalmente a capacidade (no pensamento) de enxergar o que vem pela frente.
Oras, o estado líquido corresponde a matéria em estado intermediário entre os estados sólido e gasoso, isto ocorre porque as forças intramoleculares estão mais fracas que as dos sólidos, e ainda não suficientemente fortes para tornarem-se gases.
Portanto estamos num estágio intermediário, entre o que: a modernidade … e alguma coisa que ainda desconhecemos, mas as forças estruturais da modernidade: os ideais liberais, a onipresença do estado (ele é o big-brother e não a internet) e claro, como gosta Bauman, também os relacionamentos estão em crise, mas o problema é estrutural, pois as forças intramoleculares da modernidade não funcionam: uma visão reducionista de mundo, pautada pela ciência positiva, uma incompreensão da multi- culturalidade mundial, vejam as reações aos refugiados árabes, ao mundo africano, etc.
Quais são as forças novas, uma vez que é ainda impossível entender claramente a idade que estamos entrando, dentro das forças produtivas o mundo digital, que influência também a transparência das estruturas mal fundadas: estado, esquemas sociais hierarquizados e o problema do desiquilíbrio ecológico.
Uma nova cidadania mundial deve nascer, o mundo já é uma “aldeia global”, falta uma governabilidade aceitável para tudo isto, quem controlará o capital especulativo, os paraísos fiscais e as guerras (também as nossas) irresponsáveis?
Mas um novo mundo há de nascer, há forças sociais em campo para isto.
Artista chinês protesta por refugiados
A polêmica restrição de direitos aos refugiados aprovada pelo Parlamento da Dinamarca provoca protestos.
Ainda é pouco conhecido do grande público Ai Weiwei, um artista da China moderna, mas que é também seu crítico, cujas obras já estiveram no Brasil, agora ele protesta contra as medidas sobre refugiados aprovada pelo Parlamento da Dinamarca, que impede seus direitos civis e “privados” de terem bens, capitalismo de araque.
Seu protesto foi encerrar sua exposição Rupturas, na Faurschou Foundation de Copenhague, conforme está em seu perfil do Instagram, e também no museu de Aros no oeste do pequeno país, de onde já retirou sua mostra desta instituição.
Disse o artista no Instagram: “como resultado dessa lamentável decisão, terei que deixar a exposição para expressar meu protesto contra a decisão do Governo dinamarquês”, cuja obra à mostra é uma crítica ao seu país Uma Nova Dinastia, Made in China.
O artista contou que sua decisão foi apoiada pelo diretor da Faurshou Foudation, Jens Faurschou, disse na mídia de Rede Social que “lamenta a decisão do Parlamento dinamarquês de situar-se na vanguarda da política desumana na maior crise humanitária da Europa e do Oriente Médio”.
O artista que expõe atualmente na Espanha, conforme a sua obra “Forever” na figura, teve uma polêmica recente com a fábrica Lego que se recusou a enviar peças ao artista, e ele solicitou dos fãs que lhe enviassem legos, a resposta foi avassaladora.
Talvez a arte não salve o mundo, mas pode salvar o direito a vida dos refugiados.