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Ser herói por um dia ou lutar sempre

22 jan

Não sei se foi David Bowie quem disse pela primeira vez na música Heroes a frase: PublicoPrivado“We can be Heroes, We can be Heroes, Just for one day”, não podemos ser heróis, somente por um dia, nós podemos ser heróis, mas é o que me vem a mente quando penso nisto.

 

Vem-me a mente também a frase de Bertold Brecht: “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis” também é uma perspectiva, mas pensando em micropolítica ou microfísica do poder, isto é aquilo que Foucault definia em Microfísica do Poder como: “vigias de rua deviam fazer todos os dias um relatório preciso ao prefeito da cidade para informar tudo que tinham observado”.

 

 

Mas há algo parecido com tudo o que fazer câmeras e serviços policiais hoje e também o que fazem nas mídias sociais os políticos e propagandistas sem escrúpulos.

 

 

Há ainda o que é amplamente discutido como esfera pública e privada, desde filósofos (como Jürgen Habermas, Norberto Bobbio e John Dewey) a analistas midiáticos (Gueorgi Kossinets e  Duncan J. Watts e muitos outros), mas muito pouco se analisa é a vida comunitária, ou por sua ausência da compreensão do que seja ou por considerá-la idealista demais para os tempos atuais, mas as redes existem e estão aí.

 

A esfera privada era considerada na origem grega de nosso “estado moderno”, como o “oikos” a esfera da casa, da família e daquilo que é próprio (idion) ao homem.

 

Mas o que está em jogo na democracia moderna é a distância entre o poder econômico e a pessoa comum, mais do que isto a pessoa sem direitos, como diria Giorgio Agamben: o “Homo Sacer”.

 

Fico com o pensamento de Antonio Gramsci, famoso entre esquerdistas de plantão, mas um grande pensador: “Há dois tipos de políticos: os que lutam pela consolidação da distância entre governantes e governados e os que lutam pela superação desta distância”, eis o problema de dimensionamento entre a vida social e a política, porque hoje tudo está visível.

 

 

Davos e o Welfare State

19 jan

O estado do bem estar social, era a ideia que a economia gerida pelo estado EatingPotatoesé a fonte da felicidade e do bem estar entre os povos, este conceito perdura em todas sociedades desde esquerdistas mais marxistas que o próprio Marx, até direitistas como Donald Trumph.

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Quando li o comentário do livro de John Micklethwait, e seu editor de gestão, Adrian Wooldridge, no New York Times, além de ser uma boa visão do que conservadores mais criativos estão pensando, vi também uma possibilidade de releitura da crise sócio-política-economia mundial, e a brasileira em particular, por sua excentricidade.

A nossa excentricidade é ver a política reformista liberal praticada por coronéis e esquerdistas, já que estas ideias foram elaboradas por laborados por conservadores e liberais econômicos no final do século XIX como alternativa a mudanças sociais reais que alterem não só a estrutura da revolução social, mas sua base social também.

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Os autores americanos sugerem uma leitura de Hobbes, do tipo: “A história completa de como o Ocidente estabeleceu sua liderança na tomada de estado seria uma tarefa monumental”, conforme o NYT, mas desconhecem o debate com Robert Boyle sobre a existência do vácuo, e também é ignorado o que a grande indústria e maquinaria fizeram com os camponeses migrando para as cidades descritos nos livros de Emile Zolá (o Germinal) ou de Victor Hugo (Os miseráveis) ou ainda a obra de “Os comedores de batatas” de Van Gogh.

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Não está errado analisar os critérios objetivos das revoluções técnicas, Marx também fez isto na Maquinaria e Grande Indústria, capítulo XIII, caracterizando que este modo de produção: “é a nivelação geral das operações, de modo que o deslocamento dos trabalhos de uma máquina a outra pode verificar-se em tempo muito breve e sem um adestramento especial”, ele já descreveria alguma coisa sobre a quarta revolução industrial e a esquerda talvez o chamasse de tecnicista ou reacionário, mas os pressupostos de Marx não eram uma crença.

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O que está em pauta é um mundo, após uma grande indústria “cultural” já ter acontecido, entre as chamadas 2ª. e 3ª. revolução industrial, onde a indústria “cultural” e a “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, de Walter Benjamin, e não há mais arte e humanismo possíveis, senão superarmos a ideia de revolução industrial.

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O rosto dos “comedores de batatas”, agora são dos migrantes sem pátria que vagam pelo mundo a procura de uma casa e uma identidade, do reencontro da técnica com a produção artística, e a reumanização da multidão sem rosto é a revolução necessária.

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Discutir econômica, mais que Welfare State, é discutir ainda questões básicas de direito a saúde, educação e moradia de imensas populações sem rosto, em pleno século XXI, são milhões de seres humanos que estão aí sem direitos.

 

Davos: do Leviathan à Cibercultura

18 jan

O debate sobre a possibilidade do vácuo foi feito no século XVII FourtRevolutionentre o meu contratualista Thomas Hobbes (1588-1679) e o experimentalista Robert Boyle (1627-1691), o primeiro livro Leviatã além de discutir a estrutura da sociedade, onde o homem só poderia ser “controlado” por um estado forte e discute também a estrutura da matéria, mas os experimentos de Boyle na década de 1660 mostraram que o vácuo era possível, e este debate está no livro de Shapin e Sheaffer: Leviathan, or The Matter, Forme and Power of a Common Wealth Ecclesiasticall and Civil (publicado 1985), que foi premiado com o prêmio Erasmus em 2005.

 

O problema teórico ali é a produção por métodos aceitáveis de produção de conhecimento e mostra como os fatores sociais estão relacionados a formas diferentes de produzi-los, não trata disto, mas na verdade, o experimento de Boyle foi importante para a revolução industrial pois tratava-se isto influenciou o surgimento das caldeiras movidas ao vapor de água, mais tarde os motores de propulsão, enquanto Hobbes mais tarde modificado reformula a ideia do “contrato social” que deu origem a república moderna, e depois reformulado por John Locke (1632-1704) sofrendo influencias de Boyle, e, finalmente Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).

 

A reunião de Davos este ano fala de 4ª. revolução industrial, um livro americano publicado em 2014 de John Micklethwait e Adrian Wooldridge fala da quarta revolução e o estado: The fourth Revolution – The Global Race to Reinvent the State (Penguin Press, 2014), não é o que Davoz discutirá, mas é uma pauta subentendida: a democracia republicana vive uma crise, retornam a Hobbes, mas desconhecem o problema debatido com Boyle.

 

O que está na pauta é a crise econômica, embora ajam sinais de recuperação, o que deve ser debatido é como as revoluções industriais: a primeira de 1784 (produção de equipamentos mecânicos movidos a aço, água e propulsão), a segunda de 1870: divisão do trabalho, eletricidade e produção em massa que mais tarde daria origem ao fordismo, a terceira de 1969 com a produção da eletrônica, equipamento de TI (Tecnologia da Informação) e automação, agora haveria uma quarta com a produção de equipamentos ciber-físicos, mas qual é esta ?

 

No texto base da conferencia World Economic Forum, são apontados três fatores que levam a pensar numa quarta revolução e não um prolongamento da terceira: a velocidade, o alcance e os impactos sistêmicos.

 

A velocidade que os avanços acontecem não teriam precedentes históricos, será ? a explosão de informação é analisada desde a década de 40, mas agora o ritmo é exponencial é verdade.

 

O alcance também é verdadeiro, pois está interrompendo quase todos os setores em todos os países, até a China vive uma pequena retração, mas será que devemos crescer assim ?

E por último a amplitude e profundidade dessas mudanças anunciam as transformações dos sistemas inteiros de produção, gestão e governança, e aqui nos interessam os textos de Micklethwait e Wooldridge, assim como o debate do prêmio de Economia de 2015 Angus Deamon, em sua análise de “consumo, pobreza e bem-estar”, como criar regras tributárias para isto, mas numa análise de microeconomia e não de macros como é usual para isto.

 

Indicados ao Oscar 2016

15 jan

Oscar2016A grande surpresa brasileira é a indicação da animação brasileira “O Menino e o Mundo”, do diretor Alê Abreu, embora concorra com o já premiado (Globo de Ouro) Divertido Mente, o filme é interessante fala de uma criança que procura o pai, com temas como globalização e problemas do mundo contemporâneo.

Além destes, em animação, estão “Anomalisa”, “Shaun, o carneiro” e “Quando estou com Marnie”, mas as chances são reais por a animação brasileira já ganhou um prêmio o ano passado no 38º Festival do Filme de Animação de Annecy, importante para este gênero.

De resto, muitos já indicados ou premiados no Globo de Ouro: de novo o diretor Alejandro Iñárritu d’ O Regresso dirigindo o indicado de novo a Melhor ator Leonardo Di Caprio.

Além de “O regresso”, “Perdido em Marte” e “Spotlight”, aparecem “A Grande Aposta”, “Ponte dos Espiões”, “Brooklyn”, “Mad Max”.

Além de Leonardo di Caprio e o premiado Matt Damon, foram indicados para melhor ator: Michael Fassbender (“Steve Jobs”), Eddie Redmayne (“A Garota Dinamarquesa”) e Bryan Cranston (“Trumbo”).

Para melhor atriz Cate Blanchett (“Carol”) é uma barbada já que o filme concorre a categorias “menores” de Melhor Fotografia e Figurino, com as atrizes: Brie, Jennifer Lawrence (“Joy”) que levou o Globo de Ouro Filme-Drama, Charlotte Rampling (“45 anos”) e Saoirse Ronan (“Brooklyn”) e Brie Larson (“O Quarto de Jack”), ganhou o Globo de Ouro Filme-Comédia ou Musical.

Melhor diretor além de Alejandro Iñárritu, estão no páreo o forte concorrente Tom McCarthy (“Spotlight”) e os hollywoodianos George Miller (“Mad Max: A Estrada da Fúria”), Adam McKay (“A Grande Aposta”) e Lenny Abrahamson (“O Quarto de Jack”).

Reaparecem como coadjuvantes e vencedores do Globo de Ouro Sylvester Stallone (“Creed”) e Lady Gaga (“American Horror Story”) melhor atriz em minissérie e agora como melhor música original “Til It Happens To You” (“The Hunting Ground”).

Veja a lista completa de indicados ao Oscar 2016.

 

Novas manifestações e aumentos nos transportes

14 jan

Os transportes continuam precários na maior parte das capitai brasileiras e os Manifestacaoaumentos voltaram, com isto começaram as manifestações promovidas pelo MPL (Movimento Passe Livre) e porque uma repressão tão violenta?  (uma bomba de efeito moral a cada 7 segundos segundo os jornais).

Porque ele foi o estopim das manifestações de 13 de junho de 2013, isto é, a situação já era grave em 2013 e agora é um barril de pólvora: crise econômica, política e moral.

O argumento que os aumentos foram maiores na energia, na gasolina e as inúmeras taxas que pagamos em janeiro é a tarifa é só a inflação em parte é válido, mas ele mexe com os jovens.

Seis capitais de estados brasileiros começam o ano reajustando as tarifas de transportes: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Florianópolis e Boa Vista.

Em São Paulo o aumento foi de 8,57%, com o acordo de Fernando Haddad prefeito do PT e o governador do Estado Geraldo Alckmin (PSDB) ônibus, trem e metrô subiram de 3,50 ara 3,80 e a integração com os trens subiu de R$ 5,45 para R$5,92.

O Rio de Janeiro que sedia as Olimpíadas e vive um caos na saúde e na segurança, em especial nas regiões mais pobres, teve um aumento de R$ 3,40 para R$ 3,80 com aumentos previstos para os trens de R$ 3,30 para R$ 3,70 enquanto as barcas de R$ 5,00 para R$ 5,60.

Brasilia (DF) já tinha acumulado no ano o maior aumento os ônibus passando de R$ 2,00 para R$ 3,00 enquanto Salvador chega a 10% passando d e R$ 3,00 a R$ 3,30 e Florianópolis passa dos R$ 2,98 para R$ 3,50.

Hoje haverão mais manifestações, a polícia tentou sugerir um trajeto para os jovens, mas não houve diálogo, a violência e a truculência com que agrediram os jovens causam especial revolta nesta parte da juventude, mais uma vez diálogo ausente e uma democracia capenga.

 

Retrospectiva mundial em 5 fotos

30 dez

Seria difícil num blog colocar todos os fatos importantes no mundo: aInocentes2015 guerra civil na Síria e o avanço do Estado Islâmico (agora com alguns recuos), o início do reatamento de Cuba e os EUA com uma discreta, mas efetiva participação do papa, os refugiados e a fome no mundo e outros.

 

Tudo é importante, mas resolvi ter um olhar com o dos inocentes destas guerras, eles não sabem da má gestão dos recursos e dinheiro público, as incompreensões com credos de refugiados ou a violência gratuita dos preconceitos.

 

A menina Hudea, de apenas 4 anos, no campo de refugiados Atmeh na Siria , confundiu a câmara fotográfica com uma arma e levantou as mãos para o alto, e levantou os braços rendida para o fotógrafo turco Osman Sağırlı, autor do clique.

 

O corpo do menino Alan Kurdi, de 3 anos, apareceu afogado numa praia da Turquia, a imagem de um policial turco carregando seu corpo, viralizou nas redes no início de setembro, chamando a atenção mundial para mortes de migrantes que tentam fugir das guerras.

 

Cinco amigos comemoravam o primeiro salário quando uma rajada de 111 tiros disparados pela Polícia Militar do Rio de Janeiro atingiu o carro e matou todos, é mais um número em 3.256 homicídios ocorridos de janeiro de 2010 a agosto de 2015 no Rio de Janeiro.

 

Ano que aconteceu a Conferencia de Paris que traz algum além sobre a grave problemática do clima mundial, o maior desastre ecológico ocorrido não Brasil não pode ser esquecido, a morte do rio doce que atinge economicamente toda a região, mas um povo de modo especial.

 

São os índios Krenak (ou Borun) que eram chamados pelos portugueses e por nossos livros de história de “Botucudos” no Leste de Minas, até o final do século 17 eles usavam botoques auriculares e labiais, são ao todo 128 famílias desamparadas, que dependem fundamentalmente do rio.

 

Ali descreve assim Geovani Krenak ““O rio é algo que a gente amava, agora é algo que nos causa medo e dor.” É uma “entidade que sempre cuidou do povo e que agora nos assombra por causa da lama.”

 

O olhar desolador do índio Kresnak para o peixe morto mostra a tragédia ecológica ali.

O terremoto acontecido em 25 de abril no Nepal desencadeou uma rede de auxílio internacional, mas também revelou uma rede de tráfico de crianças e diversas fotos e apelos falsos de ajuda foram feitos em todo mundo, quase um milhão de crianças ficaram a mercê da própria sorte, o país ainda está em reconstrução.

 

Os inocentes continuam a pagar pelos insensíveis, maus gestores e gananciosos mundiais.

 

Um 2015 para esquecer, nem tudo

29 dez

Não podemos esquecer ainda que seja de triste lembrança, as BrasiliaNegracorrupções ainda mal punidas, o desastre de Mariana e agora no final do ano para completar: o descaso com a saúde no Rio de Janeiro.

 

Mas queremos esquecer o desastre econômico de 2015, queda brutal no PIB, perda de alguns direitos trabalhistas (foi aprovada a aposentadoria aos 75 anos e a previdência está quebrada, para onde foi o dinheiro que pagamos e pagamos muito), a inflação acima de 10% que deve continuar este ano e a comédia política que assistimos nas duas casas: Senado e Câmara Federal, com direito ao líder do governo sair preso.

 

A economia é o ponto mais sensível, o ministro Levy até que tentou equilibrar as contas, mas não o deixaram, disparou quando saiu: “Nunca entendi porque o governo só fala de fiscal. Desde que entrei, até antes, sempre falei de um conjunto de reformas para mudar a economia. Se não mudar a economia, vamos continuar patinando.”

 

Afirmou ser necessário um conjunto de reformas, mas que o governo não sabia quais dessas reformas deve fazer, a própria troca de ministro opostos na filosofia é um sinal.

 

Então o que esperar: um ano mais duro, mas esperamos que ao menos sirva para um 2017 mais ameno, se a única política que o governo tem é gastar mais, será um desastre.

 

E o impeachment, também é um sinal duro, os presidentes das duas casas e a própria presidente tem possibilidade de ser impedido, se contarmos que a suprema corte também está perdendo credibilidade, o quadro do país é monstruoso, mas há os otimistas.

 

Os otimistas ou ficam na credulidade religiosa “ter esperança” sem explicar, ou dizem a crise passou e agora vamos começar a retomar o crescimento, sem qualquer sinal mínimo disto.

 

Porque o Whatsapp quase parou

18 dez

ZapZap2Brasileiros foram surpreendidos por “uma decisão judicial em caráter sigiloso” que decidia suspender por 48 horas o serviço em todo Brasil, a decisão era estranha porque ninguém podia ficar sabendo o porquê, mas afetava a todos.

 

Depois descobriu-se que era pelo fato da empresa negar a fornecer dados a justiça, segundo a empresa porque não armazena dados de conversas, o que em parte é bom, pois o marco civil da internet deveria proteger o cidadão, mas é claro que existem situações de crime.

 

O diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro Carlos Affonso Souza, fez uma comparação interessante, imagina que o Judiciário mandasse suspender todas as cartas porque alguém mandou uma carta ameaçando outra pessoa, a decisão foi “desproporcional”.

 

A confusão é porque os artigos 11 e 12 do Marco Civil da Internet, código que regula a internet no Brasil, e Affonso Souza afirmou que poderia, por exemplo, elevar a multa ou entrar com uma ação na Justiça por obstrução da mesma, sem que afete a coletividade.

 

O desembargador que suspendeu a decisão, e por isto o Whatsapp voltou a funcionar, disse que: “em face dos princípios constitucionais, não se mostra razoável que milhões de usuário sejam afetados em decorrência da inércia da empresa” em fornecedor os dados.

 

O fato pode acirrar as disputas entre a justiça e as empresas fornecedoras de aplicativos na internet, também as operadoras consideraram indevida a suspensão do aplicativo.

 

Advento, o que vem vindo ?

07 dez

Para os cristãos, ao menos os de origem latina e romana que vem dos JesusMeninoséculos II e III da era cristã, este é o período da espera de algo que vem: o advento.
Advento um substantivo masculino com etimologia latina, que vem do termo adventum, que significa a vinda ou chegada de algo ou alguém, para nós é a vinda de um menino Deus e que foi também home: Jesus, nele o humano e o sagrado dividem a mesma pessoa.
A palavra advento também pode significar fundação ou criação, de alguma coisa, como por exemplo: advento da internet, advento da República ou agora do processo de impeachment.
Isto nada tem a ver com papai Noel, quando um duende de Natal, tornou-se uma figura vestida de vermelho, em 1920 a Coca-Cola Cola® começou uma campanha publicitária com anúncios relacionado a figura de Santa Claus (o Papai Noel americano) com impressões em revistas como o Saturday, que faziam propaganda da famosa bebida.
Também a data é controversa, pois há indícios que esta data comemoraria o solstício (o Verão), mas na verdade no hemisfério norte é o período de inverno, por isto é contraditório.
Para o cristianismo significa o cumprimento de uma promessa, a vinda do Messias, do salvador, não como um herói convencional ou um libertador político, mas alguém que trouxe uma coisa nova para a humanidade, a vida dos relacionamentos, a vida trinitária: eu, o Outro e a presença de Deus entre nós, o Emanuel, que é justamente a vinda de Jesus.
Os que não são cristãos também sentem este clima, ainda que em tempos conturbados, fim de uma época (a modernidade) e início de um novo tempo, que tempo é este ? o da relação.
As novas mídias, o mundo mundializado, a terra-pátria tem tudo a ver com isto, que venham !

 

No mesmo barco: a Hiperpolítica

04 dez

O pensamento é de Peter Sloterdijk em “Juntos no mesmo barco: ensaioNoMesmoBarco sobre a hiperpolítica” no qual sentencia: “O que falta à ´teoria e prática’ é a implantação de uma política para uma era sem impérios. Nós a chamamos de hiperpolítica porque podem ser sinalizadas crescentes exigências à arte do pertencer-se … “ (Sloterdijk, p. 81-82).

O autor vai dizer que passamos da megalopatia à megalomania referindo-se aos grandes sistemas de pensamentos, ideologias e projetos faraônicos, no que diz respeito “aos chefes de movimentos, pode-se observar que eles compensaram sua incapacidade de resolver os grandes problemas” (Sloterdijk, p. 80).

Sloterdijk começa o livro citando Bismarck, que afirmava que a política é a arte do possível, em afirma “o ataque ao Estado por crianças grandes”, que brincam de governar. (pag. 9).

Acrescenta a “arte do possível é equivalente à capacidade de proteger o espaço da política contra exigências oriundas do impossível.” (p. 9) é claro das más teorias, que resultam em desastres, que depois se sai a procura de “culpados”, são estas as “crianças crescidas”.

Sloterdijk dá uma receita sobre o ocidente: “quando hoje os ocidentais se descrevem facilmente como democratas, na maioria das vezes o fazem não porque reivindicam carregar a coletividade em esforços diários, mas porque, com razão, consideram a democracia uma forma social que lhes permita não pensar o Estado e na arte do pertencer-se” (p. 85)

Ao descobrir uma sociedade inteira com sede do pertencer-se, as redes, ficam preocupados e devem ficar, pois este direito lhes foi roubado pela democracia representativa, é preciso “pensar” o Estado e o sentimento de pertença a todos e não aos megalômanos e megalopatas.

O jogo da corrupção, dos lobbies e do poder pelo poder minou a democracia representativa, a conclusão é minha, pensar de verdade no coletivo será possível daqui alguns anos.