RSS
 

Arquivo para a ‘Noosfera’ Categoria

Os reinos de Israel e Judá e a história

26 jul

Conforme assinalamos é um período de desagregação histórica, e a necessidade de agrupar os hebreus e também trazer a mensagem divina é explicada por alguns estudiosos como a criação desta figura histórica Josué, que seria um nome modificado por Moisés para Oséas (em hebraico Yehoshua), conforme narra, entre outros, a historiador bíblico Robert Coote (2010).

Josué era filho de Num, da tribo de Efraim, seu livro é o primeiro rolo dos “Livros dos Profetas” acordo com a tradição judaico-cristã, e será ele o líder da batalha da cidade-fortaleza de Jericó, que ficou eternizada como o famoso “cerco de Jericó”.

Entretanto a chega a Canaã, após o envio de “espiões” para reconhecer o terreno de Canaã, a terra prometida será governada por juízes na tentativa de manter a ordem religiosa e política do povo que estava em processo de fragmentação, entre os principais juízes estavam Jefté, Gedeão, Sansão e Samuel.

Quando Samuel ficou velho, os filhos se “tornaram gananciosos, aceitavam suborno e pervertiam a justiça” (Samuel, 8:3), algo parecido com os dias atuais, as autoridades foram até Samuel e pediram reis como os outros povos.

Samuel num encontro com Saul que saíra para procurar suas jumentas do pai Quis, que era um homem de posses da tribo de Benjamin, ali Samuel tem uma visão divina que aquele era o homem escolhido por Deus.

Saul deveria receber as ordens do profeta, mas revela-se como tendo uma fé imatura e pagã, queria oferecer sacrifícios a Deus para obter ajuda rápida a seus interesses, algo parecido a muitos cristãos de hoje, e apesar de muitas vitórias sobre os inimigos de Israel, é destituído, e em seu lugar é nomeado Davi, que havia lutado contra o gigante filisteu Golias.

A divisão do reino de Israel no período que Davi governou durante muito tempo estava apenas na narrativa bíblica, mas em 2015 o nome Is-bosete (ou Is-baal) foi descoberto numa inscrição por arqueólogos israelenses ( ).

Por muitos séculos, o nome Is-baal foi encontrado exclusivamente na Bíblia. Em 2015, porém, arqueólogos israelenses revelaram ter descoberto uma inscrição com este nome em um artefato da antiguidade pela primeira vez “Eshbaal Ben Beda”.

De inveja de David, Saul tentará mata-lo duas vezes e Davi quando tem a oportunidade não o faz e o perdoa, e Saul acaba se suicidando.

Do relacionamento de David com Betsabé, esposa de Uris que Davi manda para frente de batalha para que morra, nascerá Salomão, que governará com sabedoria seu povo unificado, porém depois aproximadamente no ano de 931 a.C. ocorrerá um novo cisma hebraico.

Este período da história é bastante aproximado do período da ascensão do Império Assírio em 912 a.C., em 612 a.C. começa o declínio deste império e ascensão do Império Persa (550 a.C.).

JNS.org. Jewish and Israel news (16 de junho de 2015). «King David-era inscription pieced together from broken jug», 2015.

 

Êxodo: realidades históricas e divina

25 jul

A história do Egito Antigo é geralmente dividida em Antigo Império, das grandes pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época, depois o Médio Império (2100 a.C. a 1580 a.C.), o personagem bíblico nasce no final deste período, e Novo Império (1580 a.C.715 a.C.), quando começam a enfrentar invasões até serem derrotados pelos assírios (670 a.C.).

Na narrativa bíblica pode-se dividir o: primeira (1,1-15,21): convivência no Egito de José a Moisés; segunda (15,22-18,27): teofania e caminhada no deserto até o Sinai; terceira (19-40): opção pela proposta divina (Moisés é chamado a liderar o Êxodo) e a aliança no Sinai.

É interessante observar a sequência que se repete ao período de Abraão: saída da Ur na Mesopotâmia, caminhada até Canaã, a aliança com Abraão (Gn 17:15-17) e chamada a Deus na oferta de seu filho Isaac e a formação das 12 tribos de Israel e a venda de José aos egípcios.

É importante analisar as 10 pragas no Egito neste contexto bíblico-histórico, um famoso papiro encontrado em 1909 de um egípcio chamado Ipuwer (ou Ipuur que segundo o estudioso A. H. Gardiner era um nome típico do período de 1850 a.C. -1450 a.C.), o escrito na forma de um poema reclama que as mulheres agora tem “mobílias”, e as meninas tem “espelhos” enquanto o homem rico vivo em trapos.

O papiro é importante pela conexão com a narrativa bíblica fazendo menção à escravos fugindo do Egito e rios de sangue, porém estudiosos falam da erupção minoica, ocorrida nesse período na ilha de Santorini, próxima a ilha de Creta, que devastou um assentamento minoico.

As ondas produzidas podem ter alcançado o Egito na época, porém o efeito sobre o delta do Nilo é questionado pela maioria dos pescadores, mas o papiro de Ipuwer tem uma narrativa próximo a bíblica quanto aos acontecimentos do Egito e o mais importante narra o início da queda do Império através dos costumes, período que a história chama de Novo Império.

As 10 pragas do Egito na narrativa bíblica foram: o rio de sangue, infestação de rãs, piolhos e moscas, peste no gado, úlceras nas pessoas, chuva de pedras, infestação de gafanhotos, escuridão e a morte dos primogênitos das famílias.

Conforme descrito nos posts anteriores o povo de Israel guiado por Moisés vai atravessar o deserto, chega a Canaã após quatro guerras e ali fica até um novo exílio na Babilônia.

O Egito depois da invasão dos assírios citada acima, depois foram dominados pelos persas em 525 a.C. e por Alexandre, o Grande em 322 a.C., finalmente pelos romanos em 30 a.C.

Seja por motivos puramente históricos, decadência social ou por intervenção divina, os impérios caem pela opressão e tirania que exercem, porém há um ciclo de sofrimento.

 

A pergunta certa sobre o mal

21 jul

Não há duvida que existe crueldade, maldade e indiferença que é o grande mal contemporâneo, porém não se trata nem de maniqueísmo nem de puro mal encarnado.

Sempre em todos tempos acordos e guerras foram tentados, muitas vezes apenas por conveniência ou mesmo tática de guerra, já postamos sobre mal acordos de pós-guerra, como a Alemanha que saiu humilhada da primeira guerra mundial e pouco aprendemos com a história.

Estamos fazendo o percurso do povo judaico-sumério até chegar de volta a Canaã de onde saíram pela fome para ir ao Egito, antes de sair Moisés recebe a mensagem divina de se dirigir ao Faraó, vai com seu irmão Aarão, mas qual o sentido sabendo que o Faraó é impiedoso com o povo israelita? É que a verdadeira mensagem divina sempre é semente boa para todos povos, por isto a parábola da semente boa, que deveria ser o nome da parábola do joio e trigo.

Mesmo indo falar com o faraó, os israelitas serão perseguidos, e depois terão que travar 4 batalhas na fuga pelo deserto, a batalha de local incerto de Refidim onde vence os saqueadores amalequitas, a segunda novamente contra amalequitas e cananeus (por isto o local de Refidim pode ser mais ao norte), a terceira uma derrota contra cananeus e a 4ª. a vitória final.

Vejam a leitura (Mt 13,26,27): “Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ e o administrador diz que é para não arrancar o joio porque pode acontecer de arrancar o trigo junto.

A semente divina sempre é boa, mas sempre crescerá o joio no meio do trigo e só a partir daí é que podemos interpretar corretamente, a semente que cai em solo ruim e no meio dos espinhos e não floresce e nem dá fruto.

Há sempre esperança e sempre uma possibilidade de paz e harmonia entre as nações e povos.

 

O povo se cansa e não acredita mais

20 jul

O retorno a terra das tribos de Israel não será fácil, mas é para fugir da opressão do Egito, nação que enfrentará as famosas “pragas do Egito”, que são bíblicas, mas também históricas: a peste, a guerra e a decadência e a fome, episódios comuns nas decadências dos impérios.

Diz a passagem da narrativa do Êxodo (ex 3:17): “E decidi tirar-vos da opressão do Egito e conduzir-vos à terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus, a uma terra onde corre leite e mel”, vemos no mapa como era Canaá na época.

A longa jornada e a escassez de alimentos, comiam um alimento caído do seu que chamavam de maná e faltava também água, em um lugar chamado Massa e Meriba, onde o povo começa a discutir e “tentar o Senhor” questionando: Está o Senhor no meio de nós ou não?

É quando Moisés sairá em busca de água numa inspiração profética.

Ali Moisés consegue “ferir a rocha”, de alguma forma destruiu uma rocha na montanha e encontrou água, mas depois veio a batalha com os saqueadores amalequitas (Êxodo 17:1-16), embora a literatura indique a proximidade de Horeb ao sul, o local provavelmente era bem mais ao norte, porque o local da Batalha Refidim (que significa local de descanso) deve ser bem mais ao norte, na ponta Mar Vermelho, próximo ao Monte Sinai (Êxodo 15,17-22).

Durante a batalha Moisés deve ficar com o cajado levantado. Porém com sua idade avançada o braço vai se curvando, e é preciso apoiar o braço dele para que os israelitas vençam a batalha.

Em tantas vezes estas guerras aconteceram, a história diz que a primeira delas foi a batalha entre suméricos e  Umma (por volta de 2.700 a.C.), as guerras do Egito, depois vieram os persas e as famosas guerras púnicas (gregas), o império romano, as batalhas medievais, a guerra dos cem anos e as duas guerras mundiais, as guerras menores de impérios e colônias.

Se aprendêssemos não apenas com as histórias escritas, mas também com as cosmovisões (elas que estabeleceram os ciclos: peste, guerra e fome) e acreditássemos de fato numa possibilidade de paz universal, não a da pax romana que é a submissão a um império, respeitar as culturas e povos de diferenças raças e credos, um verdadeiro processo civilizatório poderia ser construído.

A ideia que quem quer a paz se prepare para a guerra, não é humanitária e ainda persegue a cabeça dos homens e dos líderes com sede de poder.

 

O episódio da sarça ardente

19 jul

A história da saída do povo israelita do Egito começa num evento extraordinário no qual Moisés levando o rebanho de Jetro, sou sogro e sacerdote de Madiã (a história registra-o como druso) e próximo ao monte Horeb vê uma sarça em fogo mas que não a consome (Ex 3,3): “Vou aproximar-me desta visão extraordinária, para ver por que a sarça não se consome”.

Ali recebe a missão de retirar seu povo do Egito e começará o episódio da Fuga do Egito, assim como Abraão se retirara de um caminho improvável da Ur dos Caldeus, também Moisés vai fazer uma rota indo pela região de Madiã, na narrativa bíblica este povo é também de origem abraâmica visto que Abraão após a morte de Sara teve Midiã ou Madiã com sua esposa Quetura.

O registro histórico das pragas do Egito que antecedem a fuga, pode ser encontrado no “papiro de Ipuwer” descoberto no Egito no início do século passado, e levado ao museu de Leiden na Holanda, ele foi decifrado por A. H. Gardiner, e foi encontrado próximo a cidade de Avaris.

Os israelitas no início da perseguição são estabelecidos nos entrepostos de Rameses e Pitom, depois começam a migrar para Sucode, e dali iniciam a fuga para o deserto do Sinai, será em Horeb onde Moisés viu a sarça ardente que receberá a tábua da lei, os dez mandamentos.

A ligação de Jetro com os madianitas, era sacerdote, é fundamental no apoio logístico para a caravana em fuga, e provavelmente está é a razão que fizeram um caminho mais longo, e vemos pelo mapa que é provável que no final da perseguição acontece um novo episódio milagroso que é a passagem a é enxuto pelo Mar.

A história seguinte do povo vai falar de muitas ligações com os moabitas (Rute era moabita e Ló teria dado origem ao povo através de um incesto com a filha) eles viviam no deserto assim o caminho até Canaã será mais longo ainda, os egípcios ainda dominavam a região, o que era para ser realizado em dias diz a narrativa que levou 40 anos.

Na história naquela região viviam trogloditas, não no sentido folclórico que conhecemos, mas o fato que habitavam em cavernas e casas escavadas nas montanhas, como também era característica ao norte na conhecida Capadócia, região de tantos místicos da antiguidade.

As perseguições e emigrações sempre atingiram os povos nas guerras devido a paranoia e desejo de conquista dos donos do poder.  

 

José do Egito e Moisés na Noosfera

18 jul

José do Egito antes do Êxodo dos Israelitas no Egito,  teve dois sonhos o primeiro que os irmãos identificados como “feixes” que se curvavam a ele, e o segundo que a Lua e onze estelas (simbolizando as 11 tribos) se curvavam a ele, e os irmãos e até Israel não acreditam nisto, esta cosmogonia está presente nas três grandes religiões monoteístas abraâmicas.

Será José no Egito que os alimentará no tempo das vacas magras (o sonho do Faraó que José desvenda), não há relatos precisos, porém, o mais provável é que isto tenha se realizado no tempo do faraó Sheshi I, e a história registra um período de fome e escassez na região.

Porém com a morte de José a narrativa bíblica, agora do êxodo diz que o Faraó sucessor não conheceu José e começa a temer, mandando que se estabeleça trabalhos pesados aos hebreus até que manda atirar todos os recém-nascidos no rio Nilo, e ai começa a saga de Moisés.

Moisés nasceu da tribo dos levitas, que eram sacerdotes e não tiveram território em Israel,   ele era neto de Coate, filho de Anrão, com Joquebede sua tia e meia-irmã de Coate, devido a morte dos recém-nascidos, ele é criado em segredo e depois de 3 meses quando não é mais possível esconde-lo é lançado num cesto preparado com piche e betume e joga-o no Nilo, sua irmã mais velha fica a espreita e vê que a princesa Henutmire junto com Yunet ao ouvirem choro de criança o resgatam, elas sabem que é uma criança hebraica, mas decidem cria-lo.

Será através de Moisés agora, que o povo hebreu irá voltar a Israel, na narrativa bíblica é quando Moisés estava próximo ao monte Horebe que vê uma sarça queimando (mas não se consome) e veste-se de um véu porque não consegue olhar de frente para ela, que recebe a missão de levar seu povo a Israel.  

Este período é chamado de Império médio, de 2.100 a.C. até 1580 a.C., quando a palestina e a Núbia foram conquistados e onde encontraram metais preciosos que estabilizou a economia.

Os egípcios eram politeístas, e Moisés se casa Zipora ou Séfora (Êxodo 2,21) que era uma filha de Jetro, um sacerdote druso, que reivindicava a crença num deus único, porém para os drusos é um tipo de mente universal, algo próximo da noosfera de Chardin, porém reduzida a “mente”.

Depois disto seguiu-se na narrativa bíblica as pragas do Egito e depois de muitos anos, os hebreus passam a pé enxuto pelo Mar Vermelho.

 

O medo de mudar e não evoluir

14 jul

A grande lição de José do Egito é que debaixo de uma aparente “escravidão” ou dificuldade se esconde uma mudança necessária para que povos e nações se desenvolvam, na história a saída do povo hebreu da “terra prometida” é mesmo desejada por Deus conforme a própria bíblica no Genesis (Gn 46,4): “mesmo descerei contigo ao Egito e te reconduzirei de lá quando voltares; e é José que te fechará os olhos”, diz a Jacó (Israel) e pede que leve todos parentes.

A Civilização Egípcia formou-se a partir da mistura de diversos povos, entre eles, os hamíticos, os semitas e os núbios, que surgiram no Período Paleolítico, e é provável pelas pesquisas arqueológicas recentes que os judeus foram realizar seus assentamentos na região dos hicsos que foram derrotados pelos egípcios.

No ano 3200 a.C. Menés unificou os reinos do baixo e alto Egito formando o Império Egito e foi seu primeiro imperador e faraó, os judeus foram para lá mais tarde no ano de 1750 a.C. e ficaram até 1250 a.C. como escravos pois eram temidos pelos faraós.

O mais provável é que foi durante o reinado do faraó Ramsés era filho do faraó Sehti I e da rainha Tuya. Foi o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia. Com 10 anos de idade Ramsés teve certeza que assumiria o trono ao ser reconhecido como “filho primogênito do rei”, tendo lutado ainda jovem ao lado do pai na conquista do Líbano (veja no mapa entre as linhas azul e vermelha).

O último faraó foi Xerxes I, famoso pela batalha das Termópilas, onde o general grego Leônidas teria lutado com apenas 7000 homens, e preparado uma emboscada nesta passagem esreita dentre montanhas, porém os gregos foram traídos e a estratégia foi descoberta.

Deste período também o arrependimento dos irmãos de Jacó (Israel) que luta “com Deus”, e dos irmãos, em especial de Judá, que se arrepende de ter vendido o irmão José como escravo, mostra como na história de um mal pode-se tirar um bem se forem reconhecidos os erros.

Mesmo a semente má pode florescer ainda que plantada em terreno ruim, mas adubada.

 

A venda de José, filho de Jacó

13 jul

A história de Esaú e Jacó tem continuidade na geração seguinte, entre os filhos de Jacó, agora Ismael depois que lutou com o anjo, José era o mais amado o que gerou inveja nos irmãos que planejam mata-lo mas depois decidem vendê-lo a uma caravana egípcia a um chefe da caravana chamado Potifar, mas José no Egito torna-se prisioneiro porque a mulher de Potifar gostava dele e o envolveu em uma cilada por se recusar a trair seus ensinamentos.

Na prisão ele consegue desvendar os sonhos de um prisioneiro que era copeiro-mor e diz que ele será libertado e torna-se copeiro no palácio do Faraó que também tem sonhos estranhos, e então o copeiro lembra-se de José e ele desvenda o sonho do Faraó que era para armazenar alimentos (na foto como era o mapa deste período).

Os irmãos de José recorrem ao Egito devido a escassez de alimentos e se deparam justamente com José, que os reconhece e manda-os para a prisão, mas acaba por perdoá-los e providencia o trigo que precisavam e diz que tudo aconteceu para que ele pudesse socorrê-los,  

Em uma obra de 4 volumes, o famoso escritor Thomas Mann (autor de A Montanha Mágica) escreveu a história de José, filho de Jacó que é vendido pelos irmãos, por inveja, como escravo aos egípcios por 20 moedas de prata, a questão histórica das moedas é importante porque elas apareceriam somente mais tarde, porém ouro e prata já eram usadas nos negócios de escambos.

A obra de Thomas Mann foi escrita para lutar principalmente ao Hitlerismo que crescia em seu país, não se tratava de lutar apenas contra o antissemitismo, mas principalmente percebia um crescente discurso autoritário presente na Alemanha de sua época.

Também o brasileiro Oscar Pilagallo em seu livro “A Aventura do Dinheiro” cita Thomas Mann e também Fausto de Goethe em sua obra, e com isto conta a história de José.

No contexto que desenvolvemos, a evolução da noosfera, a importância do texto de Thomas Mann é que ele consegue entender a influência babilônica nos contos judaicos, assim como depois do Exilio no Egito também sofrerão influências, e posteriormente dos gregos e romanos.

A lição que podemos tirar de José do Egito é que Deus tirou de um mal, um bem maior e redimiu os irmãos de José apesar do crime que cometeram, a história bíblica não é serve para aos que pensam em vingança ou ódio, é puro amor a humanidade.

 

A lição de Esaú e Jacó

12 jul

Há um livro de Machado de Assis sobre dois irmãos também chamados Esaú e Jacó os quais um era monarquista e outro republicano, e faziam sua mãe sofrer pela disputa entre os dois, a história narrada pelo alter-ego de Machado de Assis o conselheiro Aires, trata da luta dos irmãos gêmeos Pedro e Paulo, em intermináveis conflitos e reconciliações desde o útero da mãe até o começo da idade adulta, e também o amor de ambos pela jovem Flora Batista. 

Na narrativa bíblica Esaú é mais velho e diz também que Jacó nasce instantes depois segundo a interpretação bíblica “agarrado ao calcanhar do irmã”, por uma estratégia de engana o pai (veste-se com peles pois o irmão tinha mais pelo) e apesar do seu pai Isaque estar cego reconhece a voz, mas acaba enganado e abençoa o filho, na tradição judaica o mais velho é o patriarca que deve seguir o pai no comando do povo hebreu.

Mas Jacó passará muitos anos fugindo do irmão Esaú por tê-lo usurpado e quando vai ao encontro do irmão luta “uma noite inteira com um anjo” que ao final da luta fere-o no nervo da coxa e passa a mancar depois disto, mas ao final da luta consegue o que queria “ser abençoado” apesar do que havia feito (Gênesis 32:26).

Após a luta o nome Jacó será renomeado para Israel pelo anjo, que significa aquele que lutou com Deus e o lugar da luta que existe é chamado Penuel, próximo ao vau de Jaboque (passagem onde o rio é raso), um dos afluentes do rio Jordão (foto).

A figura de Jacó não tem comprovação histórica, porém as doze tribos que nascem de sua descendência, as famosas doze tribos de Israel, cujas mais conhecidas e citada na história e na narrativa bíblica são ao norte: Asser, Naftali e Manassés Oriental, ao centro Manassés, Dá, Zebulon e Efraim, ao sul: Judá, Rúben e Moab (do famoso  deserto), dos filhos de Israel tem ainda José (seus Efraim e Manassés), Benjamin e Levi, que eram sacerdotes não tiveram herança territorial.

Formavam um Reino Unido com diferentes tarefas, a historiografia oficial registra como Reino Unido de Israel e Judá, já que da tribo de Judá sairá a descendência de David, e registra-o como no período de 930 a.C. a 730 a.C. quando foi conquistado pelos neoassírios do rei Salmanaser V, que cobrava pesados impostos dos israelitas.

A lição de Esaú e Jacó tanto pode ser relida para a atual polarização mundial, como para povos “irmãos” que lutam por pedaços de terra e poder. 

 

Enxergando longe e cegando perto

11 jul

Recentemente observatório especial James Webb enxergou a galáxia mais distante que o homem já pode observar, a galáxia chamada JADES-GS-Z13-0 (foto) está aproximadamente a 320 milhões de anos de anos do Big Bang, o que para nós é uma medida grande, para um universo de 13,5 bilhões de anos significa relativamente alguns segundo após o Big Bang (uma das teorias da formação do universo).

Por outro lado, assistimos a um mundo cada vez mais instável, mais injusto, impiedoso e perigoso, e com um perigo nuclear catastrófico próximo, parece que boa parte da humanidade trata como se tudo fosse uma normalidade, pouco se importando com o destino do planeta e do processo civilizatório que não está estagnado, mas regredindo em passos assustadores.

A estranheza desta descoberta do universo está ao mesmo tempo em que encontramos quantidades de Carbono e Oxigênio nestes corpos, o mesmo James Web descobriu um pouco depois que mais seis galáxias (Jades foi descoberta com outras três “perto”), que eram muito massivas onde se esperava no início do Universo corpos menores do que foram encontrados lá.

A descoberta mostrou que eles têm massas de aproximadamente 100 milhões de massas solares, enquanto o normal seria para galáxias mais jovens massas menores, a nossa Via Láctea por exemplo mais “velha” tem uma massa de 1,5 trilhão de massas solares.

Além disso é um berçário de estrelas, cerca de três sóis nascem lá todos anos, e suas massas são pobres em metais de substâncias químicas mais pesadas que o hélio e hidrogênio (lembremos que eles estão no topo da tabela periódica química a direita e a esquerda).

Se isto devolve a humildade ao conhecimento que temos do universo, o mesmo não acontece com cientistas sociais, antropólogos e paleontólogos, que quanto mais descobrem sobre a nossa origem no planeta, por exemplo que neandertais e o homo sapiens conviveram e até se cruzaram criando uma humanidade diversa, pouco tolerantes estamos com raças e culturas.

E a intolerância significa menos paz, mais perigos e agora não temos pedras, machados e arcos, temos armas nucleares e perigosas usinas atômicas que estão sujeitas não só aos limites humanos, mas também aos naturais e geológicos.

A geosfera e biosfera dependem hoje como nunca antes na história da noosfera e daquilo que cultivamos como cultura civilizatória e como visão das outras culturas e raças.