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O dia (ano) seguinte de Fukushima
Um ano depois do desastre nuclear de Fukushima parece que ainda não temos consciência dos perigos nucleares, são poucos os países que adotaram normas de segurança ou reviram seus planos nucleares, há protestos e tentativas de revisão de plantas nucleares em muitos paises, como a Indonésia, na foto ao lado.
Lá foram feitas recomendações de segurança, conforme informa o site Tech News, para proteção de desastres naturais, mas a Comissão Reguladora Nuclear (NRC), disse nesta semana que não espera poder implementar as normas num prazo de 5 anos.
Mesmo o Japão sendo um dos países mais avançados tecnologicamente, foi declarado por Ann MacLachlan, chefe do escritório europeu para acidentes nucleares, incapaz de tratar eficazmente com uma crise tão séria.
Em resposta ao devastador terremoto e tsunami que paralisaram a usina Fukushima Daiichi no Japão há um ano, foi criada uma força-tarefa com recomendações de segurança para as instalações existentes para proteção contra desastres naturais, como terremotos, inundações ou perda prolongada de energia.
Ordens finais são esperadas em breve, mas a Comissão Reguladora Nuclear (NRC, Nuclear Regulatory Comission), disse esta semana , conforme o Wall Street Journal, que espera poder implementar as reformas dentro do prazo de cinco anos, fica definido.
A casa fundamental do acidente foi que são necessários geradores auxiliares de energia, em caso de queda de energia, para através de jatos de água resfriarem os reatores em caso de aquecimento, e o calor de decomposição do material radioativo causado pelas explosões de hidrogênio, necessitam de resfriamento para evitar vazamentos de radiações ainda mais amplos e um sistema deve fazer circular água em torno dos reatores
Generosidade e participação no mundo conectado
A medida em que cresce a participação no mundo conectado vai ficando mais claro, para estudiosos sem preconceito, que este mundo favore valores como generosidade e colaboração.
Estas são algumas das conclusões do livro “A Cultura da Participação” de Clay Shirky, lançado pela Zahar Editores no ano passado e cuja versão original de 2010 tem o título em inglês: Cognitive Surplus – creativity and Generosity in a Connected Age, o livro começa com algo que descobri num voo entre Madrid e Londres, numa das primeiras viagens ao exterior, o ingles toma gim e não wisky ou cerveja como pensamos, ele conta que em 1720 Londres estava ficando bêbada de tanto gim, e uma valvula de escape para os novos e profunos stresses da vida urbana e uma crescente abertura de cafés e restaurantes que ficavam até altas horas abertos.
Pulando o cinema, ao meu ver valeria a análise também veja-se os premiados pelo Oscar este ano, Shirky diz que a TV foi o nosso gim depois da década de 1950 e “não vemos apenas TV boa ou TV ruim, vemos tudo: novelas, sitcoms, comerciais, o canal de compras”, lembro quando ainda criança ficavamos até o sinal de TV sair do ar.
Ver TV cria, assim, uma espécie de monotonia, o autor cita um artigo de Luigino Bruni e Luca Stanca no Journal of Economic Behaviour and Organization, autores que tive o prazer de conhecer pessoalmente e atesto a competência e valores de ambos, enfatiza Shirky citando os autores “A televisão pode exercer um papel significativo no aumento do materialismo e das aspirações materiais das pessoas, levando assim, os indivíduos a subestimar a importância comparaiva das relações interpessoais para uma vida satisfatória e, consequentemente, a superinvestir em atividades geradoras de renda e subinvestir em atividades relacionais significa passar menos tempo com os amigos e a familia, … “.
O autor diz que “agora, pela primeira vez na história da televisão, alguns grupos de jovens estão vendo menos TV que os mais velhos”, e o autor cita um estudo de Paul Bond: “Study: Young People Watch Less TV, publicado no Hollywood Reporter.
Shirky mostra que está errado o raciocínio “que todos os desvios desta tradição sagrada [que nega o uso social das novas mídias] são tão repugnantes quanto nocivos”, pois ele atesta que mesmo a internet tendo 40 anos e a Web metade disto, “algumas pessoas ainda estão perplexas com o fato de que membros individuais da sociedade, antes felizes em passar a maior parte do seu tempo consumindo, comecem voluntariamente a fazer e a compartilhar coisas”.
É o que chamamos de transformação do consumidor em produtor, e como atesta Shirky “compartilhar é sem dúvida uma surpresa”, ao meu ver muito bem vinda. Compartilhemos.
Fechamento do Megaupload
Estão ocorreram diversos fechamentos de arquivos Megaupload no momento em que a polêmica sobre dois projetos de lei antipirataria, o Sopa (Stop Online Piracy Act), correm na Câmara dos Representantes, enquanto é debatida no Senado a Pipa (Protect Intelectual Property Act), contra os quais ocorreram diversos protestos no dia 18 de janeiro, postamos na época que era apenas um round.
O Megaupload contrata servidores externos para armazenar seus arquivos, e paga uma taxa para isso, como o governo congelou suas contas, a empresa não está conseguindo pagar estes serviços.
Por ordem judicial o FBI (polícia federal americana), tirou doar junto com Megaupload outros 18 sites afiliados na noite de dia 19 de janeiro (horário de Brasília) considerando que o site faz parte de “uma organização delitiva responsável por uma enorme rede de pirataria virtual mundial”.
Segundo o governo americano o site conta com 150 milhões de usuários registrados, e de outras páginas associadas, que movimentariam cerca de US$ 175 milhões a partir de suas atividades e causariam uma perda de US$ 500 milhões em dreitos autorais.
Em resposta ao fechamento do Megaupload, o grupo de hackers Anonymous bloqueou temporariamente o site do Departamento de Justiça, do FBI e o da produtora Universal Music, na mesma noite de 19 de janeiro, segundo o grupo foi o maior ataque que já fizeram e utilizaram 5 mil ativistas para isto.
Todos os dados dos clientes poderão ser apagados até esta quinta-feira, (02/fevereiro) por decisão do Ministério Público Federal dos Estados Unidos, que já efetuou a prisão dos executivos ligados ao site, e na Holanda a justiça do país determinou o fim do acesso ao Pirate Bay, a partir do dia 1º de fevereiro.
É o início de uma batalha, com os jornais tivemos que lutar pela liberdade de imprensa, agora talvez precisemos pensar em algo similar para o mundo digital, enquanto os governos assistem a uma crise econômica mundial sem precedentes, preocupados apenas com a saúde financeira dos bancos.
ACTA nova ameaça a liberdade na Web
Com a entrada da EU (União Européia) além de Austrália, Canadá, Japão, Coreia do Sul, Marrocos, Nova Zelândia, Cingapura e os EUA, que já faziam parte de um acordo internacional de censura a Web, agora: Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Látvia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Checa, Romênia, Slovênia, Espanha e Suécia passaram a fazer parte do acordo denominado ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement), pode ser o início de um confronto com a liberdade da Web .
Apenas cinco membros da EU, ainda não aderiram: Alemanha, Chipre, Eslováquia, Estônia e Holanda, mas a expectativa é que sigam o acordo.
Segundo o site Mushable, o deputado republicano Darrell Issa, afirmou que o ACTA é mais perigoso que a SOPA (projeto retirado de pauta nos EUA), declarando: “Como membro do Congresso, afirmo que é mais perigoso que o SOPA, porque eu não vou poder votar nisso. Defensores alegam que o ACTA não muda leis existentes, mas, quando implementado, esse acordo cria todo um novo sistema de fiscalização e execução que será praticamente impossível de ser desfeito pelo Congresso”, outro que se posicionou contra o tratado foi o francês Kader Arif, ex- relator do processo do ACTA no Parlamento Europeu, ele pediu demissão dizendo que o processo é uma “farsa”.
Entre os mecanismos propostos, denuncia o grupo ativista Electronic Frontier Foundation, está a adoção de medidas mais incisivas de compromisso dos provedores de internet com o tratado, tais como novos filtros de conteúdo chamados de “three strikes”, onde o provedor é forçado a cortar o acesso do internauta após três notificações, neste acordo mais claramente que o SOPA o interesse de grandes corporações são declarados.
Pode o copyright sufocar a Web ?
O que poderá o “copyright” possivelmente dizer e controlar o quanto as milhões de pessoas podem baixar de informações que encontram na Internet, reutilizá-las, remixá-las e ter acesso livre a todas elas, inclusive como um direito, conforme o post anterior?
Até agora, a ideia do livre acesso a esses conteúdos não estão influindo pelo fato que todo o “ataque” as novas informações que fluem por um “mundo líquido” cada vez mais sólido, não estão sob controle, mas quando estará é uma pergunta feita na revista Wired ainda no ano de 1993 !
Perguntava Lance Rose na Wired: Mas será que os “fornecedores de informação” vão se rebelar em algum momento contra este status quo ? Se eles fizerem alguma repressão, irão ter as leis de copyright a seu favor ?
Para Rose dependeria a quem você perguntar ? Existem várias escolas de pensamento e são amplamente divergentes que tenham se desenvolvido entre os prognósticos dos direitos autorais da rede. Uma delas citada pelo autor é a dos Direitos Autorais de Periódicos e Materiais em Rede. Os aderentes a esta abordagem reivindicarão que a Net é um recurso público compartilhado e suas riquezas devem ser livremente disponíveis para todos, acrescentamos aqui a discussão de relatórios, projetos e pesquisas produzidos com financiamento de recursos públicos, que enfatizam a exigência aberta destes materiais.
Mas e quanto a “regra legal” que diz que um trabalho com direitos autorais que não está disponível para todos, salvo se é expressamente colocado no domínio público pelo proprietário? Novo acréscimo: nem sempre o autor-proprietário tem este direito.
Apenas o upload de um texto para a Net não pode ser dedicado ao domínio público, a menos que nós estamos prontos para desencorajar autores de livros e artigos de colocar suas obras na rede. E se materiais de direitos autorais são colocados na net sem a permissão do autor? Sim isto muda de figura, pois é o autor intelectual.
Deverá o proprietário ser capaz de processar por violação de direitos autorais? Serão os direitos autorais de alguma forma tirarão as coisas no caminho da Net, deixando todos os materiais sob a proteção jurídica? Mas e quando o autor quer mas a editora não permite?
Não devemos esquecer a exigência de citar, pois plágio continua sendo cópia indevida.
Mas o autor da Wired alertava, há um velho mito sobre publicações que se podem reproduzir os textos ou as declarações com citações sem permissão, desde que você o nome do criador do material. Diz-se vagamente: “reprodução parcial”, mas o quanto ?
Ele argumenta de modo convincente, que isto não é verdade, você precisa de permissão do autor, a menos que uma exceção como “uso justo” (educacional, etc.) e se aplicará ainda mais se pode haver casos de distorção do texto, até mesmo de inversão de sentido. Há portanto, velhos problemas como o “plágio e a citações indevidas” e novos como: os direitos ‘reservados’ do autor (de tornar seus textos abertos em parte ou por um período, por exemplo), o direito de compartilhar e o direito de remixagem, e estes nem eram observados antigamente talvez nem mesmo pensados.
O Creative Commons, já presente em mais de 40 países entre eles o Brasil, criou um novo modelo de gestão dos direitos autorais que contempla uma Web aberta, e que gerencia direitos a partir do autor e refere-se diretamente a ele.
Quem criou o termo "cloud computing"
É sem dúvida uma grande idéia e aparece mais de 48,4 milhões de vezes numa busca, mas agora que muitas pessoas e empresas usam o termo quem o utilizou pela primeira vez ?
A Technology Review rastreou a cunhagem do termo para uma década atrás, e encontrou a palavra no final de 1996, e um parque de escritórios fora de Houston, um dos escritórios da HP, mais precisamente da Compaq Computer, um pequeno grupo de executivos de tecnologia que começava a traçar um futuro de negócios de Internet e estavam chamando-o de “cloud computing”.
Não se tratava apenas do termo, mas de uma visão detalhada e presciente, viam como os negócios se moviam para a Web, e então os chamaram de “aplicações de computação habilitadas-em-nuvem (cloud-enabled)”, já como um armazenamento de arquivos de consumo e que se tornaria comum num futuro vindouro.
Havia dois homens numa sala, um executivo de marketing da Compaq chamado George Favaloro e um técnico jovem chamado Sean O’Sullivan, que viam que esta computação em nuvem teria resultados dramaticamente diferentes.
Na época foi para a Compaq, foi o início de negócios de US $ 2 bilhões por ano, com a venda de venda de servidores para provedores de Internet, mas para a para Startup venture O’Sullivan, foi um passo em direção do desencanto e da insolvência.
Assim como o termo “Web 2.0”, a “cloud computing” é vista por executivos de tecnologia e alguns analistas como “jogadas de marketing”, e isto em alguns casos é verdadeiro como a IBM e Oracle que usam o jargão mal adaptado a seus produtos.
Mas se são chatos, são difíceis de serem evitados, como Carl Bass, presidente da Autodesk, conhecida pelo software AutoCAD, que afirmou a Technology Review: “Eu odiava este termo, mas finalmente cedi”, quando em setembro passado a campanha de marketing da computação em nuvem foi um sucesso: “Eu não acho que o termo ajudou a explicar muita coisa para pessoas que já nem sei mais o que de fato é”, disse Carl Bass, presidente e CEO da Autodesk, cuja empresa lançou uma campanha de marketing de computação em nuvem, em setembro passado: “Eu não acho que o termo ajudou a explicar qualquer coisa para pessoas e já não sei o que é”, mas os usuários gostaram e entraram na “campanha”.
A nuvem parece concretizar a colaboração, e permitir sair do espaço solitário da competição, parece realizar uma dádiva: “eu saio do trabalho solitário individual e vou para a nuvem compartilhar recursos e serviços”.
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