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Ostentação e pobreza
É preciso produzir para distribuir riqueza, o empreendimento, sua oportunidade e logística são fatores que requerem investimentos e capacidade para isto, em uma palavra: exige vocação.
O que produz pobreza e miséria é a incapacidade de distribuir em bens sociais necessários a riqueza e os benefícios de um processo inteligente de produção e uma organização social do estado, ostentadores e apropriadores de bens sociais e públicos existem nos dois campos.
Os países que não produzem riqueza organizam apenas a miséria, não pode distribuir o que não produziu e não entregou em mãos capazes e responsáveis pela construção da riqueza de um povo.
A ideia de que a riqueza era um produto ligado apenas a determinadas nações, vindo do modelo liberal de Adam Smith evolui para a ideia de intercâmbio de bens e riquezas entre nações, inclusive o socorro de nações mais pobres, infelizmente evolui também para ideias colonialistas.
No âmbito da riqueza e dos bens pessoais, mesmo Adam Smith alertava para os bens morais, aqueles que tornam uma sociedade equilibrada e saudável, não está fora da construção de socorro e ajuda ao Desenvolvimento dos mais pobres e das periferias sociais e nações, há nações inteiras no limite da pobreza e em geral ali alguma ostentação os explorou.
É possível que aqueles que produzam e governem pensem além dos próprios bens pessoais, se não forem perdulários e ostentadores com certeza entenderão que possuem além do que necessitam para a própria sobrevivência e o investimento em desenvolvimento da riqueza social, entretanto como indivíduos precisam ir além do egoísmo e ostentação pessoal.
A ostentação não é exclusiva de determinada camada social, também aqueles que tem acesso a riqueza saindo das periferias podem evoluir para este padrão de poder pelo dinheiro e aparência.
A passagem Bíblica que Jesus anuncia para Zaqueu, que era baixo e para enxergar Jesus subiu em uma árvore, uma metáfora importante, ao entender e mudar seus valores e Jesus percebia que todo povo não entedia aquela aproximação de Jesus (Lc 19,7-8)“:
“Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!”. Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais”, mas isto permanece difícil de interpretação pelos religiosos, que continuam a murmurar.
Não é a produção e a posse da riqueza que produz injustiça e sim sua má distribuição.
O fosso entre ricos e pobres
Os mais variados estudos, comentamos alguns nos posts desta semana, apontam para uma separação entre ricos e pobres praticamente estável quando não crescente em alguns países, este modelo nunca poderá garantir um desenvolvimento humano social sustentável, as guerras e pandemias aumentam ainda mais este fosso.
O problema mais grave que é a miséria extrema, este já analisamos e postamos em fevereiro deste ano uma análise da pobreza global (gráfico ao lado), e também, em outro post o problema social pós covid 19.
A sustentabilidade do desenvolvimento econômico e social humano, depende não apenas do aumento das riquezas e da produção social, é preciso encontrar o equilíbrio onde tanto a mobilidade social das classes como a mobilidade étnica dê sustentabilidade e supere as desigualdades.
O problema da sustentabilidade não é secundário, muitos modelos distribuem riquezas só que empobrecem o país como um todo, isto porque os aspectos de investimentos e estratégias mais seguras de modelos econômicos só são pensadas em torno da distribuição da renda, o contrário onde só há aumento sem distribuição é menos sustentável.
Serve para este modelo a parábola bíblica de Lázaro e o Rico, o pobre que vivia a margem e quando o rico se vê condenado, aqui a parábola vale tanto pessoalmente quanto socialmente, pede que seja concedido a ele avisar seus parentes deste risco, mas diz a bíblica os profetas já diziam e vocês não ouviram, quanta gente e ações políticas já denunciaram o grave fosso social.
Para quem não conhece diz a parábola bíblica (Lc 16,19-24): “Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19“Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’ “.
O homem rico vai pedir também que avise seus parentes e a leitura lembra que eles tiveram profetas e não ouviram.
A democracia e os pobres
A grave crise democrática que atinge quase todos os países ocidentais e alguns orientais, tem uma vertente clara e decisiva: o esquecimento das camadas mais desprotegidas da população.
Os governos não foram capazes de resolver com eficácia o problema da distribuição de renda e onde as esperanças eram maiores os erros econômicos e os aliados equivocados entre poderosos contribuiu para uma desconfiança maior da população.
A política é movimentada pelo dinheiro, mesmo os limites de gastos encontram formas de serem burlados e para isto é preciso aliados entre os ricos, na maioria das vezes os mais desonestos e de acordo com a corrupção e o uso do dinheiro público, entra-se num círculo vicioso.
Com a divulgação mais ampla em mídias (“redes”) sociais, a informação dirigida ideologicamente não funciona e em meio as fake News, vão aquelas notícias que todos sabem: os aliados entre os poderosos que alimentam a corrupção e mau uso dos recursos públicos.
O gigantismo do estado ajuda isto, ele controla os fluxos de capitais, claro quando bem administrado e quando não faz isto joga as nações em fossos de miséria e ausência de investimentos, muitos países estão neste caminho.
O que sobra para a política não é fazer uma justiça social bem elaborada, sem demagogia e com planejamento de longo prazo sustentável, sobre um populismo social que o próprio povo desconfia, e muitas vezes leva a opção por governos autoritários e ainda piores, ou então leva ao populismo social: promete o que não cumpre.
É preciso refletir para um voto consciente, sem uma sociedade justa e equilibrada não é possível uma democracia sustentável e saudável, somos levados a extremos perigosos e um futuro incerto.
É preciso repensar a sociedade democrática dentro de parâmetros de justiça social sustentável.
Ser justo nas pequenas coisas
O dinheiro é na história e na vida apenas um símbolos das trocas e das mercadorias que devem circular socialmente para que todos tenham uma vida digna e justa, o trato com ele é algo que deveria ser tratado com o mesmo respeito que as pessoas socialmente merecem.
Uma pessoa justa é também justa nas pequenas coisas, a injustiça social não começa em grandes roubos, eles são um indicio de que aquelas pessoas fazem ou farão um dia injustiça sociais maiores.
A esfera pública está corrompida quando aqueles que determinam a justiça social: governantes, juízes e legisladores perderam a noção e os valores de que pequenos roubos e injustiças podem levar as grandes e tornar toda a sociedade corrompida, aí todos dirão isto é o normal.
Quanto estes valores começam a se tornar dúbios significa que moralmente a sociedade como um todo está envolta em corrupções, imoralidades e grande falta de ética, tudo o que é público começa a desmoronar e ali surgem aproveitadores e oportunistas que farão uso da corrupção pública.
A leitura bíblica (Lc 16,1-13) que fala de um administrador que vendo que ia ser demitido e começa a negociar com os devedores de um homem rico, e chama os devedores e começa diminuir as dívidas, assim não se trata de um administrador esperto, mas desonesto.
A parábola parece estranha se não foi lida até o fim, porque ao começar a relevar as dívidas para se salvar, ele revela seu verdadeiro caráter que era o de esbanjar os bens do patrão, diz a leitura nos versículos Lc 16,10-11: “Quem não é fiel nas pequenas coisas também não será nas grandes, e se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem ? “.
O verdadeiro bem não é outra coisa senão a vida plena, não apenas a vida eterna para quem crê, mas também uma vida terrena, difícil talvez, mas serena daqueles que não incluíram em sua vida cotidiana, nas “pequenas coisas”, o desvio, o roubo e a corrupção das coisas alheias ou dos bens públicos.
Os pequenos vícios levam aos grandes, e não podem levar a uma vida plena, mas cada vez mais atribulada, mais cobiças e descontroles de consumo e da própria vida, é o mal administrador que esbanjava os bens do homem rico, ou seja, jogamos as verdadeiras riquezas da vida fora por causa de cobiça e consumismo.
Futuro da Covid 19
O número de casos e o número de mortes em queda dão umapercepção que a pandemia teria chegado ao fim, é de certa forma compreensível, porém tanto as vacinas como nos futuros tratamentos os estudos científicos continuam avançando em estudos.
No campo das vacinas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv demonstrou que os anticorpos isolados nos sistemas imunológicos de pacientes recuperados de Covid 19 são eficazes na neutralização de todas e os resultados foram publicados na Nature Communications Biology.
No plano social e individual as cicatrizes da maior crise sanitária vão permanecer, porém uma das lições que todos devemos tirar desta crise é que precisamos de uma co-imunidade, não há como tratar uma pandemia se não consideramos o aspecto social, tanto no tratamento curativo, quando no apoio a situações de emergência.
Ainda é cedo para prever o final total tão aguardado do fim da pandemia, e uma comparação que alguns especialistas fazem é como o caso do vírus H1N1 de 2009, cujo vírus circula ainda hoje na população, porém de forma msi branda após sofrer mutações e com vacinas atualizadas sempre.
O vírus H1N1 hoje já é considerado endêmico, circula o ano todo, porém o impacto é muito menor, porém a vigilância sanitária continua atenta.
Também um grande número de estudos preventivos de futuros processos endêmicos, agora são observados, como já fizemos um post aqui, atentos também a problema de bactérias e fungos.
Os médicos são para os doentes
A sociedade dos primórdios do cristianismo, não apenas o farisaísmo religioso como também toda a cultura era que a sociedade era para os sãos, o próprio ditado grego “mente sã em corpo são” é uma forma de expressar isto, os doentes deviam viver a margem da sociedade, muitas vezes fora dos muros da cidade.
As doenças eram pouco conhecidas e a medicina da época muito cara para quem não tivesse poder aquisitivo, até mesmo o fato que um paralítico foi colocado na presença de Jesus descendo pelo teto, tem uma interpretação equivocada, não deixariam ele passar.
É fato que já temos cadeiras e lugares nas filas para anciãos, mulheres gestantes e doentes, mas ainda há uma mentalidade de comunidade dos puros, dos santos ou dos perfeitos, afinal a eficiência não pode vir de quem não está fisicamente preparado para ela e vivemos na sociedade da eficiência.
Assim foi o trato com a pandemia, muitos diziam que o doente se isole e a sociedade vai continuar seu ritmo, mas o que vimos foi a sociedade como um todo perder seu ritmo, e o resultado desta pressão aos poucos se transformou em muitas doenças psíquicas, até mesmo para quem as fez.
Tratar e trabalhar com a imperfeição, com a doença e com a pureza não é se não promover a integração social das pessoas, a ideia de ser um “modelo” para os outros é uma ideia kantiana de ética, que pode levar a uma ética e uma visão parcial da sociabilidade e do que é imperfeito.
Em termos da cultura religiosa leva a um isolamento, a formação de uma bolha na qual os valores são reafirmados, porém muitos são excluídos e não são convidados a participar e conviver com as diferenças, este é um dos principais paradigmas religiosos que Jesus quebrou em seu tempo.
Ao falar com as mulheres, deixar espaço para as crianças, curar leprosos e alejados quebrou o conceito farisaico do que era considerado “impuro”, ia de encontro aos pecadores e aos doentes.
É verdade não é um cego que pode guiar outro cego, porém os médicos são para os doentes, diz a passagem bíblica (Lc 15,1-3): “Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. , então Jesus conta a parábola da ovelha perdida e depois do filho pródigo.
A mentalidade farisaica não apenas não cura doentes, mas se torna ela própria uma doença social.
A pandemia resiliente e a futura possível
A Pandemia da Covid 19 segue em quedas seguidas de estabilidade, como no Brasil na última semana, média em torno de 120 mortes e 10 mil casos conhecidos de infecção do vírus.
Salientamos na semana passada o alerta de vários cientistas que a próxima pandemia poderá ser a de fungos, uma das maiores reportagens deste assunto, que coleta dados, casos e diversos pesquisadores em muitos países, foi a publicada em 6 de agosto pela National Geographic.
Começa contanto um caso de um fumante de 48 anos que procurou o hospital Johns Hopkins Medicine, em Maryland (EUA) onde o especialista em doenças infecciosas Shmauel Shoham ao investigar uma possibilidade de câncer detectou um fungo comum Aspergillus na infecção.
Depois cita na Índia, onde em certo momento da Covid 19 um grande número de infecções fúngicas invasivas e bastante mortais, com um mofo preto causou uma violenta onda de mortes, que foi noticiada no mundo todo, há também o caso da Candida auris, infecção fúngica virulenta que transmite pelo sangue e surgiu do nada, assim como são os fungos que dependem de outros organismos e infecções para se alimentarem.
Segundo a revista dos cinco milhões de espécies de fungos existentes, apenas 120 mil são conhecidas e estudadas, e destas só algumas centenas podem prejudicar os seres humanos.
Com os fungicidas usados na agricultura extensiva há uma estimativa que as taxas de mortalidade por infecções fúngicas invasivas cresçam em até 50%, o que se traduz, segundo a revista, em até 1,6 milhões de mortes e 7,2 milhões de dólares de custos médicos por ano, e devido o desafio de diagnósticos precisos certamente é um número subestimado.
O alerta dos especialistas é a capacidade dos fungos evoluírem em micróbios com aumento de pressões seletivas que os forçam a adaptar e uma população crescente de humanos suscetíveis.
Os fungos atacam principalmente a produção da agricultura, porém o uso liberal do equivalente medicinal para humanos também tem ameaças não intencionais, alertam os especialistas na reportagem.
A reportagem termina afirmando que a ameaça de patógenos fúngicos tem sido historicamente subestimada e faz uma alerta para um maior estudo e controle preventivo na área.
Referência:
As bibliotecas e as guerras
Na década de 50, logo depois da Segunda guerra Mundial, a revista brasileira de documentação traduziu e publicou um artigo de Carl Hastings Milan sobre as Guerras e as perdas de documentos e de bibliotecas.
Ele havia sido diretor da Biblioteca Pública de Birmingham, onde abriu o primeiro ramo de serviços para autores e leitores afro-americanos, o artigo está disponível online e mostra uma face da guerra para as bibliotecas em alusão ao post anterior que fizemos neste blog.
As transcrições para o português foram feitas por Sylvio do Valle Amaral e o artigo original é logo em sequência da guerra em setembro de 1944, publicado no The Annals of The American Academy of Political and Social Science da Filadelfia.
O artigo começa indicando a interrupção e descontinuidade de revistas e publicações em períodos de guerra, além da perda material e a falta de intercâmbio de muitos documentos.
O autor enfatiza esta perda onde: “os editores e livreiros de Londres perderam milhões de volumes, em 1940-41. Várias famosas bibliotecas britânicas de erudição e dezenas das públicas, foram danificadas ou destruídas. Diversos países europeus, a Rússia, a China, além das Filipinas, sofreram ou estão agora experimentando destino semelhante, porém, o mais triste está para vir” (MILAN, 1950, p. 50).
Antecipadamente muitas obras foram tiradas ou escondidas das bibliotecas alemãs, mas a destruição e os saques representam um ataque cultural segundo o autor “infamante” que foi creditado a Hitler, é importante olhar isto para a história para que ela não se repita agora.
Entre as denúncias do autor está que também na derrota: “Os jornais, recentemente, noticiaram a queima de livros em Nápoles, antes da retirada do exército nazista” (idem, p. 50), e assim uma parte da história é apagada, independente do que aqueles documentos representam, eles são importante testemunho cultural de um tempo, que por ser ultrapassado está sujeito a crítica, mas não há o direito de apagá-lo, são documentos culturais.
Restabelece o papel das bibliotecas, agora também em crise em função de uma visão deformada da tecnologia digital que aqui também postamos, porém diz o autor para aquela época: “Básica ao restabelecimento da atividade intelectual em todo o universo, é a reorganização das bibliotecas” e ignorar isto é um crime contra a preservação cultural e da memória dos povos.
Depois de enfatizar a cooperação e apoio às bibliotecas da américa latina e de outros, países discorre sobre a formação de bibliotecários:
“A despeito de comum reconhecimento,- nos Estados Unidos e no exterior, das imperfeições de nossos métodos no preparo de rapazes e moças para o trabalho nas bibliotecas, número surpreendentemente grande de estudantes do exterior vem a êste país em épocas normais a fim de obter o que as-escolas dessa especialidade podem oferece” (MILAN, 1950, p. 53)
MILAN, C. H. As bibliotecas, os intelectuais e a Guerra, trad. Sylvio do Valle Amaral. Rio de Janeiro: REVISTA DO SERVIÇO PÚBLICO, AGOSTO DE 1950.
Covid residual e ausência de protocolos
A Covid permanece baixa porém estável com média móvel de mortes acima de 200, e registrando nos últimos dias próximo a 300 mortes diárias, o número de casos decresce lentamente, em torno dos 30 mil casos conhecidos diário.
Os protocolos seguem tratando como uma doença comum, com pouquíssimos cuidados, em alguns ambientes, sendo a maioria dos ambientes, mesmo pouco arejados, pouco fiscalizados.
Divulgam-se relatórios e protocolos apenas como um dever burocrático, na prática pouco são observados, fica a critério pessoal ou de algum funcionário sanitário ou administrativo zeloso.
A Media Mundial de casos estava na semana passada em 899.983 em 770.230, mostrando que também a nível mundial há uma certa “estababilidade”, porém considerar os números baixos é desconsiderar a possibilidade de novos casos e variantes aparecerem.
O número de casos e mortes mundiais, pode ser observado como uma quinta onda mais fraca e com tendência a queda, mas olhando os números de média móvel de mortes em torno de 200 mil é preocupante e deveria ainda estar sob fortes cuidados protocolares.
O comité de emergência da OMS para a Pandemia, tem emitido notas desde o início do mês de julho mantendo o estado de Emergência de Saúde Publica de Interesse Internal, fazendo notar o crescimento de taxas de infecção em alguns países e alertando para a manutenção da vacinação.
Em nota de julho o Comité expressava: “preocupação com reduções acentuadas nos testes, resultando em cobertura e qualidade de vigilância reduzidas, além de menos sequências genômicas sendo submetidas a plataformas de acesso aberto. Isso impede as avaliações das variantes atuais e emergentes do vírus e está se traduzindo em menor capacidade de interpretar tendências na transmissão e de ajustes em medidas de saúde pública”.
Os governos locais entretanto parecem não estar alerta ao nível que pede a OMS.
Covid 19 do ponto de vista das redes
As redes sociais implicam em relação com seus vizinhos mais próximos que são considerados como vértices das redes, e a propagação do vírus é vista como a possibilidade de um nó da rede transmitir ao outro, como a teoria dos pequenos mundos (small words) afirma que cada pessoa (cada nò) está separado do outro, por apenas seis passos de separação, fica evidente a transmissão.
Seja qual for a estratégia, a testagem sempre deveria estar presente, mas o custo faz muitos não adotarem este protocolo, sem saber quem está infectado não como prevenir e isolar o vírus.
A estratégia de isolar ambientes não é eficiente, embora manter ambientes abertos e arejados seja um bom protocolo, em ambientes fechados não significa que os vírus estejam mais em determinados ambientes, claro exceto os ambientes de tratamento de contaminados onde é evidente que o vírus está presente, a estratégia japonesa é internar somente os casos graves.
Assim diversas estratégias adotadas podem ser mais ou menos eficazes, a chinesa é a mais óbvia, que é a tolerância zero, o lockdown, se todos estão isolados não há transmissão, mas a japonesa é uma das mais inteligentes, e os números comprovam, que é identificar os nós mais suscetíveis ao contágio de casos graves, assim os grupos de riscos são ali os mais vigiados e testados.
Segundo o infectologista japonês Sachio Miura, da Faculdade de Medicina da Universidade de Nagasaki, os que apresentam sintomas leves são orientados a tratar em casa, assim evita uma corrida aos hospitais, onde a superlotação de pacientes se torna um criadouro, o que na teoria das redes seria chamado de hubs, da onde as redes se proliferam e transmitem em menores passos.
Os diversos órgãos de saúde sempre têm especialistas em doenças, porém a estratégia dos protocolos deve ser pensada globalmente (em rede), o número de casos e de óbitos tem caído somente pelo fato que o vírus está menos letal, porém a letalidade podia ser evitada com estratégias inteligentes.