Posts Tagged ‘paz’
A crise do pensamento e a guerra
O cenário do envolvimento mundial nas guerras é um cenário difícil, é preciso entender o que está por trás, antes tempos um confronto cotidiano entre mentes, almas e interesses econômicos que se digladiam diariamente.
Refletem a crise do pensamento contemporâneo que não é apenas filosófica, religiosa ou política, ela e uma perda de fundamentos do que é o humano, a natureza e a própria ciência.
A visão de Sloterdijk expressa em sua esferologia no volume I Bolhas, ele mostra que o tanto o fenómeno onto como antropológico são mais essenciais que a a relação entre sujeito e objeto, pois precedem a ela a experiência espacial do Ser-em (ainda que não seja exatamente o que Heideger chamou de In-Sein), esta é a principal crítica ao idealismo contemporâneo.
No campo religioso (e pode-se estender ao pensamento), o ensaísta Byung-Chul Han, reflete que o “pathos da ação, bloqueia o acesso à religião. A ação não faz parte da experiência religiosa.” (Vita Contemplativa de Byung Chul Han, pg. 154), assim a religião também está em “guerra” cotidiana que leva no extremo a guerra militar.
O ódio que chegou ao Irã e seus grupos aliados e a Israel estão vinculados a esta ideia, e também o fundamentalismo que é diferente da ortodoxia, levam aos extremos da guerra.
Enquanto a ortodoxia proclama o amor e o vínculo ao próximo, a ação leva a guerra e a destruição do diferente, nada é tolerado que não seja semelhante ao “modelo” do ideal ou da ideologia que dele derivou, as ditaduras e opressores proliferam pelo planeta.
A preparação do Irã e de Israel para uma guerra total sem intermediários, e da Otan com a Rússia estão cada vez mais próximas, claro sempre é possível um bom senso e saber que todos perderão, mas a lógica da guerra é sempre alguém perderá mais, e isto constitui a vitória.
A aproximação da Rússia de Kharkiv e a entrada da Ucrânia em território russo demonstra que a guerra é de conquista e assim reduzem a possibilidade de um acordo de paz.
Sempre é possível a esperança e nela consiste a resistência do espírito e o desejo de paz.
Acirram as guerras e seus crimes
Tanto no leste europeu quanto no oriente médio a violência contra civis aumenta e a guerra toma cada vez mais proporções mundiais com a presença de forças dos EUA e da Europa.
O avanço da Ucrânia sobre a Rússia tem uma reação de múltiplos bombardeiros de regiões civis por parte da Rússia, enquanto a Ucrânia avança em território russo e tenta se consolidar dentro deste território, sofrendo revezes no leste onde as forças russas se aproxima de Kharkiv.
Na fronteira do Líbano e na Cisjordânia, Israel e o Hezbollah trocam fogo através de foguetes, o primeiro- ministro Benjamin Netanyahu foi condenado pelo procurador do Tribunal Internacional Penal Internacional pelos crimes contra a humanidade e crimes de guerra em Gaza, o Hamas por outro lado matou 6 reféns quatro homens e duas mulheres que estavam no festival de música, palco do terrorismo feito pelo Hamas em território israelita.
O clima é de guerra total, Israel se declarou “em guerra”, há evacuação de civis em Gaza, e diversas empresas aéreas cancelaram voos para Israel.
O quadro é bastante preocupante porque cada vez mais é um caminho sem volta, uma guerra total é cada vez mais possível, o ministro das relações exteriores da Rússia falou abertamente do assunto, na terça-feira passada (27/08) disse que “o ocidente está brincando com fogo”.
O ministro e porta voz ameaçou diretamente os EUA afirmando: “os americanos associam inequivocamente as conversas sobre a Terceira Guerra Mundial como algo que – se, Deus nos livre, acontecer – afetará exclusivamente a Europa”, assim assume que a possibilidade existe.
Certamente o aviso é claro, e a situação de tropas ucranianas em uma área de 1.200 km2 dentro da Rússia não é apenas um incomodo, mas mostra ao menos pontualmente, uma fragilidade militar da qual a Rússia sempre se orgulha, o país nunca abandonou a educação bélica, que é ensinada até mesmo nas escolas estatais.
A preocupação mundial é a tensão no oriente médio, infelizmente não há perspectiva de desarme e tanto a condenação de Netanyahu como a morte de reféns pelo Hamas é lenha na fogueira que alimenta o ódio e a guerra, setembro que se inicia traz preocupações mundiais.
Do lado do leste europeu, é possível costurar alguma trégua e um caminho para a paz, se a Europa e o OTAN quiserem, claro e a Rússia admitir a negociação, com as derrotas recém e a preocupação com seu território isto pode acontecer, porém o envolvimento de diversos países é muito preocupante, é preciso uma sinalização clara de respeito a soberania russa.
A paz deve ser desejada e praticada por todos, é preciso desarmar os espíritos, o clima global é tenso.
Uma guerra in-evitável
A escalada da guerra prossegue sem uma luz no fim do túnel, apesar de esforços para que tanto as duas guerras mais perigosas não ultrapassem limites que torne a 3G inevitável, no lado do conflito Irã e Israel houveram conferencias em Doha sem sucesso, do lado Ucrânia x Rússia, o primeiro ministro da Índia, Narendra Modi visitou Zelensky em Kiev.
Simbolicamente ambos acontecimentos são importantes para a Paz, a Índia de Mahatma Gandhi tem uma tradição pacifista, Narendra Modi 14º. Primeiro ministro da Índia, é o primeiro a ter nascido depois da independência da Inglaterra, conquistada em uma guerra pacífica do lado Indiano, já que a Inglaterra agia com repressão e violência.
Também a conferencia em Doha tem seu significado, além de diversas conferências de países ocidentais, ali também foi sede da 5ª. conferência para Países Menos Avançados (PMA) que procura responde aos desafios de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento sustentável através de um programa de Ação (Doha Program of Action – DpoA).
A incursão bélica dentro da Rússia prosseguiu numa significativa área de 1.200 km e também houveram ataques de drones, o objetivo é atingir postos militares e reservatórios de petróleo em solo russo, porém a Rússia avança sobre o leste da Ucrânia em áreas próximas a Kharkiv, e a Bielorrusia também concentra tropas do outro lado a oeste, acusa a Ucrânia.
A escalada de ambas guerras, há um vídeo mostrando tuneis dentro do Líbano do grupo pró-Irã Hezbollah. com enorme mobilidade onde passam motos e caminhões, onde estariam grandes parte do armamento para ataques, que na madrugada do dia de ontem (domingo 25/08) já teriam iniciado, Israel está em alerta máximo e retira moradores da fronteira.
A Lituânia divulgou que já tem áreas de colaboração com o exercito alemão para exercícios em caso da guerra com a Rússia escalar, a previsão inicial é de colocar 5 mil soldados nas áreas já reservadas para o exército alemão.
Biden anunciou nova ajuda militar a Ucrânia, a conversa entre o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin com o colega ucraniano Rustem Umerov na sexta-feira (23/08) fala em um pacote de US$ 125 milhões, em reais cerca de R$ 685 milhões.
O envolvimento da Índia e os países que se reuniram em Doha (entre eles Estados Unidos e Egito) são esforços importantes para a paz, ela é evitável, mas é preciso desarmar os espíritos.
Os limites de uma guerra total
Com esperança e com grande temor de uma guerra total, que culminaria em uma grande crise civilizatória postamos semanalmente a análise da evolução de situações nas quais os limites de uma guerra total podem ser rompidos e ir para um inevitável confronto.
Agora países da Europa e Estados Unidos tentam entender estes limites, reconhecendo que Israel ultrapassou este limite ao assassinar o líder do Hamas em pleno território Iraniano, a ideia de por panos quentes na tensão criada corre o risco de não ser ouvida pelo Irã e uma guerra direta entre Israel e Irã envolveria as grandes potencias bélicas mundiais.
A situação na Ucrânia é parecida, embora num sentido inverso, o país foi duramente agredido e castigado nestes dois anos de guerra a caminho de uma destruição de suas fontes energéticas, agora organizou um ousado revide invadindo uma zona de fronteira russa e se estabelecendo numa área de cerca de mil quilômetros, na região de Kursk na Rússia (foto região de uma ponte destruída em Kursk).
No dia de ontem, domingo 18/08, Volodimir Zelenski falou pela primeira vez que o objetivo é criar uma “zona tampão” para evitar ataques na região da segunda maior cidade do país, Kharkiv, porém este avanço enfureceu os lideres soviéticos, que acusam o ocidente de preparar e ajuda a Ucrânia na invasão, também lá este limite foi ultrapassado.
O envio de um submarino com capacidade de disparar mísseis ao Oriente Médico, segundo o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, que afirmou que a situação da região foi discutida com a França, Alemanha Itália e Reino Unido.
Por outro lado, um influente deputado russo, Mikhail Sheremet, disse na sexta-feira que a presença de arsenal militar em solo russo são provas “irrefutáveis da participação estrangeira” na ação militar ucraniana.
Tudo isto é um cenário de uma pré-guerra Mundial, não há mais um limite entre o envolvimento ocidental e estes dois focos de guerra, resta esperança sempre, os homens que provocam as guerras podem recuperar a serenidade e entender que estes limites não devem ser ultrapassados e ir a uma mesa de negociação, porém a tensão escalou no nível máximo.
Unidade ou dualismo
O dualismo é parte essencial do pensamento moderno, ainda que se conheça pouco ou nada da filosofia, e penetrou profundamente na alma humana e vez as coisas por contrastes, não aquele que veio de Platão as sombras da caverna onde não vemos com clareza e não a clareira lugar de busca de Heidegger para encontrar o ser esquecido na filosofia.
Byung-Chul Han ao descrever as narrativas modernas é incisivo: “o novo bárbaro celebra a pobreza de experiência: não se deve imaginar que os homens aspirem a novas experiências. Não, eles aspiram a libertar-se de toda experiência, aspiram um mundo em que possam ostentar tão pura e tão claramente sua pobreza externa e interna, que algo de decente possa resultar disso” (Han, 2023, p. 35) citando Walter Benjamin.
Em seguida dirá que eles “professam a transparência e a falta de mistério, ou seja, professam a falta de aura. Também rejeitam o humanismo tradicional” (pgs. 35-36), esclarece, entretanto, que o livro citado de Walter Benjamin “é repleto de ambivalências” e ao final após uma “certa” apologia a modernidade (as aspas são minhas) dá lugar a desilusão e prenuncia a Segunda Guerra Mundial.
Podíamos ter nos libertado deste “mal-estar da modernidade” (como escreveu Freud) porém o ceticismo de Benjamin volta a fazer sentido, citado em Han: “Ficamos pobres. Abandonamos uma depois da outra todas as peças do patrimônio humano, tivemos que empenhá-las muitas vezes a um centésimo de seu valor para recebermos em troca a moeda miúda do “atual”…” (pgs. 37-38).
Falamos de paz enquanto fazemos guerras, falamos de união e estamos profundamente divididos, falamos de democracia e saímos em apoio a atitude e governo autocráticos, e talvez a maior de todas os sofismas, pretendemos eliminar a pobreza e a miséria enchendo nossos bolsos, não há coerência entre discurso e atitude, trata-se de elaborar boas narrativas, e isto partiu da divisão entre o que próprio do sujeito (não a subjetividade e sim a sua alma) e o objeto (não a objetividade, mas o uso material daquilo que produz vida).
Falta uma “aura” reclama Byung-Chul Han, talvez a espiritual, faz sentido a resistência do espírito de Edgar Morin, mas é preciso encontrar um sentido verdadeiro para isto, aquilo que a maioria dos homens chama de religião não é outra coisa senão justificar narrativas pessoais.
É possível reencontrar a unidade, o diálogo e a paz, mas é preciso “desarmar” os espíritos.
Han, B.C. A crise da narração. Petrópolis: ed. Vozes, 2023.
Inocência, pureza e paz
Parece contraditório e até inocente, de certa forma o é, mas num mundo tão conturbado com tantos problemas urgentes falar de paz, de pureza de sentimentos e comportamentos não só é ingênuo para aqueles que acreditam em soluções violentas, elas estão provando insuficientes.
Se nos preparamos para a guerra temos a convicção de que ela e só ela é a solução, no entanto, produzem mais injustiças, mais desigualdades e só os ditadores e poderosos se beneficiam delas, não se incomodam com as crises financeiras, as mortes inocentes porque na sua mente só a sua segurança e bem estar pessoal importa.
Também autores de grandes obras, como Edgar Morin, que fala da resistência do espírito, o limitar de uma tragédia de grandes proporções alimenta mentes doentias em todas as esferas, acreditam que isto possa ser um “sinal do futuro”, mas é o sinal de um passado, também no limiar da primeira e segunda guerra muitos autores advertiam isto, como Karl Kraus.
A pureza das crianças devia ser observada mais atentamente, podem até brigar, mas logo querem refazer as amizades para poder brincar com os amigos, não levam tudo a ferro e fogo, a menos que sejam estimuladas por adultos, e há quem o faça infelizmente.
Querem o bem comum, desejar o bem a todos e desejar um mundo mais igualitário e de paz não é um pensamento qualquer, está no fundamento de toda civilização que presa este nome, as nações e impérios bélicos sumiram depois de uma decadência trágica.
Na antiguidade os gregos falavam do Sumo Bem, da aretê (virtude) e da educação do cidadão, objetivo ultimo tanto de Platão quanto Aristóteles, ainda era uma sociedade de escravos e onde crianças e mulheres tinham poucos direitos, porém já havia esta meta.
Desejar a paz, ter inspiração na pureza e na alegria da convivência das crianças, pode nos tirar do pensamento perverso que ronda nosso cotidiano, de divisões, ódios e rancores.
Apagando incêndios
Com iniciativa do Egito e do Qatar, apoiado por outros países, há uma tentativa de um cessar fogo entre o Hamas e Israel que evitaria uma provável retaliação do Irã pelo assassinato do líder do Hamas, Ismil Haniyeh, em Teerã, no final de julho passado.
O Irã considera possível, porém exige um fim de incursões de Israel na faixa de Gaza, Israel se prepara como se a guerra fosse inevitável, e isto levantaria um novo front de guerra mundial entre o Ocidente e agora o mundo árabe.
O outro front na guerra entre Ucrânia e Rússia com um envolvimento cada vez maior da OTAN, a Ucrânia lançou um ataque surpresa em território russo na cidade de Kursk onde se trava intensos combates, com a Rússia fazendo novo recrutamento de jovens para serviço militar.
Duas preocupantes situações em usinas nucleares também ocorreram neste final de semana, uma na cidade de Rostov, onde uma nova usina foi ligada e houve preocupações com uma unidade que teria algum problema de funcionamento, porém o engenheiro-chefe da usina, Andrey Gorbunov, afirmou segundo fontes da imprensa: “estamos trabalhando com a eficiência máxima”, dizendo que eram manutenções de rotina.
Mais grave foi um incêndio no dia de ontem, nas instalações da usina nuclear Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, neste domingo (11/08), conforme informa a agência Reuters, localizada em zona da guerra, em território ucraniano, mas sob o domínio da Rússia, ambos países trocaram acusações pelo incêndio causado, o presidente da Ucrânia, Zelensky, afirma que a situação está sob controle e os níveis de radiações está normal.
Evgeny Balitsky, um funcionário alocado pela Rússia na região ocupada de Zaporizhzhia, acusou a Ucrânia de iniciar o incêndio bombardeando a cidade vizinha de Enerhodar, e as autoridades russas disseram que a usina “sofreu sérios danos pela primeira vez” devido ao ataque.
Assim o perigo das guerras, que produzem enormes perdas e vidas humanas, o risco de um “acidente”, uma atitude precipitada ou cruel, como assassinatos, pode disparar processos irreversíveis e criar um clima mundial irreversível de guerras e horrores.
A esperança que as forças de paz, e no caso das usinas de forças técnicas competentes, evitem tragédias maiores do que aquelas que as guerras já causam, mortes e desespero humano de civis e pessoas inocentes.
Que justiça e que paz queremos
No post anterior falamos de paz e liberdade, a paz não é a Pax Romana que significava a submissão dos vencidos, aqueles que praticam injustiças precisam desviar a vida de seu curso natural da vida dos povos, precisam mudar o humanismo transformando-o em algo perverso, transformam culturas milenares numa cultura estranha, retiram dela o que tem de mais originário e verdadeiro, desrespeitam os pobres e desamparados ao confundi-lo com desejos de poder e avareza próprios da opressão.
Poucos homens procuram desviar-se destas ciladas, com isto a ideia que uma pessoa “bem-sucedida” significa que teve sorte, foi “abençoada” ou através de estratégias soube acumular riqueza, mas também há estruturas perversas que se favorecem do poder, e muitas delas estão na estrutura de poder, por isto ele é fonte de influência.
Mas há outro caminho o da herança, ao longo da história somente os vencedores contam suas glórias, “ao Vencedor as batatas” (Robert Schwartz escreveu um livro com este título) diz o personagem Quincas Borba (figura) no romance de Machado de Assis com o mesmo nome, onde ele desenvolve a ideia do humanitas, que enxerga a guerra como uma forma de seleção dos mais aptos, assim justifica a opressão e o empobrecimento dos injustiçados.
O personagem Quincas Borba é uma espécie de filósofo ateu, que se tornou rico ao herdar os bens de um velho tio, morador de Barbacena, Estado de Minas Gerais, onde permanece um tempo nesta cidade antes de morrer.
Quem irá desfrutar da fortuna deixada por Quincas Borba será Rubião, um modesto habitante do interior de Minas Gerais, que recebe sua fortuna e decide ir viver no Rio de Janeiro, assim fala da migração do interior para as grandes cidades, não na perspectiva dos pobres que vão a busca de trabalho, mas dos ricos que vão em busca de boa vida.
Rubião vai para a cidade e tentará aplicar a filosofia do Humanitas desenvolvida por Quincas Borba e esta é na verdade o tema do livro.
Além do aspecto literário e histórico do romance, característico da época (o romance Quincas Borba foi publicado pela primeira vez em 1891), Rubião ao mesmo tempo que desfruta de uma fortuna fácil, é vítima de sua credulidade provinciana da qual seus amigos que o acolhem na “cidade grande” vão desfrutar.
O tema é universal, mesmo que pintado com cores históricas brasileiras, além das injustiças com pobres e desamparados, as artimanhas e maquinações que tiram também as posses de pessoas que por terem conquistado dinheiro fácil, não sabem como utilizá-lo bem e se perdem nas armadilhas preparadas por falsos amigos avarentos.
Assim a liberdade não pode estar condicionada a estruturas perversas e nem as formas autocráticas de poder, é preciso que ela contemple de fato a justiça dos simples e humildes, a armadilha do liberalismo está também no romance Eugenie Grandet de Balzac.
ASSIS, Machado. Quincas Borba. Rio de Janeiro, 1891. (ver o pdf da 3ª. edição)
Cresce a tensão mundial
O morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em pleno território iraniano por “um míssil de curto alcance” que estava no Irã para a posse do novo presidente do Irã Masoud Pezeshkian, elevou a tensão entre Israel e Irã ao nível máximo, e a resposta do Irã será inevitável.
O envio do ex-comandante das tropas na Ucrânia, Valerri Zaluzhnyi, para ser embaixador no Reino Unido, traz também sérias preocupações não só pela proximidade do governo britânico, que certamente se manterá informado das ações militares, o novo embaixador traçou um futuro sombrio e doloroso para o futuro da guerra no leste europeu.
A Ucrânia recebeu os esperados caças F-16 (foto) para reforçar sua defesa aérea, agradecei a Noruega, Holanda e Dinamarca, aparentemente os doadores desta remessa, entretanto ainda espera outras, o resultado político é um envolvimento maior das forças de outros países na guerra.
Países dos Balcãs e da Escandinava já começaram o recrutamento obrigatório para o serviço militar temendo uma expansão da guerra.
Também a América Latina sofre com a controvertida eleição Venezuelana, a agência de notícias AP obteve fotos de quase 79% das atas da eleição e comprovaria a eleição do candidato da oposição Edmundo Gonzáles, enquanto o CNE órgão de Maduro para apuração das urnas deu o ditador como ganhador.
As ruas tiveram vários protestos, e segundo o próprio Maduro já há mais de 2 mil detidos, havendo mortos e feridos nas manifestações que são reprimidas pelas forças militares.
Sempre há esperanças àqueles que acreditam na paz, respeito as diferenças culturais, religiosas e políticas, melhoria na distribuição de renda e socorro às populações carentes, os problemas do mundo atual são justiça e liberdade, a guerra só piora estas condições.
Atos de sabotagem e abertura das Olimpíadas
Horas antes da abertura das Olimpíadas de Paris vários “atos de sabotagem” foram realizados de maneira “preparada e coordenada” afetando as linhas ferroviárias da França, o primeiro ministro francês Gabriel Attal descreveu o evento, segundos fontes francesas, como “maciço e grave” e agradeceu aos bombeiros e expressou indignação pelos transtornos ao deslocamento de turistas e franceses.
A cerimônia de abertura foi com uma mensagem estranha e sem a beleza que sempre a acompanhou em versões anteriores, a apresentação de Lady Gaga foi gravada segundo explicações “devido a chuva”, uma cerimônia de pessoas trans numa mesa pareceu uma ironia com a santa ceia (aquela famosa pintura de Leonardo da Vinci) e um mascarado que aparece coma tocha olímpica parece um personagem dos jogos de videogame Assassin´s Creed.
Também o cavalo branco simulando um cavalgar sobre as águas é algo de simbologia enigmática, talvez o cavalo do apocalipse ou alguma alusão a guerra.
Salvo a famosa canção francesa L´Hymme á l´amour de Edith Piaf, interpretada por Celine Dion, desfilaram com a tocha diversos atletas franceses e acenderam um a pira olímpica num balão, cuja iluminação é mantida por um sistema elétrico.
Houve ainda no sábado uma parte de apagão em Paris e o próprio comité olímpico, através do porta-voz do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris 2024: “assumimos que ultrapassamos a linha”.
As guerras continuam, a esperança de paz aumentou uma vez que a Rússia pela primeira vez chegou a admitir uma volta ao “acordo de Istambul” anterior a invasão da Ucrânia.