Arquivo para janeiro 8th, 2015
Boris Broys e a arte pós-moderna
Parece que há pouco a dizer sobre a arte atual, ou que talvez esteja havendo uma confusão entre os limites do que é ar e o que não é, mas creio que Boris Groys e Jacques Rancière (o post anterior) podem sim dizer algo.
Boris Groys é um alemão de 68 anos de idade, estudo de 1965-1971 matemática na Universidade de Leningrado (hoje São Petersburgo), trabalhando numa série de pesquisas e participou do movimento Conceptualismo de Moscou e publicou em 1979 o ensaio “Conceptualismo Romântico de Moscou”, depois em 1981, foi fazer seu PhD em filosofia na Universidade de Munique.
Groys é um membro da Association Internationale des Critiques d’Art (AICAO), e tem servido como um companheiro de inúmeras instituições, incluindo Centro Internacional de Pesquisa de Estudos Culturais (IFK), em Viena, Áustria, Harvard University Art Museum, e da Universidade de Pittsburg.
Escreveu os polêmicos “The Communist Postscript” (2010) e “Introduction to Antiphilosophy“ (2012), mas é seu pequeno ensaio sobre a Arte na idade da digitalização, para mim um importante trabalho, onde analisa o famoso trabalho de Walter Benjamin “The Work of art in the Age of Mechanical Reproduction” onde assume a possibilidade de uma reprodução tecnicamente idêntica e perfeita de forma que não permita uma distinção entre o original e a cópia (Groys, 2010).
Leciona desde 1994, filosofia e teoria das mídias, na Academia de Design (Hochschule für Gertaltung), que é dirigida por Peter Sloterdijk, em Karlsruhe (Alemanha) nosso próximo post.
Em seus trabalhos de Boris Groys a arte e a filosofia não têm tratamentos distinto, para ele, tanto uma como outra tratam fundamentalmente de questões que não admitem uma solução definitiva e por isto são imortais, neste enfoque, objetividade e subjetividade se confundem, e nesta perspectiva concordamos.
Exigências culturais não são fictícias, dizem a um espectro de coisas, e quase sempre o objetivo de artistas e pensadores é superar aquilo que é considerado mais avançados, que tem algo de morto em determinado campo, e assim posicionar-se na cultura melhor ao ponto que torna mortais imortais por terem cumprido a exigência imaginária do seu tempo, e ainda que esta imortalidade seja artificial, tem efeito de uma política consciência
Assim o que Groys propõe é que o espaço simbólico da arte inclua necessariamente os mortos, representados por suas obras, imagens, teorias, atitudes, linguagens.
Assim, a verdadeira pressão cultural não vem das instâncias de poder, mas dos mortos e é então um caso muito mais sério que os vivos, pois continuam a perturbar o presente como criadores
É o que faz artistas mortos ainda estarem em competição; como eles, querem, por exemplo, chegar a ter edições integrais suas nas estantes das bibliotecas.