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A guerra e a fome
A guerra não é apenas a disputa de mercados e “ideais” medindo, ela é antes de tudo uma atrocidade em escala, se um assassinato é condenável porque não seria uma guerra ? durante a guerra da Sérvia/Bósnia perguntei a uma ativista sérvia porque queria dizimar a Bósnia, ela me disse que eram fatores históricos que seriam difíceis de explicar, porém dizia que o país dela era “vítima” de bombardeios que não tinham nenhuma justificativa.
Assim é o ódio, a intolerância e a ausência de diálogo, muitas vezes escamoteados com palavras dóceis para ganhar a opinião pública, mas toda guerra tem como princípio alguma atrocidade, algum ódio injustificável e alguma intolerância cultural (pode ser de muitos tipos), não há outro caminho de retrocesso a não ser o arrependimento (de ambas partes é claro) e o reconhecimento que escolheram o pior caminho, claro e depois sentar-se a mesa.
Umas das consequências, já inevitáveis, ainda que haja um acordo para as exportações de grãos da Ucrânia, será a falta de grãos no mercado mundial, conforme o gráfico acima, o país em guerra é responsável por 42% do óleo de girassol nas exportações globais, 16% do milho, 10% da cevada e 9% do trigo (dados de 2019, veja o gráfico) assim como a Russia exporta fertilizantes e o gás para a Europa.
Houve um acordo mediado pela Turquia, porém em função da guerra é fato que parte da produção se perdeu e o preço dos alimentos já subiram no mundo todo, a safra atual será exportada, mas pouco ou nada pode-se dizer das safras futuras, boa parte da população deixou a Ucrânia, inclusive na área rural.
É difícil um processo de retrocesso, aparentemente em todo mundo o confronto e o ódio cultural e social se expandiu, até mesmo entre aqueles que deveriam proclamar a paz.
Explicamos na semana passada (em post) a importância da amizade e empatia entre os homens para uma verdadeira espiritualidade, que pode ajudar a civilização neste processo difícil.
Só há um caminho, modificar o clima de empatia, de paz e de solidariedade entre as pessoas, assim os políticos e líderes que crescem em torno do ódio poderão perder espaço.
A peste, a guerra e a fome
Este circulo vicioso parece perpetuar-se na história, e os dados e provocações recentes da guerra na Europa não apenas assustam, mas causam um medo justificável quando se observa que por todo o mundo há “torcidas” de ambos os lados, e não é jogo, mas um grande genocídio como qualquer outra guerra, porém de proporções maiores porque pode envolver as maiores potencias mundiais.
A geração que assistiu os horrores das duas primeiras guerras já não a tem em mem[oria, contando a partir da data de início, o assassinato do Duque Francisco Ferdinand em 1914, por um nacionalista sérvio e que é considerado o estopim da primeira guerra.
O que a precedeu foi um período da política européia de 871 a 1914 chamada de “Paz Armada”, onde há um acirramento de disputas de mercados, territórios coloniais e uma visão do predom[inio na geopolítica européia, onde se destacava o Império Austro-Hungaro do qual Francisco Feerdinad era herdeiro.
Um documentário sobre como se deu a escalada nazista na Alemanha, pode ser visto num documentário feito pelo History Channel, e veremos um cenário parecido: recentimentos de guerras, crise econômica e não citado no documentário: a gripe Espanhola (1918-1919).
O paralelo com o crescente acirramento entre a OTAN e a Russia na guerra atual da Ucrânia é evidente, e por tanto o temor de uma guerra de proporções civilizatórias deve ser temido, inclusive com a inclusão de separatistas sérvios, aos quais a China é acusada de enviar armas.
O cenário futuro é de uma crise de mercados, em especial, de grãos que vão afetar, em especial, os mais pobres, já é um cenário visível para muitos analistas. Relatórios do índice global da fome mostram que conflitos violentos contribuem de modo decisivo para a fome (foto).
As proporções civilizatórias deve-se número n]ao apenas de armas nucleares, mas de mais de 400 usinas nucleares espalhadas por todo o planeta, o documentário sobre o que pensavam os naziNãostas ajuda a refletir sobre nossos pensamentos sobre “mitos” e “fantasias” populares.
Não há uma força vigorosa que lute pela paz, porém pequenas atitudes como gestos de empatia e amizade podem ajudar a superar o crescente clima de ódio e desamor atuais.
O ser, a clareira e o necessário
Somente através da linguagem possuimos uma habitação do ser, estando nela podemos ter acesso a clareira, e desdobrando-se neste ser-aí tomamos conta de nossas ex-sistência, e assim a clareira é o mundo e está no mundo, nesta verdade acreditou Heidegger e foi atrav+es dela que escreveu Cartas para o Humanismo, que recebeu a resposta de Sloterdijk que afirma que a clareira não seria o habitat e muito menos o que hoje chamamos de ambiente ou de “casa”, porque estamos em ruptura com a natureza, enquanto Heidegger considera o Ser humano pastor do ser, Sloterdijk afirma que sua tarefa +e saber guardar o Ser, ambos não eram religiosos, Heidegger o foi por um período, mas abandonou.
Muito antes da pandemia, Sloterdijk cria o termo co-imunidade, em alusão a tarefa de cuidar do ser “enfermo” aqui num sentido amplo que inclui o social, e tal tarefa emprega- se no ser, escolhendo-a livremente e impregnaodo-se dela ou não, assim independe da linguagem a qual é meio, enquanto o homem vive uma vida de exercícios, quase sempre vazios, ou com o termo que usava fazendo uma ascese (ascensão pelos exercícios) desespiritualizada, ou seja, sem cuidar-se como enfermo, mas aderindo a enfermidade.
Assim vivemos uma vida voltada a ação, à performance, a um conjunto de exercícios para auto-explorar-se, pena que Byung Chul Han foca excessivamente nas mídias sociais, elas também são meios enquanto linguagens, porém o consumismo, o ativismo e a busca de um ser ativo encontra apenas uma falsa ascese, mesmo que religiosa, pouco profunda porque não cuida do enfermo.
Para ambos, Heidegger e Sloterdijk, não se trata da alma, nem da elevação divina do homem, vê-se apenas o processo civilizatório, porém para os cristãos que entendem o quão profundo e importante é uma verdadeira ascese pessoal, trata-se da alma e da vida eterna.
A passagem bíblica que mais reflete isto, é aquela que nos recorda o que é essencial, diria até que só uma coisa é necessária, ouvir a voz do alto, da plena vida e da verdadeira luz da clareira, Lucas 10, 38-42, na qual Jesus visita a casa de Marta, “certa mulher” e Maria sua irmã, diz a leitura portanto não se tratam das mulheres conhecidas, como dizem alguns exegetas.
Marta está ocupada com os afazeres, certamente prepara algo para o mestre, e Marta se senta aos seus pés para ouvir o senhor, e Marta fica brava com a irmã que não a ajuda.
Mas o mestre a repreende e diz (Lc 10,41-42): “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
Só uma coisa é necessária, não se trata de alienação e sim da clareira da qual afastamo-nos.
Pré-ocupação: entre a ocultação e o mistério
Conforme desenvolvemos os temas da semana passada, a clareira é a morada do Ser, de modo geral e dentro de determinados contextos: “o que está oculto dentro do todo, e de onde deve emergir o Ser” que elaboramos ali, isto é o que encanta as primeiras imagens do observatório James Webb, dentro do contexto do universo, olhar para grandes mistérios e fenômenos ali.
Sair da ocupação e entrar no mistério é assim deste modo uma expansão do Ser, quando descobrimos um mundo novo no final da idade média, também um conjunto de descobertas em torno da ciência foram sendo iluminadas e também elas foram início de uma clareira, porém o vínculo estreito ao subjetivismo, o trajeto de um objetivismo materialista voltara a ocultar.
Pré-ocupação, significa aquilo que ocupa a nossa mente e por consequência nosso ato, se desenvolve na roda-viva da modernidade em uma “sociedade do cansaço”, onde a pré-ocupação leva ao mesmo tempo a um esgotamento mental e social, e uma falta de contemplação, ou seja, nossa incapacidade de “admirar e pensar sobre alguma coisa” num estado contemplativo.
Assim só é possível sair da pré-ocupação por um processo de clareira do Ser, um mergulho no mistério, uma capacidade de “colocar entre parêntesis” nossos pensamentos e atos (o método do epoché fenomenológico), e assim voltar a “respirar” e sair da toxidade do mundo moderno, não deixamos de analisar e observar os graves fatos da contemporaneidade.
Assim a ocultação, a mitificação ou falsa “mistificação” da realidade é oposta à clareira, e muito diferente do ocultismo, o exemplo das imagens e estudos do James Webb são uma clara visão deste mergulho no mistério, onde sempre podemos encontrar novidades e novos enigmas.
A pré-ocupação é a mesmice do mundo contemporâneo, falsos problemas e problemas verdadeiros ocultos em discursos e modos viciados de enxergar a realidade, como alguém com dificuldade de visão e que não se sujeita ao uso de óculos para clarificar a realidade.
Contemplar é um ato complementar com a vida ativa, e só ela permite uma unidade do Ser, onde mesmo sobre momentos sombrios há luz e serenidade.
As pontes de Konigsberg e o paradoxo da guerra
A cidade Königsberg (hoje Kaliningrado da Rússia) era uma cidade alemã da Prússia Oriental, depois da segunda guerra mundial perdeu a posse para a Rússia, que enviou colonos para lá, tinha antes da guerra 7 pontes e os habitantes se perguntavam se era possível fazer um passeio passando por todas pontes, passando uma única vez por todas elas.
O problema foi resolvido por Euler (que era suíço) construindo um modelo matemático que foi mais tarde chamado de grafo, onde nós e arestas se conectam, e que hoje é importante para pensar os modelos das Redes Sociais (que são as relações entre nós e que não são necessariamente feitos por mídias), e o fato de se voltar por um mesmo nó indica uma relação “social” de dupla direção, em certo sentido, de reciprocidade.
Euler provou que não era possível fazer o passeio sem passar duas vezes por uma mesma ponte, e no desenho do grafo você pode tentar fazer este exercício e perceber que de fato esta é a resposta.
A região hoje pertencente a Rússia é uma base militar fora da união soviética, já que Lituânia e Polônia estão no caminho, e a Bielorrússia embora seja aliada bélica da Rússia neste momento, embora muito próxima de Kaliningrado não tem uma passagem direta.
O problema da guerra se agravou quando a Rússia fez testes simulados com mísseis com capacidade nuclear em 4 de maio de 2022, e a Lituânia recentemente impediu que os trens que atravessam o país vindo da Rússia passem em seu território, confiscando os bens.
Assim as pontes que antes foram destruídas para passagem de armas militares na 2ª. Guerra mundial, agora se rompem num perigoso cenário onde relações sociais rompidas criam um novo paradoxo, pois Kaliningrado é na prática o ponto nuclear mais ao sul e próximo de países como a Alemanha, Reino Unido e França, e possui um arsenal nuclear considerável naquele “oblast” (espécie de estado, porém um exclave).
Recentemente, um ex-general e hoje deputado russo Andrey Gurulyov afirmou que o primeiro alvo numa provável 3ª. Guerra, seria Londres e que o conflito global surgiu a partir do bloqueio de Kaliningrado.
Faltam pontes e erguem-se muros, especialistas dizem que a guerra é improvável, tomara que seja, o maior paradoxo de uma guerra mundial hoje será a perda de uma perspectiva civilizatória
Inverno pode ser terrível para a guerra
Em videoconferência com o G7 nesta segunda-feira (27/06) o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky pediu que a guerra cesse até o inverno, sempre um período mais duro para tropas e para regiões em guerra, isto indica duas preocupações: uma intensificação das batalhas no outono (no hemisfério sul é a primavera, de setembro a novembro) e possíveis dificuldades de fornecimento de gás e dos alimentos no período.
Do lado russo o corte no fornecimento de gás, que tem um sacrifício financeiro evidente, pode significar um colapso nos sistemas de aquecimento, uso doméstico e industrial na região.
A reunião do G7 começou domingo (26/06) com os países: EUA, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá, França e Japão, e a videoconferência foi realizada na 2ª. Feira (27/06), o presidente também denunciou o ataque russo a um shopping lotado na região de Cremenchuk, com mais de mil pessoas.
As batalhas seguem duras na região de Dombass embora haja avanço russo, o custo em tropas, armamentos e moral tem sido elevada para ambos lados, enfim é um ódio crescente e uma possibilidade de paz cada vez mais distante.
Num esforço político, o presidente da Rússia fará a primeira viagem ao exterior visitando dois ex-estados soviéticos: o Turcomenistão e o Tadjiquistão, e depois ainda se encontrará com o presidente indonésio Joko Widodo, não há declarações sobre o assunto das conversas, porém com certeza trata-se de assuntos geopolíticos (veja o mapa).
Porém por trás desta viagem há um objetivo mais preocupante, a preocupação de Putin com as fronteiras, neste caso com os países da Ásia, indica tanto o saudosismo da antiga União Soviética como uma preocupação bélica de longo prazo, isto tem um contorno sombrio para o futuro da humanidade.
É claro que não há um belicismo de um único lado, também a resposta da OTAN tem sido dura como a entrega oficial de pedido da Suécia e da Finlândia de entrada na OTAN, também a Moldávia prepara sua entrada, enquanto a Ucrânia vive a espera de uma entrada tardia.
O cenário é extremamente preocupante para o outono no leste europeu, que é a primavera no hemisfério sul, uma preocupação crescente com o abastecimento de alimentos e de petróleo agita todo o mundo, porém o pesadelo maior é a própria guerra e seus contornos.
Poucas e heroicas vozes (veja o post de 21/06) se unem pela paz, a preocupação com a polarização é agora mundial.
O ser entre da pausa e do caminho
Duas frases de Heidegger refletem bem suas questões essenciais que fazem mais sentido em momentos de crise profunda: “Devemos levantar novamente a questão do sentido do ser” e “O ser humano é um ente ontologicamente privilegiado porque em seu existir está em jogo o seu próprio ser.” (em ‘Ser e tempo’), então o caminho deve-se partir de uma pausa contemplativa.
A pauta é momento também de abertura do ser e de um epoché sobre o significa de existir, com os outros homens, dentro de um contexto histórico e solidário com a natureza que é a “casa” onde habita, enquanto a linguagem é a morada do Ser.
Isto exige um deserto, uma mudança de mentalidade, sair da Sociedade do Cansaço, enfrentar a dor e os riscos de uma pandemia com outra visão (Byung Chul Han escreveu a Sociedade Paliativa) e por último encontrar a paz dentro de um novo caminho, rompendo com as estruturas do mal.
Só quem passou pelo deserto, pelo “vale das sombras”, que agora não é exclusivo de um único Ser e sim são sombras sobre o processo civilizatório em todo o mundo, incluindo a possibilidade da guerra, da fome e uma pandemia interminável se não mudamos a postura.
A história bíblica conta João Batista que foi para o deserto e anunciava um novo tempo, que os cristãos comemoram estes dias seu nascimento, Jesus também foi para o deserto onde foi tentado e vivenciou a fome sendo alimentado por “anjos”, e a humanidade como atravessará seu deserto
Para seguir o caminho é necessário passar por estas questões, responder a estas perguntas, como diz a passagem bíblica em (Lc 9, 20), Jesus depois de ser rejeitado na Samaria e impedir que os apóstolos entrassem em conflito com aquele povo, diz ao ter um discípulo que queria enterrar o pai: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos, mas tu, vai anunciar o reino de Deus”.
Isto significa que não devemos olhar para o que está morrendo, mas para o que está nascendo em meio ao deserto, porque é daí que se inicia um novo caminho.
A paz também tem protagonistas
Se a guerra faz seus “heróis”, a paz também faz os seus, três casos foram noticiados na semana passada: o jornalista russo e ganhador do prêmio Nobel da Paz Dmitry Muratov que está leiloando sua medalha em prol dos refugiados ucranianos, o ex-capitão da seleção russa de futebol Igor Demisov, meio campista disse que envio um vídeo ao presidente Vladimir Putin em março pedindo que não continuasse com o conflito e o último e mais tocante foi a libertação da enfermeira Yuliia “Taira” Pavievska (foto1), conhecida como Taira, heroína da Ucrânia em Mariupol onde cuidou também de soldados russos.
Taira havia divulgado um vídeo com imagens dos “horrores” em Mariupol, e trabalhava em condições precárias de remédios e equipamentos, mesmo assim atendia também os russos.
Já o prêmio Nobel Dmitry Muratov, disse que há cada vez menos imprensa independente em seu país, mas que ele observa já um descrédito da população crescente em torno da guerra, Dimitry recebeu o Nobel da Paz junto com a jornalista filipino-americana Maria Ressa (foto 2).
Já o futebolista Igor Demisov (foto 3) disse que temia por sua vida após tornar público seu pedido de paz, declarou “Não sei. Pode ser que me prendam ou me matem por essas palavras, mas digo as coisas como são. Eu até disse a ele: estou disposto a me ajoelhar diante de você”, mesmo se dizendo orgulhoso.
A quarta foto é um quadro de Maria Prymachenko (foto 4), cerca de 25 obras podem estar destruídas no antigo e pequeno museu de Ivankiv, nos arredores de Kiev, ela fazia desenhos, pintava quadros (foto 4) e fazia bordados, Pablo Picasso a considerava “brilhante” depois de ver suas obras em Paris.
A lamentável declaração do ex-presidente da Rússia Dmitry Medvedev, que espera que os Estados Unidos implorem por uma discussão de armas nucleares, e não menos lamentável a declaração da OTAN Jens Stoltenberg, que a guerra será longa, nenhum alento para a paz, nenhuma palavra de esperança ou de diálogo.
Os pacíficos não se cansam de pedir a paz, o apelo a razão e ao diálogo, ainda que tardio.
O Ser e o Imperecível
Foi Justino Santo e Mártir cristão do século II, que encontrando-se com um Ancião, que está no seu livro diálogo com Trifão, que ele entendeu que era desejo de Deus que a alma fosse imortal e isto a separava do platonismo, caminho filosófico que havia percorrido depois dos estóicos.
Justino é o primeiro no cristianismo a tratar os problemas da filosofia num caminho contemplativo e filosófico, sua obra não foi sistemática (Apologia I e II), mas fundamental para um percurso filosófico do pensamento cristão, e influenciou muitos pensadores da patrística dos primeiros tempos cristãos.
Por sua fé cristã, Justino foi denunciado e morto decapitado.
Assim algo imperecível habita o Ser e lhe é essencial, a simples contemplação e ascese que não contém esta premissa é incompleta, entretanto o acesso a esta verdade depende de um estágio de bem aventuranças, aquelas que estão em Mateus 5, destaco 4 que são contextualmente importantes (Mt 5,5-9): Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra, Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos, Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia, Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus, Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
Porém tudo isto não é imperativo para alcançar um acesso imediato ao divino, a eternidade é atemporal e nela o tempo é diferenciado, é um Kairós, ou um tempo no relógio divino.
E tudo isto não se separa da vida cotidiana, que contem um “Aroma do Tempo” como propõe Byung Chul Han, um divino humanamente vivido em cada ação e assim não está separado da contemplação, mas tem uma cadência diferente do ativismo puro e simples.
O seguimento cristão é mais profundo pois exige uma renuncia, não basta encontrar Jesus ou o Divino, em Lc 9,23, o próprio mestre ensinou: “Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.
E esta é a lição mais dura e a definitiva.
Novo polo de tensão: Taiwan
Em meio a guerra na Ucrânia, a batalha de Severodonesk segue com avanço russo, que promete maior proteção a república separatista do Donbass, sem perspectivas de acordo, um novo polo de tensão mundial envolvendo o Ocidente e as republicas socialista se encaminha para a Taiwan.
Cada vez está mais próximo a tentativa de tensão entre a República Popular da China, que é Continental e a Taiwan que está na Ilha de Formosa, que se separou da China desde a derrota de Chiang Kai Shek pelos partidários socialistas de Moa Tse Tung.
Entendamos a história, fundada em 1912, a República da China agrangia grande parte da China Continental e da Mongólia, no fim da segunda guerra mundial com a rendição do Japão, o país anexou as ilhas de Formosa e Penghu (pescadores) a sua jurisdição, quando o Kuomintang (KMT) perdeu a guerra para o partido comunista liderado por Mao Tsé Rung em 1948, o governo de Chiang Kai-Shek se refugiou em Taipé, capital da Ilha Formosa e fundou a República em Taiwan.
A china nunca aceitou esta separação, mas os partidos políticos e políticos de Taiwan, como os ex-presidentes Lee Teng-hui e Chen Shui-bian consideraram que não havia necessidade de uma declaração formal de independência, entretanto isto ficou polêmico diante de países da ONU.
A resolução da ONU 2758 de 1971 expulsou a República da China (Taiwan) e deu o assento para a República Popular da China que perdeu sua participação em todas organizações intergovernamentais relacionadas às Nações Unidas, como como o Tribunal Internacional de Justiça, onde direitos internacionais são discutidos.
Mas a votação da resolução não foi unânime (foto) e muitos países querem reconhecer a República da China, que mantém sua independência, sendo um dos quatro tigres asiáticos com uma econômica forte em especial, na parte de componentes da microeletrônica.
A tensão é enorme e a ideia que a Republica Popular da China vai atacar Taiwan é quase certa.