Arquivo para a ‘Economia’ Categoria
Epitrack: crowdsourcing da saúde
Após um mestrado na Fiocruz e seu orientador do Recife, criaram um aplicativo que através de ambiente colaborativo pode ajudar a detectar epidêmias e trabalhar para a saúde púbica.
Epitrack (epi de epidemia e track de track de rastrear em inglês) é o nome de um software feito por Onício Neto que associado a seu professor Guilherme Lichand fundaram uma empresa fundada em 2013, e que hoje tem 13 funcionários e chegou a um faturamento bruto de R$ 2,5 milhões em 2015, usando o potencial colaborativo da internet para a saúde.
A empresa cria aplicativos para detectar surtos de doenças antes mesmo das autoridades de saúde, e procura ajudar a melhorar políticas públicas com aplicativos de mensagens também chamadas automáticas de voz, aquelas em que o usuário responde usando uma sequência de teclas.
A empresa agora expõe no mercado americano tentando ampliar o seu raio de ação, o software é finalista na competição The Venture, você pode votar no site do aplicativo.
Alvin Toffler e a ausência de utopia
Faleceu no último dia 27 de junho com 87 anos, o escritor e futurista Alvin Toffler, casado com a também escritora também futurista Heide Tofler que em 2003 escreveu “Criando uma nova civilização”(*) que mostra além dos aspectos econômicos e estruturais a necessidade de uma civilização preparada para este futuro.
O primeiro grande livro de sucesso de Alvin Toffler, li na minha juventude e coloquei uma resenha em meu blog o Choque do Futuro foi o seu primeiro grande sucesso editorial.
Mas o livro de maior influencia onde já antevia a internet e o uso intensivo de tecnologia nas empresas é a Terceira Onda, publicado em 1980 pela Bantam Books, o livro trouxe não apenas uma utopia, característica marcante de toda a obra de Alvin Toffler, mas uma entrou na retórica de grandes líderes mundiais da época que passaram a citá-lo como visionário.
A ausência de utopia nos dias de hoje, é devido ao aprisionamento as decadentes estruturas sociais, ao medo das mudanças necessárias e já antevistas no processo de produção, tanto na indústria urbana como nas agroindustriais rurais e no cuidado com a natureza.
Somos ótimos críticos de qualquer mudança que se proponha, mas incapazes de sair do velho ranço ideológico, das estruturas concentradoras de renda e de poder, apontamos a tecnologia quase universalmente como responsáveis pelo que está ai, e não os homens que as usam.
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O livro da esposa de Toffler, Heide faz quase uma síntese histórica sobre os diversos livros do marido, principalmente A terceira onda e Guerra e Antiguerra, e Powershift, a nova onde civilizatória segundo eles irá alterar a relação entre patrão e empregado consumidores e empresas, modelos de família, de governo e dentro do modelo que atual onde permanece a propriedade privada, por isto pouco chance de uma leitura crítica dos socialistas e nenhuma chance de leitura entre capitalistas que devendo a atual relação de concentração de renda.
*TOFFLER, Heidi. Criando uma nova civilização. São Paulo: Record, 2003.
DIY é uma mudança cultural
Talvez ainda incompreensível, mas o movimento “faça você mesmo” (DIY, Do It Yourself), que apareceu nos anos 90, inclusive no Brasil tendo até revistas: faça você mesmo consertos, decoração, infantil, festas, etc. agora reaparece com força inclusive em escolas com uso de dispositivos eletrônicos e impressoras 3D, em “makerspaces” segundo a Business Insider.
O estimulo vem das redes como HGTV e DIY, também em sites como Pinterest, mas há infinitas lições no Youtube e outras ferramentas: como fazer determinados pratos, fazer pão integral com fermento natural, mudar seu ambiente com material aderentes, etc.
Do ensino fundamental ao médio, faculdade e podendo ir mais além, as escolas estão encontrando novas maneiras de usar a tecnologia do século 21 para trazer de volta para a sala uma nova geração mais exigente e proativa que as anteriores, claro é um fato, há quem diga o contrário, mas é puramente pelo fato de não saber lidar com a novidade.
As tecnologias que vem em auxílio são fantásticas, desde a já populares impressoras 3D (ao menos no mercado europeu e americano), até o acesso a tecnologias inovadoras como os cortadores a laser, que fazem brotar na sala de aula protótipos e invenções.
As escolas de vanguarda vão se apropriando deste novo estilo, chegam a introduzir até mesmo mecanismo de controle com a programação de Arduino, em modelos e interfaces cada vez mais criativas e facilitadoras de automações.
Vão achar um jeito de criticar, mas o futuro chegou agora, também nas salas de aula.
Islândia versus Inglaterra
Este pequeno país nórdico, com pouco mais que 300 mil habitantes, já fez um feito histórico se classificando no futebol para as oitavas de final e agora enfrenta a Inglaterra.
A votação que se encerrou na madrugada de ontem é um duro golpe na União Europeia, mas os ingleses terão pouco a comemorar, a moeda inglesa, a libra teve uma de suas maiores quedas, claro afetando também a zona do euro, mas afetará principalmente as imigrações.
Os produtos ingleses não sofrerão retaliação, isto fica para países pobres do mundo árabe ou para nossos países latino americanos e talvez algum da África, mas o mercado com certeza, irá impor algumas restrições aos produtos ingleses, pessoalmente vou torcer para a Islândia, mas era uma decisão desde o início da copa, porque ?
A Islândia, país que se liberou da Dinamarca nos anos 1944, fez uma constituição parecida a dinamarquesa mas sem a tradicional monarquia dinamarquesa, isto é parlamentar, e teve recentemente uma de suas maiores crises, o que fez: puniu fraudes, deixou bancos e empresas falirem e recomeçou o país, primeiro fazendo sua primeira constituição através de redes sociais (veja nosso post).
Não entendia porque alguns povos conservam suas monarquias opulentas e imorais, ficou fácil agora são incapazes de avançar na história, ou avançam querendo reservar alguma coisa do passado e perdem muito com isto, em tempos de imigração um país se fechar é muito triste.
A Islândia ganhou mais uma torcida, os imigrantes que terão que deixar a Inglaterra, os árabes que estão sem pátria vagando por mares, as vezes morrendo, e pedindo um abrigo de algum país europeu solidário.
A Islândia pode perder mas vai ter a minha torcida agora mais vibrante ainda: Iceland !!!
Porque a Microsoft comprou a LinkedIn
Sempre fui desconfiado com o LinkedIn, a compra por U$ 26,6 bilhões não é outra coisa senão controlar o mercado de trabalho e descobrir quem é ligado a quem, agora esta compra apenas confirma aquilo que sempre tive em mente, conectar pessoas, empresas, universidades e outras instituições pode ser mais perigoso que vasculhar a vida pessoal.
O feed de notícias desta mídia de rede social irá fornecer as atualizações mais importantes sobre a vida profissional e com isto pode-se saber quais as conversas, apresentações e os contatos de um determinado profissional, principalmente quanto este usar o Skype.
Se isto é pouco a rede também usará esta rede para divulgar seus produtos para empresas, tais como o pacote Office 365 e o Dynamics, um sistema de gestão de empresas, declaradamente a presidente da Microsoft Satya Nadella, em carta aos seus funcionários explicou:
“Em essência, podemos reinventar a maneira de fazer profissionais serem mais produtivos, ao mesmo tempo em que reinventamos o processo de vendas, marketing e gerenciamento de talentos”, ou seja, um uso declarado dos dados obtidos no serviço.
Em tempos de crise isto será feito de modo acelerado, milhares de pessoas estão depositando seus currículos em bancos de dados como o LinkedIn, e este volume poderá ser facilmente alimentado.
É o maior negócio da Microsoft, que já havia comprado o Skype por US$ 8,5 bilhões e a Nokia por US$ 7,1 bilhões, e já estava no mercado de redes profissionais desde 2012, com a aquisição da Yammer por US$ 1,2 bilhão.
Passividade na corrupção passiva
A ideia que foram “as estruturas” que levam as pessoas a praticar corrupção passiva, tenta levar as pessoas honestas a passividade e conformismo, o crime previsto no no art. 317 do Código Penal (CP) afirma: “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”, há portanto uma vontade e uma ação na corrupção passiva.
Ela somente é passiva porque é considerada em termos da lei que o Estado-Administração (União, Estado, Distrito Federal e Município), podendo ser qualquer entidade de direito público, e também o particular eventualmente lesado, quando, por exemplo, o funcionário público solicita a vantagem indevida, não ofertada nem prometida por aquele, não configurando, portanto, a corrupção ativa.
Isto é importante para entender que o fato que tenham havido “solicitações” (concussão) aparentemente legais para campanhas eleitorais ou quaisquer outras participações, se não ofertada por aquele de quem houve uma “extorsão” pode não configurar corrupção ativa, por exemplo, dizer que deu “um presente”, mas sem caracterizar a extorsão, também está previsto no Artigo 3176.
Assim o particular que dá a vantagem indevida, em lugar de responder como partícipe do delito de corrupção passiva, comete o crime de corrupção ativa, por maior que seja a reforma política que muitos pretendem, esta figura não será eliminada da cena política nacional, sem um forte apelo moral.
Citei no post anterior o caso da Islândia, que puniu e eliminou da cena política particulares (inclusive banqueiros) e políticos corruptos que levaram o país a bancarrota, começaram do zero e estão recuperando a moral e a imagem nacional daquela pequena ilha ao norte da Inglaterra.
Não há reforma que concerto o aspecto moral, dizer que a corrupção “é normal”, é parte da “cultura nacional” é ofender aqueles que trabalham honestamente, trabalhadores e pessoas que se veem as voltas com o desemprego, o alto custo dos gêneros alimentícios e moradias, esta “reforma moral” só se dá se punirmos exemplarmente ou, pode ser o caso, haver acordos de leniência em que se reconheça o crime cometido, e os crimes aconteceram isto é público e notório.
Futebol diversão da Islândia
Noticiei no meu blog os passos que a Islândia deu (veja o post), após o país quebrar em 2008, e modificar a constituição usando as redes sociais, a sua constituição remendo da dinamarquesa quando em 1944 se tornou independente desta.
Registrei, na época, as palavras de Thorvaldur Gylfasson, membro do Conselho Constitucional da Islândia: “O público pode ver a constituição ser construída diante de seus olhos … isso é muito diferente dos velhos tempos onde alguns decidiam a constituição, por isto, achei melhor achar um local remoto e distante dos olhos, fora do controle nosso”, belo exemplo.
Agora a Islândia começa inovar no futebol, deu estrutura e contratou um treinador sueco, Lars Gagerbäck, mas faltava algo, quase veio a Copa do Mundo do Brasil, e quando este ia abandonar o projeto futebolístico da Islândia, o técnico islandês Temir Hallgrímsson, veio em seu auxílio e justo passaram a modificar o futebol islandês sem abandonar o estilo islandês.
Recentemente o nome do primeiro ministro apareceu no “Panamá papers”, documentos que revelavam dinheiro em paraísos fiscais, o primeiro ministro Gunnlaugsson e esposa apareciam com sua esposa até o ano de 2009, é importante que se diga com dinheiro ganho honestamente, mas ao aplicar em paraísos fiscais fugiu do fisco e impostos da Islândia.
Vou torcer para Islândia hoje, pode ser que não ganhe, mas verão as belas comemorações e o futebol divertido que praticam, com estilo e cara islandesa que apesar no frio, é alegre.
O Brasil que acaba de fracassar de novo deveria aprender algo com isto, poderíamos por exemplo, contratar um técnico vindo de fora e deixar um brasileiro junto, para não perder a irreverência e alegria do futebol brasileiro que aos poucos estamos perdendo.
Quem gosta de diversão verá as comemorações divertidas do time Islandês, seu caráter pode ser comprovado nas comemorações do dia nacional da Islândia que será dia 17 de junho próximo, quando acontecem shows de marionetes e circos, desfiles e festas folclóricas que provam o belo estilo alegre deste pequeno povo com menos de 400 mil habitantes.
Leniência: o perdão possível
Leniência significa mansidão, suavidade ou aquilo que é manso e agradável, em termos jurídicos é fruto da experiência norte americana (por volta dos anos 1890), é o ajuste que permite ao infrator participar da investigação, com o fim de prevenir ou reparar dano de interesse coletivo.
Este tipo de perdão, no caso da corrupção deverá ser firmado entre a Secretaria do Desenvolvimento Econômico – SDE, ou pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, com pessoas físicas ou jurídicas que sejam autoras de crimes no âmbito econômico.
Isto é importante ser compreendido, porque poderá incluir até mesmo partidos, algo que vem a tona agora através de uma suposta hipótese que determinado partido estaria pensando em fazer este acordo, é possível, desejável, mas é claro que perdão inclui assumir e reconhecer a culpa, onde esta questão fica difícil.
Olhando apenas o aspecto político, isto seria interessante, porque possibilitaria um olhar mais generoso sobre o país, enquanto lados corrompidos não reconhecem o mal que fizeram ao país, que não é outra coisa senão o povo, em especial, os mais pobres isto não vai para frente.
É preciso reconhecer que a corrupção não tem lado ideológico, tem consequências, inclusive e até mesmo ideológicas, mas reconhecer o erro é a possibilidade de um recomeço.
Diz o adágio popular: errar é humano, perdoar é divino, aos que gostam de dar ao Estado um carácter divino, talvez este seja o caso, é preciso perdoar, isto é fazer acordos de leniência, mas é claro que as condições devem ser negociadas: assumir a culpa, retorno do dinheiro público aos cofres e retomada de um diálogo de 180 graus.
Desigualdade e pobreza
O capítulo 10 do livro de Edgar Morin, A via para o futuro da humanidade, trata de um tema especial para os povos latinos americanos: desigualdade e pobreza.
Dá a ele diversos caráteres: “territorial (regiões pobres/ricas), econômico (de extrema riqueza à extrema miséria, passando pelas classes emergentes, médias e pobres), sociológico (modos de vida), sanitário (extrema desigualdade entre os que desfrutam dos avanços da cirurgia, da técnica, da medicina e os outros) … é preciso distinguir, ainda, as desigualdades vinculadas às diversidades culturais, as diversidades profissionais .. das profundas desigualdades de destino que vão sofrer na vida e os eu vão desfrutar dela.” (Morin, 2013, p 141).
Dá uma visão clara do futuro ao afirmar: “A missão de uma política da humanidade não é igualar tudo, o que conduziria a uma destruição das diversidades, mas visualizar as vias reformadoras que permitiriam a redução progressiva das piores desigualdades” (idem).
Critica a mundialização por seus efeitos perversos: “1) o crescimento do desemprego e do subemprego; 2) o empobrecimento” (pag. 142) e faz proposições políticas no âmbito planetário: “reduzir ou suprimir as dívidas dos países pobres, fornecer gratuitamente aos países pobres fontes de energia renovável, medicamentos, … etc., instalar os sistemas de regulação econômica para acabar com a especulação financeira, …. “ (pag. 143) e no plano das nações, seria preciso: “instituir um observatório permanentes das desigualdades que assinale sua evolução e proponha uma redução progressiva vertical das desigualdades monetárias (fiscalização) e horizontal (abonos de família, renda mínima garantida, ajudas sociais)” (pag. 143) e ainda “criar um instituto permanente encarregado de reverter o desiquilíbrio da relação capital/trabalho, …., bem como o crescimento progressivo do mínimo vital” (pag. 144).
Mas enganam-se os que acham que a única saída é o Estado-Providência, que pare ele é insuficiente, e propõe o que chama de uma nova solidariedade pública “Estado de investimento social” (pag. 152) que ofereceria “formações profissionais (como nos Estados escandinavos) e serviços (proteção as crianças, doentes e idosos solitários)” (pag. 152) e propõe ainda que “esse Estado subvencionaria as ´casas de solidariedade´ e manteria um serviço cívico de solidariedade” (pag. 152) que existe em muitos países, feito por ONGs.
Mas propõe ainda que as inúmeras experiências de economias solidárias que se multiplicam, como “vontade permanente de se libertar da exclusividade da lógica de mercado e privilegiar o auxílio mútuo” (pag. 155) que se formam como redes.
Morin, Edgar. “a VIA para o futuro da humanidade”, trad.
Edgar Morin e o provincianismo
Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum, nasceu em Paris, em 8 de julho de 1921, estudou História, sociologia, Economia e Filosofia, foi da resistência francsa, é diretor emérito o mais importante centro de pesquisa francês O CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), e tornou-se codiretor de um centro que passou a levar seu nome Centro Edgar Morin, antigo Centro Nacional de Estudos Transdisciplinares de Sociologia, Antropologia e História (CETSAH), e ainda doutor honoris causa por mais de 30 universidades.
Seu mais recentes livro A Via (la voie) traz importantes contribuições para ao futuro da humanidade, e não por acaso recebe o subtítulo “para um futuro da humanidade”, onde anuncia em meio ao que chama de policrise (a crise cultural, do pensamento, econômica e até mesmo humanitária), que “entre a desilusão e o encantamento existe uma via que é a da vontade e da esperança”, dando-nos um alento.
Afirmou em entrevista ao “Le Monde Diplomatique”, que existe em versão do português, que “Há também alguns processos positivos, mas eles permanecem invisíveis ou são pontuais. O improvável já ocorreu na história da humanidade. O provável não é definido, permanece incerto. Nós podemos observá-lo em diferentes épocas da história. Eu o vi em 1941, quando havia uma grande probabilidade de dominação nazista por toda a Europa. Os soviéticos, com a defesa de Moscou, e os japoneses, bombardeando Pearl Harbor, o que forçou a entrada dos Estados Unidos na guerra, fizeram as probabilidades mudar. Isso para dizer que, quando as probabilidades são negativas, eu não fico desesperado, eu me ponho em defesa de um programa”, lembrando que já vivemos grandes dilemas.
Em respostas que poderiam servir para nós, se saíssemos do dualismo provinciano de duas opções que não são exatamente opostos mas quase religiosas, diz Morin sobre a europa: “O que é preciso reformar? As estruturas sociais e econômicas? Ou as pessoas e a moral? Eu digo que esses processos têm de vir juntos. Porque, se você reforma somente as estruturas, você chega à situação da União Soviética. Mas, se você propõe caminhos individuais ou comunitários, eles fracassam depois de alguns anos. Operando nos dois planos, essa corrente conflui para criar o novo”, aqui não saímos ainda do maniqueísmo da luta do bem e do mal.
Ao falar, por exemplo de um avanço novo na França que é a “Economia solidária”, aqui com fracas e apagadas experiências, lá afirma: “a Secretaria de Economia Solidária, do governo federal [francês], identificou mais de 42 mil experiências de economia solidária no país”, só para dar um exemplo de uma alternativa interessante.
Para não falar apenas do provincianismo “à esquerda”, Morin lembra também na entrevista ao Le Monde Diplomatique que: “O neoliberalismo está em crise. Ele se apresentava como uma ciência, mas hoje sabemos que é uma ideologia. E assistimos à crise gerada por ele. O problema é que sabemos fazer a denúncia, mas não sabemos enunciar o que queremos, qual é o novo caminho”, aqui apresentado como novidade salvadora de uma economia em cacos.
Dono de uma visão privilegiada do planeta, seu livro Terra-Pátria demonstra isto, afirma: “hoje há uma causa que, em nome da liberdade e contra a dominação, não tem nome; é a causa de toda a humanidade, de todos os povos, de todos os continentes”, e soluções locais ainda que pretensamente revolucionárias e inovadoras, são apenas a pequenez provinciana.