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Arquivo para a ‘Jornalismo’ Categoria

A Guerra e suas consequências

24 abr

Já enfatizamos aqui, dando contornos de uma crise (anteriores a guerra) que esta se inicia numa forma de pensar o mundo e consequentemente a economia, a política e a sociedade como um todo, assim não se trata deste ou daquele mundo, mas de todos mundos em conjunto.

A econômica não está separada deles, no entanto é a mais sensível e a que mais é pensada em termos da imprensa e das mídias.

Os oligarcas da Rússia, aqueles que não migraram ou foram mortos em situações estranhas, lembro das notícias de Sergey Protosenya, encontrado enforcado na Espanha e Pavel Antov que caiu do terceiro andar de um prédio na Índia, oligarcas lá em geral não criticam o governo.

Entretanto em reunião do Fórum Econômico de Krasnoyarsk, em março na Sibéria, Oleg Deriaska declarou que a econômica ode aguentar pouco mais de um ano e que depois haverão muitas quebras, no Ocidente não é diferente, a economia Europeia e a americana já sentem os reflexos, como líderes mundiais dos países capitalistas, toda economia deve enfrentar sérios problemas.

A Departamento de Defesa americano, acaba de pedir um orçamento de 842 bilhões de dólares, aumentando os já altos 816 bilhões do ano anterior, que significa um aumento de 3,2% e uma perspectiva de guerra ainda maior no horizonte deste ano, e a economia já acusa sérios danos.

A tentativa de formar um terceiro bloco, do qual o Brasil é um dos protagonistas e Makron da França tenta ser outro, é um fogo cruzado, já que os dois lados querem adesões unilaterais, há analistas, como Rodrigo Ianhez, que afirma que os russos têm uma leitura da posição brasileira que é “superestimada” para uma posição bilateral, a China ao contrário é claramente unilateral.

Não há inocentes nestes fatos, isto é a ação política de nossos dias, confundir ou até distorcer os fatos, uma imprensa realmente séria, arte dela é chamada de imprensa investigativa, por ser independente, procura fazer este trabalho, mas até ali as vezes se encontram notícias suspeitas.

Ninguém é apolítico é claro, porém é preciso encarar a verdade através dos fatos que ela revela.

Se analisarmos as consequências de uma guerra, no aspecto econômico que gera mais pobreza e fome e os mais frágeis são os mais atingidos, começamos a ter uma posição séria diante da verdade.

 

Uma chance para a civilização

19 abr

No auge de quase 102 anos (completará em julho) em entrevista dada a Cesare Martinetti no jornal La Stampa, Edgar Morin fala de seu novo livro Di guerra in guerra (De guerra em guerra, editora Rafaello Cortina, 2023) onde faz suas reflexões sobre um interminável século XX que vive como testemunha, para ele ainda há coisas para serem digeridas:

“Queria recordar não só os terríveis males físicos, mas também os males intelectuais causados pelas guerras, ou seja, mentiras, visões unilaterais, maniqueísmo, ódio por todo o povo inimigo, por sua cultura, sua língua, suas obras literárias e artísticas e quis ajudar a mim mesmo e aos leitores a desenvolver essa consciência, diante de uma guerra que corre o risco de nos levar ao pior, através do processo de escalada e de radicalização.

Sua síntese desta guerra é que é militarmente localizada, mas mundialmente globalizada, porem tem esperança que podemos escapar dela.

Lembra que nos primeiros anos pós queda do muro o próprio Putin veio a Alemanha e chegou a fazer um discurso muito pró-europeu, porém os avanços da OTAN nas fronteiras da Rússia o irritaram e já em 2015, quando houve um acordo sobre a Criméia, a região do Donbass eclodiu em hostilidades.

Ressalta por outro lado “as guerras de reconquista lideradas pela Rússia na Chechênia e na Geórgia trouxeram os Estados Unidos, aliás a pedido dos países próximos da Rússia, a estender a OTAN até um cerco que os dirigentes perceberam como ameaça”.

Um Donbass compartilhado sugere o centenário pensador, sabe que sua posição parece mais utópica do que realista, mas pensa que esta é a função dos pensadores: misturar utopia e realismo, afinal é preciso despertar a esperança e a serenidade.

 

A tendência do Machine Learning

01 mar

Até a chegada do século XXI a Inteligência Artificial vivia uma grande crise, conseguia fazer uma grande quantidade de raciocínios lógicos, tratar e racionalizar equações, fazer inferências, mas o volume de dados “humanos” em jogo era pequeno, o surgimento da Web e a adesão de bilhões de pessoas a ela, possibilitou um novo cenário: o Big Data, uma grande quantidade de dados humanos.
Estes dados amplos e complexos podem ser processados com resultados precisos em grande escala, com isto é possível tratá-los por máquina, de modo que a máquina “aprenda” tendências, esta aprendizagem de (não por) máquina é chamada “Machine Learning”.
Com isto é possível identificar oportunidades e evitar erros tais como, insistir em discursos “lógicos” porém fora das tendências, não se trata de ir na moda, mas justamente identifica-la para corrigi-la ou propor outras alternativas, e isto são as oportunidades reais.
O big data identifica padrões de dados, cria e analisa as conexões entre eles e torna a execução de determinada também mais inteligente, podendo contar ou não com a supervisão humana.
Nestes dois tipos, a supervisionada e não supervisionada, a “aprendizagem” de máquina será sempre essencial, na supervisionada há interação humana controlando a entrada e saída de dados e com isso interfere diretamente no treinamento de máquina, enquanto na não supervisionada, os algoritmos utilizam deep learning (aprendizagem profunda) para tratar e resolver tarefas complexas sem intervenção humana.
Um algoritmo importante para buscas semânticas foi feito por uma equipe do GitHut: Hamel Husain. Ho-Hsiang Wu e Tiferet Gazit, e dois pesquisadores da Microsoft: Miltiadis Allamanis e Marc Brockschmidt, que avalia o estado a evolução de algoritmos de busca semântica e inclusive disponibilizam o código pelo site GitHub.
https://arxiv.org/pdf/1909.09436v1.pdf

 

Novas tensões e pandemia

06 fev

Além da guerra entre Rússia e Ucrânia, onde crescem as tensões, a tensão entre Estados Unidos e China aumentaram em função de um suposto balão espião que entrou no céu americano e uma nova tensão entre Azerbaijão e Armênia onde há 130 mil armênios isolados em condições sub-humanas na região de Nagorno-Kabarakh, reivindicada pelos dois países (mapa) e com histórico de conflitos.

Na guerra após a entrega dos tanques alemães para a Ucrânia e a ajuda americana, a Rússia reagiu com fúria prometendo uma ofensiva arrasadora, dia 24 de fevereiro completará um ano de guerra e espera-se até lá uma forte ofensiva russa, além disto há ameaças ao Ocidente e uma ofensiva na Moldávia, que faz fronteira sul com a Ucrânia e assim criar nova frente de combate.

O balão que invadiu território americano, vindo do Canadá e segundo a China se perdeu, uma vez que será tomado pelos americanos (a derrubada poderia ser perigosa), entrou pela região de Montana, norte dos EUA e com possíveis armamentos nucleares o que levou a suspeita, porém a China alega que a medida americana foi precipitada e que se trata apenas de um balão atmosférico, porém a tensão se elevou.

Os líderes de Pequim declararam que “não aceitariam nenhuma conjectura ou exagero infundado” e acusam “alguns políticos e a mídia dos Estados Unidos” de usar o incidente “como pretexto para atacar e difamar a China”, apesar da tensão o clima não é de uma guerra e a questão de Taiwan é um pano de fundo.

A covid-19 segue um roteiro de indefinições, agora há indicações que o Japão enfrenta um crescimento da pandemia, isolado durante as etapas anteriores, o país se abriu para o turismo e isto parece ser um dos indicativos deste inesperado crescimento, o uso de mascaras lá por exemplo, é anterior à Pandemia.

Segundo o site da BBC, o país atingiu um recorde histórico no dia 20 de janeiro com 425 mortes em um único dia, proporcionalmente maior que a América Latina, Estados Unidos e Coreia do Sul, entre outros, os dados são do Our World in Data, que é compilado pela Universidade de Oxford.

Seguem também temores sobre efeitos colaterais da vacina bivalente da Pfizer (imuniza a variante inicial e as novas cepas), segundo o órgão de controle americano de saúde, o FDA, a análise feita em milhões de idosos não identificou risco de AVC, mas especialistas pedem estudo mais aprofundado.

 

Guerra, intervenção e pandemia

09 jan

Embora o governo russo tenha decretado um cessar fogo unilateral devido ao Natal que lá é comemorado no dia dos Reis (que foi ontem), o cenário de guerra é muito preocupante: uma fragata (almirante Gorshkov oficial, mas podem haver outros movimentos) que navegará pelos oceanos Atlântico, Indico e Pacífico, com mísseis Zircon nucleares, que são hipersônicos e difíceis de serem captados por radares antimíssil.

O governo americano e a Otan disseram que podem bombardear o território russo, embora a Ucrânia já tenha feito de modo cirúrgico atingindo pontos de armamentos ou tropas militares, agora a ameaça é geral.

No Brasil após um dia de manifestações com invasões do Palácio do Planalto, STF e Assembleia Legislativa o governo federal decretou intervenção federal no Distrito Federal, usando o Art. 34 da constituição brasileira, que no Inciso terceiro diz: “manutenção da ordem pública”, a intervenção é quando uma instância superior intervém numa inferior que em situação normal goza de autonomia, ou seja, é um ato excepcional.

A intervenção no Distrito Federal vale até o dia 31 de janeiro deste ano, porém já se fala em 6 meses.

A pandemia embora goze de estabilidade no país, registra uma alta de 25% no mundo todo, assim ser tratada apenas como covid-19 é um eufemismo, ainda que os sintomas sejam mais leves, também devido a vacinação, as novas variantes são muito mais transmissíveis que as anteriores e começa a se destacar a Kraken (XBB.1.5), uma subvariante da Omicron já presente em 25 países, com o primeiro caso registrado no Brasil a três dias.

A declaração da OMS foi “A XBB.1.5, uma recombinação das sublinhagens BA.2, está aumentando na Europa e nos Estados Unidos, foi identificada em mais de 25 países e a OMS está monitorando de perto”, disse o seu diretor geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Seria necessário aumentar a vacinação, no Brasil as crianças tem uma defasagem alta, e começar a inserir rapidamente as vacinas de segunda linhagens, já que as atuais não são eficazes para as novas variantes.

Espera-se no mundo, e em especial no Brasil neste momento de tensão, maior serenidade e diálogo, o barbarismo não resolve nada, é como apagar incêndio com gasolina.

 

O Guerra no Leste europeu e covid

05 dez

O Chanceler alemão Olaf Scholz conversou com o presidente Putin pela primeira vez desde setembro, na sexta-feira passada (02/12), por mais de uma hora, mas pouco avançou.

O líder alemão tentou encontrar um caminho diplomático para a guerra, sugerindo uma retirada de tropas russas das regiões em disputa na Ucrânia, usou as palavras “o mais rápido possível”, que indica um possível agravamento próximo.

O envio de armas de longo alcance para a Ucrânia sugere que é possível um ataque ao território russo o que representaria uma escalada nova na guerra.

Os diplomatas do Kremlin admitiram a pressão alemã, e a resposta de Putin a Schols foi: “reconsiderasse suas abordagens do contexto dos eventos ucranianos” e chamou a atenção para a “linha destrutiva dos Estados ocidentais, incluindo a Alemanha” e por isso rejeitou as propostas de negociação diplomática.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin disse aos jornalistas anteriormente que Putin estava aberto as negociações destinadas a “garantir os interesses” russos, mas está claro que Moscou não está disposta a aceitar as condições impostas pelos EUA: “o que o presidente Biden disse de fato ? Ele disse que as negociações só são possíveis depois que Putin deixar a Ucrânia”, e esta hipótese não existe para a Russia.

A guerra continua a preocupar a humanidade e sua escalada pode levar a um conflito de proporções catastróficas.

Outro problema que a afeta a humanidade é a Covid 19, cujos números voltaram a subir, ainda que menos que o pico da Pandemia, no Brasil foi registrado 86 mortes na e uma média móvel de 26 mil casos na última semana.

 

Nova alta em casos da Covid 19 e a guerra

21 nov

Em alta a oito dias, segundo o site da Uol, com uma média de 235% em relação a duas semanas atrás, as regiões com maior crescimento no Brasil são o Sudeste com 333%, o Nordeste com 228%, o norte com 170%, o Sul com 160% e o Centro-Oeste com 93%, os números preocupam pesquisadores, como a Fundação Fiocruz.

Os dados da fundação do Boletim Infogripe 45/2022 afirmam que 47% dos casos de doenças respiratórias são de Covid 19, e em nota do sábado (19/11) observa que as novas infecções de covid 19 dispararam em todo país, os dados mais detalhados indicam que as infecções respeitórias foram de 10,3%, 3% para influenza A, 0,3% para influenza B, 24,2% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 47% para Sars-Cov-2, entre os óbitos a presença do mesmo micro-organismos dos casos positivos foi de 4,1% para influenza A, 0,01% para influenza B, e 1,4% para VSR enquanto 83,6% para Sars-Cov-2 o que é alertamente, já que mesmo o número de óbitos não sejam ainda grande, a porcentagem é maior que os casos de infecções virais respiratórias.

Os dados brutos são de mais de 600 mortes diárias nos últimos dias e a média móvel atingindo 15.500 casos o que caracteriza a continuidade do processo pandêmico.

As restrições sanitárias ainda são parciais, como é um período de festa é possível que haja um limite de tolerância maior, o que é preocupante, pois ainda que ambientes comerciais permaneçam abertos, é quase impossível politicamente que fechem, os cuidados poderiam ser maiores com higienização e prevenções com máscaras e álcool gel, é um fato que a população esteja cansada, mas é preferível do que ir a óbito.

É preciso que os órgãos governamentais tomem medidas urgentes, a atual crise política não pode impedir que a pandemia tenha novas tragédias e o vírus circule com maior abrangência.

Como sempre fazemos uma análise da guerra no leste europeu, pela gravidade e possibilidade de extensão da guerra para todo o planeta, fazemos uma breve análise do recuo das forças russas ao mesmo tempo que tentam minar a defesa aérea e a capacidade energética do país, uma vez que por lá o frio já começou e o aquecimento é vital para a vida humana na Europa.

O estrago proporcionado pelo míssil que foi lançado na Polônia, com fortes indicativos de que tenha sido lançado de solo Ucraniano, enfraquece diplomaticamente a Ucrânia e faz o ocidente repensar a ajuda militar e financeira no país, a guerra terá no inverno contornos dramáticos em termos humanitários.

 

A paz não desejada

12 out

Dois lados a medir forças, com ataques cada vez mais agressivos, não é apenas o que ocorre na Ucrânia, mas o clima geral civilizatório, poucos acreditam na paz e na reconciliação dos povos.

A crise civilizatória é anterior as duas guerras e para muitos analistas ela se ampliou depois.

Até mesmo no meio religioso há quem condene, dizendo que se busca uma “religião única” ou a obra do demônio será um clima de tolerância e paz entre as religiões, afinal que Bíblia eles leem.

Os últimos ataques de Moscou a Ucrânia, lançou 80 mísseis em diversas cidades, incluindo a capital Kiev, o objetivo foi principalmente atingir a infraestrutura, algumas cidades tiveram cortes de luz e dificuldades de abastecimento, é considerada uma resposta ao bombardeio da ponte que liga a Criméia à Rússia.

O G7 marcou uma reunião de emergência, alertamos num post que a espera da reunião do G20 para novembro era um período muito longo, e o hemisfério norte já estará a beira do inverno e dependente do gás russo para os ambientes de aquecimento.

Todo o ocidente condenou os ataques russos, claros há muitos sites e informativos que são pró- Rússia e de fato alertamos no post de segunda-feira que uma proposta de paz seria possível.

A Rússia está em desespero pelos reveses ou agora temos de fato uma guerra total e aberta, que tipo de resposta o G7 poderá dar é uma dúvida, a Ucrânia quer um escudo protetor para estes ataques, a Rússia quer o reconhecimento das regiões anexadas.

O ministro das relações exteriores da Turquia Mevlut Cabusoglu pediu um cessar fogo urgente, mas salientou que uma “paz justa” seria a permanência da integridade do território da Ucrânia.

A reunião do G7 realizada no dia de ontem (foto) anunciou um apoio “indeterminado” a Zelesnky, porém de prático é a ajuda humanitária até 2024, enquanto o presidente ucraniano pede um sistema de defesa aérea que chamou de sua “prioridade número 1”, a guerra vai extrapolando os limites.

A Rússia tenta arrastar a Bielorrússia para a guerra, enquanto a ucrânia envolve a União Europeia.

Quando vemos a resposta de sanidade vir da Turquia e um ocidente se arrastando para a guerra, é preciso entender de onde vem esta crise civilizatória onde o ódio e a intolerância se espalham.

 

A paz possível

10 out

Enquanto a Ucrânia realiza avanços no sul, na região próxima a Kherson, e Putin oficializa a anexação das 4 regiões em disputa (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia), o empresário americano/sul-africano Elon Musk propõe um plano de paz, surpreendente para sua visão.

A ideia era a realização de referendos nas quatro regiões anexadas citadas acima, mas desta vez sob a supervisão da ONU, o fornecimento de água potável a Criméia (que depende da Ucrânia para isto) e a manutenção da Ucrânia como neutra em relação a OTAN.

Claro isto é para ser colocado numa mesa de negociação, surpreende porque o empresário até o presente momento era plenamente favorável a Ucrânia, e agora sofreu duras críticas do país, e por outro lado um aceno da Rússia para sua proposta.

Quanto valem as vidas humanas ali, de ambos os lados, o perigo de uma guerra nuclear, agora a tensão sobe também na Coréia do Sul com testes de mísseis e aviões na fronteira da Coréia do Norte, enfim é preciso tirar um pouco da pressão para fazer as mentes sadias respirarem.

O lado militar da guerra, teve pequenos avanços da Ucrânia no Sul e a explosão de uma ponte na Criméia, enquanto a Rússia prepara seus reservistas para novas ofensivas na região, os caríssimos mísseis HIMARS (high Mobility Artillery Rocket System) que tem dado exito aos avanços da Ucránia, são limitados em número e caríssimos, lembro que na guerra do Afeganistão eram lgo acima de 5 milhões de dólares, um afronto a pobreza e os níveis de vida de muitos povos.

O inverno chega no final do ano no hemisfério norte, e a corrida contra o tempo na guerra pode ser um mal sinalizador para ambos lados, a Ucrânia avançar a qualquer custo e a Rússia arriscar a vida de milhões de jovens numa guerra insana e a constante ameaça nuclear.

Já há testes sendo feitos, os possíveis alvos e que armas seriam usadas são pensadas por analistas de guerra, como se tratasse de um simples jogo de xadrez e não um risco civilizatório.

Pensar na paz é urgente, todos dizem querer, mas o que se vê em campo é uma crescente tensão e desafio aos limites do racionalismo humano (na foto acima é a rendição de um tanque russo, porém bem que poderia ser uma bandeira de paz).  

 

Não há neutralidade nem inocência presumida

04 out

O resultado eleitoral no Brasil foi surpresa para muitas pessoas, entre os partidos em disputa há sempre um triunfalismo, isto é até natural, porém dentro das regras e das leis eleitorais que incluem as regras para divulgação de pesquisas e esta é a maior surpresa da eleição no Brasil.

O pior resultado das eleições democráticas é sempre algum arranhão na democracia, já frágil.

O livre debate de ideias e de propostas políticas é essencial na política e na sociedade como um todo, estes limites quando são extrapolados criam lacunas de ódio e intolerância prejudiciais ao processo político, não há como dizer que as pesquisas erraram e muito, porém erraram apenas em um sentido e isto é além da neutralidade presumida dos institutos de pesquisa.

Não há só desinformação, portanto, há também má informação e mal trabalhada pelos órgãos que deveriam preservar os critérios científicos matemáticos e estatísticos, dizer que houve uma virada às vésperas das eleições, é possível em dois até 4 pontos porcentuais, acima da alegada margem de erro, porém chegaram a 10% e até mais, isto não contribui com a democracia e tumultua.

Até mesmo o STF e STE se isentam de qualquer culpa ou pedido de investigação, afinal todas as pesquisas devem ser levadas ao Supremo Tribunal Eleitoral para poderem ser divulgadas, ou seja, ele pode não referendar (não é ele que faz a pesquisa), mas autoriza a divulgação e é solidário.

Para que não haja exploração político-eleitoral é necessária uma resposta a sociedade, até mesmo pesquisadores e analistas sérios comentaram o fato, cito Pablo Ortellado da USP (veja entrevista à BBC) que deu entrevista afirmando que devem rever os “métodos”, entenda-se aqui método por metodologia, penso que é pouco é preciso ter critério de neutralidade científica e política.

Para o bem da democracia, para um percurso pacífico e democrático no segundo turno é preciso sim esclarecer a sociedade como um todo, dizer que as pesquisas não influenciam é sofisma.

É preciso salvaguardar o processo eleitoral democrático e respeito as regras do jogo, no Brasil é muito difícil, mas a frágil democracia precisa disto e espera-se uma resposta à sociedade.