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As baterias de carros elétricos evoluem
As baterias de íons de lítio são aquelas que alimentam muitos aparelhos móveis, mas usar esta tecnologia em automóveis tem se mostrado difícil, e as bater
ias atuais com carro elétricos possuem pouca autonomia (80 a 100 km apenas).
Agora pesquisadores da Universidade de Cambridge estão pesquisando uma espécie de bateria conhecida como lítio-ar, ou lítio-oxigênio, que poderá fornecer 10 vezes mais energia e, e até mesmo uma energia suficiente para comparar com a gasolina, mas isto ainda envolve alguns problemas práticos.
Agora os pesquisadores da Universidade de Cambridge dizem ter patenteado uma tecnologia que supera alguns dos principais obstáculos, segundo Clare Grey, pesquisadora do projeto e professora de química na Universidade de Cambridge, agora “a conquista significativa” de sua equipe já tem progressos rumo à alta capacidade “já que levamos a eficiência para números que competem com a tecnologia de lítio-íon atual”.
Com uma eficiência energética de até 93%, e faz isso usando um produto químico diferente do utilizado nas tentativas anteriores: empregando hidróxido de lítio (LiOH) em vez de peróxido de lítio (Li2O2) e também uso de eletrodo de carbono na base do grafeno, e “aditivos que alteram as reações químicas no trabalho na bateria, tornando-a mais estável e mais eficiente”, afirmou a pesquisadora.
O resultado está publicado na revista Science.
Viciados em tecnologia digital
A maioria das pessoas costuma confundir o fato que há pessoas viciadas em tecnologia, com o fato de que tecnologia digital seja uma espécie nova de “droga” que contaminou a todos.
Há maneiras bastante simples de diagnosticar e combater o vício de tecnologia, explica a médica Nerina Ramlakhan, especialista em maneiro de energia e técnicas para dormir do hospital de Nightingale, em Londres, em entrevista à BBC News.
Explicou dizendo que isto é para pessoas que não conseguem desligar dos gadgets mesmo antes de dormir: “Então, você vive em modo de sobrevivência. O seu sistema nervoso simpático está funcionando em ritmo forçado. Suponho que você se sinta arrasado à tarde, o que significa que o seu organismo está atuando à base da adrenalina, noradrenalina e cortisol”, então realmente está realmente viciado.
O perfil dos pacientes quase sempre é o mesmo: perfeccionismo, tendência a querer controlar tudo e bruxismo (ranger os dentes ao dormir).
Uma das formas radicas de autocontrole é receber doses contínuas de dopamina, um hormônio liberado no cérebro pelo hipotálamo, com isto melhora a motivação, aumenta os batimentos cardíacos, melhora o humor, mais capacidade de processar a informação e mais sono, explicou a doutora Ramlakhan.
Ela recomenda uma receita de quatro passos bastante simples para controlar este vicio:
– criar um “entardecer eletrônico”, ir se afastando de dispositivos eletrônicos, por exemplo, leia um livro (que não seja eletrônico).
– mantenha o relógio afastado durante a noite, para não saber as horas, com isto evita a ansiedades do tipo: tenho que dormir, não consigo relaxar, etc.
– não usar smartphone como despertador, recarregue a energia saudável: tome café da manhã, mas na meia hora após acordar prefira outra bebida ao café.
– mantenha-se hidratado, pelo menos dois litros de água ao dia.
É claro o importante é usar a tecnologia só o necessário e evitar a “fadiga tecnológica”.
Crise da Razão Cínica
A razão foi e é ainda o grande motor da modernidade, a falta de consciência do que seja isto levou a uma análise superficial chamada “líquida”, no qual tudo o que sólido vai se liquefazendo, sem dizerem qual o liquidificador que faz isto, nem a raiz primária do líquido. O quadro “mascaras” do alemão Heinrich Hoerle Malscaras, de 1929, parece detectar este movimento de cinismo envolto em máscaras humanas vidas, o homem do pré-guerra.
A ideologia e a forma de dominação das diversas organizações e hierarquias que se instalam no tecido social são o suco deste líquido, querem dominar e não conseguem mais, aquilo que o filósofo alemão chamou de o naufrágio do humanismo na escola da domesticação. Sloterdijk escreveu também a “Crítica da Razão Cínica”, um volumoso trabalho que ainda não o digeri completamente, mas com uma tese central: a razão tornou-se cínica para explicar o inexplicável, e o filósofo alemão consegue mostrar o que os “liquidificadores” não mostram: a raiz da liquefação moderna.
Parte da crítica da razão pura de Kant, desenvolve e recompõe o legado da filosofia ocidental de cunho humanista e progressista, mas rompe com Adorno, Horkheimer e Sartre.
O que está por trás do líquido moderno, é que a ideia da substituição do saber para a superação do mito, a da ordem estabelecida pelo estado como superação da natureza humana, e por último o humanismo da domesticação humana, cujo ápice foram duas guerras mundiais, não parece ter sido uma boa fórmula, então ela se liquefez.
O cinismo é justamente tentar reestabelecer uma ordem já perdida, que a humanidade fatigada não aceita mais, quer um humanismo novo: de todo homem, não dos chefes.
Verdade, método e política séria
Hans-Georg Gadamer foi um importante filósofo alemão do século XX, falecido em 2002, e tendo dedicado seus estudos a filosofia grega e história da filosofia, foi seu livro Verdade e Método, publicado pela primeira vez em 1960, que o autor desenvolveu uma hermenêutica filosófica.
Foi aluno de Martin Heidegger, e seu assistente na Philipps-Universität Marburg, de onde tirou a historicidade para suas reflexões, e se o tempo é o horizonte ao qual submetemos toda a nossa compreensão, é nele que as teorias e ilusões se transformam em formações históricas.
Gadamer analisou o descrédito sofrido pelos preconceitos durante a instauração de todo Iluminismo, e os obstáculos que representam aqueles juízos prévios sobre tudo na busca do conhecimento e da verdade, afirmando que o Esclarecimento (Aufklãrung) foi o tribunal que queria que tudo passasse pela razão, diríamos hoje pelo crivo “partidário” daqueles que se imaginavam os donos da história e da evolução. No período áureo do valor da “razão”, todo o resto era preconceito e superstição, e a história provou que não era assim, mas temos novos tribunais da razão novamente travestidos de revolucionários, mas cujos valores de verdade e método despencam.
Esta razão é hoje a razão política, mas política de quem e determinada como verdadeira por quem ? aqueles que juravam uma grande mudança, ficam chocados com as próprias mentiras e valores que derramaram sobre a sociedade vista antes como supersticiosa, conservadora ou “fundamentalista” e agora é preciso negar até mesmo a realidade. Hoje a autoridade não pode ser confundida mais como uma necessidade de “obediência cega”, desprovida de fatos e contextos, que uma certa racionalidade proveria, mas que os fatos vão aos poucos desmentem, está esclarecido que é “um atributo de pessoas” e não de sistemas, de lógicas instrumentais ou de ideologias.
A consciência de que estamos de fato em uma crise, que aqueles que queriam desmentir ao longo do curso do desenrolar dos fatos tiveram que aceitar, e que nem mesmo tem conhecimento da profundidade desta crise, mostra que esta pretensa racionalidade ruiu.
Resta como dita o bom senso, aqueles que conseguem mantê-lo, um diálogo franco e aberto, sem mais mentiras e distorções dos fatos, este diálogo deve estar fundamentado na ideia que existe o Outro, e este não pode ser ignorado, ironizado ou estereotipado, só por não ser um EU.
Devemos limitar a inteligência artificial
Agora é séria a discussão, a proximidade de situações em que máquinas possam ir além da capacidade humana foi abertamente discutida em Washington D.C., num evento promovido pela Fundação Information Technology and Innovation (ITIF), e foi discutido se ultrapassando a inteligência humana, as máquinas colocam em cheque a existência da humanidade.
O assunto foi relatado na Computer World e é preocupação filosófica de filósofos como Peter Sloterdijk, Hannah Arendt e Ernest Heidegger, mas também é curiosamente esperado como ponto de singularidade que Raymond Kurzweil é um cientista conhecido por se prepara para o momento da singularidade, mas apesar de suas excentricidades é muito respeitado pela comunidade científica.
O pesquisador Stuart Russel, professor de Engenharia Elétrica e Ciências Computação na U.C . Berkerley disse : “Estamos todos trabalhando em partes da questão …. Se formos bem sucedidos, vamos conduzir a raça humana fora do penhasco, mas nós meio que espero que nós vamos ficar sem gás antes de chegar ao penhasco.
Isso não parece ser um plano muito bom …. Talvez nós precisamos para dirigir em uma direção diferente “. Russell foi um dos cinco oradores no painel, hoje, que assumiu perguntas sobre AI e teme que a tecnologia pode um dia se tornar mais esperto do que os seres humanos e executar tarefas complexas.
Também o físico Hawking, que escreveu Uma Breve História do Tempo, disse em maio que os robôs com inteligência artificial poderiam superar os seres humanos dentro dos próximos 100 anos.
No ano passado, ele foi ainda mais contundente: “O desenvolvimento da inteligência artificial completa pode significar o fim da raça humana.” Discutir o futuro da humanidade tornou-se imperativo agora também tecnológico.
O Estado como religião e as redes
A expressão é de Francis Fukuyama, célebre pelo “fim da história”, porém deseja-se entender a gênese desta ideia de Estado-Deus e seu desenvolvimento nos dias de hoje.
Foi a partir das elaborações desde Kant até Locke que as ideias do Estado Moderno se consolidaram, mas em Hegel não só o idealismo atinge seu ápice, mas também a ética do Estado, a lógica positivista da ciência e as ideias “absolutas” também se consolidam.
A filosofia hegeliana fundamenta-se na filosofia da identidade, expressando isto na religião, na história e por fim no mundo do direito com seu conceito de Estado: “Além do que, por residir a filosofia essencialmente no elemento da universalidade, que em si inclui o particular, isto suscita nela, mais que em outras ciências, a aparência de que no fim e nos resultados últimos se expressa a Coisa mesma, e inclusive sua essência consumada” (Hegel, 1999, p. 21).
Como arte Hegel em seus Cursos de Estética, relaciona a filosofia com a representação da verdade escreveu: “Pois somente a filosofia em seu conjunto é o conhecimento do universo como uma necessidade orgânica em si mesma, que se desenvolve a partir de seu próprio conceito e, em sua própria necessidade de se relacionar consigo mesma como um todo que retorna a si como um mundo da verdade” (Hegel, 2001, p. 47).
Estrutura a história como a do Estado Hegel afirma que a primeira forma universal foi o despotismo, depois a democracia, a aristocracia, e, terceiro lugar a monarquia, ele evidencia que é a ideia do Estado a que primeiro concretizou por meio do espírito tornando consciência de si na história, assim o Estado seria a própria concretização da história, Marx parte daí.
Vejamos o texto: “Em consequência, a primeira forma de governo que tivemos na história universal foi o despotismo; depois vieram a democracia e a aristocracia, e, em terceiro lugar, a monarquia” (ibidem). Hegel evidencia a realização do Estado como reino da liberdade pela determinação político-administrativa enquanto monarquia, instância do universal pela qual a ideia concretiza-se por meio do espírito tomando consciência de si na história”. (Hegel, 1999).
A religião do Estado crê que ele é todo poderoso, é justo, não há crise, as redes estão aí para desmentir e desmistificar tudo isto, não é a impressa, mas as redes que apontam a crise atual.
Referências:
HEGEL, G. L.. Fenomenologia do espírito. V. I. Petrópolis : Vozes, 1999.
______. Filosofia da História. Brasília : UNB, 1999.
______. Cursos de estética. V. I. SP: Universidade de São Paulo, 2001.
Corpo, infinito e Noosfera
O infinito se visto a partir da ontologia, sendo exatamente assim que o filósofo Lévinas o vê, não é senão a ideia que todo o universo é um Ser, e este vive uma vida de corpo, é aproximada ao que propunha o filósofo Lebiniz do início da modernidade, com sua teoria das mônadas.
A metáfora do corpo é importante porque significa que cada célula (mônada no caso do universo) está submetida a uma pulsão e portanto é vivente organicamente e comunica.
Escreveu Heidegger como leitor de Leibniz: “A interna possibilidade da individuação [do ser], sua essência, reside na mônada enquanto tal. Sua essência é a pulsão” (Heidegger, p. 99).
“A pulsão é, enquanto este unificante, a natureza de um ente. Cada mônada sempre tem sua ‘prope constitution originale’. Esta é entregue juntamente com o ato da criação.” (pg. 99)
Aqui superamos a dicotomia natureza e cultura, poderíamos dizer a mônada individuada (não é individualizada porque permanece em pulsão com as outras), ao estabelecer sua pulsão em conjunto com todo o universo (unificante) estabelece a cultura geral como resultado de todo este conjunto de pulsões, e isto remete ao ato de criação ou ao Big Bang, ou seja, pulsão com o universo todo, e isto nos dá uma ideia de corpo organicamente vivente.
Mas este corpo sendo o universo não é finito como o corpo de um ser individual, então o Ser conforme pensou Lévinas a partir da terceira meditação de Descartes: “Não devo imaginar que não concebo o infinito por uma verdadeira ideia, mas somente pela negação do que é finito, do mesmo modo que compreendo o repouso e as trevas pela negação do movimento da luz: pois, ao contrário, vejo manifestamente que há mais realidade na substância infinito do que na substância finita e, portanto, que, de alguma maneira, tenho em mim a noção do infinito anteriormente à do finito … “ (Descartes, Meditações, 1973).
Teilhard Chardin chamou todo este corpo de Noosfera, porque sendo um místico entendia que também espiritualmente todo o corpo se comunica (noon espírito), e afirmava que todo o universo é corpo de Cristo, foi acusado de panteísmo, como Spinoza foi e como Leibniz poderia ser, talvez hoje não acusassem Lévinas nem Heidegger, afinal estes tem a mais ideia generosa de Ser, do ponto de vista místico.
Tudo isto pode parecer difícil, mas é simples se usarmos a metáfora dos vasos comunicantes, se em vaso colocamos água todos se elevam, se retiramos água todos caem, cada vaso é um Ser, a água é a pulsão, e o conjunto dos vasos é a cultura em determinado ponto.
Tudo que sabemos do universo até hoje é apenas 4% que é a matéria bariônica, os restantes 96% de matéria e energia escura permanece desconhecido, como afirma Lévinas no início de seu livro Totalidade e Infinito: “A verdade permanece oculta”.
A primeira dicotomia sujeito vs objeto
A uma coisa que é certa: Kant opunha a “coisa-em-si” ao “fenômeno”. O “fenômeno” é, segundo Kant, a manifestação objetiva e concreta da realidade conforme constatada pelo ser humano de uma forma intersubjetiva através da percepção (dos sentidos); o fenômeno é o objeto, com o qual o sujeito interage, então precisou inventar um sujeito transcendental que liga a coisa ao sujeito, e o pior virou religião para muitos.
Portanto, o fenômeno é a coisa, e a “coisa-em-si” é a essência da coisa, mas o sujeito não precisa transcender para interagir com elas, basta ter instrumentos científicos.
Ora, a essência da coisa ou a “coisa-em-si” poderia ser a composição quântica de um objeto macroscópico se Kant não tivesse dito que a alma humana é a “coisa-em-si” do fenômeno “Homem”, criou uma alma individualizada que nem alma é.
Aqui, a coisa complicou-se ainda mais por seria muito mais credível a teoria dos mónadas de Leibniz do que a “coisa-em-si” de Kant, um ente que não é Ser.
A partir da “coisa-em-si” de Kant (o modelo do imperativo categórico seria ele mesmo) desenvolveram-se os conceitos mais abstratos do idealismo, como é exemplo o conceito de “coisicidade” de Heidegger, que vem de seu professor Husserl.
Segundo Heidegger, a coisicidade é a noção das “coisas enquanto coisas” para Husserl e Heidegger, a coisicidade é conjunto da coisa e da “coisa-em-si” , o que permite a coisa Ser como “dois em um”, mas como uma pra que é além de que o ser humano, que é objeto de outro, passar a ser uma coisa e a fazer parte da coisicidade; a única coisa que não faz parte da coisicidade é o Das Sein ou tudo junto Dasein que é a presença existencial subjetiva mas ligada ao Tudo e ao Todo, embora existe o Eu e todo o resto.
Se Kant ainda fazia a distinção entre um e outro ser humano que não eu, e as coisas, Heidegger passou a dizer que a única coisa que não é uma coisa sou eu (se não estiver a acompanhar o raciocínio não se preocupe porque não perde nada com isso).
Partindo do princípio de que Kant concebia a alma (humana) como algo imanente (no sentido de imanência que é atribuído pela filosofia quântica, no sentido do formalismo da física quântica), o que parece ser o caso, então Kant concebia, em termos científicos atuais, a alma como a composição quântica de cada ser humano em particular, embora seja uma metáfora parece verdadeira, mas seria a alma corpórea ?
Creio que sim, mesmo no sentido Kantiano pois podemos senti-la no Outro, então a metáfora melhor seria corpo e não a redução a “coisa-em-si” abstrata.
As questões das simetrias remetem a estes assuntos, há muitas leituras a respeito.
Reformar o pensamento e a política
Continuando a ler “A cabeça bem-feita” de Edgar Morin, no capítulo 5 – Aprender a viver, o autor destaca logo de início que a maior contribuição de conhecimento do século XX foi saber justamente os limites do conhecimento., depois de criar uma “viático” para enfrentar as incertezas, nada mais próprio para o mundo atual, onde ele afirmar que a estratégia traz em si a consciência da incerteza que vai enfrentar e, por isso mesmo, encerra uma aposta (p.62), e encerra o capítulo trazendo uma reflexão que cada um deve estar plenamente consciente de que sua própria vida é uma aventura, mesmo quando mesmo tendo alguma pretensa segurança, deve estar plenamente consciente de participar da aventura da humanidade, que se lançou no desconhecido em velocidade, de agora em diante, acelerada (p.63) e a partir daí propõe sua cidadania.
No capítulo 6, “a aprendizagem cidadã” ele propõe que a educação contribua para a autoformação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar cidadão, que é também olhar para a democracia do futuro.
O cidadão é definido, em uma democracia, por sua solidariedade e responsabilidade em relação a sua pátria (p.65) e apresenta uma das maiores dificuldades em pensar o Estado-Nação reside em seu caráter complexo, pois ele é ao mesmo territorial, político, cultural, místico, religioso (p.66), será que hoje reconhecemos isto ?
Para há uma forte correlação entre desenvolvimento de nossa consciência e a consciência que habitamos nossa pátria terrena, que é olhar a todo o globo.
No capítulo 7, ele questiona os famosos “os três graus” da educação, passa a descrever chamado o ensino primário, onde as primeiras interrogações devem ser feitas, já no ensino secundário aprofundá-las para que o ensino universitário seja maduro.
Então a finalidade da “cabeça bem-feita” é beneficiar um programa com um questionamento que parte do ser humano, ou seja seria através das interrogações do ser humano, que se descobre sua dupla natureza: a biológica e a cultural (p.75).
É preciso, pois, compreender a causalidade mútua inter-relacionada a causalidade circular (retroativa, recursiva) e as incertezas da causalidade. Desta forma, formar-se-á uma consciência capaz de enfrentar complexidades (p.76-77).
No capítulo 8, “a reforma do pensamento” Edgar Mohin retoma o segundo e o terceiro princípios do Discurso sobre o Método que regem a consciência científica. O segundo princípio é tido como princípio da separação; e o terceiro como princípio da redução (p.87).
. O pensamento que une substituirá a causalidade linear e unidirecional por uma causalidade em círculo e multirreferencial; corrigindo a lógica clássica pelo diálogo capaz de conceber noções complementares e até antagonistas, e completará o conhecimento da integração das partes em um todo, pelo reconhecimento da integração do todo no interior das partes (p.92-93).
No capítulo 9 “Para além das contradições” Morin nos apresenta os problemas da educação na contemporaneidade. Esses problemas, segundo o autor tendem a ser reduzidos a termos quantitativos: “mais créditos”, “mais ensinamentos”, “menos rigidez”, “menos matérias programadas”… sair dessa reforminhas que camuflam ainda mais a necessidade de reforma de pensamento (p.99).
Morin reforça a tese que vem sendo discutida em todo livro: não se pode reformar a instituição sem prever a reforma das mentes, mas não se podem reformar as mentes sem uma prévia reforma das instituições (p.99).
Boa leitura, há um acesso aberto do livro. “A cabeça bem-feita”.
Reformar o pensamento: o mais difícil
Entre as várias crises que enfrentamos, já chamada de policrise pelo educador e pensador Edgar Morin, um dos aspectos mais profundos é o da reformar o pensamento, e quase tudo que está nos moldes do pensamento moderno ou pretensamente pós-moderno está em crise.
O livro A Cabeça bem-feita de Edgar Morin é uma formula breve, mas difícil, de partir de um ponto relativamente simples, afirmar o educador, que por sugestões de Jack Lang, o então ministro da Educação na França, imaginou fazer inicialmente um “manual para alunos, professores e cidadãos”, (Morin, p. 9) projeto que reformou e continuou, propôs superar a atual fragmentação do conhecimento através do pensamento complexo, passando por uma reforma do pensamento por meio do ensino transdisciplinar, capaz de formar cidadãos planetários, solidários e éticos, aptos a enfrentar os desafios dos tempos atuais.
O capítulo I apresenta os desafios, conectando saberes separados em disciplinas, propondo reuni-los em conteúdos mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais, planetário (Morin, p.13).
O capítulo 2 é o coração do livro, por isto intitulado a cabeça bem-feita, o filósofo Edgar Morin introduz a citação de Pascal “Não se ensinam os homens a serem homens honestos, mas ensina-se tudo o mais”, não é uma frase por acaso, mas revela a profunda crise moral que todos enfrentamos, não no Brasil, mas em nível planetário, então aonde pessoas honestas podem encontrar refúgio para enfrentar a parada.
No capítulo o capítulo ele explica como uma aptidão geral de inteligência, pode tornar-se apta para colocar e tratar os problemas de maneira organizados e que permita estabelecer ligação entre os saberes e dando-lhes sentido (p.21).
No capítulo 3 o autor trata da condição humana, assunto já tratado por Hannah Arendt e que é ligada e parte da retomada ontológica, mas que não depende só de reflexões filosóficas e literárias, mas depende das ciências naturais renovadas e reunidas, de assunto que são pouco antropocêntricos, mas ligados ao home: a Cosmologia, as ciências da Terra e a Ecologia (p.35).
Neste capítulo o ser humano é revelado em sua complexidade: ser, ao mesmo tempo, sendo totalmente biológico e totalmente cultural (p.40), poderíamos então repensar a cultura.
No capítulo 4 Aprender a viver, Edgar Morin nos apresenta o pensamento do filósofo Émile Durkheim “o objetivo da educação não é o de transmitir conhecimentos sempre mais numerosos ao aluno, mas o de criar nele um estado interior e profundo, uma espécie de polaridade de espírito que o oriente em um sentido definido, não apenas durante a infância, mas por toda a vida” (p.47), paro por aqui porque reformar o pensamento é uma revolução.
Quem quiser ler, há um pdf disponível na internet, mas é preciso ter “A cabeça bem-feita”.