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Comércio eletrônico cresce 24%
O comercio eletrônico cresceu 24% no Brasil no primeiro trimestre do ano, quando comparado ao mesmo período do ano passado, diz o estudo da WebShoppers, divulgado ontem (21/08).
Os brasileiros fizeram mais de 35 milhões no semestre, de pedidos via internet (valor 20% em relação ao ano anterior) e o preço médico das compras também cresceu 4, dando o valor de R$ 259,49.
Os setores recordistas são o “Moda e Acessórios” com 13,7% do total e o eletrodomésticos com 12,3%, depois vem produtos de higiene pessoal e cosméticos (12/2%), Informática (9%) e livros e assinaturas de revistas (8,9%).
No semestre até junho 46,16 milhões de pessoas já haviam feito ao menos uma compra pela internet, mas apenas 3,98 milhões eram novos consumidores, contra 4,64 milhões no mesmo período no ano anterior, uma queda de 14% indicando um caminho de estabilização do mercado.
Por irregularidades nos serviços, em março de 2012 várias empresas do comércio eletrônico (como Submarino, Americanas e Shoptime) haviam fechado as portas virtuais, mas uma liminar permitiu que voltassem a funcionar, mas elas estão sujeitadas também ao Procon.
Privacidade foi violada, diz auditoria
São as conclusões iniciais de uma auditoria interna, e segundo notícia do Washington Post, da semana passada, a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) “tem violado as regras de privacidade e excedeu sua autoridade milhares de vezes por ano desde 2008, principalmente por meio de vigilância não autorizada de metas de inteligência americanos e estrangeiros em os EUA”.
A auditoria interna, datada de maio de 2012, verificou 2.776 incidentes ou violações nos quais muitos foram feitos sem qualquer “ordem da corte americana” garante o jornal da capital.
A auditoria é particularmente comprometedora do governo americano, post afirma que várias ações de vigilância foram feitas com anuência do governo.
As empresas Google, Facebook e Microsoft agora afirmam negar o “acesso irrestrito” ao governo americano, mas claramente cooperaram anteriormente.
Chamados a dar explicações, os representantes das gigantes da internet, participaram de uma audiência pública no Senado, na última quinta-feira e declararam: “Não houve nenhum acesso em grande escala”, defendeu a empresa Bruno Magrani, gerente de relações governamentais do Facebook, dizendo que foram apenas 0,00002% das informações solicitadas ao Facebook, foram as solicitadas diretamente pelo governo dos EUA.
O governo pode negar, mas a vigilância acontece, e em especial no Brasil, não por sermos considerados “especiais” para os EUA, mas porque somos um grande hub na rede mundial.
A PEC 479, banda larga é prioridade
A PEC 479 altera o artigo 5° da Constituição, oferecer banda larga à população deve ser uma prioridade do Estado, uma vez que “na sociedade contemporânea, a universalização do acesso à informação consolida-se como elemento fundamental para o desenvolvimento econômico e social das nações” segundo seu autor o deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP).
A argumentação é simples: oferecer banda larga à população deve ser uma prioridade do Estado, uma vez que “na sociedade contemporânea, a universalização do acesso à informação consolida-se como elemento fundamental para o desenvolvimento econômico e social das nações” conforme afirma o deputado eu a propôs.
A PEC foi proposta em 2010 pelo e aprovada pela Comissão de Constituição de Justiça da câmara em maio de 2011 e vê as mudanças sociais em curso, já que “a internet, em especial, desempenha papel crucial no processo de construção dessa nova realidade”.
A reunião está marcada para amanhã, dia 14/08/2013, no plenário 4 da Câmara dos Deputados, e se a PEC, de relatoria da deputada Gorete Pereira (PR-CE), for aprovada, será votada em dois turnos pelo plenário ainda este mês.
Mais sobre segurança e privacidade
O assunto é recorrente, na medida em que a internet (o meio físico inicial) e a Web (o aplicativo popular que teve seu início nos anos 90) foram expandindo, o assunto se tornou mais frequente, e agora é tema prioritário sobre o destino da Web.
Agora com o ex hacker oficial do governo americano anunciou a espionagem americana sobre seus cidadãos e sobre outros países, isto se tornou mais importante na Web.
Mas segurança e privacidade não devem ser tratadas como tema único, embora seja impossível desvincular uma da outra, na privacidade o indivíduo sabe quais são as informações pessoas que permitem que sejam coletadas e publicadas e sabe como tratar esta informação, mas para tal deve saber como controlar esta privacidade.
Segundo artigo da AT & T estas informações podem ser recolhidas e seria correto olhá-las.
Aqui entra o aspecto de segurança, de segurança apenas, deveriam incluir os fatores que incluem a segurança física e humana, ou seja “apenas informação de segurança” onde fatores que incluem negócios, integridade física de pessoas e/ou recuperação de desastres possam estar incluídas nestes fatores, há uma norma internacional para isto a ISSO 17799.
Salvaguardando informações do cliente, isto significa que qualquer site ou ferramenta social (não apenas o Facebook, mas principalmente ele) deve proteger a segurança, confidencialidade e integridade das informações de um “cliente”.
Gerenciamento e identidade de Acesso e Gerenciamento (IAM, Identity and Access anda Management), que é sem dúvida o fator mais crítico de privacidade, mas nem sempre é dada a devida atenção devido a dificuldade e custo de implementação.
Usuários muitas vezes são empregados, clientes, fornecedores ou um simples acesso computacional ao ambiente e se envolvem em serviços corporativos sem saber que o fazem.
Os próprios ambientes estão se tornando cada vez mais complexos, fazem ofertas “sabendo” o gosto do cliente, explorando sua capacidade de consumo e interconectando aplicativos.
As nuvens são um perigo especial para esta invasão de privacidade, o SOA (Serviços orientados a Arquitetura), já que sua própria função como serviço é para uso de funções ou serviços e não apenas de aplicações tradicionais, e isso faz com que o controle de acesso muito mais difícil.
Segurança, codificação, teste e gerenciamento de aplicativos é outro fator de riscos, pois ataques a aplicativos tem uma grande facilidade de sucesso devido as vulnerabilidades na maioria dos códigos de programas, são famosos para programadores, os riscos dos programas escritos em Java, mas as fragilidades implicam a forma como muitos programas e serviços foram implementados.
Tais descobertas podem ser acidentais, como recentemente foram descobertas nos sistemas Androids e iOS da Apple, mostrando que isto não é privilégio de nenhuma empresa, mas são importantes que sejam sanados quando detectados e que as empresas avisem seus clientes, como um recall de peças, mas isto não é feito.
Os aspectos de segurança não são poucos, mas devem incluir ainda: a proteção e encriptação dos dados, proteção contra malwares (vírus), gestão e monitorização de risco operacional.
A sociedade em redes e o ser
Diversos são os autores, a partir de Husserl e Heidegger que reivindicam um retorno ao ser, a essência do homem e também sua relação com tudo o que está a sua volta, de certa forma também a natureza, embora esta ainda seja negligenciada.
Pode-se aprofundar este tema remetendo a Levinas e Ricouer, estes mais atuais, e também de certa forma a Habermas e Morin, mas queremos focar apenas nas “redes”.
Castells é um dos principais autores a descobrir este tema, principalmente se pensamos que ele escreveu em 1996, quando as “redes sociais” eram apenas esboços e não populares.
Num dos tópicos dos seus três volumes escreveu que a sociedade estaria cada ver mais estruturada numa bipolaridade entre a rede e o ser.
É surpreendente e sem dúvida uma profunda revisão antropológica e ontológica do ser, onde o ser humano deve vencer as resistências e obstáculos a uma sociedade emergente que seria a “sociedade em rede”.
Castells(*) capta algo essencial que é esta revisão ou mudança histórico do ser (e no ser que lhe escapa) que permitiria emergir uma nova sociedade, onde a sensação de isolamento e de falta de identidade, onde há uma falta de princípios e valores coerentes que possam orientar tanto o processo comportamental como definir diretrizes para uma nova vida de cada ser.
O autor parece colocar diante da sociedade o horizonte de uma humanidade verdadeira, e, assim, que mesmo assim não deixar desaparecer a tensão entre o ideal (que não é o virtual, porque não tem potencial de existência) e o real, que constitui a vida do homem como ser histórico.
O autor não orienta de modo ontológico para uma sociedade coletiva, onde os modelos, os atores e os locais da revolução tecnológica parecem equilibrar mecanicamente as consciências de modo a dar consistência e objetividade às raízes sociais da “revolução”.
Retomando os princípios iniciais, com toda a tecnologia, é na sociedade e no homem (por isto de modo ontológico) que toda a mudança e estrutura da sociedade deve emergir.
*Castells escreveu: A sociedade em Rede, ed. Paz e Terra.
Como foi o 4G na Copa
Conforme previsto houve muitas falhas nas comunicações 4G e o volume de dados foi final, os dados da final da Copa no jogo Brasil x Espanha foram de 1,7 milhão de ligações de telefonia celular e mais de 4,6 milhões de comunicações de dados, incluindo envio de e-mails, fotos e mensagens multimídia, com tamanho médio de 0,5 MB.
Do total de comunicações de dados, cerca de 4 milhões foram na tecnologia 3G e 650 mil pelas redes de 4G, o que resulta algo em torno de 18%.
Cesar Alvarez, tinha ido ao Rio de Janeiro participar de um encontro da Fifa sobre as telecomunicações e mesmo com o Maracanã vazio, não conseguiu fazer uma ligação de dentro do estádio, e disse que teria naquele mesmo dia uma reunião com a empresa para saber o que havia acontecido, nos momentos de concentração de pessoas também foram observadas muitas falhas.
Assim admitiu que não está funcionando como deveria, mas considerando apenas o entorno dos estádios onde as empresas procuram “caprichar”, imagina o que acontece com o resto do país.
A proposta do leilão de LTE na frequência de 2,5 GHZ previa que 50% das áreas urbanas das seis cidades sede da Copa das Confederações estariam cobertas a partir de 1º de junho, mas não aconteceu.
Rede barata via satélite
Foi lançado ontem a borda de uma espaçonave Soyuz, na Guiana Francesa, quatro satélites que vão operar a rede O3b (Other 3 billion), que oferecerá uma conexão de internet de alta velocidade por baixo preço preço para 3 bilhões de pessoas, para 180 países.
A ideia surgiu em 2007 da mente do americano Greg Wyler, pioneiro da telefonia 3G e fundador da O3b Networks, quado viajava por Ruanda.
Os satélites cobrirão uma faixa de 45 graus em torno da linha do Equador, cobrindo assim regiões carentes da África, da América Latina, o sudeste asiático, a Austrália e a Oceania.
A rede, a internet e a Web
Eram anos da guerra fria, a tensão permanente entre o mundo comunista comandado pela União soviética e o mundo capitalista comandado pelos EUA, e a primeira ideia da rede eletrônica era não ter um comando central de modo que pudesse manter as ligações em caso de destruição de alguns pontos por uma guerra entre os dois blocos em tensão.
Assim a rede deveria ser montada sem um comando central, um sistema no qual todos os pontos (os nós da rede) tivessem autonomia e por onde os dados transmitidos em qualquer direção ou ordem, não perdessem os conteúdos, estava delineado o projeto ARPAnet de Paul Baran, idealizado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (Advanced Research Projects Agency) do governo dos EUA.
Mas a rede saiu do controle militar e em 1970 interligava quatro universidades norte-americanas, mas nos 4 anos seguintes o número cresceu para 40. A troca de mensagens e de arquivos torna-se possível, e as universidades lançam diversos projetos, entre eles, o Projeto Gutenberg de Michael Hart com a divulgação de livros, na universidade de Illinois, em 1971.
Naquele mesmo ano, é criada a primeira rede comercial nos EUA, a Telenet, como um serviço de acesso.
O nome Internet foi usado apenas em 1982. Em 1983, Vinton Cerf e Khan criam o protocolo de comunicação da rede, o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), a base comum de instruções e códigos usados por todos os computadores conectados à rede até hoje.
Mas a Web, como um protocolo de aplicação só chegou em 1991, com o sistema de hipertexto, profetizado por Ted Nelson anos antes, e agora implementado por Tim-Berners-Lee, chegava o www, a World Wide Web.
Assim a metáfora da rede se torna anos depois um meio eletrônico de comunicação a internet, e na década de 90 um modo de comunicação entre bilhões de pessoa que é a Web.
As redes sociais só foram possíveis dentro deste universo do hipertexto tendo como meio a Internet.
O que a 4G pode proporcionar
A copa das Confederações está aí, como anda seu celular, está fácil de fazer ligações, nas capitais dos estados que receberão jogos a promessa era de uma velocidade 10 vezes superior, mas e as antigas bandas como vão ?
No leilão das frequências de 4G as operadoras que adquiriram os lotes nacionais do serviço “em todo” o país foram: Vivo, Claro, Tim e Oi.
O principal salto esperado com a chegada do 4G seria a velocidade da internet móvel, que a Anatel e diz que seria um aumento em 10 vezes na nova geração, mas o problema maior é o download de conteúdos.
O tempo de download nos serviços 3G para fotos que deveria ser na faixa de 3 segundos é de aproximadamente 12 segs, já o tempo para músicas sobe de 7 para 36 segundos, enquanto o de vídeos de aproximadamente 45 minutos para 3hs numa taxa de 1 GB de banda.
Ao analisar os dados que o mercado apresenta, surgiu uma faixa nova chamada de 3,5 G ou seja, pode ser que isto seja o 4G real ou o prometido do 3G mas que não aconteceu, uma vez que nunca se conseguiu observar esta seria uma faixa do 3G real, no quadro acima as taxas em “rosa” verificadas.
Os serviços (esperados) para o 4G são de 1,6 segundos para fotos, quase 5 segundos para músicas e 28 minutos para vídeos, mas será que vão funcionar ?
Vamos esperar os resultados, e as cobranças da ANATEL, agora terá gente de fora de olho e gente trabalhando (jornalistas e repórteres) que usarão a rede.
Colaboração e distribuição nas redes
Colaboração não é descentralização, mais sim distribuição, porque a descentralização pode criar uma estrutura que apesar de coletiva é centralizada, muitos grupos que atuam em movimentos sociais trabalham assim, mas há uma coordenação central oculta que controla “o coletivo”.
O livro The Wealth of networks, de Yochai Benkler (2006), demonstrou que a “esfera pública” interconectada pode potencialmente ser mais democrática que a mesma no “mass media”.
Isto parece óbvio já que o mass media foi criado numa estruturada vinculada a um poder político e econômico, de preferência os dois, mas até que ponto isto impediria a ação de multidão das novas mídias ?
O conceito de Benkler na mesma linha, mas um pouco diferente de Habermas, define a esfera pública como um “quadro de práticas que os membros de uma sociedade usam para comunicar questões que eles entendem ser de interesse público e que potencialmente requerem uma ação ou reconhecimento coletivos” (BENKLER, 2006, p. 177).
Não pode, portanto ser uma espécie de “proselitismo” para ganhar membros para “o grupo”, mas uma ação que a sociedade perceba como ter um “interesse público”, que são muitas: a distribuição da riqueza, o controle dos gastos públicos, o combate a corrupção ou mesmo a simples criação de uma ferramenta para algo coletivo, como dar carona, andar de bicicleta e muitas outras.
A atitude de colaboração é possível quando não centralizamos o poder.