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Arquivo para a ‘crowdsourcing’ Categoria

O Ser, a multidão e as classes

18 jul

Multidão é o nome de uma imanência.  Assim a multidãoClassCrowd é um conjunto de singularidades e não uma unidade homogênea de partidários uniformizados e carregando a mesma bandeira.

É a partir desta premissa que pode-se esboçar uma conceitualização de ontologia que não prenda o ser humano a esquemas ideológicos ou temporais de liberdade e transcendência.

Conceitualização é quando o conceito não é homogêneo e permite a multiplicidade.

Na história conceituou-se povo e não multidão, embora Spinoza e Leibniz tenham esboçado.

O  conceito de povo foi delineado dentro da tradição hegemônica da modernidade feito por Hobbes, Rousseau e Hegel e produziram, cada qual a seu modo porém todos idealistas, um conceito de povo assentado na transcendência do soberano: nas cabeças desses autores, a multidão era considerada como caos e como guerra, assim eles formaram o conceito do Estado Moderno para o qual a pós-modernidade chamou a atenção.

Sobre esta base, o pensamento da modernidade opera de uma maneira bipolar: abstraindo, por um lado, a multiplicidade das singularidades, unificando-a transcendentalmente no conceito de povo, e dissolvendo, por outro lado, o conjunto de singularidades (que constitui a multidão), para formar uma massa de indivíduos.

A teoria moderna do direito natural, seja em suas raízes empíricas ou ideológicas, é sempre um pensamento da transcendência e da dissolução do plano de imanência.

A teoria da multidão exige, ao contrário, que os sujeitos falem por si mesmos: trata-se muito mais de singularidades não-representáveis que de indivíduos proprietários do saber e da produção social.

A multidão é um conceito de classe, afirma o artigo de Antonio Negri(*), e não me parece desconfortável esta definição uma vez que ainda temos uma multidão de pessoas exploradas e a lógica do poder não parece ainda alcançá-las.

Com efeito, a multidão é sempre produtiva e está sempre em movimento.

Considerada a partir de uma perspectiva temporal, a multidão é explorada pela produção; de um ponto de vista espacial, a multidão é ainda explorada, na medida em que constitui a sociedade produtiva, a cooperação social para a produção.

Há diversas perspectivas que apontam para esta cooperação social.

As classes tiveram um papel na história, agora é a hora da multidão.

(*) NEGRI (2002), «Pour une définition ontologique de la multitude», en Multitudes nº 9, Paris, Exils.

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A sociedade em redes e o ser

17 jul

Diversos são os autores, a partir de Husserl e Heidegger NetworkToBeque reivindicam um retorno ao ser, a essência do homem e também sua relação com tudo o que está a sua volta, de certa forma também a natureza, embora esta ainda seja negligenciada.

Pode-se aprofundar este tema remetendo a Levinas e Ricouer, estes mais atuais, e também de certa forma a Habermas e Morin, mas queremos focar apenas nas “redes”.

Castells é um dos principais autores a descobrir este tema, principalmente se pensamos que ele escreveu em 1996, quando as “redes sociais” eram apenas esboços e não populares.

Num dos tópicos dos seus três volumes escreveu que a sociedade estaria cada ver mais estruturada numa bipolaridade entre a rede e o ser.

É surpreendente e sem dúvida uma profunda revisão antropológica e ontológica do ser, onde o ser humano deve vencer as resistências e obstáculos a uma sociedade emergente que seria a “sociedade em rede”.

Castells(*) capta algo essencial que é esta revisão ou mudança histórico do ser (e no ser que lhe escapa) que permitiria emergir uma nova sociedade, onde a sensação de isolamento e de falta de identidade, onde há uma falta de princípios e valores coerentes que possam orientar tanto o processo comportamental como definir diretrizes para uma nova vida de cada ser.

O autor parece colocar diante da sociedade o horizonte de uma humanidade verdadeira, e, assim, que mesmo assim não deixar desaparecer a tensão entre o ideal (que não é o virtual, porque não tem potencial de existência) e o real, que constitui a vida do homem como ser histórico.

O autor não orienta de modo ontológico para uma sociedade coletiva, onde os modelos, os atores e os locais da revolução tecnológica parecem equilibrar mecanicamente as consciências de modo a dar consistência e objetividade às raízes sociais da “revolução”.

Retomando os princípios iniciais, com toda a tecnologia, é na sociedade e no homem (por isto de modo ontológico) que toda a mudança e estrutura da sociedade deve emergir.

*Castells escreveu: A sociedade em Rede, ed. Paz e Terra.

 

O povo e a multidão

16 jul

O conceito essencial do cidadão, foi para Hobbes,peopleCrowd na concepção da cidadania (que expressa uma opinião ou uma ideologia hoje em dia) foi simplificado como uma unidade, como se fosse um corpo único com um vão, por isso a maioria dos sociólogos usará as configurações binárias (embora se destina a analógica), como acontece com as pessoas ou contra a esquerda ou direita, mas a multidão tem natureza múltipla, embora possa convergir.

Multidão com um conceito político foi usado pela primeira vez por Maquiavel, mas o conceito realmente importante foi promovido pelo filósofo Spinoza, Leibniz e de alguma forma que difere da noção de povo de Hobbes, um conceito utilizado pela sociologia e política até os dias atuais.

O próprio conceito de multidão é múltipla, é a definição de socialista Multidão Hardt e Negri impresso no livro contemporâneo de mesmo nome, é um conservador visão do século XIXI, Gustave Le Bon, citado por James Surowiecki em “A sabedoria das multidões” Editora Record, 2006 ou crowdsourcing por Jeff Howe (revista Wired).

Mas a prática multidão, o que está nas ruas e usar as diversas ferramentas de redes sociais (facebook, youtube, twitter e Instagram), que parece referir-se às definições tecnológicas de Jeff Howe (“O Poder da multidão, Campus, 2. Ed. 2008) ou Sociedade em Rede Manuel Castells “(Paz e Terra, edição brasileira, 1999), na verdade, as ruas para escapam de todos estes conceitos e convergem para outra “multidão”.

A coisa mais próxima que pode ser pensada é do intelectual e geólogo brasileiro “Milton Santos” com um conceito que ele chamou de “transindividualidade” e onde apresenta uma verdadeira resposta a globalização que produz apenas “verticalidade”, afirma: “A tendência atual é que os lugares se unam verticalmente e tudo é feito para isso, em toda parte. Créditos internacionais são postos a disposição dos países mais pobres para permitir que as redes se estabeleçam ao serviço do grande capital. Mas os lugares [e as pessoas] também se podem unir horizontalmente, reconstruindo aquela base de vida comum susceptível de criar normas locais, normas regionais.” (p. 260),  O retorno do território. In Territorio y movimentos sociales. OSAL Ano VI Nº 16 Janeiro-Abril, 2005.

Mas por enquanto na lógica do poder, ficamos do lado A ou do B, ambos longe da multidão.

 

Facebook saiu do ar na terça-feira

20 jun

O Facebook saiu do ar na terça-feira (18/06) por cercaManifestacoes de 15 minutos, como era o auge das manifestações e as redes estão sendo intensamente utilizadas, houve protestos no Twitter, enquanto o site apresentava a mensagem: “Sorry, something went wrong. We’re working on getting this fixed as soon as we can.” (Desculpe, alguma coisa deu errado. Estamos trabalhando para consertar isto assim que possível).

Até o momento não houve explicações, mas a queda afetou também países como Chile, a Argentina, o México e até mesmo parte dos Estados Unidos.

O Facebook ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Enquanto o problema ocorria, diversos usuários se voltaram  o Twitter, para reclamar da situação,  e aproveitavam  para ampliar a convocação para as manifestações.

Cidades além das capitais como Araraquara, Bauru, Poços de Caldas, Foz de Iguaçu e muitas outras também já ocorreram  manifestações.

Em Cotia, grande São Paulo, haviam 10 mil pessoas próximas a Raposo Tavares na terça-feira quando eu voltava para casa.

Os políticos elogiam, mas mandam a polícia, no fundo tem  medo que o povo descubra toda a barbaridade que fazem com as verbas públicas, mas a multidão acordou.

 

Castells, esperança e passe-livre

18 jun

O novo livro de Castells se chama “REDES de indignação Participaçãoe de esperança”, ele falou dele no encontro Fronteiras do Pensamento 2013, en Brasil.

Ele explicou que quando um fato provoca a indignação e, muitos sentem a possibilidade de estarem juntos, sentem-se  como são muitos podem pensar fora do quadro institucional, legal mas nem sempre moralmente correto, daí surge a esperança de fazer algo diferente.

Afirmando que não se tratam apenas de um fato que dispara um processo de descontentamento, no nosso caso temos: a corrupção, a insegurança e a inflação que começa a dar as as caras, mas porque isto acontece.

Segundo Castells, é porque os cidadãos do mundo não se sentem representados pelas instituições democráticas.

Não pode mais apelar para a velha história da democracia real, agora não, as redes mantém todo mundo informado e a propaganda institucional e a realidade é totalmente transparente.

Segundo Castells, é contra esta prática democrática em que a classe política se apropria por uma forma representação, mas que não presta contas em nenhum momento e justifica qualquer coisa em função dos interesses que servem ao Estado e à classe política, ou seja, os interesses econômicos, tecnológicos e culturais.

Eles não respeitam os cidadãos senão não manteriam descaradamente cadeias de corrupção e negociadas, hoje aos olhos de todo o público e da imprensa.

 

Crowdsourcing e modelos de conhecimento

12 jun

MedicinaCrowdsourcingO modelo é apresentado no site The scientist, como um modelo ao mesmo tempo competitivo e de crowdsourcing.

Crowdsourcing está ajudando cada vez mais a canalizar o conhecimento coletivo da comunidade científica para encontrar soluções para desafios significativos na medicina e outras áreas, os modelos coletivos apresentam maior sucesso nas pesquisas.

Sage Bionetworks e a Dialogue for Reverse Engineering Assessments and Methods (DREAM) estão hospedadando software livre, mudanças computacionais em big data, mudanças top no pensamento  estatístico, máquinas de aprendizagem, e descobertas em biologia computacional,  novos modelos preditivos de doenças.

As equipes competem umas com os outras, mas as competições também incentivam a colaboração necessária para responder a questões biológicas emergentes, segundo Stephen Friend, fundador do Sage Bionetworks:  “O Meshing destes dados com os resultados clínicos para o desenvolvimento de indicadores do que é susceptível de responder à uma terapia ou que é provável que tenha uma doença agressiva é um problema audaciosamente grande que necessita de trabalhar as ideias de uns e  dos outros”.

O modelo de trabalho científico usando crowdsourcing, adaptado o modelo coletivo e colaborativo da ciência ao uso de um “excedente intelectual” disponível na multidão.

 

Projeto aberto de Data Center

17 mai

Um projeto intitulado OCP (Open Compute Project ) foi iniciado ontem num esforço de construir um centro de dados abertos para a rede, com um modelo flexível e eficiente, que evite desperdício de componentes desnecessários, com um sistema totalmente aberto a todos prestadores de serviços e desenvolvedores de hardware para DataCenters.

Entre os apoiadores iniciais do projeto já estão o Facebook, Intel e VMware, além de potências tradicionais em redes como a Netronome e Broadcom.

Em entrevista ao site v3, o presidente da OCP Frank Franovsk afirmou: “É nossa esperança que um sistema alternativo aberto permita um ritmo de inovação e desenvolvimento de hardware de rede, que ajude as definições de software continuarem evoluindo e prosperarem e, por fim, proporcionar aos consumidores destas tecnologias mais liberdades para construir estas infraestruturas mais flexíveis, escaláveis e eficientes a disposição”, conforme o site v3.co.uk .

Confirmando que é um novo tipo de empresa, aberto e colocada numa folha em branco, conformo afirma o presidente, onde esta empresa: “Este é um novo tipo … começando um projeto com apenas uma ideia e uma folha de papel, em vez de construir em um projeto existente que seria concebido para a fundação , e estamos animados para ver como o grupo de projeto proporciona em nossa visão coletiva “.

A ideia de projetos assim, num modelo misto com uso do crowdsourcing, está evoluindo, como prova o projeto Ouia (veja nosso post).

 

Maratona cultural, games e Orquestra de Rua

14 mai

No Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) acontecerá na Virada Cultural de São Paulo, próximo fim de semana 18 e 19, o I Festival de Games Brasil, com video games, jogos de tabuleiro e de cartas farão parte da programação de 2013.

Como em toda a Virada, a entrada é gratuita, e todos poderão testar todos os jogos disponíveis entre às 10h e 16h nos dois dias da Vira, mas os jogos continuarão no museu até o dia 2 de junho.

O Museu fez uma parceria com o IGDA (Internacional Game Developers Association), que é uma organização mundial de desenvolvedores de games que no Brasil tem um braço na Atrativa, subsidiária brasileira da GameHouse, maior casa do gênero.

Acontecerão também alguns eventos públicos, como o evento de músicos autofinanciados por crowdfunding, vale a pena ver, é uma Maratona Cultural gratuita, feita por uma Orquestra de Rua, que acontecerá no parque da Juventude, dia 18 começando por volta das 10 hs, veja a apresentação anterior deles.

 

Ouya, a próxima big thing ?

10 mai

Ouya é um ‘console’ (leia-se um hardware estilizado) de código aberto que usa o sistema Android (dos celulares) como Sistema Operacional.

Lançado em 10 de julho de 2012, o produto foi idealizado por Julie Uhram, tendo como parceiros, o Ed Fries construtor do Xbox (dispositivos para games) e o designer Yves Béhar.

O objetivo é abrir o mercado de console de videogames para desenvolvedores amadores, com a possibilidade de “customizar” os jogos dos dispositivos android para o Ouya.

Kris Graft discute a validade do Ouya como uma tecnologia disruptiva, aquelas que dão salto no mercado como aconteceu com iPod, tablets e smartphones, que de acordo com o criador do termo Clayton M. Christensen, o produto disruptivo deve ser uma pontuação alta devido sua: posição no mecado, preço de escala baixo, facilidade de uso, enfim impactar o mercado.

Para Graft, o preço baixo do Ouya “é um componente chave para ser considerado uma tecnologia disruptiva, já que isso inerentemente abre o mercado a uma nova população de consumidores”, porém ele critica o fato da plataforma cobrar uma taxa de 30% sobre o preço de qualquer transação realizada em sua loja, significando um vinculo e ganhos com a empresa, “o modelo central da companhia parece emular a estratégia do mercado digital atual adotada pelos donos de consoles, PC e portáteis.”

As pessoas que contribuiram com os quase US$ 8,6 milhões para o desenvolvimento do Ouya no Kickstarter (site de crowdfunding), já estão recebendo o videogame pelos correios, que veio de início com 104 títulos disponíveis no seu lançamento, segundo o portal Terra, recebeu agora mais 15 milhões de investimentos.

Custando US$ 100, o Ouya começa a ser vendido no varejo em 25 de junho (era 4, mas foi adiado).

 

Geeksphone a venda, para os geeks

24 abr

O Geeksphone como é chamado o smartphone da Firefox em parceria com a Telefonica (veja nosso post) já está a venda, mas justamente na Espanha já acusa “fora de estoque”.

Também os desenvolvedores (o Firefox é um software livre e isto chama a atenção dos geeks, desenvolvedores) ficaram decepcionados, tanto o Keon como Peak apareceriam ontem na varejista do Geeksphone também como “fora de estoque”.

No início do dia Peak ainda aparecia, enquanto o Keon foi endido mais rapidamente ao preço de US $ 119, o modelo tem uma tela de 480×320 pixels sendo 3,5 polegadas.

Por US $ 195, o Peak oferece uma tela multitouch 960×540-pixel de 4,3 polegadas, sendo um pouco mais confortável para usuários e desenvolvedores.

Na verdade os dois modelos não são para usuários comuns, isto é não desenvolvedores, os geeks precisam destes modelos de trabalho para testar seus aplicativos para o sistema operacional móvel da Mozilla.

Os futuros smartphones da Firefox deverão ser produzidos por empresas como a ZTE, Alcatel, LG Electronics, Huawei e até a Sony tá de olho, tendo previsão de lançamento no próximo ano.

O mundo open-source de desenvolvedores por crowdsourcing aguardam ansiosamente.