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Arquivo para agosto, 2016

A questão de representação e os noúmenos

03 ago

Schopenhauer afirmou categoriamente: “O mundo é representação minha”, estaRepresentar é uma verdade para cada pessoa que vive a experiência do conhecimento, e embora possa trazer isto para sua consciência e nela refletir e até mesmo criar abstração, o que todos fazemos, isto não pode ser considerado uma clarividência filosófica como suponha Schopenhauer, embora isto passe pelos sentidos, como ele afirmara: um olho vê o sol e uma mão toca a terra.

 

O que conseguimos conhecer pelos sentidos, e tudo sobre o que podemos raciocinar é o que Kant chamou de mundo “fenomênico”, mas este fenômeno é um mudo de aparências, e o que está escondido passa pela consciência mas deve encontrar aí sim alguma clarividência.

Para Schopenhauer este seria o mundo como representação é fenômeno, e apesar de negar Kant, para ele a representação, que vê o que é objeto para o sujeito.

 

Diferentemente de Kant, Schopenhauer não fala do fenômeno apenas como representação que não diz respeito e não pode captar o noúmeno (Noumenon), isto é, a coisa em si, e aqui entra algo importante, pois o que é a “coisa em si” como essência, a modernidade não sabe.

 

Segundo Schopenhauer pode-se alcançar a essência da realidade, e a coisa em si que e Kant, permanecre incognoscível, pois para ele o fenômeno é ilusão e aparência, é aquilo que, na filosofia hindu, chama-se o “véu de Maia” e que por isso Heidegger vai chamar de desvelar.

 

Se não temos acesso às coisas em si mesmas, como é possível apreendermos as coisas tais como são? Para Schopenhauer há alguma faculdade largamente desprezada, possuída por todos:

“A palavra enigma é dada ao sujeito do conhecimento que aparece como indivíduo. Tal palavra se chama VONTADE. Esta, e tão somente esta, fornece-lhe a chave para seu próprio fenômeno, manifesta-lhe a significação, mostra-lhe a engrenagem interior de seu ser, de seu agir, de seus movimentos.”

 

Ora o enigma pode ser desvendado, mas o mistério não, se o admitimos, nele podemos penetrar sempre mais como realidade que está ao alcance do homem, mas que a nosso ver precisa ter a compreensão de que existe como tal, e algo ontológico se esconde nele, isto alguém e não apenas alguma coisa.

SCHOPENHAUER, Arthur. O mundo como vontade e representação. São Paulo: Editora UNESP,2005. §I p.43.

 

Humilhações públicas e as redes

02 ago

O fato que as humilhações e também as gafes tornam-se públicas comOLYMPUS DIGITAL CAMERA as mídias de redes sociais, não são propriamente novidades, no início do século passado Dostoievski escreveu o romance “Humilhados e ofendidos”, que falava de uma grande atmosfera de tensão psicológica que vivia uma família empobrecida, e sua relação com um escritor e um príncipe, onde a fortuna e o poder podem dominar e determinar as relações humanas.

 

O livro escrito agora em uma história real, Humilhado, do escritor americano Jon Ronson, mostra agora sob efeito das novas mídias, como a humilhação pode extrapolar os limites da simples brincadeira para tornar uma pessoa excluída do meio social, até mesmo independente de sua classe social, embora negros, mulheres e também excluídos sejam vítimas neste novo cenário.

 

As experiências e depoimentos investigadas mundialmente ao longo dos três últimos anos, fez Ronson narrar com um senso de humor único, tentando dar dignidade a muitas destas pessoas reais vítimas da visibilidade das novas mídias.

 

O autor já famoso pelo livro (que virou filme nacional): O homem que encarava cabras, faz uma ironia com aquilo que pode muitas vezes tornar-se uma execração pública.

 

 

Trocas em redes viram mania

01 ago

A prática começou com a troca de figurinhas na Copa do Mundo em 2014,Escambo mas agora promete entrar em todas áreas, trocar fico mais fácil e mais rápido porque atinge um número maior de pessoas.

 

A palavra usada não pode ser a mais apropriada: “Escambo”.  Este é o nome de um grupo que já tem 32 mil membros, é público e se determinas regras forem violadas a pessoa é banida do grupo, por exemplo, para comprar ou vender um item, não é permitido usar marcas ou compartilhar links de lojas, a troca é entre pessoas que já possuem o item a ser trocado.

 

Há relatos de pessoas que já trocaram um guarda-roupa interior, livros e inclusive livros acadêmicos e escolares tem um site “Livros para Vender e trocar”, seu criador Júlio Cesar Medalha descobriu que tinha quase 3.000 livros em casa, ao resolver trocar, em um mês foram-se todos, contou a um site de grandes empresas.

 

Já há aplicativos especialistas em trocas, como Tradr, ele é inspirado no Tinder, e a partir de um perfil do Facebook ele filtra suas preferências e aprende com o que você gosta ou descarta, e já é bastante utilizado.

 

O site DescolaAí já conta com 1.500 transações feitas lançado oficialmente a 3 semanas, mas que funciona desde agosto de 2011 quando estava em fase de testes, o responsável Guilherme Brammer afirmou: “Na versão definitiva, a página tem cara de rede social e as vendas também são permitidas”.

 

Há um site para troca de games: o Troca Jogo, que agrega 100.000 adeptos, seu criador Flávio Banyai, cita as vantagens como: “Sem falar que é uma maneira de não estimular a compra de produtos pirata”, e trocar é legal e saudável.

 

São novas e criativas realidades propiciadas pelas mídias de redes sociais.