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O Bem e as Capacidades
Para olhar a questão da capacidade de Martha Nussbaum e Amartya Sen, começamos pelo olhar da “distribuição política” de Aristóteles que a utilizou extensivamente na análise do “bem dos seres humanos”, onde esse bem está ligado ao exame que faz das “funções do homem” e da “vida no sentido de atividade”, ou seja, a função como capacitação humana para uma atividade.
Pensando a vida como “atividades e modos de ser” e por que são tão valiosos, a avaliação da qualidade da vida toma a forma de uma avaliação dessas efetivações e da capacidade de efetuá-las, ou seja, se levamos em conta apenas as mercadorias ou os rendimentos que auxiliam no desempenho daquelas atividades e na aquisição daquelas capacidades, como ocorre na maioria das teorias do valor, que vem de Adam Smith e Marx, acabamos tendo uma confusão de meios e fins, e nisto concordam Amartya Sen e Martha Nussbaum.
Retomando a teoria aristotélica, pode-se que a vida “é vivida sob compulsão, e a riqueza não é evidentemente o que buscamos, pois, a riqueza é meramente útil na consecução de outros bens”.
Então nossa tarefa é a de avaliar as várias efetivações na vida humana, superando o que, num contexto diferente, embora relacionado, aquilo que Marx chamou de “fetichismo da mercadoria”, nelas o consumo de mercadorias só podem ser examinadas pela capacidade da pessoa de realizá-las terá de ser apropriadamente avaliada não quantitativamente, mas como uma combinação das efetivações.
Sen e Nussbaum apontam como primeiro ponto fundamental as ambiguidades e relevância no quadro conceitual do enfoque da capacidade, Sem afirma: “natureza da vida humana e o conteúdo da liberdade humana são conceitos problemáticos. Não pretendo varrer essas dificuldades para debaixo do tapete”.
Os segundos pontos são qualidade de vida e necessidades: “Há uma ampla literatura sobre o desenvolvimento econômico que trata da avaliação da qualidade de vida, do atendimento das necessidades básicas e de temas correlatos”, Sen afirma citando Lipton (1968).
Os terceiros pontos são bens primários e liberdades, onde o trabalho de Rawls deve ser analisado, pois o “foco nas mercadorias e nos meios de realização pessoal neste trabalho contrastado ao enfoque da capacidade é também influente na moderna filosofia moral” afirma Amartya Sen.
Sen, Amartya. O desenvolvimento como expansão das capacidades. (veja o Link).
Sen, Amartya. “Development as Capability Expansion”, Jounal of Development Planning, nº 19, 1989 (encarte especial sobre “Desenvolvimento humano a partir dos anos oitenta”) Tradução Regis Castro Andrade (veja o Links ])
Lipton, Michael, Assessing Economic Performance, Londres: Staples Press, 1968.
Utopia e um novo tempo
Para entender a importância de Ideologia e Utopia e o início da discussão a partir de Karl Mannheim (1893-1947), deve-se lembrar que este além de abordar os temas foi aluno de Alfred Weber e colega de trabalho de Theodor Adorno e Max Horkheimer, além dele (Mannheim) ter lecionado na London School Economics, e foi o primeiro a escrever sobre Ideologia e Utopia.
Isto mostra o perfil de alguém que escreveu antes da era ou sociedade da informação, fez uma sistematização de uma sociologia do conhecimento, fonte importante para uma concepção inicial do que Edgar Morin definirá mais tarde como “complexidade”.
Mannheim que não viveu a moderna sociedade da informação, já analisava as mudanças geracionais que e que cada geração significa: “entrada de novas pessoas obstrui os bens constantemente acumulados, mas também produz inconscientemente nova seleção e revisão no campo do que está disponível; nos ensina a esquecer o que já não é útil e a desejar o que ainda não foi conquistado.” (Mannheim, 1972, p. 532).
O conceito de utopia em Mannheim compreende uma forma de mentalidade do grupo, hoje potencializada pelas mídias, as quais de modo análogo a ideologia, também ultrapassa o que é denominado por realidade e aponta para um futuro possível, isto é, virtual.
Tomando o conceito de realidade como aquilo que é sócio-historicamente construído por um grupo dominante, deve-se entender como diálogo com a tradição de Gadamer, a possibilidade utópica é segundo Mannheim (1972, p. 216) “somente aquelas orientações que, transcendendo a realidade, tendem a se transformarem em conduta, a abalar, seja parcial ou totalmente, a ordem de coisas que prevaleça no momento”, ou seja, é preciso um horizonte novo, conforme o texto capaz de “transformarem em conduta”, ou seja, mudar a mentalidade e a ação. Aliás o termo utopia foi cunhado por Thomas Morus, uma pessoa reta e considerada santa pela Igreja Católica.
O texto de Ricoeur é bem mais complexo e rico, a leitura de Mannheim não é obrigatória, mas para aqueles que desejam um estudo sistemático, e apostar numa utopia possível, neste caso é uma leitura obrigatória, anterior a ideologia e Utopia de Ricoeur.
Referências:
MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1972.
Consciência no circulo hermenêutico
A análise de Gadamer é que as humanidades (substituo definitivamente o termo em alemão Geiteswissenschaften) é diferenciar o que Mish e Dilthey chamaram de “distância livre em direção a si mesmo” como o verdadeiro problema das humanidades na filosofia, que era o verdadeiro pressuposto de Heidegger, e não apenas o “problema do ser”.
Conforme Gadamer indica “ele se encontra na conexão entre a “vida” que sempre implica consciência e reflexividade e ´ciência, que se desenvolve a partir da vida como uma das possibilidades.” (pag. 12)
Indicando que a existência enquanto “ser no mundo” (expressão conhecida de Heidegger) “revela plenas o Verstehen como possibilidade e estrutura de existência” (idem).
A razão de recorrer a Heidegger é clara, já que “as ciências humanas adquirem uma valência “ontológica” que não poderia permanecer sem consequências para a a sua autocompreensão metodológica [e] … encontram-se mais próximas da autocompreensão humana do que as ciências naturais. A objetividade destas últimas não é mais um ideal de conhecimento inequívoco e obrigatório.” (idem)
Ele tocará na segunda conferência a questão da hermenêutica tradicional de Dilthey, que já tocamos de relance no post anterior, depois retomará Aristóteles que o fez reconhecer o “entrelaçamentos particulares do ser e do conhecimento” para depois discursar sobre a Ética a Nicômacos, que será nosso último tema, mas sem antes deixar de reconhecer “a ´mistificação´científica da sociedade moderna em que reina a especialização” (pag. 13).
O último tópico se fecha ao segundo, ao discorrer sobre a hermenêutica “romântica” de Dilthey, na segunda conferência, retoma o tradicional “círculo hermenêutico” (aqui já pensando em Heidegger que o esboçou), “se apresenta sob novo aspecto e adquire importância fundamental.” (idem)
Afirmando que o círculo hermenêutico é rico em conteúdo (inhaltlich erfüllt) ao reunir interprete e seu tenho numa unidade interior em total movimento (processual whole).
Compreensão implica em uma pré-compreensão e esta por sua vez é prefigurada por uma “tradição determinada que vive o intérprete e que modela os seus preconceitos.” (idem)
Para Gadamer, todo encontro implica em “uma suspensão de meus pré-conceitos” (idem) que por “encontro com uma pessoa com quem aprendo minha natureza e os meus limites” (idem), mas sua revolução está em que “é impossível contentar-se em “compreender o outro”, quer dizer buscar e reconhecer a coerência imanente aos significados-exigências do Outro” (pag. 14), o maiúsculo é meu pois há confusão em discursos sobre isto, e é o próprio Gadamer que esclarece: “Um chamado está sempre subentendido.” (idem)
Sua conclusão é contrária a todo recurso e discurso que não se vale da verdadeira alteridade, de um dialogismo sério onde o outro, seja realmente o Outro, eis a razão do nosso maiúsculo.
Gadamer chega a afirmar: “que eu esteja disposto a reconhecer que o outro (humano ou não) tem razão e a consentir que ele prevaleça sobre mim” (Idem), poderia concluir mas … diz aí
Uma nova revolução eletrônica?
Enquanto crescem as pesquisas e especulações da fotônica (computação baseada em fótons) e a computação quântica, as pesquisas com nanotubos de carbonos e grafeno (um composto feito de nanotubos) chegam mais rápidas a resultados práticos e diretamente aplicáveis na computação atual.
A computação atual realiza operações usando uma tecnologia que usa minúsculas ligações usando óxido de metálico sobre o silício (ou CMOS – Complementary Metal Oxide Semicondutor) conseguem operações na casa de nonossegundos (10-9 do segundo) colocando micro transistores numa escala de nonometros (10-9 do segundo) isto tem limitado o avanço dos chips de computadores pois esta é uma barreira máxima para tal tipo de tecnologia
Agora pesquisadores da Universidade de Pequim na China dizem ter encontrado uma forma de colocar transistores baseados na tecnologia de nonotubos de carbono, que superam em muito estes feitos com tecnologia baseada em metal-óxido sobre o silício, os transistores são bem menores na casa dos femtomsegundos (10-15) construídos em silícios em escaladas abaixo dos nanômetros.
Ao contrário das técnicas convencionais que eram crescer nanotubos de carbono em silício, que tinham muitas propriedades indesejáveis, eles colocaram apenas alguns nanotubos e testaram as propriedades feitas em folhas minúsculas de grafeno (métodos de construir por processos parecidos a revelar fotos em estruturas muito microscópicas de transistores), e obtiveram ótimos resultados.
As portas lógicas (gates em inglês) que fazem as operações passaram a operar, graças a capacitância deste novas estruturas, na casa dos femtosegundos, o que garante uma velocidade mil vezes mais rápidas que as tecnologias atuais dos chips de silício.
Mais do que isto, os operadores dizem que seu trabalho oferece evidências físicas de que todo o dinheiro gasto na pesquisa de nanotubos de carbono como substituto das atuais tecnologias de silício, será pago quando a produção em massa destes chips for viabilizada.
O artigo está publicado na phy.org que é uma revista especializada em trabalhos de nanotecnologia.
As premiações do Golden Globe
A premiação começou por prêmios menores, uma das curiosidades foi depois vieram os prêmios de melhor ator coadjuvante: Aaron Taylor Johnson do filme Animais Noturno, depois melhor ator de série e dramas de TV, Billy Bob Thornton de pela série Gollath, melhor atriz de série ou musical para TV: Tracee Ellis Ross (filha de Diana Ross) da série Blackish e para melhor série de TV Atlanta, melhor atriz da série que conta o julgamento de O.J.Simpson, Sarah Paulson.
Depois mini série ou filme para TV, a série O povo x O. J. Simpson, inesperado Trace recebeu o premio de , os compositores de trilhas sonoras Moonlight e La la Land eram esperados e La La Land ganhou, era uma barbada, já que Justin Harwitz(a primeira foto) fez um bom trabalho, e melhor canção original novamente La La Land, de Justin também, mas que foi recebido pelo conjunto , pois recebeu melhor ator em filme de comédia ou musical: Ryan Gosling e Damien Chazelle recebeu o prêmio de melhor diretor e melhor roteiro/fotografia.
Aos poucos o prêmio de melhor atriz e melhor diretor foram revelados, e a melhor atriz coadjuvante já parecia indicar um caminho diferente nesta premiação, a merecidíssima Viola Davis, uma vez que melhor diretor para Denzel Washington e melhor filme para Fences(Cercas, ainda não lançado aqui) não estavam nas indicações, e a justiça foi feita recebeu o prêmio de melhor ator.
Melhor animação foi o Zootopia, com uma mensagem sobre a diversidade, e embora a crítica o indicasse isto pessoalmente oana e Trolls (que não estava indicado) me parecem melhores.
Melhor filme estrangeiro Elle, do diretor dos países baixos: Paul Verhoven.
Melhor ator de minissérie foi para o inglês: Tom Hindleston, que atuou em The Night Manager e Clarie Floy pela série The Crown, que ganhou melhor série drama na sequencia.
La la Land foi o grande vencedor levando as 7 indicações, enquanto Moonlight que ganhou apenas melhor filme drama foi a decepção, no mais o glamour de Hollywood e as ironias e brincadeiras com Donald Trump, que já reagiu dizendo que ela seria amante de Hillary
Para onde vai o futuro II?
Comentamos apenas o prefácio do livro de Edgar Morin, para agora introduzir suas ideias principais, o educador começa por descantar a ideia de uma previsão linear, a “ideia de que “o futuro se forjaria no e pelo desenvolvimento das tendências dominantes da economia, da técnica e da ciência” (Morin, 2012, p. 11), isto já foi dominante mas verificou-se ineficiente.
Cita o perito dos peritos franceses, o presidente das Sociedades Estatísticas da França, Robert Gibrat que afirmou: “Nestes últimos vinte anos, os peritos regularmente se equivocaram”.
Descarta assim categoricamente, a concepção do vir a ser histórico como uma concepção simplista, é preciso conceber o futuro por uma concepção complexa, analisa por exemplo, a revolução Francesa, que preciso não apenas ser reescrita no século XIX, com idas e vindas como a Restauração por exemplo, mas por meio de experiências novas como a do socialismo no século XX, do bolchevismo, do stalinismo, do libertarismo, da destalinização, que correspondiam ao que chama de “brecha no presente”, onde: o conhecimento do presente requer o conhecimento do passado que, por sua vez, requer o conhecimento do presente.” (Morin, 2012, pag. 13)
Pois com certeza, o “o estado domundo presente carrega consigo, potencialmente, as situações do mundo futuro” e assim trata-se dentro da complexidade identificar estas potencialidades, que não são somente consequências das “criações/invenções atuais que podem ser eventualmente imaginadas” (idem).
Parte do futuro deve ser desvelada, ainda não tomou “forma no húmus do presente”, isto é, desvelar o que está morrendo, numa análise bem mais complexa e mais esclarecedora que o líquido simplista de Zygmunt Bauman.
Para Morin, “os princípios que permitem imaginar a evolução da história” (pag. 15), ao contrário de partir da “inépcia de toda predição fundada numa concepção evolutiva tão simplista … é multidimensional; ela comporta fatores geográficos, econômicos, técnicos, políticos, ideológicos … antes de tudo jogo de inter-retro-ações, isto é, elo em perpétuo movimento.” (idem)
Afirma que tudo que é evolutivo “obedece a um princípio multicausal. A causalidade é uma multicausalidade na qual não somente as inter-retro-açóes se combinam e se combatem entre si, mas também na qual todo processo autônomo produz sua causalidade própria, sempre sofrendo as determinações exteriores, isto é, comporta uma auto-exo-causalidade complexa.” (ibidem)
A análise de Morin que me parece apropriada para o momento, que é derivada de seu Método I – A natureza da natureza, é das “ações que desviam de seu curso, derivam, invertem seu sentido, provocam reações e contra-açoes que as submergem. Daí os efeitos bumerangue, onde o golpe não golpeia o inimigo, mas o autor, e os efeitos ´perversos, cujos burburinhos já estamos percebendo” (Morin, 2012, pag. 16).
Morin parece descrever os fluxos invertidos deste ano, ao dizer: “A história inova, deriva, desorganiza-se. Ela muda de trilho, descarrilha-se: a contracorrente suscitada por uma corrente se mescla com a corrente, e o descarrilador torna-se a corrente.” (pags. 16 e 17)
MORIN, Edgar. Para onde vai o futuro? Petrópolis: Vozes, 2012.
Depois do Pokemon Go, vem mais alguma coisa ?
Claro que a resposta é sim, mas não apenas no game que tornou-se febre mundial, espera-se algo de novo e útil para o dia a dia das pessoas, naquilo que é intitulado “realidade aumentada”, uma mistura do mundo real com o ambiente virtual com qualidade de imagem.
Tecnologias disruptivas, são as estas coisas que surgem capazes de virarem febres e rapidamente atingirem milhões de pessoas, um dos especialistas mundiais nestas tecnologia é Todd Richmond, que em entrevista ao site TecMundo afirmou “Mídias imersivas têm potencial para fornecer melhores cuidados de saúde, educação, manufatura e entretenimento. Elas também têm o potencial de criar um ambiente ininterrupto de publicidade, comportamentos de dependência, assédio e tortura. Como qualquer tecnologia, RA/RV podem ser usadas para fins positivos ou negativos – e provavelmente veremos ambos”.
Segundo estimativa da curva de Gartner da evolução de uma tecnologia, a Realidade Aumentada aproxima-se da máxima desilusão, talvez o Pokemon Go seja isto, depois entrará numa curva de consolidação e chegará a uma curva de produtividade.
Campos como as áreas médicas, educacionais e também de entretenimento, mas de forma mais educativa poderão ser alcançados no futuro.
A estética de hegel
Estava interessando em estudar a questão da religião em Hegel, motivado pelo livro de Paul Ricoeur “A ideologia e a utopia” (Ed. Autêntica, 2005), e também pela questão da Misericórdia e Fraternidade que veio a ser publicado em um livro sobre “Fraternidade e Misericórdia” feito por um grupo de intelectuais que desejosos de colocar uma luz acadêmica sobre a Bula papal “Misericordiae Vultus”, lançada a propósito do ano jubilar da Misericórdia.
Me depara com uma citação num velho volume de Hegel da coleção pensadores, sobre a estética: “Para nós, a arte já não é a forma mais elevada que a verdade escolhe para afirmar a sua existência” (pag. 126), e mais “Na hierarquia dos meios que servem para exprimir o absoluto, a religião e a cultura provindas da razão ocupam o grau mais elevado, superior ao da arte” (pag. 43) e depois numa sentença quase de morte: “As condições do tempo presente não são favoráveis à arte” (pag. 44).
Mas então não seria o caso de perguntar: que tipo de arte sobreviveu, ou melhor, que estética podemos dizer que é a estética dos dias de hoje ? consigo ver duas respostas apenas esboçadas, uma parafraseado o próprio Hegel é partir do “verdadeiramente real”, embora este separasse a realidade sensível e a realidade da arte, e a segunda existencial: pois não se pode decretar a morte da arte uma vez que mesmo no silêncio de nossa existência, ela permanece viva no interior de poetas, artistas e cantores, ainda que mambembes, estão aí.
O que é limitação para Hegel, uma vez que “consiste numa representação com um significado que não se conjuga com a expressão, com a representação mantém-se sempre uma diferença entre ideia e forma” (pag. 101), mas que no fundo é o problema idealista da arte.
A ideia que é possível abstrair da realidade o sublime, como se este fosse inexistente na representação sensível, é contrastado pela sua “existência” uma vez que a arte expressa o Ser ainda que de forma inexistente e paradoxal, pois se existe como expressão, é sensível, eis sua condição de existência.
Somos obrigados a concordar com Hegel: “Para tornar a matéria adequada, vai-se até o monstruoso, desfigura-se a forma, produz-se o grotesco” (idem), mas todos estes traços colocados por Hegel não são senão sua negação do sublime, a tentativa de destruição da arte e do belo, que confirmam a existência “no íntimo de tudo o que, em arte, se pode com direito chamar de harmonioso, sobrevive o absurdo e contraditório” (Adorno, T., Teoria Estética, p. 130).
HEGEL, G.W. Estética. Coleção os Pensadores, 1999. (domínio público download)
Reino unido permanece ou sai da UE
Nas eleições britânicas, os eleitores devem se registrar para participar, o número de eleitores que vai decidir se o Reino Unido (incluem 53 países ligados a países ligados a Coroa Britânica), é de 46,4 milhões de pessoas que se registraram para participar da consulta popular nesta quinta-feira.
Acredita-se que devem vencer os favoráveis a permanência, mas segundo o jornal inglês “Financial Times” há um empate técnico, 47% a favor e 45% contra, em uma campanha marcada pelo medo (o efeito sobre a imigração seria imediato), e a contrapartida econômica, geralmente a favor de conservadores, mas neste caso a favor do fica na UE (União Europeia).
As seções abriram as 7h (3h horário de Brasilia), em todo Reino Unido, e apesar da chuva o comparecimento é grande indicam os noticiários desta manhã.
Uma análise do comportamento nas redes sociais foi feito a partir de hashtags por Vyacheslav Polonski no site Medium.com, e mostra em destaque as tags #brexit e #bremain, onde verifico a co-ocorrencia de 13.310 hashtags relacionadas ao referendo.
Entendo que brexit (britain exit) é pela saída (região vermelha) enquanto bremain (britain remain) era pela saída da EU (região azul), a análise feita verificou as seguintes medidas em graus de centralidade, partindo das mais centrais eram contra a permanência na EU do Reino unido; #beleave (grau: 6.029), #brexit (grau: 2.089) e #voteout (grau: 1743), enquanto as pela permanencia eram #bremain (grau: 1349), #strongerin (grau: 1182) e #hugabrit (grau: 860).
Já os hashtags neutros vinham com as hashtags acima são #EU (grau: 1528), #UK (grau: 1.271) e #EUreferendum (grau: 1249). contagem grau na rede acima representa uma medida de centralidade de hashtags no debate referendo sobre Instagram.
A permanência do Reino Unido na EU, favorece um mundo mais unido
A questão democrática
Os que reivindicam a democracia só para si não são democratas, e também a “democracia parlamentar é insuficiente” (Morin, 2013, p. 81) e Morin coloca em questão um dos grandes paradigmas da modernidade e diz “vou limitar-me a indicar que a via democratizante só pode ser longa e aleatória” (idem), minha interpretação sobre a democracia para os “outros”.
Morin reivindica o que todos sabemos, mas não fazemos, a democracia está em vias de desvitalização “por toda a parte onde há insignificância do pensamento político, desinteresse dos cidadãos, incapacidade de enfrentar os grandes desafios da era planetária” (idem).
O último item é o que me fez dizer sobre o nosso “provincianismo”, mas isto não exclui a escala local desta democracia (Morin, 2013, p. 82), ele cita o caso brasileiro, como a de Porto Alegre, onde “foi inaugurada a participação dos cidadãos no exame do orçamento municipal, principalmente no que diz respeito ao investimento” (idem).
Ao citar valores que deveriam estar presente nas carreiras da administração publica, como professores, médicos, juízes, policiais; para “promover o recrutamento tendo em conta os valores morais do candidato, sua habilidades de ´benevolência´(atenção aos outros), compaixão, sua dedicação ao bem público, sua preocupação com a justiça e a equanimidade” (pag. 83).
Morin que já escreveu sobre a reforma do pensamento, os saberes necessários ao futuro, dá uma formula absolutamente inquestionável, sobre as reformas sociais, “Essa reforma é inseparável de uma reforma da educação que integraria a questão da ética” (pags. 83,84).
Para ele nesta reforma, deveria haver “um alto conselho de ética cívica constituído por meio do recrutamento ou eleição de personalidades cujas qualidades morais fossem reconhecidas” (pag. 84).
Morin, Edgar. A via para o futuro da humanidade, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.