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Arquivo para a ‘Museologia’ Categoria

O medo de mudar e não evoluir

14 jul

A grande lição de José do Egito é que debaixo de uma aparente “escravidão” ou dificuldade se esconde uma mudança necessária para que povos e nações se desenvolvam, na história a saída do povo hebreu da “terra prometida” é mesmo desejada por Deus conforme a própria bíblica no Genesis (Gn 46,4): “mesmo descerei contigo ao Egito e te reconduzirei de lá quando voltares; e é José que te fechará os olhos”, diz a Jacó (Israel) e pede que leve todos parentes.

A Civilização Egípcia formou-se a partir da mistura de diversos povos, entre eles, os hamíticos, os semitas e os núbios, que surgiram no Período Paleolítico, e é provável pelas pesquisas arqueológicas recentes que os judeus foram realizar seus assentamentos na região dos hicsos que foram derrotados pelos egípcios.

No ano 3200 a.C. Menés unificou os reinos do baixo e alto Egito formando o Império Egito e foi seu primeiro imperador e faraó, os judeus foram para lá mais tarde no ano de 1750 a.C. e ficaram até 1250 a.C. como escravos pois eram temidos pelos faraós.

O mais provável é que foi durante o reinado do faraó Ramsés era filho do faraó Sehti I e da rainha Tuya. Foi o terceiro faraó da XIX dinastia egípcia. Com 10 anos de idade Ramsés teve certeza que assumiria o trono ao ser reconhecido como “filho primogênito do rei”, tendo lutado ainda jovem ao lado do pai na conquista do Líbano (veja no mapa entre as linhas azul e vermelha).

O último faraó foi Xerxes I, famoso pela batalha das Termópilas, onde o general grego Leônidas teria lutado com apenas 7000 homens, e preparado uma emboscada nesta passagem esreita dentre montanhas, porém os gregos foram traídos e a estratégia foi descoberta.

Deste período também o arrependimento dos irmãos de Jacó (Israel) que luta “com Deus”, e dos irmãos, em especial de Judá, que se arrepende de ter vendido o irmão José como escravo, mostra como na história de um mal pode-se tirar um bem se forem reconhecidos os erros.

Mesmo a semente má pode florescer ainda que plantada em terreno ruim, mas adubada.

 

A gênese semítica do ocidente

07 jul

Geralmente intitula-se nossa cultura e sociedade de judaico-cristã, porém se olharmos a história mais profundamente, a cultura judaico-cristã descende da semítica, e assim tanto árabes como judeus descendem dos semitas, assim como boa parte do norte da África.

Na raiz de três grandes religiões está Abraão: judeus, árabes e cristãos, sua peregrinação começa na Babilônia dos Caldeus, a narrativa Bíblica situa em Ur dos Caldeus, então ali está a neogênese destes três grandes povos, dos quais ficam fora apenas alguns povos orientais onde estas religiões já penetraram e também alguns povos originários onde ainda há sua religiosidade inicial.

Abraão passa por duas grandes crises civilizatórias a queda babilônica e depois de sua peregrinação para a antiga Assíria chegando a cidade de Alepo, que sob escombros da guerra e o terremoto ainda existe na Síria hoje, e depois desde até o vale do Hebron, onde passou por uma segunda crise civilizatória nas cidades de Sodoma e Gomorra, onde havia orgias e decadência.

Retira-se dali e vai em direção ao Egito, e seu filho Isaac continuará também nômade, é famosa a luta de seus dos filhos Esaú e Jacó, Machado de Assis tem um livro com este nome e poderíamos dizer que a polarização da humanidade é mais antiga do que pensamos.

De Jacó se estabelecerá a linhagem das 12 tribos a partir de seus filhos, e da linhagem de Judá sairá David, enquanto da linhagem deste sairá José filho de outro Jacó, e de José nasce Jesus.

A compreensão desta descendência abraamica, com todas as lutas e contradições que aconteceram na história é fundamental para entendermos tanto a cultura cristã, quanto a islâmica e judaica, um diálogo inter-religioso e multicultura é possível se entendermos que a história de um Deus único, assim como um passado histórico longínquo une estes povos.

O fundamentalismo religioso impede este diálogo, o evangelista Mateus que era um cobrador de impostos inimigo dos judeus, refere-se a sua própria conversão assim (Mt 9,10): “Enquanto Jesus estava à mesa, na casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos” e Jesus dirá “são os doentes que precisam de médicos’ e completa o ensinamento dizendo “eu quero misericórdia e não sacrifícios”.

Quanta divisão, ódio e violência em nome de Deus, isto não é religião, é apenas fanatismo.

 

A noosfera e a cultura oral

06 jul

O período da cultura oral predominava antes de 3.000 a.C., embora tenham existido escribas no Egito, a escrita cuneiforme na Mesopotâmica e Babilônia antiga, também havia escrita na China Antiga e também nas civilizações originárias das américas: maias, astecas e incas.

A forma de divulgação da cultura e, portanto, da evolução da noosfera foi através de profetas e oráculos, cuja função principal era a transmissão da cultura oral e precede ao ensino letrado e filosófico, até que temos uma virada mais notadamente na cultura Greco-judaico-romana.

Em termos bíblicos, de acordo com relatos do Gênesis, usando genealogias apresentadas na bíblia podemos dizer que tem no mínimo 6 mil anos, porém se percebemos a narrativa, Abel era pastor e Caim era agricultor, então esta narrativa começa no momento em que o homem se torna mais sedentário e o processo civilizatório torna-se mais claro, o fato de Abel ser pastor é simbólico para a linguagem bíblica.

Se este é um fato sem comprovação histórica e também Noé e o dilúvio ainda sejam uma eterna busca de documentação, porém seus filhos Sem e Cam já podem ser encontrados na história, uma vez que os povos semitas e camitas estão registrados na história, e Jafé que devia habitar nas tendas de Sem.

Os semitas foram o alvorecer das culturas mesopotâmicas com o auge na Babilônia (1792–1000 a.C.) e que depois foram dominados pelos persas.

Os profetas e os oráculos serão fundamentais nas culturas antigas, eles deviam ter certa iluminação “divina” para que a história não se corrompesse e os costumes fossem alterados.

Segundo o Gênesis 11, do Dilúvio até Abraão passaram cerca de 292 anos, e do nascimento de Abraão ao estabelecimento de Jacó no Egito passaram cerca de 290 anos, ´de Abrão até a vinda de Cristo são cerca de 2 mil anos, e então começa uma era da cultura escrita, e assim surgem os evangelhos enquanto na Grécia antiga as escolas Socrática e Platônica, já que sabemos de Sócrates através de Platão e depois a escola Aristotélica, período que as escolas e escritas se fixam.

Não se trata de superar a cultura oral, mas ela aparece junto com a escrita, os livros manuscritos, que depois se tornarão famosos pelos monges copistas, este período é chamado scriptorium.

A cultura oral permanece junto a povos originários, também entre povos africanos, a escrita impressa será uma conquista da modernidade, assim falar de escolaridade é falar de modernidade, e agora estamos em nova transição devido a novas mídias.

 

Visita a Roma, Contraofensiva e Prêmio Pulitzer

15 mai

A semana foi toda protagonizada pela Ucrânia: visita a Roma e ao papa, avanços em Backhmut e fotos da guerra chamaram a atenção ao ganhar o prêmio Pulitzer, as fotos são chocantes e talvez digam mais que palavras, já que hoje há até retóricas incompreensíveis a favor da guerra.
No plano estratégico, não há o analista português Germano Almeida apontou: “aqui no Ocidente não temos ainda conhecimento dos planos, portanto há uma ideia ucraniana de isto é só o começo e ninguém sabe onde é que na verdade essa contraofensiva pode ser feita porque a questão de Bakhmut pode ser uma primeira manobra de diversão [despiste] e o essencial e a ofensiva em massa ser noutro local”, disse Germano.
A visita a Itália, além do apoio já declarado do país, as visitas ao presidente italiano Sérgio Mattarela e com a primeira-ministra Giorgia Meloni, também participou de um talk show da TV italiana, sobre o papa tudo que se sabe é de um acordo humanitário a refugiados.
As imagens que ganharam o prêmio têm também a de um brasileiro na lista: o carioca Felipe Dana que filmou e fotografou cenas de Bucha, a mais cruel e violento massacre feito pela Rússia na ucrânia (primeira foto abaixo), vale lembrar que também a guerra do Vietnã teve prêmios sobre os horrores lá.
Algumas imagens do prémio Pulitzer 2023 (no total foram 30) dada a vários fotógrafos da Associated Press, incluindo o brasileiro, se palavras não comovem talvez as imagens o façam. 

 

 

Por uma filosofia do olhar

13 abr

Ela já existe, até procurei as raízes e não encontrei e é aí que está o problema, dialogar com o que está presente na cultura, na filosofia e na arte sobre o que é o olhar e como é possível a partir daí desenvolvê-la de modo a dialogar com a cultura contemporânea.

Por exemplo, uma boa leitura de Schiller já citamos esta semana a sua “Educação estética do homem”, na arte não citei Gustav Klimt de propósito, ele tem elementos do simbolismo e toda literatura da arte reconhece, mas sua “arte nouveaux” traz algo de novo (foto sua obra o abraço).

Edgar Morin ao analisar “Cultura de massas do século XX” enfatiza os múltiplos sentidos do homem moderno:”a linguagem adaptada a esse anthropos é a audiovisual, linguagem de quatro instrumentos: imagem, som musical, palavra, escrita. Linguagem tanto mais acessível na medida em que é o envolvimento politônico de todas as linguagens” (pag. 45) e assim este olhar tanto pode se dispersar com se integrar dando a esta nova linguagem um olhar novo.

Ela não é mais específica de uma única mídia (som, imagem e objetos existem como arte desde sempre), para Morin isto é “do jogo que sobre o tecido da vida prática” (idem) e este simbolismo em Klimt é de fato uma visão integrada, mas não é específico dele, vejo-o também em Kandinsky suas obras parecem ter também música e poesia, mesmo sendo apenas quadros.

No cinema o diretor japonês Akira Kurosawa num dos quadros do filme Viver, faz a integração de pintura e cinema ao dar movimento aos quadros de Van Gogh, assim mais do que multimídia este movimentos artísticos podem ser chamados de transmídias, pelo fato de integrar aspectos da arte.

Isto reeduca e estimula o olhar, porém há o aspecto da possibilidade de dispersar o olhar, porém nada fazer mais isto do que as monomídias horizontais modernas e os “mídias” sociais não estão fora disto, assim a reeducação do olhar passa pelo estímulo de outros sentidos e do espiritual que não é aquele idealista (ver post anterior) que estão separados.

Assim apesar de ser um simbolista é justo pensar Klimt como integrante da “arte nouveaux”, já que ele ajudou a criar o Movimento de Secessão em Viena, cujo objetivo era romper as tradições conservadoras que se enraizaram na história e criar uma visão internacionalista e abrangente de gêneros artísticos contemporâneos e atemporais.

A integração em novas mídias desta visão é a apresentação no histórico Atelie des Lumiéres, em Paris de uma animação transmidiática de Vang Gogh (foto), que inaugurou uma série em 2018 justamente com a obra de Gustav Klimt também animada.

Por isto não é uma síntese de contrários, mas a fusão de horizontes artísticos em movimento, a crise atual é a visão dualista de mundo, da arte e dos valores que são atemporais.

 

MORIN, Edgar. Cultura de massas do século XX. trad. Maura Ribeiro Sardinha. 9ª. edição. Rio de Janeiro, Forense, 1997.

 

O que é belo para o idealismo

12 abr

Contradizemos no post anterior a visão de visão e de belo do sentido idealista, mas o próprio Schiller é descendente desta visão, ainda que tenha tentado reconstruir “a unidade da natureza humana”, nisto ele tem razão, pensou em reconstruir no modo idealista moderno.

Para Hegel a estética, e por conseguinte o Belo, é a ciência que se ocupa do belo artístico e não o belo natural, para ele o belo natural é produto do espírito (Geist), e, por ser produto do espírito, é partícipe da verdade e do que existe na natureza, veja que o espírito assim como a “transcendência” idealista é ligada a natureza e ao humano, é distante do espiritual místico.

Para um revolução interna ao idealismo, três correntes da arte estão imersas nele: o simbolismo, o classicismo e o romantismo, para muitos autores modernos, cito Byung Chul Han, permaneceu a cultura do liso, do plano e do “transparente” (vidros, plásticos, etc.).

Esta pseudo-revolução que se deu no interior da arte idealista é chamada de autossuperação, uma espécie do que foi chamado no idealismo alemão de novos hegelianos, porém faz uma divisão ainda mais profunda na arte: a pintura, a música e a poesia.

A escultura é considerada uma arte “nobre”, afirma Hegel: ““A escultura introduz o próprio Deus na objetividade do mundo exterior; graças a ela, a individualidade manifesta-se exteriormente pelo seu lado espiritual” (Hegel, 1996, p. 113), novamente o exterior é objetivo, uma escultura e não um Ser, o outro e com ele toda sua subjetividade.

Já o simbolismo foi a que “procura realizar a união entre a significação interna e a forma exterior, que a arte clássica realizou essa união na representação da individualidade substancial que se dirige à nossa sensibilidade, e que a arte romântica, espiritual por essência, a ultrapassou” (Hegel, 1996, p. 340).

Ao ver as consequências deste pensamento “romântico” Hans-Georg Gadamer vai criticar a visão romântica de consciência de Dilthey, com graves consequências no historicismo moderno quase todo ele idealista e distante da realidade, assim trata-se de criar o modelo “ideal” para a consciência e para o belo e não o transformar como pensam fazê-lo os idealistas.

A arte nouveau, principalmente de Antoni Gaudí (na foto a Casa Batlló, em Barcelona) considero a expressão mais fiel porque recupera os elementos naturais (luz, cor, ar e natureza) sem “afetações” e resquícios do simbolismo e do romantismo, como por exemplo, presente no “Style Tiffany” nos Estados Unidos ou o “Style Glasgow” no Reino Unido que tem elementos, ao meu ver, do simbolismo, embora também chamada de “art nouveau”.

Retomando o post anterior há uma confusão visão de ética porque está separada da estética.

 

As bibliotecas e as guerras

31 ago

Na década de 50, logo depois da Segunda guerra Mundial, a revista brasileira de documentação traduziu e publicou um artigo de Carl Hastings Milan sobre as Guerras e as perdas de documentos e de bibliotecas.

Ele havia sido diretor da Biblioteca Pública de Birmingham, onde abriu o primeiro ramo de serviços para autores e leitores afro-americanos, o artigo está disponível online e mostra uma face da guerra para as bibliotecas em alusão ao post anterior que fizemos neste blog.

As transcrições para o português foram feitas por Sylvio do Valle Amaral e o artigo original é logo em sequência da guerra em setembro de 1944, publicado no The Annals of The American Academy of Political and Social Science da Filadelfia.

O artigo começa indicando a interrupção e descontinuidade de revistas e publicações em períodos de guerra, além da perda material e a falta de intercâmbio de muitos documentos.

O autor enfatiza esta perda onde: “os editores e  livreiros  de  Londres  perderam  milhões  de  volumes,  em  1940-41.  Várias famosas  bibliotecas  britânicas  de  erudição  e  dezenas das  públicas,  foram  danificadas  ou  destruídas.  Diversos  países  europeus,  a  Rússia,  a  China,  além das Filipinas,  sofreram ou estão agora experimentando destino semelhante, porém, o mais  triste está para  vir” (MILAN, 1950, p. 50).

Antecipadamente muitas obras foram tiradas ou escondidas das bibliotecas alemãs, mas a destruição e os saques representam um ataque cultural segundo o autor “infamante” que foi creditado a Hitler, é importante olhar isto para a história para que ela não se repita agora.

Entre as denúncias do autor está que também na derrota: “Os jornais,  recentemente, noticiaram  a  queima  de  livros  em  Nápoles,  antes  da  retirada  do  exército  nazista” (idem, p. 50), e assim uma parte da história é apagada, independente do que aqueles documentos representam, eles são importante testemunho cultural de um tempo, que por ser ultrapassado está sujeito a crítica, mas não há o direito de apagá-lo, são documentos culturais.

Restabelece o papel das bibliotecas, agora também em crise em função de uma visão deformada da tecnologia digital que aqui também postamos, porém diz o autor para aquela época: “Básica  ao  restabelecimento  da  atividade  intelectual  em  todo  o  universo,  é  a  reorganização das bibliotecas” e ignorar isto é um crime contra a preservação cultural e da memória dos povos.

Depois de enfatizar a cooperação e apoio às bibliotecas da américa latina e de outros, países discorre sobre a formação de bibliotecários:

“A despeito  de  comum  reconhecimento,-  nos Estados  Unidos  e  no  exterior,  das  imperfeições  de nossos  métodos  no  preparo  de  rapazes  e  moças para  o  trabalho  nas  bibliotecas,  número  surpreendentemente  grande  de  estudantes  do  exterior  vem a  êste  país  em  épocas  normais  a  fim  de  obter  o que  as-escolas  dessa  especialidade  podem  oferece” (MILAN, 1950, p. 53)

 

MILAN, C. H. As bibliotecas, os intelectuais e a Guerra, trad. Sylvio do Valle Amaral. Rio de Janeiro:  REVISTA  DO  SERVIÇO  PÚBLICO, AGOSTO  DE 1950.

 

Guerra e paz

30 ago

Li um comentário recente sobre Leon Tolstói (1828-1910) que outro escritor russo Ivan Turguêniev afirmou que conhecer e ler Tolstói é melhor que do que se lêssemos centenas de obras de etnografia e de história” para conhecer o caráter e temperamento do povo russo, conservadores como a Alexander Soljenitsin (1918-2008) que chegou a ser considerado seu sucessor, e Vladimir Lenin líder da revolução soviética que o considerava um dos maiores escritores russos.

Muitos de seus livros foram para o cinema, recentemente (2012)  Anna Karenina foi reescrito para o cinema, sob a direção de Joe Wright, e concorreu ao Oscar e ganhou o de melhor figurino, porém uma obra prima de Tolstoi é o livro Guerra e Paz.

De Guerra e Paz lembro impressões e algumas frases soltas, e do contexto do livro que fala das guerras czaristas de seu contexto e tempo, porém que é revelador do pensamento russo sobre a guerra, e que não se ignoram os seus flagelos.

O livro trata da vida de 5 famílias aristocráticas, no período que vai de 1805 a 1820, em meio a marcha de tropas napoleônicas e seu impacto brutal sobre a vida de centenas de personagens.

Ali destacam-se figuras como os irmãos Natacha e Nikolai Rostóv, do príncipe Andrei Bolkónski e de Pierre Bezúkhov, filho ilegítivo de um conde cuja busca espiritual serve como uma espécie de fio condutor do romance e transforma-o num personagem complexo e intrigante do século XIX, e cuja busca será um complemento para a paz em meio a guerra.

Uma espécie de refúgio parecido ao da Menina que rouba livros, que neste caso é no contexto da Alemanha nazista e ela vai encontrar nos livros um refúgio para o ambiente sombrio da ascensão do nazismo na Alemanha.

Vejo um traço comum nestes dois livros que é este “refúgio”, algo entre o espiritual e o de leitor, porém ambos conseguem criar num ambiente sufocantemente odioso, lacunas e espaços de paz e de elevação espiritual.

Se a guerra vier, qual será nosso refúgio, em que patamar de vida espiritual e de conhecimento desejamos colocar nossas vidas que estarão em risco, creio que são leituras contemporâneas.

TOLSTÓI, L. Guerra e Paz, trad.Rubens Figueiredo, São Paulo: Cia das Letras, 2017. (Vol 2 pdf)

 

Povos que resistiram a impérios

04 ago

O grande império persa se expandiu a partir de Ciro, o Grande, no ano de 558 a.C., e dominou os medos e tomou toda a Mesopotâmia, Ciro respeitava a cultura e costumes dos seus inimigos, mas expandiu até o Egito seu império, e avançou sobre os gregos, mas foi derrotado por Atenas.

Depois de Dario I, Xerxes I e seu filho Artaxerxes também tentaram conquistar a Grécia e não conseguiram, no ano de 332 a.C. Alexandre imperador da Macedônia, o Grande, organizou um exército invencível e acabou tomando a Grécia e acabou vencendo os persas, estabelecendo um novo império, o Macedônico.

A morte de Alexandre por febre tifoide ou malária (a hipótese de envenenamento não é aceita pelos historiadores) a disputa entre generais acabou enfraquecendo o império e iniciou uma decadência.

O período estabelecido entre o ponto inicial da Era Clássica é apontado com o primeiro registro da poesia do grego Homero, nos séculos VII-VIII a.C. e vai se estender até o período de 300 a 600 d.C. que é chamada de Antiguidade Tardia, momento que se inicia a Idade média.

Neste interregno entre o Império Macedónico e o Império Romano/Bizantino se desenvolveu a cultura grega na antiguidade clássica que é profundamente influente até os dias de hoje com a denominada cultura ocidental.

A cultura e língua grega eram para aquele tempo o que hoje é a língua inglesa, grandes desenvolvimentos foram feitos a partir de Sócrates, Platão e Aristóteles, nomes em diversas áreas do conhecimento se destacaram: Hipócrates na medicina, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes no teatro, Apeles na pintura, Fídias na escultura, Arquimedes na matemática, Aristarco, Erastótenes e Hiparco na astronomia, são alguns nomes importantes que influenciam até hoje a nossa cultura.

Esta pequena nação foi grande fundadora de conceitos e pensamentos que chegaram aos nossos dias: o Organon e a Ética de Aristóteles, a Geometria de Euclides e Tales de Mileto e Pitágoras na matemática.

Venceram batalhas unindo as cidades-estado, porém eram um pequeno povo com uma cultura forte e com valores humanísticos que são lembrados até hoje, ainda que possam ser modificados e atualizados.O grande império persa se expandiu a partir de Ciro, o Grande, no ano de 558 a.C., e dominou os medos e tomou toda a Mesopotâmia, Ciro respeitava a cultura e costumes dos seus inimigos, mas expandiu até o Egito seu império, e avançou sobre os gregos, mas foi derrotado por Atenas.

Depois de Dario I, Xerxes I e seu filho Artaxerxes também tentaram conquistar a Grécia e não conseguiram, no ano de 332 a.C. Alexandre imperador da Macedônia, o Grande, organizou um exército invencível e acabou tomando a Grécia e acabou vencendo os persas, estabelecendo um novo império, o Macedônico.

A morte de Alexandre por febre tifoide ou malária (a hipótese de envenenamento não é aceita pelos historiadores) a disputa entre generais acabou enfraquecendo o império e iniciou uma decadência.

O período estabelecido entre o ponto inicial da Era Clássica é apontado com o primeiro registro da poesia do grego Homero, nos séculos VII-VIII a.C. e vai se estender até o período de 300 a 600 d.C. que é chamada de Antiguidade Tardia, momento que se inicia a Idade média.

Neste interregno entre o Império Macedónico e o Império Romano/Bizantino se desenvolveu a cultura grega na antiguidade clássica que é profundamente influente até os dias de hoje com a denominada cultura ocidental.

A cultura e língua grega eram para aquele tempo o que hoje é a língua inglesa, grandes desenvolvimentos foram feitos a partir de Sócrates, Platão e Aristóteles, nomes em diversas áreas do conhecimento se destacaram: Hipócrates na medicina, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes no teatro, Apeles na pintura, Fídias na escultura, Arquimedes na matemática, Aristarco, Erastótenes e Hiparco na astronomia, são alguns nomes importantes que influenciam até hoje a nossa cultura.

Esta pequena nação foi grande fundadora de conceitos e pensamentos que chegaram aos nossos dias: o Organon e a Ética de Aristóteles, a Geometria de Euclides e Tales de Mileto e Pitágoras na matemática.

Venceram batalhas unindo as cidades-estado, porém eram um pequeno povo com uma cultura forte e com valores humanísticos que são lembrados até hoje, ainda que possam ser modificados e atualizados.

 

A peste, a guerra e a fome

19 jul

Este circulo vicioso parece perpetuar-se na história, e os dados e provocações recentes da guerra na Europa não apenas assustam, mas causam um medo justificável quando se observa que por todo o mundo há “torcidas” de ambos os lados, e não é jogo, mas um grande genocídio como qualquer outra guerra, porém de proporções maiores porque pode envolver as maiores potencias mundiais.
A geração que assistiu os horrores das duas primeiras guerras já não a tem em mem[oria, contando a partir da data de início, o assassinato do Duque Francisco Ferdinand em 1914, por um nacionalista sérvio e que é considerado o estopim da primeira guerra.
O que a precedeu foi um período da política européia de 871 a 1914 chamada de “Paz Armada”, onde há um acirramento de disputas de mercados, territórios coloniais e uma visão do predom[inio na geopolítica européia, onde se destacava o Império Austro-Hungaro do qual Francisco Feerdinad era herdeiro.
Um documentário sobre como se deu a escalada nazista na Alemanha, pode ser visto num documentário feito pelo History Channel, e veremos um cenário parecido: recentimentos de guerras, crise econômica e não citado no documentário: a gripe Espanhola (1918-1919).
O paralelo com o crescente acirramento entre a OTAN e a Russia na guerra atual da Ucrânia é evidente, e por tanto o temor de uma guerra de proporções civilizatórias deve ser temido, inclusive com a inclusão de separatistas sérvios, aos quais a China é acusada de enviar armas.
O cenário futuro é de uma crise de mercados, em especial, de grãos que vão afetar, em especial, os mais pobres, já é um cenário visível para muitos analistas. Relatórios do índice global da fome mostram que conflitos violentos contribuem de modo decisivo para a fome (foto).
As proporções civilizatórias deve-se número n]ao apenas de armas nucleares, mas de mais de 400 usinas nucleares espalhadas por todo o planeta, o documentário sobre o que pensavam os naziNãostas ajuda a refletir sobre nossos pensamentos sobre “mitos” e “fantasias” populares.
Não há uma força vigorosa que lute pela paz, porém pequenas atitudes como gestos de empatia e amizade podem ajudar a superar o crescente clima de ódio e desamor atuais.