Arquivo para maio, 2016
A paz e o contrato
Os pequenos reinados, a fragmentação no início da modernidade e a instabilidade política, levaram grandes pensadores desde Maquiavel (1469-1527), os contratualistas Hobbes (1588-1679), Locke (1632-1704), Rosseau (1712-1778), até Montesquieau (1689-1755) pensaram em formas de “contrato” que desse uma relativa estabilidade política e paz social aos regimes dos séculos XV a XVII.
O debate fundamental era que o homem natural (e não os interesses em jogos) talvez tivesse uma natureza que era contra a paz e seria necessário ou um estado ou um “contrato” social forte que estabelecesse regras para boa convivência.
Para o primeiro contratualista histórico Hobbes o homem só poderia ser “controlado” por um estado forte e discute também a estrutura da matéria, mas os experimentos de Boyle na década de 1660 mostraram que o vácuo era possível, e este debate está no livro de Shapin e Sheaffer: Leviathan, or The Matter, Forme and Power of a Common Wealth Ecclesiasticall and Civil (publicado 1985), premiado com o prêmio Erasmus em 2005, que relembra a polêmica da obra histórica do Leviatã com o empirismo nascente de John Locke.
Hobbes modificou mais tarde a ideia do “contrato social” que deu origem a República Moderna, e depois reformulada por John Locke sofrendo influencias do empirismo de Boyle já citado, e, finalmente o Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau, para quem o homem é bom e é a sociedade que o corrompe.
No plano político Maquiavel com o Príncipe, que defende medidas políticas para que o “soberano” governe numa visão anarquista e Montesquieu que escreveu a principal obra do direito contemporâneo “Do Espírito das Leis”, publicado pela primeira vez em 1748, mostram que esta paz do contrato na verdade depende da articulação política e nem sempre esta está sobre o controle da população, de quem “emana o poder”.
Diz Montesquieu em sua segunda tese: “Quando, em república, o povo, formando um só corpo, tem o poder soberano, isso vem a ser uma democracia. Quando o poder soberano está nas mãos de uma parte do povo, trata-se de uma aristocracia.”
Se a paz depende do contrato, podemos perguntar: vivemos numa democracia ou aristocracia?
A Paz de Vestfália e a tolerância
O império romano entra em decadência após o século V e as duas grandes forças capazes de dar alguma estabilidade eram a Igreja Católica Romano e o Sacro Império Romano, formado por diversos Estados de variados tamanhos que ocupavam o que hoje são a Áustria, a República Tcheca, a França oriental, a Alemanha, a Suiça, os Países Baixos e grande parte do que é a Itália hoje, na verdade eram reinos e condados com relativa autonomia.
O imperador era um católico-romano da família austríaca dos Habsburgos, porém o grande poder levou a excessos da Igreja Católica Romano, e surgiram reformados religiosos como Martinho Lutero e João Calvino, que queriam a vivência bíblica, assim o império se fragmentou em três religiões: a católica, a luterana e a calvinista.
Os católicos viam os evangélicos com suspeita e estes viam os católicos com desprezo, e com a adesão de muitos príncipes às religiões evangélicas, a Europa tornou-se um barril de pólvora, e finalmente chegou a um conflito que durou 30 anos, por isto chamado de Guerra dos 30 anos.
Esse clima levou à formação da União Evangélica, protestante, e da Santa Liga, católica, no início do século 17. Alguns príncipes do império aderiram à União, outros à Liga. A suspeita transformou a Europa — e especialmente o império — num barril de pólvora, que só precisava de uma centelha para explodir. Quando a centelha finalmente chegou, deu início a um conflito que durou 30 anos.
Os protestantes tentaram convencer os Habsburgos católicos a permitirem a liberdade de religião, mas as concessões feitas a contragosto acabaram fechando em 1617 e 18 as igrejas luteranas na Boêmia (hoje republica Tcheca), então houve a invasão dos protestantes ao palácio de Praga.
Depois de trinta anos tenta-se estabelecer a paz, no livro vivat pax—Es lebe der Friede! Está escrito: “perto do fim da década de 1630, os príncipes em guerra finalmente reconheceram que o poderio militar não os ajudaria mais a atingir seu objetivo”, assim será feito o Paz de Vestfália, como será a paz que todos queriam ?
Nas cidades de Osnabrück e Münster, na província da Vestfália reunem-se o imperador Ferdinando III, do Sacro Império Romano, o rei Luís XIII, da França, e a rainha Cristina, da Suécia, apenas para concordar com uma conferência em que todas as partes envolvidas na guerra se reuniriam e negociariam termos de paz.
Durante 30 anos governantes católicos e protestantes entraram em confronto: a Dinamarca, a Espanha, a França, a Holanda e a Suécia se envolveram, na verdade, movidos pela ganância e de poder, lutando pela supremacia política e lucro comercial.
Em 1643, algo em torno de 150 delegações chegou às duas cidades: os católicos reuniram-se em Münster e os protestantes, em Osnabrück.
A paz não foi duradoura, sobre princípios da tolerância escreverá John Locke (1632-1704) em sua Carta sobre a Tolerância (coleção Pensadores) e mais tarde com certa ironia Voltaire.
Paz: ausência de guerra ?
O longo período que vai do anuncio do imperador Augusto (27 a.C.) do fim das guerras civis e que durou até a morte do imperador Marco Aurélio, em 180 d.C. é chamado de Pax Romana, e que na verdade é uma visão negativa de paz porque significa a submissão pelas armas dos povos dominados.
Mesmo assim este período os romanos viviam sobre constante perigo de invasões bárbaras nos seus limites, e tanto a Gália é submetida de 58 a.C. a 51 a.C., por Júlio César, que submete também a Germânia renana.
Este tipo de paz, era a usada a expressão Pax Romana procurando dar um sentido de segurança, ordem e progresso para todos os povos, mas que escondia a expressão.
Também o direito romano fonte e o conjunto de regras jurídicas usadas em Roma e depois aplicado a todo o território do Imperio Romano e do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., ao território do Império Romano do Oriente.
Ele continuou a influenciar mesmo após 476, e no ordenamento judicial de vários reinos ocidentais depois das invasões bárbaras, havendo uma redescoberta deste por juristas romanos no século XII, chamado de Corpo de Direito Civil.
Mas o período medieval terá ainda muitas guerras e tratados de “paz”, mas permaneceu o conceito negativo da “pax romana” como ausência de guerra.
Seria possível pensar num conceito de paz além deste da pax ? criar uma “cultura de paz” entre povos e nações ?
Veremos ainda diversas guerras e tratados de paz até o século XX
Operadoras tiram o Whatsapp
Novamente as operadoras atacam o mercado, o serviço mais caro e pior do mundo não deixa de ter fome e sede de lucro e quer subjugar os usuários brasileiros, estamos fora do ar do Zazap, como diz o povão.
Uma alternativa é o Telegram, totalmente gratuito e sem propaganda, substitui de modo adequado o famoso aplicativo de mensagens, e oferece bons recursos para textos e imagens.
O segundo é o já conhecido Viber, que tem opções melhores que o WhatsApp para vídeos, ele também usa seu número de telefone como principal informação de contato, e aqui as “nossas” operadoras podem de novo contra-atacar.
Além destas opções tem as já conhecidas Skype e Hangout, mas com limitações maiores que as anteriores, uma vez que são serviços para comunicações on-line com vídeo.
O que esperamos é medidas contra os ataques ao bolso do contribuinte, acorda Brasil … estamos sendo explorados.
A “pax” romana
O termo pax tem origem latina da palavra pax, e pode tanto ter um sentido positivo, como tranquilidade, quietude e ainda um sentido intimista de paz interior, como o negativo que seria a ausência de guerras ou determinados tipos de violência.
Ao longe da história, como houve desenvolvimento de comunidades isoladas, o sentido negativo foi amplamente desenvolvido, o império assírio, o império romano, também no origem a diversos impérios e mais próximo da modernidade o turco-otomano, foram todos fundados e construídos com base na guerra e na dominação dos povos vizinhos.
Uma guerra fundamental para a origem da civilização ocidental foi a luta contra o império Persa, o rei Dario I ficou irado com as revoltas promovidas nas colônias gregas na Jônia, e dá início a guerra contra os “medos”, e por isto foi chamada de Guerra Médicas.
As Guerras Médicas trouxeram como consequência para Grécia a hegemonia de Atenas sobre as cidades gregas, o revigoramento da democracia, a decadência do Império Persa, a criação da Confederação (ou Liga) de Delos e a rivalidade entre Atenas e Esparta, fundada em 477 a.C.
Mas a relação entre as duas pólis voltam a entrar em conflito em 431 a.C., segundo o historiador Tucídides, são três as causas: Atenas presta ajuda a Córcira, ilha do mar Jónio fundada por Corinto (aliada de Esparta), Atenas também decretara sanções econômicas contra Mégara, e, o, Atenas realiza um bloqueio naval à cidade de Potideia, no norte da Grécia.
Com a guerra a Grécia se enfraquece, e no reinado de Filipe II da Macedónia, seu exército adopta técnicas militares superiores, que aliadas à diplomacia e à corrupção, vão iniciar o processo de dominação das cidades da Grécia, seu filho Alexandre (Aristóteles foi seu educador) derrota uma coligação grega em Queroneia, desta forma colocando a Grécia continental sob domínio macedónio no ano 338 a.C.
Aristóteles tornara-se tutor de Alexandre em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedónia, na época com treze anos de idade, em 335 a.C. Alexandre assume o trono e Aristóteles volta para Atenas onde funda o Liceu, portanto em período Macedônico.
Com a morte precoce de Alexandre Magno, em 323 a.C. aos 33 anos de idade, os territórios conquistados são divididos entre seus principais generais.
O reino vai se fragmentando e o reduzido território da Macedônia teve como seu último reino Perseu (179-168 a.C.) filho de Filipe V, que após uma batalha torna-se prisioneiro em Roma, em 146 a.C. a Macedônia torna-se uma província do império Romano, eis a Pax Romana.