RSS
 

Arquivo para a ‘Sem categoria’ Categoria

Dia dos Namorados e Edgar Morin

12 jun

Sei que muita gente está pensando na inauguração da Copa,  um evento mundial, muita  gente de olho o Brasil, mas queria falar deEdgarMorin um pequeno e lindo livro de Edgar Morin: “Amor, Poesia, Sabedoria “.

Na verdade é a compilação de três palestras feitas em três cidades: Grenoble, Strouga e Paris, entre 1990 e 1995, com a leitura se tem a sensação  de suas palavras e diria de sua vida com a companheira  já falecida Edwige,  que testemunhou-a em ‘Edwige, a inseparável’.

Morin parece responder a este nosso momento, preenche nosso vazio com sua resposta, parece não calar diante das questões super  atuais:  violência, utopia e barbárie, e dele emerge três coisas que mexem com o fundo de nossa alma: “da participação, da fraternização, do amor” para mim,  tudo o que aprendi com a mística cristã Chiara Lubich.

Emerge neste opúsculo o imaginário, do amor como “o ápice mais perfeito da loucura e da sabedoria”.  Mas onde ficou poesia?  Primeiro num modo de expressão literária (só isto já não me bastaria), mas encontro coisa do ser que advém da participação, do fervor e da comunhão que é próprio do amor, para onde Morin sempre retorna, creio  que sua  companheira é parte disto, mas também de algo do profundo de sua alma, de um Deus que ainda não reconhece.

Obrigado a estas pessoas que passaram deste modo pela minha vida.

 

Big Data: verdades e falácias

07 mai

DadoPessoalO tratamento de grandes volumes de dados, onde a relevância da maioria dos dados nem sempre é comprovada, é a motivação para o desenvolvimento atual do mundo digital, com impactos nas mais diversas áreas de trabalho, da ciência e da própria tecnologia.

 

Mas deve-se  tomar cuidado com a literatura impactante nem sempre criteriosa sobre os verdadeiros impactos da tecnologia, entre elas, a ideia de ruptura e de influencias sócio-políticas das mesmas.

 

Neste sentido, Susan Graham coautora  do relatório: “Big Data e Privacidade: Uma Perspectiva Tecnológica”, faz considerações sobre novas maneiras de construir proteções de privacidade em sistemas de tecnologia da informação, em especial para proteger os dados pessoais, que foi feito pelo  Conselho de Assessores de Ciência e Tecnologia (PCAST)  nos EUA.

 

A tecnologia pode ajudar a reduzir os riscos de privacidade, mas a política também é necessária, diz relatório feito na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Embora o PCAST ​​não inclua novas recomendações de política, o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA está a criando uma estrutura de engenharia privacidade análoga ao seu trabalho sobre as normas de segurança cibernética.

 

Parte do problema é que os políticos não conversam com os engenheiros sobre a privacidade, e há uma falta de clareza sobre o que se entende por privacidade em um mundo conectado., conforme disse Graham: “Acreditamos que a tecnologia por si só não pode reduzir os riscos de privacidade”, “tem que ser política também”, o que pode parecer óbvio, mas não é. 

 

Mais um smartphone open-source

27 fev

UbuntuA conhecida versão do Linux, sistema operacional open source, construído nos anos 90 por milhões de hobbistas que se uniram a Linus Torvalds, e criaram um fenômeno crowdsourcing, uma versão popular chama-se Ubuntu.

 

Ubuntu é uma palavra africana que significa “estar com os outros”, agora quer lançar também seu smartphone e concorrer nos disputadíssimos mercados europeu e chinês, é o que afirmou seu diretor Mark Shuttleworth, ao CNET News.

 

O sistema operacional chama-se Canonical, devido a empresa que mantém o Ubuntu.

 

Os celulares serão fabricados por uma parceria entre as empresas espanholas bq e a chinesa Meizu, e estarão disponíveis para todo o mundo no terceiro semestre deste ano.

 

O diretor afirma que o design será atraente e que comparado ao sistema operacional Firefox, seu concorrente direto no mercado open source, é mais rápido.

 

Entre sonhos, imaginação e tecnologia

13 fev

CatalogoLuzesTudo o que desejamos sonhar, imaginar e viajar, mesmo que seja pelo custo barato da Web, parece encontrar céticos, críticos e fundamentalistas nos alertando os perigos.

Mas felizmente o planeta continua tendo utópicos, sonhadores e poetas.  Deparei-me estes dias com um destes, um livro simplesmente  maravilhoso e inusitado do escritor angolano, branco e viajado: José Eduardo Agualusa, comecei a folhear e já pedi o livro pela internet, mas ansioso pedi a um amigo para retirá-lo numa biblioteca.

Parece incrível, mas como se fosse uma luz divina, abri justo numa página de sua antologia “Catálogo de luzes” que dizia “Porque é tão importante ver estrelas”, gosto de saber de astros, de física quântica e olhar a noite de minha casa que fica numa rua escura.

E continua Agualusa: “Tendo deixado de se confrontar, todas as noites, com o ilimitado, o infinito, a fantástica imensidão do universo – os homens perderam a humildade, e com a humildade perderam a razão, o desvario do mundo está na opinião dela, diretamente ligado ao êxodo rural e à multiplicação vertiginosa das grandes cidades”.

Obrigado sonhador, utópico e realista José Eduardo Agualusa, os sonhadores me dão coragem, vida e esperança, desculpem-me os desutópicos, eles não amargos demais, a realidade já basta.

 

 

A retomada ontológica

28 jan

A intencionalidade, uma subcategoria da filosofiaSerTempo medieval definida dentro do estatuto da consciência, foi recuperada por Franz Brentano (1838 – 1917) para qualificá-la como estando dirigida a algo, ou acerca de algo, por isto importante também para a psicologia, que foi usada por Edmund Husserl (1859 – 1938) para dizer que a consciência é sempre intencional, dirigida a um objeto, real ou imaginário.

Esse objetos estarão na ontologia de Husserl, entre entre noemas e noesis, porque estas recolocam a relação entre sujeitos e objetos.

Husserl chamou de noema a qualquer representação do objeto enquanto pensado e pensamento como objeto do pensar, e ao processo de apreensão do objeto por parte do sujeito (consciência), chamou de nòesis.  Representação do noema para Husserl tem: modalidades de presentação, caracteres de ser e de valor que formam, com o estrato nuclear, o noema completo.

Para esta leitura dos fenômenos, “as essências, obtidas por variação imaginativa a partir das correlações noético-noemáticas das vivências e apreendidas com evidência numa intuição, constituem a base de ontologias regionais ou materiais de domínios do ser correspondentes, a natureza, o homem, a cultura … “ (Mafalda Blanc, Introdução à Ontologia, pag. 26).

Husserl não fará só uma oposição a Kant, mas também ao “estender o domínio do a priori do plano formal do objeto em geral, obtido por abstração de todo o conteúdo material” de certa forma retoma o projeto kantiano de uma crítica a razão, “estabelecendo e determinando o valor dos conceitos e das leis da lógica, da ética e da axiologia, à luz das estruturas categorias últimas do objeto” (BLANC, pag. 26).

Husserl consegue com isto viabilizar a ontologia, “ao conceber a mais importante das acepções do ser em Aristóteles – a categorial – já não como uma forma lógica de juízo, mas como um dado presente, realizável intuitiva e adequadamente num ver imanente” (pag. 27)

Assim Husserl, mostra como o real como tendo: “a individualidade, a temporalidade e a completa determinação, por oposição à universalidade e a intemporalidade do ideal, discernindo cinco estratos irredutíveis: … o inorgânico e o orgânico, o psíquico, o pessoal e a esfera do espírito objetivo (linguagem, tradição cultural)” (pag. 26).

O projeto de Heidegger será ainda mais ortodoxo como fenomenologia, ele irá “desenvolver esta concepção do tempo como possibilidade e matriz do próprio ser, invertendo a perspectiva clássica da filosofia, que pensava o tempo como a manifestação fenomênica do ser” (pag. 29).

 

A menina que roubava livros e Heidegger

31 dez

Fiz o propósito de ler este livro a uma amiga, dona de casa, que me indagou que sóa-menina-que-roubava-livros lia livros mais “acadêmicos” e o resultado foi surpreendente.

O início me parecia que a história de Liesel Meminger apesar de contada por uma narradora curiosamente simpática, traçava uma trajetória mórbida  na qual se insere uma pequena ladra de livros, a qual a Morte afeiçoa-se a Liesel  seguindo suas pegadas de 1939 a 1943. T

São delineado traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro.

Mas o garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve, o qual será o primeiro de vários que a menina roubar ao longo dos anos e este livro será o vínculo a sua família.

O pai adotivo, é um pintor de parede bonachão que lhe ensina a leitura, é período nazista e muitos livros são incendiados, mas ela os rouba ou lê da biblioteca do prefeito da cidade.

Nesta realidade-virtual criada em torno de Hitler e da Segunda Guerra, a menina assiste a Morte, com certa perplexidade diante da violência humana, mas consegue dar um tom leve e divertido à narrativa nesta dura realidade da infância perdida e da crueldade do mundo em guerra.

Mas o livro tem um curioso morrer e viver, daí minha inevitável ligação a Heidegger e aos dias de hoje.

Queremos culpar os jovens pelo que assistimos, mas são adultos que criaram esta realidade, e este exercício do morrer-viver, é uma trajetória inspiradora para uma boa leitura de Heidegger e não há como não fazer uma forte ligação com os dias de hoje, tudo e nada a ver com a tecnologia, dias acelerado, porém cheios de noites e incertezas.

 

Rumo à computação privativa ?

09 nov

Ao que tudo indica, o grande problema das redes, a preservação privacidade dos dadosaQuanticEnvelope está se tornando uma possibilidade, algo como colocar em um “envelope” e garantir que ele não seja aberto está sendo pesquisado.

O trabalho usando a criptografia quântica está sendo feito pelos pesquisadores da Universidade de Cambridge dizem ter conseguido um avanço em criptografia quântica, usando um sistema que pode ser codificado e depois descodificado com total segurança, segundo o pesquisador de Cambridge, Adrian Kent: “Esta é a primeira vez que o compromisso bit perfeitamente seguro, usando só as leis da física e nada mais, tenha sido demonstrado”,.

Os testes foram feitos usando os dados criptografados entre Genebra e Cingapura, sendo os dados mantidos “perfeitamente seguro” em torno de 15 milissegundos, com uso de um protocolo chamado “bit-compromisso”.

Tal sistema pode ser um primeiro passo rumo a redes de informação controlados por totalmente seguras, onde “o poder da relatividade de Einstein combinado dom teoria quântica”, de acordo com os pesquisadores seria uma  versão matemática de um envelope selado firmemente.

A notícia saiu no jornal on-line de Cambridge e foi publicado no Physical Reviews Letters.

 

Alemães anunciam super Wifi

18 out

Segundo o Gizmodo, o Instituto Alemão Fraunhofer for Applied Solid State Physics (IAF) e daSuperWifi Karlsruhe Institute of Technology (KIT) desenvolveram o Wifi mais rápido do mundo, que supera 100 vezes o Google Fiber, que oferece internet de 1 Gbps (1 GigaBite por segundo) mas que usa cabos de fibra ótima para isto.

De acordo com o Instituto o Wifi consegue transferir dados a uma taxa de 100 GB por segundo sem precisar de fibra ótica, sendo possível transferir todo o conteúdo de um Blu-ray, por exemplo, em apenas dois segundos, já indicando uma aplicação.

Os responsáveis pelo projeto afirmaram ainda que a velocidade de transferência de dados poderá ser aumentada com o uso de técnicas ópticas e elétricas especiais (fibras óticas e cabos especiais), ou então com o uso de várias antenas de transmissão e recepção.

O Gizmodo já tinha anunciado uma super antena usando grafeno.

Do jeito que vão os sinais telefônicos no Brasil quem sabe isto seria uma solução.

 

Apressadinhos e TV 3D

23 jul

Os críticos da tecnologia sempre apontam a mesmarato  coisa: olha o perigo da novidade, e assim escondem sua rejeição ao novo que podem ser efetivo ou não.

Foi assim com o grafeno, que é uma novidade que já vingou e está sendo assim com o Google Glass, novidade que nem chegou ao mercado.

Não adotei a tecnologia 3D porque ela ainda está no início e as últimas notícias parecem indicar que ela não caiu no gosto público, assim a multidão sabe decidir no que é novo, e no que é apenas uma novidade de consumo.

Uma prova disto é que a emissora britânica BBC anunciou na semana passada a suspensão de todos os seus problemas em 3D, com um motivo muito simples: não tem pública.

Algumas semanas atrás veio a notícia que a ESPN vai fechar seu canal 3D nos Estados Unidos.

Mas estes não são os únicos, podemos enumerar: o App Mapas da Apple, o Ultrabook Vizio, o Nokia Lumia 900, o sistema de pagamentos Google Wallet e a Câmera Lytro, isto sem falar do Surface da Microsoft que ainda não emplacou, todos só em 2012.

A lista é maior, mas não é isto que importa, o que importante é que novidades que fracassam ou que podem fracassar não depende de “propaganda contra” mas do gosto popular.

 

A rede, a internet e a Web

31 mai

Eram anos da guerra fria, a tensão permanente entre o mundo comunista comandado pela União soviética e o mundo capitalista comandado pelos EUA, e a primeira ideia da rede eletrônica era não ter um comando central de modo que pudesse manter as ligações em caso de destruição de alguns pontos por uma guerra entre os dois blocos em tensão.

Assim a rede deveria ser montada sem um comando central, um sistema no qual todos os pontos (os nós da rede) tivessem autonomia e por onde os dados transmitidos em qualquer direção ou ordem, não perdessem os conteúdos, estava delineado o projeto ARPAnet de Paul Baran, idealizado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (Advanced Research Projects Agency) do governo dos EUA.

Mas a rede saiu do controle militar e em 1970 interligava quatro universidades norte-americanas, mas nos 4 anos seguintes o número cresceu para 40. A troca de mensagens e de arquivos torna-se possível, e as universidades lançam diversos projetos, entre eles, o Projeto Gutenberg de Michael Hart com a divulgação de livros, na universidade de Illinois, em 1971.

Naquele mesmo ano, é criada a primeira rede comercial nos EUA, a Telenet, como um serviço de acesso.
O nome Internet foi usado apenas em 1982. Em 1983, Vinton Cerf e Khan criam o protocolo de comunicação da rede, o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), a base comum de instruções e códigos usados por todos os computadores conectados à rede até hoje.

Mas a Web, como um protocolo de aplicação só chegou em 1991, com o sistema de hipertexto, profetizado por Ted Nelson anos antes, e agora implementado por Tim-Berners-Lee, chegava o www, a World Wide Web.

Assim a metáfora da rede se torna anos depois um meio eletrônico de comunicação a internet, e na década de 90 um modo de comunicação entre bilhões de pessoa que é a Web.

As redes sociais só foram possíveis dentro deste universo do hipertexto tendo como meio a Internet.