Arquivo para a ‘crowdsourcing’ Categoria
App.net: uma rede social da multidão?
O projeto inicial de crowdfunding previa apenas um capital inicial de 500 mil dólares de crowdfunding, mas ainda projeto App.net já atingiu 700 mil e que a expectativa de financiamento já é real, é o que informa o The Verge, o projeto é de Dalton Caldwell.
As doações variam de US$ 50 a US$ 1 mil, e tem como objetivo introduzir um novo modelo de negócio às redes sociais, com foco nos usuários e sem anúncio nenhum.
No início da semana passada parecia que o App.net não seria capaz de atingir sua meta, no entanto, entrou a semana com uma enxurrada de contribuições atrasadas, que ontem hoje por volta das 8 horas da manhã, já ultrapassava a meta dos 500 mil e ajudou-a a recuperar rapidamente o terreno perdido.
O diretor Caldwell e sua equipe de desenvolvimento estão se esforçando para introduzir um modelo de negócio totalmente nova para as redes sociais, argumentando que será auto-suportado, e as operações comerciais não serão nunca motivadas, para oferecer foco puro na experiência do usuário de que uma grande rede social exige.
Por isso Dalton e sua equipe foram pedir a multidão para ajuda-los no trabalho de “criar um serviço que todos nós desejamos que exista.”
Você pode conferir a versão preliminar desta rede social, verificando a diferença ao longo do tempo em alpha.app.net .
Tecnologia 3D para a Web
As TVs e monitores 3D estão aí e caindo de preço, mas a tecnologia da Web não está pronta.
Pesquisadores alemães de Fraunhofer iniciam esforço para Web 3D e estão trabalhando diretamente no código HTML para extender a linguagem incluindo capacidade gráficas que permitam descrever mais facilmente a tecnologia 3D nesta linguagem que é aberta e universal.
Ao identificar um pequeno núcleo (a linguagem não pode ser extensão nem complexa) de instruções que poderiam facilmente descrever as funções 3D, Johannes Behr do Franhofer afirmou que “fizemos isto tão simples quanto possível para que os produtores de navegadores possam incluir a nova tecnologia, mas oferecendo aos desenvolvedores Web uma flexibilidade completa na concepção de tecnologias com experiências dinâmicas e interativas na Web 3D”, conforme está no site da Fundação Alpha Galileo.
A proposta é uma junção de um trabalho conjunto do Instituto da Saarland University e o Visual Computing Institute da Intel (VCI), cada um com uma própria XML3D e X3DOM, que se uniram para tentar definir um padrão comum.
Yvone Jung, pesquisadora sênior do núcleo de Franhofer que trabalhou no X3DOM, afirmou que “As duas proposta caminham para um fim essencial e ganharam experiência avaliando uma série de abordagens diferentes” que culminaram no atual projeto.
Pelo menos duas implementações estarão disponíveis em breve, em curto prazo, serão códigos em JavaScript para implementações usando WebGL para rederização (volume 3D) e outra a médio prazo que será a inclusão nos próprios navegadores de uma aplicação integrada nativa que irá oferecer um ótimo desempenho e uma funcionalidade total.
O trabalho apareceu no Siggraph 2012 de Los Angeles, no grupo W3C “Declarative 3D for the Web”.
Mundômetro, estatísticas mundiais
Um site chamado Worldometers, em diversas línguas incluindo o português, divulga instantaneamente o número de gastos de governos com educação, saúde e guerra, o número de pessoas conectadas na internet, o número de blogs e tweets postados, o número de livros publicados, até mesmo o número de pessoas nascendo e morrendo no planeta.
Seria algo impensável sem a internet e sem algum maluco que pensasse em produzir estas informações instantaneamente, o provável é que algumas coisas sejam feitas por estatísticas em períodos semanais ou mensais, mas o certo é que estas medidas mundiais ajudam a refletir e a conscientizar, por exemplo, que os gastos com armamentos ainda são bilionários, quase a metade do que é gasto com saúde e educação.
Também os dados com as mídias sociais são interessantes, os 2 bilhões de pessoas conectados para um planeta com 7 bilhões de pessoas, não é um número desprezível.
Talvez o dado mais difícil para a humanidade sejam os quase 1 bilhão de pessoas desnutridas (felizmente caindo lentamente) e o número de pessoas com sobrepeso 1,5 bilhão (este infelizmente subindo), mas também dados de problemas ecológicos e fontes renováveis preocupam.
Para mim, o número mais impressionante é o volume de dinheiro gasto com drogas ilegais, e a rapidez do seu crescimento, quando li estava chegando aos 250 bilhões anuais, muito triste !
Software Livre pode avançar no país
É o que pensa o coordenador da Associação Software Livre.Org (ASL), Ricardo Fritsch, para quem as empresas nacionais devem ter incentivos para produzir software livres, que declarou no 13º. Fórum Internacional de software Livre (fisl13), que se realizou em Porto Alegre de quinta-feira a sábado da semana passada.
Conforme afirmou Fritsch, integrante do comitê organizador do FISL13: “atualmente o Brasil paga para outros países royalties de forma desnecessária”, disse no fórum que contou com mais de 8 mil participantes.
Fritsch defendeu a criação de política governamental para financiamentos de pequenas e médias empresas de tecnologia de informação, que também afirmou que leis e propostas públicas podem também incentivar o uso de software livre.
Ao compartilhar os códigos livres, que toda empresa pode usar sem ter que pagar para uso, as empresas viabilizam e dão visibilidade aos negócios, Fritsch citou o exemplo do Portal do Software Público Brasileiro, criado em 2007 para compartilhar programas de interesse público que já ajudou inúmeras empresas a prestarem serviços e fazerem novos sócios.
Microsoft contribui para o Linux !
Sim é o que diz um relatório da Linux Foudation, que afirma que além de empresas como Google, Intel, Nokia e IBM, a Microsoft está entre empresas que mais colaboram ao seu concorrente de software livre, seja os números no site Lwn.net.
É curioso para uma empresa que um dia declarou chamou o Linux de “câncer” agora trabalhado num modelo de desenvolvimento colaborativo, veja os números no Lwn.net.
Em 2011, Jim Zemlin, diretor-executivo da Linux Foudation, acreditava pela influencia que o Linux tinha no Android e em muitos sistemas desenvolvidos para leitores de ebooks e outros, que a guerra com a Microsoft tinha sido vencida por eles e declarou: “Eu acho que nós simplesmente não nos importamos mais tanto com eles [a Microsft] que eram nosso grande rival, agora [criticar a Microsoft] é como chutar um cachorrinho”.
O desenvolvimento mostra ainda dados curiosos como mais de 7,8 mil desenvolvedores de 800 empresas contribuíram para o núcleo (kernel) do Linux desde que estes dados foram medidos a partir de 2005, e ainda que 75% é pago quebrando um “mito” do software livre.
Recentemente o criador da plataforma WordPress, Matt Mullenweg, disse em entrevista a revista INFO que seria uma questão e tempo para o Linux superar a MicroSoft, etc. mas na prática o que acontece é algo maior que toda esta competição, é a colaboração.
A novidade neste jogo agora é que software proprietário e software livre podem colaborar, isto realmente é algo novo.
Bem-vindo a tecnologia no senso comum
A maior parte das críticas da Web vem de pessoas mal adaptadas ao uso de tecnologia, e faz muito sentido que a tecnologia e o uso real da tecnologia também estejam adaptados a estas pessoas, pois ninguém é obrigado por exemplo a usar os caixas automáticos dos bancos, mas uma coisa muito diferente é dizer que aqueles caixas servem “APENAS” para demitir funcionários ou para aumentar o ganho dos bancos, que continuam aumentando ‘’SIM”, mas a tecnologia incorporada ao dia a dia das pessoas tem outra função: ser PRÁTICA, ou deveria ter: tornar a vida burrocrática mais rápida e a saudável mais possível, a economia e a natureza sustentáveis, mas isto não significa menos humana e nem mais consumista.
Sim existe consumismo, mas de todo tipo até político e religioso, basta abrir os jornais.
Tive a inspiração lendo o ótimo artigo do blogueiro Danny Sullivan (seu blog chama-se Daggle) no canal de notícias CNET News, onde ele compartilha suas experiências com tecnologias, afirmando que o que ele quer, e é o que qualquer usuário quer, é simplesmente “que elas funcionem”, o que ele chamou de “tech no senso comum”.
Vale a pena ler o artigo do Danny, aliás, aproveito para dizer que leio ultimamente mais coisas inteligentes em blogs que em jornais, pois ele conta vários problemas tecnológicos, um deles que eu também tive com a localização de GPS que dá lugares doidos como localização.
Mas não é só a tecnologia, a nossa vida moderna não funciona bem, com a imensa riqueza que construímos ela continua mal distribuída, mal usada e não traz efetivamente felicidade, muitos economistas se aperceberam disto e discutem o que de fato significa “desenvolvimento”.
Voltando ao senso comum e ao artigo do Danny, ele diz que esperava que alguns problemas os próprios fabricantes resolvessem sozinhos, mas provavelmente não farão e então ele vai continuar contando problemas com a tecnologia no seu blog, e faço meu acrescimento pessoal é algo que a cidadania digital poderá ampliar, o uso das pessoas do senso comum, da multidão para ajudar o aperfeiçoamento de dispositivos, de sistemas e por que não de estruturas sociais inteiras, é isto que entendo por um autentico “crowdsourcing”.
SOPA, PIPA, ACTA e o Brasil
Enquanto crescem no mundo todo as preoupações com as iniciativas de governos e grupos econômicos com as restrições e mesmo o cerceamento da internet, a grande discussão no Brasil é a chamada “Lei Azeredo”.
Desde 1999 estão em discussão o dispositivo de lei PL 84-99 que recebeu o nome do deputado Azeredo devido ser seu principal defensor e articulador.
Entre os deputados que não apoiam este dispositivo estão Luisa Erundina (PSB-SP) e a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) que em novembro do ano passado apresenou um requerimento retirando de pauta o dispositivo de lei, através da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) que havia discutido e encaminhado a retirada de pauta.
A base aliada do governo está dividida, enquanto o lider do governo Paulo Teixeira articula um projeto alternativo, mas felizmente é grande o número de deputados contra qualquer tentativa autoritária que venha cercear a Web.
2011: Mudanças políticas em curso e a tecnologia
Os avanços da tecnologia, a chegada definitiva dos mais diversos modelos de tablets, a morte de Stevie Jobs, mas também de Dennis Ritchie (criador da linguagem C e desenvolvedor do Unix que depois daria origem ao Linux) e do pai da Inteligência Artificial e criador da linguagem Lisp, John McCarthy que criou o termo no Dartmouth College, nos EUA.
Outro fato importante em 2011, foram as mudanças nos países árabes, alguns que já alcançaram uma mudança como Egito, Tunísia e Líbia, outras em processos pacíficos em curso como Yemen e Libéria, e muitas vivendo processos dramáticos como Síria, Bahrein, Líbano, Eritréia, países com protestos menores como Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental. Outras terão um processo lento de longo prazo: Iraque, Irã, Oman, Djibuti e Quatar. Isto sem falar o processo sempre conturbado da Palestina, que este ano conseguiu seu reconhecimento na ONU.
Não se pode esquecer a crise européia, os protestos dos “indignados” e um novo estilo de protesto, o “ocupe” sua cidades.
O uso de tecnologia esteve presente em todas estes processos, blogs, twitter, denúncia usando sistemas de vídeos acompanham estes processos.
Mas o processo que queremos chamar a atenção que é mais preocupante é a tentativa de intimidar e censurar as novas mídias, o processo denominado SOPA termina o ano com fortes embates (pacíficos) e polariza a opinião nas novas mídias, o site GizModo dá uma lista de empresas que apoiam a lei e diz talvez você “queira entrar em contato com elas”, é a primeira vez na história que empresas são diretamente vinculadas a interesses de leis que contrariam os interesses de liberdade da maioria da população.
A multidão ajudando sua dieta
Cientistas da computação da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas (SEAS) de Harvard, criaram uma ferramenta que ajudará você a partir de uma simples foto de seu almoço dizer como está sua refeição e deixar a multidão (o crowdsourcing) para fazer o resto.
A ferramenta PlateMate, dá estimativas de calorias para o seu prato, e segundo os testes, deverá ser tão precisa quanto os de nutricionistas mais bem treinados, e muito mais precisos do que as anotações dos próprios usuários.
A pesquisa foi apresentada no 24º. ACM Symposium on Software User Interface e Tecnology, uma conferência avançada em interação humano-computador, ou interação com o usuário, em trabalho desenvolvido por Jon Noronha com o estudante de graduação em Harvard e que agora trabalha na Microsoft.
Afirmou Noronha a ACM Tech News: “Estimar o valor nutricional de uma refeição é uma tarefa bastante complexa, do ponto de vista computacional, mas com um fluxo de informação bem estruturado e alguma consciência cultural, nós expandiremos até poder alcançar o crowdsourcing.”
Quando procuravam um tema para tratar o crowdsourcing com seu colega Eric Hysen, descobriram que “A nutrição era uma questão tão difundida em nossa sociedade, a partir de contagem de calorias na mesa de jantar para queimá-las depois numa esteira”, disse Hysen, que agora trabalha na Amazon Mechanic Turk, e completou: “As pessoas se preocupam se eles estão fazendo a coisa certa. “Parecia uma oportunidade muito boa que o crowdsourcing poderia fazer a diferença. ”
Muitas vezes, os indivíduos que afirmam que eles estão tentando perder peso mas que vão subestimar a sua ingestão calórica, por isso PlateMate tem vantagem é que ele permite ao usuário consultar rapidamente de observadores imparciais, sem ter que pagar pelo aconselhamento e supervisão de uma nutricionista especialista e poderá ser feito na hora.
O trabalho feito pelos dois além de Haoqi Zhang e Krzysztof Z. Gajos, além dos anais do Simpósio, já foi disponibilizado na Web pelos autores.
Com aplicativos em celulares em breve poderemos ter sites e dicas de refeições a partir de refeições e palpites de pessoas comuns, é um ótimo exemplo de multidão (crowdsourcing).
Eleições na Libéria, tecnologia e paz
A Libéria além de ter duas representantes no Prêmio Nobel da Paz, tem outras lições para dar ao mundo de como fazer uma participação popular ser saudável e pacífica, sendo que esta é uma preocupação com a frágil e nascente democracia africana, registrada em sites como o African Elections.
Quando cerca de 2,5 milhões de nigerianos foram às urnas na terça-feira passada (11/10) para eleger um novo presidente, muitos deles haviam compartilhado on-line os comentários sobre os seus candidatos escolhidos em blogs, Twitter ou outras plataformas de novas mídias.
Durante a eleição, houve um suporte técnico para melhorar o sistema nigeriano.
Um grupo queria usar a mídia social como meio de rastrear todo o processo eleitoral e identificar possíveis problemas que surgiram, eles haviam saído de uma guerra civil e os problemas eram ainda sensíveis.
Uma equipe de pesquisadores desenvolveu um agregador de ferramentas de media sociais que poderia puxar o conteúdo de cerca de 20 diferentes fontes (incluindo o Twitter) e analisar os dados em tempo real usando palavras-chave.
No auge da atividade, diversas situações foram rastreadas e produzidos 50 relatórios por segundo com base em palavras-chave e analisadas muitas vezes no próprio local.
O Centro Nigeriado de Tracking em Social Media, formado pouco antes da eleição pela organização acompanhou tudo, os relatórios encaminhados verificavam irregularidades eleitorais, possibilidades de violência e depois notificavam as autoridades nigerianas.
Seguindo o SMTC e emitido um relatório de síntese eleição, foram listadas uma série de que de recomendações para uso de mídia social e mensagens instantâneas para melhorar a experiência das eleições futuras, tais como:
- Treinamento de grupos civis e os eleitores a resultados eleitorais Twitter
- Organizar com SMS os Funcionários das eleições nacionais e locais
- Estabelecer uma base de dados central para agrupar os resultados das eleições, tendo delegacias locais e enviar resultados totalizantes via SMS
- Assessoria Organizações Internacionais em parceria com grupos de monitoramento interno que irá ajudar a monitorar as mídias sociais.
A atual presidente, Ellen Johnson Sirleaf, que na sexta-feira (7/10) foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz, tenta a reeleição, mas analistas acreditam que ela deverá ter que disputar um segundo turno contra Winston Tubman, ex-embaixador do país nas Nações Unidas.