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Arquivo para a ‘Computação – Software’ Categoria

O futuro de máquinas pensantes 

05 out

Fizemos questão de fazer as classificações entre cyborgues, androidesaRayKuzweil e humanoides (post), mostrando que os híbridos ainda são uma ficção para alguns e um delírio para outros, como a nosso ver é o ponto de singularidade de Raymond Kurzweil.
Pontos de singularidade m(é bom dizer tecnológico, pois existem outros) seria aquele ponto onde haveria uma superação do humano biológico para um pós-humano tecnológico, de silício ou ainda algo mais futurista, fotônico ou neo-biológico (chips biológicos, por exemplo).
As definições de Raymond Kurzweil são mais claras e precisas sobre tal singularidade, escreveu em 1987 A idade das máquinas inteligentes (The Age of Intelligent Machines ) e depois num delírio ainda maior uma atualização para The Age of Spiritual Machines, onde ele procura encontrar onde estaria o chamado Transcedent Man (documentário de 2009), e ai podemos delinear suas ideias.
Pode-se delinear suas ideias em 4 pontos:  a evolução tecnológica até a sua definição de singularidade é um dos objetivos tangíveis da humanidade (será?) pela progressão exponencial, a funcionalidade do cérebro humano é quantificável em termos de tecnologia e poderá ser construída num futuro próximo (mas é só funcional); os avanços médicos podem manter uma quantidade significativa de sua geração viva o suficiente para que o aumento da tecnologia passe o processamento do cérebro humano (uma coisa não implica na outra, poderia ser feito com gerações futuras), e um ponto que é socialmente interessante que a teoria das evoluções aceleradas.
Esta teoria diz que a teoria das mudanças aceleradas diz respeito ao aumento na taxa de inovação tecnológica  (e às vezes pode ser acompanhada de evolução social e cultural) e sempre este presente na história, o que pode sugerir a mudança mais rápida e mais profunda no futuro, embora isto seja verdade o quão acelerado depende da perspectiva histórica.
Definimos esta evolução como noosfera, uma esfera da mente ou do espírito, fundamentada na ideia de John Searle, que o mental “real e ontologicamente irredutível” ao físico, e que as tecnologias evoluem e aceleram o crescimento humano mas estão separadas por aquilo que Juergen Schmidhuber chama de “singularidade  do ômega”, algo ao mesmo tempo parecido e diferente do ômega de Gregory Chaitin, pois não é um número ou um metanúmero, mas aquilo que Teilhard Chadin (1916) define em sua noosfera como o princípio e fim do humano, mas envolto numa conexão de mentes e espíritos como se fossem vasos comunicantes.
Para Juergen Schmidhuber, o próximo Omega – 2040 (não havia o filme Blade Runner 2049) a partir de sua série Omega – 2^n vidas humanas (n < 10; uma vida – 80 anos) cerca de etapas mais importantes de acontecimentos aconteceriam na história humana.
Ele questionou a validade de tais mudanças, sugerindo que apenas refletem uma regra geral para “tanto a memória individual do ser humano único e da memória coletiva de sociedades inteiras e seus livros de história: quantidades constantes de espaço de memória alocado para obter exponencialmente maior, adjacente intervalos de tempo cada vez mais para o passado”, e trata-se de memória e não a lei de Moore que fala do crescimento de memórias digitais.
Sua sugestão é que a “razão porque nunca houve uma escassez de profetas prevendo que o fim está próximo – os eventos importantes de acordo com sua própria visão do passado sempre parece se acelerarem de forma exponencial”, então tanto profecias antigas quanto modernas não são mais que oráculos que estabelecem esta religação atualizada entre o “ômega” do princípio e fim, anunciando grandes mudanças e ao mesmo tempo conectando-as.
Há um exemplo muito claro da aceleração de Jürgen Schmidhuber, dado no livro de Wurman, “A ansiedade da informação” (1991), onde diz que uma pessoa que leu o New York Times durante um ano, leu mais que o melhor o mais letrado dos homens do século XVIII e anteriores, então é claro que há mais leitura hoje que nos séculos anteriores, mas o pensar …
Referências:
Kurzweil, Ray The Age of Intelligent Machines, 1987.
Kurzweil, Ray Ensaio: A teoria das mudanças aceleradas, 2001.
Markoff, J. When A.I. Matures, It May Call Jürgen Schmidhuber ‘Dad’ New York Times, nov 2017, Disponível em: https://www.nytimes.com/2016/11/27/technology/artificial-intelligence-pioneer-jurgen-schmidhuber-overlooked.html , Acesso em: janeiro de 2017.
Wurman, Richard Saul. Ansiedade de Informação. São Paulo: Editora Cultura, 1991.

 

Andróides e cyborgs: onde ?

26 set

A ficção Blade Runner nos levou a pensar, assim como na época Odisséia 2001 também,RobotAndroides sim estamos indo ao espaço e conhecendo-o melhor, as máquinas crescem em complexidade, mas devemos fazer a pergunta de Terrence Deacon em Natureza incompleta: a mente veio da matéria ? (veja nosso post).

O polêmico Raymond Kurzweil em 2005: The Singularity Is Near: When Humans Transcend Biology é um livro lançado por uma atualização de The Age of Spiritual Machines e The Age of Intelligent Machines, mas a pergunta de fundo é esta de onde viemos? Se viemos apenas de compostos químicos que por milhões de anos foram formando organismos complexos, até chegar a complexidade humana, um ser natural, que tem consciência e que criou coisas fantásticas, entre elas a máquina, onde chegaremos ?

A pergunta que antecede a todos estas que são o nosso “existir” é aquela sobre o que é nosso ser, é transcendente no sentido sobre o que havia antes do homem, viemos só do barro como querem os criacionistas, viemos da mente de Deus como querem os religiosos, ou é possível ainda uma síntese entre as duas: um espírito foi “soprado” em nós.

Na verdade, o que pensamos sobre o futuro, tem a ver com o que pensamos de nossa origem e por isto esta questão é importante, então podemos dizer que o “ser” antecede a “existência” e podemos dizer que o “ser existente” antecede a “ética”, ou de modo mais filosófico “ser” e “ética” se conjugam ontologicamente, pois ambos determinam um ser, e ele tem consciência.

Então será possível “soprar” em androides e cyborgs por mais sofisticados que sejam seus mecanismos de tomada de decisão, assunto que remete aos axiomas da aritmética de Hilbert, ao teorema da incompletude e indecidibilidade de Kurt Gödel, até chegamos a elaborar lógicas complexas destes mecanismos em agentes inteligentes e “inteligência artificial”, mas seria de fato isto inteligência, ao nosso ver, por enquanto andróides e cyborgs só nas ficções.

Androides tem partes robóticas e parte impressionantes super-humanas (visão, força, precisão, etc.), enquanto cyborgs tem partes humanas e partes robôs, mas híbridos que tivessem partes humanas e super-humanas dependeriam da biogenética e de avanços de neurociência ainda mais impressionantes que já existem.

Poderemos criar androides, como no filme Blade Runner 2049, mas qual a capacidade que teriam de sentimentos e consciência ?

 

Blade Runner 2049 será melhor

25 set

Um filme clássico de ficção sem dúvida é Blade Runner, não consideroBladeRunner o melhor e nem o primeiro, pois é preciso lembrar-se de Perdidos no Espaço (1965 a 1968) se pensamos em série de TV e o clássico de Stanley Kubrick 2001: Uma odisseia no espaço de 1968, dito por alguns: “o mais incrível, belo e mentalmente estimulante filme de ficção científica de todos os tempos”.
Para aqueles que conheceram o enredo do filme que está para ser lançado, há algumas coisas novas e estranhas.
Mas Blade Runner trouxe os replicantes, seres híbridos cuja verdadeira identidade robótica é escondida, e somente pelo olho (mais precisamente pela íris poderia ser identificado) e em plena guerra com os humanos, por isto dizem, é o pai de muitas ficções científicas modernas na linha robótica.
Em um cenário cavernoso de Budapeste, numa manhã de outono em 2016, e Harrison Ford – vestindo uma camisa cinza com botões, calça jeans escura e uma careta resistente a Ford – está atirando um encontro crucial em Blade Runner 2049, agora dirigido por Denis Villeneuve..
Pela primeira vez em mais de três décadas, Ford está retomando seu papel como Rick Deckard, o policial de dedos rápidos e de bebidas fortes do filme em 1982, do primeiro  Blade Runner de Ridley Scott.
Por que K (Ryan Gosling no policial caçador de androides) não usa apenas a porta da frente não é exatamente claro, pois o enredo do Blade Runner 2049 é protegido com o tipo de intensidade geralmente reservada para Star Wars. (Mesmo negociando para entrar no set exigiu mais e depois de um teste de Voight-Kampff).
Ana de Armas afirmou que sua personagem é “forte e complexa”, ela “é a amante do agente K, sua melhor amiga, e a única pessoa em quem pode confiar”.
Depois de 30 anos de Blade Runner há alguns detalhes confirmados: o público deixou Deckard machucado e maltratado em 2019 Los Angeles, ele desapareceu, e o oficial LAPD de Gosling está à caça (possivelmente sob o comando de seu chefe, interpretado por Robin Wright, embora ninguém envolvido com o filme diga com certeza).
Enquanto isso há uma nova geração de replicantes – o termo da série para os androides que são construídos por um misterioso inventor chamado Wallace (Jared Leto), que é ajudado por um empregado dedicado, Luv (Sylvia Hoeks).
Isso é praticamente tudo o que a equipe de 2049 está dizendo, não importa o quão educadamente eu pergunte. “Eu nem tenho certeza de ter permissão para dizer que eu tive um bom tempo fazendo isso”, brinca o ator Gosling.
O lançamento está previsto para 5 de outubro de 2017 (Brasil).

 

A mente emergiu da matéria ?  

23 set

Esta pergunta está no trabalho de Terrence W. Deacon  filósofo, antropólogo e cientistaIncompleteNature cognitivo de Berkeley, em Incomplete Nature: how mind emerge from matter (2013), onde Deacon considera a informação um fenômeno cuja existência é determinada respectivamente por uma ausência essencial, algo como um não realizado que pode ou não vir a ser o realizado. Se no século 19 o grande paradigma foi admitir a existência da energia e sua relação com a matéria, agora modificada por Constantino Tsallis (veja nosso post), o século 20 trás para nós suas dificuldades em assimilar a irrealidade existencial da informação.

Uma explicação completa sobre a real natureza da informação é tal que seria necessário distinguir a informação de relações meramente materiais ou energéticas que também requerem uma alteração de paradigma, então uma alternância forma/fundo que nós chamamos neste blog de in-forma-ação, seria ainda mais fundamentalmente uma visão contra-intuitiva que a exigida pela energia.(DEACON, 2013, p. 373)

Deacon usa para seu argumento, diversos exemplos vindos da biologia e da matemática para justificar sua ideia, em essência emergentes de um nada, na verdade não é nova na filosofia e na ciência, menos ainda na lógica e na matemática, mas ao contrário de Descartes onde a primeira certeza é o Eu, na matemática moderna a primeira certeza é o 0, o conjunto vazio e agora com o digital, o 0 e 1, que emerge uma metamatemática como quer Gregory Chaitin, que já abordamos em outro post.

O modelo de números cardinais do matemático Von Neumann define todos os números literalmente a partir do zero: existe o conjunto vazio. O conjunto do conjunto vazio tem um elemento: o próprio conjunto vazio, Alain Turing e Claude Shannon idealizaram a máquina, mas foi Von Neumann que a construiu, se pensamos que o Mark I e a máquina de Konrad Zuze, não eram mais que calculadoras eletromecânicas.

Um matemático ligado à teoria dos Conjuntos, Ernst Zermelo, embora faça um raciocínio distinto, também parte do zero para chegar a todos os cardinais.

A informação faz parte do homem moderna, não só na cidade, mas agora na chamada Sociedade da Informação, que nós mesmo vamos produzi-la a partir de situações onde identificamos que algo está faltando.

Essa aparenta ser a melhor postura para abordar a natureza da informação. Ela é sempre um quê que falta. Como se a todo instante a realidade estivesse se perguntando: e agora o que falta?, e providenciando o que pode.

Essa ideia é mesmo conhecida para nós. Ser previdente, eficiente, organizado, é sempre ter uma atitude preventiva e pró-ativa em relação a situações possíveis. É um antecipar-se. É detectar o que falta e providenciar. Segundo Deacon, essa lógica perpassa toda a realidade. Além da abundante infosfera em que nos situamos, a informação emergente é uma demanda constante, seja através de seres vivos ou não.

Deacon reivindica a ideia do matemático e teórico da comunicação Claude Shannon, que associou entropia máxima à informação mínima e vice-versa, trazendo a informação para a origem da dicotomia ordem/desordem, tão cara às teorias de sistemas complexos, à matemática do caos e à termodinâmica irreversível das estruturas dissipativas de Ilya Prigogini, Prêmio Nobel de Química de 1977, de onde emergem as ideias de Caos e Complexidade.

Terrence Deacon, Constatino Tsallis e Gregory Chaitin estarão no EBICC, evento da USP no fim deste mês.

DEACON, T. W. Incomplete Nature: the mind emerged from matter. 2013.

 

Smartphone que reconhece superfície

12 set

Segundo o site de Saint Andrews, pesquisadores desta universidade EmReuniaoEn criaram um tipo de câmera chamada SpeCam que pode reconhecer a superfície que o smartphone está e definir tarefas diferentes para ele.

Por exemplo, se o telefone tocar e você o coloca de cabeça para baixo no laptop, ele poderia enviar uma mensagem para quem chama dizendo: “desculpe, eu estou em uma reunião” ou se colocar dentro do seu bolso poderia sugerir pra quem chama ligar para outro colega.

O SpeCam é na verdade um programa que permite que os telefones existentes utilizem a função da câmera para reconhecer diferentes materiais aos quais são expostos o smartphones, ligado a um banco de dados que reconhece o tecido e relaciona-o a alguma mensagem.

O trabalho foi apresentado na recente 19ª. Conferência Internacional sobre interação Homem-Computador por Dispositivos Móveis e Serviços, a ACM SIGHI MOBILEHCI 2017, em Viena Austria, na quarta feira 06 de setembro por pesquisadores liderados por Aaron Quigley.

Aaron Quigley, que presidente da Human Computer Interaction desta Universidade, disse: “Este é um exemplo do que chamamos de Computação Discreta ou interação discreta, onde ações sutis e discretas dos usuários podem resultar em formas de interação totalmente novas. Ao treinar e, portanto, reconhecer materiais, todas as superfícies ao nosso redor se tornam uma tela para nossa imaginação “.

O SpeCam usa habilmente a tela / exibição em um smartphone como uma fonte de luz multi-espectral e a câmera frontal para capturar o reflexo do material que foi colocado com a face voltada para cima.

O trabalho “SpeCam: Sensing Surface Color and Material with Front-Facing Camera of a Mobile Device” recebeu um prêmio de menção honrosa no MobileHCI, um dos cinco artigos desse tipo em todo o programa.

 

 

O belo e o líquido

05 set

A ideia que há uma liquefação da estética na modernidade é tão moderna quanto os conceitosFalsoBelo de liberdade, estado e principalmente: sujeitos e objetos.

Nesta morte da estética, já escreveram alguns autores, o belo é mera exposição do sensível da ideia nas obras de arte, e seria a partir delas que estaria resolvida a contradição, criada na modernidade, entre sujeito e objeto, assim uma obra de arte seria: “o primeiro elo intermediário entre o que é meramente exterior, sensível e passageiros e o puro pensar” talvez fosse este menos líquido, seria “científico”.

Hegel reconhecia na filosofia kantiana um “avanço em relação a outras teorias estéticas”, uma vez que, segundo o filósofo ápice do idealismo, a possibilidade de unificação entre espírito e natureza de daria pela arte, mas recusa-a ao perceber que conduziria a um dualismo insuperável entre sujeito e objeto, em uma síntese meio rude diríamos: “o demônio idealista”.

Mas não supera este “demônio”, dito por Hegel assim: ““… o belo artístico foi reconhecido como um dos meios que resolve e reconduz a uma unidade aquela contraposição e contradição entre o espírito que repousa em si mesmo abstratamente e a natureza. […] a filosofia kantiana sentiu este ponto de unificação em sua necessidade, como também o reconheceu e o representou de modo determinado.” (HEGEL, 2001, p.74)

O livro do filósofo germano-coreano Byung-Chul Han, Die Errettung des Schönen (A salvação do Belo) (Fischer Verlag, 2015, sem tradução para o português) dá um novo fio condutor para a questão do belo, com aquilo que já chamou em outros livros de “falta de negatividade de nossa era”.

Usa em sua linguagem as ideias do “positivo” e “negativo”, para designar o super consumo, quer seja de mercadorias, de informação e de capital, prefere antes a diversidade que a alteridade, antes a diferença que o distinto, e assim no estético o liso ao rugoso, e estética é para Han uma apologia ao liso, o polido, o pornográfico e não o erótico (no sentido do eros).

A subjetividade é confusamente lisa, sem interioridade e dificuldades (sem sofrimento já o dissemos), submete-se a um simplismo que quer tudo aplainar e polir, terapias para superar o medo, a angústia, o culto religioso é o repetitivo e a pura “doutrinação”, leitura sem nenhuma hermenêutica e cheia de exegese antiga e superada, palestras deve divertir e não ensinar, meios de comunicação são confudidos com os seus fins (que é para-comunicação) .

Os liquefeitos é que liquefazem tudo, para ficarem segundo sua lisura, sua feiura e sua ausência de negatividade e contradição, é mais que idealismo é “puro idealismo”, corpos que parecem bonecos, rostos sem expressão ou de expressão única, ausência da mímesis, voltaremos a ela, mas aqui basta o repetitivo, imitativo, mera representação, falsa receptividade, ato de se assemelhar, e no fundo a-presentação do eu (não alter).

 

HAN, B.C. Die Errettung des Schönen (A salvação do Belo), DE: Fischer Verlag, 2015.

HEGEL, George W. Cursos de estética. São Paulo: Edusp, 2001.

 

O problema da consciência e algoritmos

24 ago

O matemático e cientista da computação Gregory Chaitin, que é argentino-americano eChaitin está na Universidade Federal do Rio de Janeiro, formulou ainda jovem a partir da complexidade de Kolmogorov, contribuições na formulação de uma teoria da informação algorítmica e meta-matemática, que foi desenvolvida a partir da formulação do teorema da incompletude de Gödel, já citado aqui nos posts anteriores e sua relação com a Máquina de Turing e Alonzo Church, que deu origem a computação digital moderna.

Chaitin definiu uma constante que leva seu nome e usa o símbolo Ω, um número real cujos dígitos são equidistribuídos, e que é por vezes informalmente descrito como uma expressão da probabilidade de que um programa aleatório será interrompido.

A constante Ω tem a propriedade matemática de ser decidível, mas não computável podemos dizer separa o problema de Hilbert-Gödel do problema de Turing/Church, mas mais do que isto, dá uma chave para resolver problemas no campo da biologia (a obtenção de uma definição formal de “vida”, origem e evolução) e neurociência (o problema da consciência e do estudo da mente).

Em epistemologia, Chaitin propôs que tanto na lógica matemática quanto  na teoria dos algoritmos, os “fatos matemáticos que são verdadeiras por qualquer razão, eles são verdadeiros por acidente. Eles são fatos matemáticos aleatórios”. Chaitin propõe que os matemáticos devem abandonar qualquer esperança de provar esses fatos matemáticos e adotar uma metodologia semi-empírica.

Neste sentido cria uma metafísica da matemática, ou uma metamatemática, capaz de elaborar algoritmos que proponham uma lógica da vida e até mesmo da consciência, a partir daí são possíveis os estudos da biologia e da mente por formulações desta metamatemática.  

Gregory Chaitin estará na USP no evento EBICC, no início de novembro deste ano abordando o tema da consciência a partir de sua perspectiva.

 

 

Sistemas Autônomos e Inteligentes

23 ago

A autonomia ligada a área de Inteligência Artificial (AI) foi mudando de SistemasAutonomosconotação ao longo do tempo, e hoje podemos dizer que está ligada a ideia genérica de interação com informações e ambientes sociais, o que é claro é um pouco vago demais

Então criar relações entre o campo de desenvolvimento de Agentes Inteligentes e Autonomia, assuntos que tem uma formalização bastante consistente em Agentes Inteligentes é uma boa ideia, e torna o conceito menos abstrato.

De acordo com Nicholas Jenning (2000) “a computação baseada em agentes representa uma nova síntese excitante, tanto para Inteligência Artificial (IA) quanto, em geral, na Ciência da Computação. Possui o potencial de melhorar significativamente a teoria e a prática de modelagem, concepção e implementação de sistemas informáticos.  No entanto, até esta (aquela) data, houve uma pequena análise sistemática do que torna a abordagem baseada em agente um modelo computacional tão atraente e poderoso. Além disso, ainda menos esforço foi dedicado a discutir as desvantagens inerentes decorrentes da adoção de uma visão orientada por agente. Aqui, ambos os conjuntos de questões são explorados.

Um ponto bastante importante, e pouco explorado ainda, mas citado por Jenning é a questão da interação social, afirma o autor: “”O ponto de vista desta análise é o papel do software baseado em agente na resolução de problemas complexos do mundo real. Em particular, argumentar-se-á que o desenvolvimento de sistemas de software robustos e escaláveis requer agentes autônomos que possam completar seus objetivos, situados em um ambiente dinâmico e incerto, que possam se envolver em interações sociais ricas e de alto nível e que possam operar dentro de Estruturas organizacionais flexíveis”.

Um campo que não é bem explorado é se os robôs e sistemas inteligentes que têm uma interação social efetiva podem ser “conscientes” dessa interação, no sentido fenomenológico, que diz que só há consciência de “algo” que sua atividade direcionada a certos objetos.

Esta será nossa próxima questão.

Jenning, Nicholas. On agent-based software engineering .  Artificial Intelligence 117, Science Direct (Elsevier licence), 2000.

 

Histórias desconhecidas da computação

21 ago

Charles Babbage construiu duas máquinas chamadas Analytical Engine e Diferential Engine,MEMEX estas máquinas, suas sistematizações e pensamentos não teriam chegadas até nós não fosse o trabalho paciente de Ada de Lovelace (1815-1852), filha de Lord Byron que compilou e organizou o trabalho deste pioneiro, tornando-o compreensível aos matemáticos da época.

Mais tarde David Hilbert (1862-1943) listou 23 problemas matemáticos sem soluções, dos quais um deles era organizar um sistema algébrico de modo a resolver a questão da computabilidade de problemas por algoritmos, Kurt Gödel pensando neste problema cria um paradoxo sobre a completude de sistemas, afirmando que não poderá provar tendo a prova por uma asserção dentro do sistema, então problemas de consistência debilitam tais sistemas.

Assim era necessária que a lógica além de ser construída com boas propriedades: tivesse consistência (ausência de contradições), completude (qualquer proposição  seria ou verdade ou falsa de forma exclusiva) e o sistemas fossem decidíveis (existência dum método permitindo estabelecer se uma fórmula qualquer  determinasse se a formula era verdadeira ou falsa).

Esta última propriedade foi chamada por Hilbert como o “entcheidungsproblem”, ou problema da “decisão”.

Alan Turing e Claude Shannon trabalhando em maquinas de codificação (para mensagens do governo americano) e decodificação (uma máquina chamada Enigma foi capturado do exercito de Hitler), como ambos os projetos eram secretos, se encontram em refeições e intervalos do trabalho, conforme indica o livro de James Gleick e conversam sobre o problema proposto por Hilbert e não solucionado por Gödel, um documento secreto prova esta passagem de Turing, que era inglês, pela Bell Laboratories, onde trabalhou em decifrar o código da máquina Enigma.

Durante o trabalho de Claude Shannon no laboratório de Vannevar Bush, este sugeriu a ele a Álgebra de Boole.

Shannon neste período trabalhou como monitor no MIT no laboratório de Vannevar Bush, que havia proposto uma máquina “de leitura” chamada de MEMEX (apareceu na revista TIME – foto) não era propriamente um computador, mas uma máquina para cruzar informações de livros (a máquina do seu laboratório era para traçar gráficos estatísticos).

Mais tarde usando o modelo do matemático Alonzo Church que finalizou o projeto de Alain Turing , e a chamada Máquina de Turing é na verdade baseada no modelo de Turing/Church.

O modelo de Norbert Wiener eram máquinas de modelos eletrônicos de feedback, embora seja ele que fundou a Cibernética, a ideia era de criar modelos para movimentos e transformá-los em modelos de solução de problemas, eram contemporâneo de Vannevar Bush do MIT.

 

A animação no oriente

10 jul

Ainda que cresçam os vídeos de internet e a disponibilização de filmes em canais Narutopagos e sites aluguel online como o Netflix, o cinema ainda mostra vigor mesmo em países onde a tecnologia é de ponta, caso do cinema japonês, com a bilheteria de “Your Name” (Kimi no na wa), que chegou a 180 milhões de espectadores em 2016.

O que deve ser olhado é a mudança de linguagem, e o morfismo dos personagens, mais humanos, que também não estão longe dos famosos (entre os jovens) desenhos, podem-se citar Digimon Adventure, Naruto, Pokémon, Sailor Moon, Cowboy Bebop, Dragon Ball Z, Dragon Ball GT, Os Cavaleiros do Zodíaco, Sakura, Hamtaro, Digimon, Beyblade e Inuyasha.

Além dos já famosos desenhos de mangá, os desenhos dos filmes animados são muito coloridos, ricos em detalhes, com roupas elegantes, mas originais, e embora as histórias sejam irreais (não confundir com virtuais), os heróis cuidam das cidades e valorizam a imaginação com poderes especiais, que atraem crianças e adolescentes, num mundo carente de utopias e fantasias, não é de se imaginar o porquê de tanto sucesso.

O filme, Kimi no na wa (Seu nome), faturou cerca de 76 milhões de dólares na China, desde a estréia dia 2 de dezembro,

A distribuidora Toho do filme Kimi No Na Wa, disse que as vendas de bilheteria na China superaram os 9 bilhões de ienes, ou cerca de 76 milhões de dólares, desde a estréia no dia 2 de dezembro. 1 milhão de dólares na conservadora Tailândia.

Dirigido por Makoto Shinkai, conta uma história de amor de dois jovens do ensino médio, e que trocam de corpos, passando a viver uma aventura rica em fantasia e sentimentos, teve o lançamento no final de 2016 em 91 países, incluindo a França e Coréia do Sul, mas ainda sem data para o Brasil.