
Holografia chegou para ficar
Holografia já veio para ficar, já existem técnicas de projeção tanto como uso de cubos ou pirâmides de vidros com uso de óculos(holographic glass) ou sem vidros e sem óculos (no glass), tais como as fotos ao lado.
Como sempre é a agressiva indústria de games a que primeiro desponta com novas tecnologias, foi assim a realidade aumentada com os Pokemons, e agora a holografia com óculos e games no Windows Holographic VR headset (Virtual Reality) com o handset de 350 gramas, 200 gramas menos que o HTC VIVE, ambos em lançamento previsto para este ano.
As informações contidas no site especializado do The Verge, diz que o design é confortável do novo equipamento da Lenovo utilizando painéis OLED com resolução 1440×1440, mais definida que Óculos Rift, mas o protótipo levado ao último evento da CES 2017 não estava funcionando (rs).
Um detalhe apontado como importante é que seus sensores internos permitem que o equipamento seja usado caso seja necessário se ter uma câmera externa de detecção, isto não é pouca coisa, pois ambientes holográficos com imersão total podem surgir a partir daí.
O preço final especulado em alguns sites, entre eles o The Verge é que ficará próximo aos US$ 300, que aqui daria algo em torno dos R$ 1 mil reais, mas com os impostos sabe-se lá para o teto que vai.
Algumas “promessas” de Trump
Começa hoje o mandato dos mais polêmicos de um presidente dos EUA, e se construir o muro na fronteira com o México se tornará ridículo.
Sobre a imigração, não é sofisma, claro que ele fala dos 11 milhões de migrantes clandestinos que vivem no país, mas muitos já tem filhos e famílias radicadas lá, e o simples fato de ser de outra religião ou raça não poderia nunca diferenciar uma pessoa e seus direitos civis.
Reformar Washington, o que chama de tirar os “amigos de Clinton” em muitos casos são senão profissionais ou até mesmo pessoas com preferencia partidária pelos democratas, e para toma emprestada a ideia de Abraham Lincoln, feita num famoso discurso de 1863, em que pediu a união dos americanos, mas o contexto era bem diferente, e pode ser visto no filme com recente do filme Lincoln, onde entre outras coisas lutou pela igualdade racial.
Quer assinar a maior “revolução tributária” do país, hoje o teto está em 35% de cobrança dos lucros, ele quer limitar a 15%, isto beneficia apenas a concentração de renda e as consequencias para os programas sociais são mais do que óbvias, vai faltar dinheiro.
Vai rever todo o comércio exterior, fez campanha contra a Parceria Transatlântica de Trocas e Investimentos (TTIP) que seria uma cooperação com a União Europeia, também os tratados com Canadá e México seus vizinhos e os acordos da NAFTA serão revistos, será uma guerra comercial.
A política externa é ainda mais ameaçadora, é contra acordos de paz com a Palestina, vai rever a proteção aos aliados da OTAN e quanto a Síria irá apenas combater o Estado Islâmico, é mais lenha na fogueira da guerra
Sem as duas nações mais industrizalidas do mundo aderirem aos programas ecológicos propostos desde a Rio 1922 (Rio92) chegando a Paris 2015 (COP2015) os ativistas e defensores do planeta sofrem uma dura derrota, para Trump: “o conceito de aquecimento global foi criado por e para os chineses manterem o setor industrial dos EUA não-competitivo”, escreveu num twitter e repediu na campanha.
O conceito mais retrógrado e duro com os próprios americanos é a ideia de apagar todo o legado Obama, hoje admirado no mundo inteiro, de acordo com Stephen Moore, que era seu conselheiro de campnha, há pelo menos 25 “ordens executivas” para Trump reverter e apagar o que Obama deixou.
Por último o aspecto legal, por que alguém pode imaginar que com tanto autoritarismo, talvez possa sofrer um impeachment, a subita morte de Antonin Scala, membro do Supremo Tribunal de lá, e a indicação do substituto por Trump dará maioria conservadora ao Supremo, e muitas leis serão revistas.
Se é que isto é uma noticia boa, do outro lado podemos prever um isolamento dos EUA, muita crise interna e uma militância acirrada já prometida por ativistas, artistas e democratas.
Hermenêutica, senso comum e formação.
Com o conceito de senso comum, usará outro conceito guia: o juízo, e usará para isto algo de Kant, depois de tê-lo criticado, para ele juízo: “é, enfim, não tanto uma faculdade, mas uma exigência a ser apresentada a todos” (p. 78).
Finalmente apresentará o conceito guias: juízo ao gosto, aqui esclarece claramente que não é nenhum conceito ideal, nem ‘questão de gosto´, mas algo social:
“O gosto não é somente o ideal que apresenta uma nova sociedade, mas em primeiro lugar vem a formar-se, sob o signo desse ideal do ´bom gosto´ aquilo que, desde então, se denomina a “boa sociedade” (p. 84), Gadamer faleceu em 2002, mas pode bem servir para hoje.
Se não ideal como chegar-se a ele? E responde: “não mais através do nascimento e do status, mas basicamente, através da comunhão de seus julgamentos, ou melhor, sabendo elevar-se da parvoíce dos interesses e da privacidade das preferências para exigência do julgamento” (idem).
Não é o conceito guia, mas toda a fenomenologia está fundamentada na vivência, isto é, os conceitos e questões devem ser desenvolvimento e aprovados socialmente, ou seja:
“A vivência possui uma imediaticidade que se subtrai a todos as opiniões sobre o seu significado. O que denominamos enfaticamente de vivência significa, pois, algo inesquecível e insubstituível, que é basicamente inesgotável para uma determinação compreensível de seu significado ..” (pag. 126), e assim.” Algo se obtém, de fato, a cada vivência.” (pg. 130).
É desta formulação que brotará a ideia de horizontes, e fusão de horizontes, enfatizada que ela é um conceito particular de situação, que no diálogo com outro significa sua posição:
“Esse não é um verdadeiro diálogo; não se ´procura o entendimento sobre um tema, já que os conteúdos objetivos do diálogo não são mais que um meio para conhecer o horizonte do outro … o outro se torna compreensível em suas opiniões, a partir do momento em que se tornou reconhecida sua posição e horizonte, sem que, no entanto, isso implique no fato de que chegamos a nos entender com ele …” (pg. 553)
Mas antes de concluir o volume I procurará responder a questões fundamentais: “trata-se de uma descrição correta e suficiente da arte da compreensão histórica, a de que é necessário aprender a deslocar-se a horizontes alheis? Pode-se dizer, nesse sentido, que existem horizontes fechados?” (pag. 554), onde lembra as objeções de Nietzsche sobre o historicismo e sua ligação “fechada” com o mito, e esclarecerá que toda a compreensão histórica do Iluminismo não foi senão a perspectiva romântica do indivíduo solitário, da mesma maneira queo horizonte fechado “que cercaria uma cultura é uma abstração” (pg. 455), pois o “horizonte é antes, algo no qual trilhamos nosso caminho e que conosco faz o caminho” (idem), ou seja, nossa meta.
Isto não é um resumo, nem mesmo uma gota do pensamento de Gadamer, mas procuramos aqui delinear algumas chaves de leitura para poder indicar um pensamento contemporâneo maduro e profícuo.
GADAMER, H.G. Verdade e Método, Petrópolis: Vozes, 1996.
Verdade & Método e sua hermenêutica
Depois de esclarecermos a questão do método, ela é importante por causa da questão da ciência, deve-se entender que este não é o problema fundamental dela, embora esteja relacionada com conhecimento e verdade ela o é, assim afirma Gadamer (pag. 31-32 )
“O fenômeno da compreensão que perpassa não somente tudo o que diz respeito ao mundo do ser humano. Seu propósito é o de procurar por toda parte a experiência da verdade, que ultrapassa o campo de controle da metodologia científica, e de sua própria legitimação, onde quer que a encontre .” (pag. 30)
O objetivo principal, ainda que não declarado explicitamente, é o de demonstrar a fragilidade do pensamento filosófico contemporâneo, pois via a noite do pensamento ocidental:
“… o juízo que, em nosso tempo, inundado de rápidas transformações, se encontra ameaçado de obscurecimento. O que está se transformando impõe-se à vista, incomparavelmente mais do que algo que continua como sempre foi. As perspectivas que resultam da experiência da transformação histórica estão, por esta razão, sempre correndo o risco de se tornarem distorções, por esquecerem a ocultação daquilo que persiste.” (pag. 34)
Gadamer deseja retomar a boa tradição humanística, claro isto é um juízo de valores, mas já desenvolvemos algo aqui, mas um ponto central é o contributo hegeliano sobre a “formação”:
“Aqui formação não significa mais cultura, isto é, aperfeiçoamento de faculdades e talentos. A ascensão da palavra formação desperta, mais do que isso, a antiga tradição mística, segundo a qual o homem traz em sua alma a imagem de Deus , segundo a qual ele foi criado, e tem de desenvolvê-la em si mesmo.”(pag. 50), isto independe de religiosidade, significa interioridade.
Retoma também conceitos de Hegel, que usou o conceito de formação, disso desta forma “foi justamente a isso que, seguindo Hegel, salientamos como uma característica universal da formação, o manter-se aberto para o diferente, para outros pontos de vista mais universais.” (pag. 50-58).
Por isso escrevemos desde o início deste blog: “o in-formar”, a palavra informação tem este sentido e isto pode também ser encontrado na literatura das assim chamada “Ciência da Informação”, esclarece usando o conceito de “senso comum” de Vico e o que é bem comum:
“.. não somente aquela capacidade universal que existe em todos os homens, mas, ao mesmo tempo, o senso que institui comunidade. É um sentido para a justiça e para o bem comum … parece com uma virtude do trato social, mas há, na verdade, um embasamento moral, mesmo metafísico.” (pag. 70-76).
Gadamer definirá isto a partir dos conceitos de senso comum e formação.
GADAMER, H.G. O problema da consciência histórica, 3ª. Edição. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
Verdade & Método e a lógica indutiva
Conforme já explicamos, o esboço revisado de O problema da Consciência Histórica, após a escrita de Verdade e Método, obra máxima de Hans-Georg Gadamer, é uma boa introdução a esta obra que esclarece muitas questões da filosofia contemporânea: o seu problema que é claro entre outros é sua relação com a mudança social, a questão do método e principalmente o que é verdade, mas terá pontos secundários não menos importantes, tais como o diálogo.
Retomando a tradição humanista fará uma releitura de São Tomás, Santo Agostinho e Vico, e esclarece o principal problema da filosofia de nosso tempo: “se diferencia da clássica tradição da filosofia pelo fato de não representar nenhuma continuação imediata e ininterrupta dessa última.” (Gadamer, 1997, pg. 35).
Critica a instrumentalização do pensamento filosófico no ocidente que fez dele: cujas relações com conceitos tornaram-se “um estranho descomprometimento, quer suas relações com esses conceitos sejam da espécie de uma concepção erudita, para não dizer arcaizante, ou da espécie de uma manipulação técnica, que faz dos conceitos algo como ferramentas.” (pg. 36).
Criticará o que é chamado como ciências do espírito e colocará como transcendente dentro de uma dimensão estética, negando o contexto da lógica de Stuart Mill, que afirma ter uma formulação mais correta no Tratado da Natureza Humana, e todo o equívoco deste conceito.
Cita o autor J.G.Droysen, estudioso da história do helenismo, como uma tentativa importante para uma dar um sentido novo a história: “de que as ciências do espírito deveriam dixar-se fundamentar, da mesma forma, como um grupo independente de ciências.” (pag. 43).
Aponta o logicismo da indução de Stuart Mill, e critica mesmo Scherer e Dilthey ao afirmar que mesmo estes: “continua sendo o modelo das ciências da natureza que orienta a autoconcepção científica de ambos” (pag. 44), é fácil observar as consequências de um modelo que se propõe crítico do modelo romântico, mas acaba retornando-se ao seu próprio núcleo.
Afirma que mesmo Dilthey acabou chegando as constatações que Helmhotz fez, ou seja, que não existe método para as ciências do espírito, e que método aqui: “se as outras condições, sob as quais se encontram as ciências do espírito, não serão, para sua forma de trabalhar, quem sabe muito mais importantes do que a lógica indutiva.” (pag. 45)
Não podemos negá-la afinal Hegel escreveu Fenomenologia do Espírito e mesmo seus críticos procuraram uma método para adequá-la a consciência histórica, esclarece que a resposta que “deram a essa questão não é suficiente … acompanham Kant, por se orientarem pelo conceito da ciência e do conhecimento segundo o modelo das ciências da natureza e procurarem a marcantes singularidade das ciências do espírito no momento artístico (sentimento artístico, indução artística).” (pag. 45)
GADAMER, H.G. Verdade e Método, Petrópolis: Vozes, 1996.
Hermenêutica e o fim do idealismo
Foi Husserl que fez as ciências humanas saírem do sono neokantiano, assim descrito por Gadamer ao falar do que chamou de “hermenêutica da facticidade”: “suas análises do ‘mundo da vida’ (Lebenswelt) e da constituição anônima de todo sentido e toda significação que formam o solo e a textura da experiência mostraram definitivamente que o conceito de objetividade representado pelas ciências constituiu apenas um caso particular” (Gadamer, p. 39).
No entanto Husserl estava preso ainda a uma metafísica subjetiva do fenômeno, como aquela que Hegel definiria como Fenomenologia do Espírito, e então a antiga oposição entre natureza e espírito é revista, fato quase despercebido e ressaltado por Gadamer: “as ciências humanas e ciências da natureza devem ser compreendidas a partir da intencionalidade da vida universal” (idem).
Foi assim que com a retomada da questão do ser, que as descobertas de Husserl ao serem aprofundadas por Heidegger deram um sentido a fenomenologia mais radical: ao perceber: que não é necessário separar, no plano do conhecimento, o ser da natureza do ser histórico “como fazia Dilthey … ao contrário, o modo de conhecimento próprio às ciências da natureza é uma espécie de derivada da compreensão, como diz Heidegger em Sein und Zeit, ´se aplica à tarefa legítima de apreensão das coisas [o Vorbandene, o ente ´subsistente´] em sua essencial incompreensibilidade” (Gadamer, pgs. 39-40).
O conhecimento em Heidegger assume um estatuto ontológico, dito de maneira aparentemente complicada, mas não o é, ao contrário [do conhecimento ideal]: “o compreender é a forma originária de realizar do ser-aí humano enquanto ser-no-mundo.” (pag. 40).
Aqui a diferenciação do interesse prático e do interesse teórico, o compreender é o modo de ser do ser-aí que o constitui como “saber-ser” (savoir-être) e ´possibilidade´”(idem).
O próprio Gadamer explica que para a hermenêutica tradicional, as teses heideggerianas parecem provocação, pois explica, o verbo Versteben (compreender em alemão) tem dois significados: compreender o significado de alguma coisa, e ser entendido em alguma coisa.
Enquanto compreender (versteben) pode significar que entendemos algo como ir a lua ou o funcionamento de um equipamento, já o saber-fazer, tem o sentido de capacidade, e isto significa desempenhar uma tarefa prática, só havendo diferenciação de teoria e prático no plano da capacitação e não no plano teórico.
No dizer textual de Gadamer: “ele [Heidegger] parece distinguir-se essencialmente da compreensão que se obtém num conhecimento científico” (pag. 41).
Embora estejamos no meio do texto, pode-se dizer que é uma conclusão: “se reduzem, finalmente, ao nó comum de um ´eu sei como me ocupar´ isto é, uma compreensão de si em relação a alguma coisa” (pag. 41), em itálico no original.
Consciência entre a epistemologia e o método
Sabe-se no senso comum que o que chamamos de interpretação está intimamente ligado ao método e visão de mundo que temos, mas na prática, ficamos no “é minha opinião”.
Gadamer vai mais fundo neste tema, ao colocar que “aquilo que a consciência moderna assume precisamente como ‘consciência histórica´- uma posição reflexiva com relação a tudo que é transmitido pela tradição.” (pag. 18), ou seja, “a consciência histórica já não escuta beatificamente a voz que lhe chega do passado, mas, ao refletir sobre a mesma, recoloca-a no contexto em que ela se originou, a fim de ver o significado e o valor relativos que lhe são próprios” (idem).
E sentencia: “esse comportamento reflexivo diante da tradição chama-se interpretação” (pag. 19), e explica que essa noção de interpretação“ remonta a Nietzsche, segundo o qual todos os enunciados provenientes da razão“ são suscetíveis de interpretação” (pag. 21).
Entretanto retorna a Hegel para esclarecer que “as ciências humanas possuem com as ciências da natureza, vinculo que as distingue precisamente de uma filosofia idealista: as ciências humanas possuem igualmente a pretensão de se constituir como legítimas ciências empíricas, livres de toda intrusão metafísica, e recusam toda construção filosófica da história universal (idem), e aqui entramos na questão do método.
A ideia de adotar métodos científicos das ciências da natureza, impediram que as ciências humanas tivessem procedessem a uma tomada de “consciência radical acerca de si mesmas” (idem), e pergunta ao final do parágrafo: “Porque não antes o conceito antigo, grego, de método deveria prevalecer?” (pag. 21)
Utiliza Aristóteles para explicar a questão de método: “a ideia de um método único, que se possa determinar antes mesmo de investigar a coisa, constitui uma perigosa abstração, é o próprio objeto que deve determinar o método apropriado para investiga-lo” (idem).
A tradução brasileira tem 71 páginas, é de leitura fácil e simples, e considero útil para uma introdução na obra prima de Gadamer “Verdade e Método”.
GADAMER, H.G. O problema da consciência histórica, 3ª. Edição. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
O problema da consciência
Enfatizamos que ainda que a sociologia de Bauman trate de questões sociais importante, há um problema de “consciência líquida” e a nosso ver uma relação com a hermenêutica e como trata o problema da consciência, Husserl diria: que consciência deve ser de “algo” e portanto não é possível trata-la com o idealismo, que vê o algo fora do sujeito.
O melhor livro sobre a questão é Verdade e Método de Hans-Georg Gadamer, mas um livro escrito anteriormente, que ele próprio disse que seria dispensável por ser um esboço desta sua obra maior, “O problema da consciência história” a nosso ver tem algo novo e importante.
Diz o próprio autor na introdução, que ao ser convidado para conferências na universidade de Louvain, que o problema da “consciência histórica” embora seja algo que envolve a Europa, foi somente na Alemanha “que esse tema desempenhou um papel central na filosofia, especialmente graças a Wilhelm Dilthey … fora da esfera da cultura alemão, a tradição romântica do Geitesuwisenschaften“ (pag. 10), está mais relacionada a filosofia da natureza.
É por isto, que a nosso ver, esta obra seminal de Verdade e Método, não apenas aprofunda o problema da “consciência histórica”, mas principalmente desvenda a relação com a filosofia da natureza, que fora da Alemanha influenciou profundamente as modernas teorias do estado.
A tradução que lie que vem da edição francesa de 1996, já é a revisada pelo próprio Gadamer e, portanto, já é uma releitura, e nela há uma questão importante sobre às artes reprodutivas e seu óbvio relacionamento com as tecnologias , enquanto na concepção alemã “buscam paridade com as ciências naturais” (pag. 11).
Segundo Gadamer, se Dilthey se propôs fornecer uma base epistêmica para entender a questão, não foi como um interprete de texto, mas como um teórico do método de uma escola histórica que não via a “compreensão de textos ou fragmentos do passado como o seu objetivo último” (citação do próprio Gadamer), sua visão hermenêutica como sucessor de Schleimacher, espera poder compreender como a história pode, “em última instância ser compreendida.” (pag. 12).
“A hermenêutica é o método universal das ciências históricas” (pag. 12).
GADAMER, H.G. O problema da consciência histórica, 3ª. Edição. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
* Geitesuwisenschaften: em alemão ciências humanas ou humanidades, mas o significado é mais amplo, poderia ser traduzido de modo simplificado como “ciências do espírito”.
Nova yahoo diz a que veio
Após a venda em julho de 2016 da Yahoo para a indústria de eletrônica digital Verizon, por 4.8 bilhões de dólares (cerca de 15 bilhões de reais), agora as primeiras mudanças são anunciadas, a mais importante é a saída da CEO Marissa Mayer , e o nome que talvez seja Altaba.
A mudança indicava o fim de uma era, pois o Yahoo além de seus serviços e os bilhões de visitantes por mês, foi o responsável no início da Web, pela entrada de muita gente na rede.
Agora já se sabe que pedaços da nova empresa Altaba, o nome diz muito, serão de uso pelo mega-site de vendas Alibaba e do portal japonês de internet, até agora chamado de Yahoo Japan, mas que também poderá mudar de nome.
Com a saída da CEO, a ideia é transformá-la num site de investimentos e uma junta de diretores que será reduzida de 11 para 5 pessoas, garantindo agilidade e bons negócios.
As declarações não foram oficiais, mas desde o vazamento de dados que ocorreu em dezembro de 2016, alto em torno de dados de 1 bilhão de usuários, ou seja, o maior da história, a nuvem sobre o futuro da empresa vai se desfazendo.
Nesta época, e com um segundo vazamento, o negócio quase fracassou, porém agora é irreversível.
Este novo modelo de investimento, isto é, usando sites e captando recursos nas redes digitais, pode ter impacto no mercado mundial, apesar dos governos recuarem ao modelo anterior que era fundado em empresas dispondo de recursos e empregos no próprio país.
Morreu Zygmunt Bauman (1925, 2017)
Morreu nesta segunda-feira (09 de janeiro), o sociólogo polonês (Poznan, 1925) que era de família judia, e fugiu de seu país e do nazismo para a antiga União Soviética, e mais tarde foi membro do Partido Comunista, de onde foi expulso por causa de suas obras.
Era professor emérito da Universidade de Leeds, cidade onde faleceu ontem aos 91 anos de idade, criou conceitos como modernidade líquida e amor líquido, porém não compreendeu o poder das redes sociais, às quais criticava duramente e também não elaborou devidamente a crise da modernidade, ao prever que ela iria percorrer um grande caminho até a inauguração de uma nova época, analisando a crise do Estado.
Entre obras, ainda pouco lidas e analisadas, estão como A Cultura Como Praxis (1973, sem tradução no Brasil), Desafios do Mundo Moderno (2015) e A Riqueza de Poucos Beneficia Todos Nós? (2015), por serem muito recentes.
Contrapus ao seu livro Vidas Desperdiçadas analisado em um post, o livro O desprezo pelas massas de Peter Sloterdijk, e também outras análises de sua defesa enrustida da modernidade comentamos em vários posts, e ainda em outro post fiz uma síntese de sua “liquidez” com a questão da consciência.
A última análise que fizemos de Bauman foi uma entrevista dada ao jornal El País, em 2016 , na qual o próprio jornal afirma seu pessimismo:. “seu diagnóstico da realidade em seus últimos livros é sumamente Crítico.”
Certamente suas duas obras merecem ser lidas, é um pensador profundo, porém reafirmo meu ponto de discordância, apesar de vivermos em tempos de retrocessos, historicamente a humanidade sempre soube transpor suas maiores dificuldades no caminho de um progresso para todos, o que estamos vivendo é um fim de uma “época” ainda que não saibamos o que virá depois, é certo que há uma demanda por mudanças estruturais na sociedade.