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Nature e a cura do câncer
A polêmica social após uma ordem judicial que obriga a USP a fornecer um remédio milagroso para a cura do câncer, a fosfoetanolamina, que a USP contestou e ganhou na justiça, agora chega a prestigiosa revista científica Nature, que defende a posição da USP.
A última edição da revista traz além de um artigo, a reconstituição do caminho da substância, desde sua elaboração e uma alegada eficácia, os testes ainda inconclusos, até sua distribuição não oficial e porque a justiça brasileira resolveu intervir para limitar sua circulação, devido aos testes clínicos que são necessários para sua distribuição.
O composto, demonstrado que mataria células tumorais apenas em testes de laboratório e em ratinhos (Ferreira et ai AK Anticancer Res 32, 95-104;.. 2012).
Drogas que parecem promissores em estudos de laboratório e em animais têm um notoriamente elevada taxa de insucesso em testes em humanos.
Apesar disso, alguns químicos no campus da Universidade de São Paulo em São Carlos ter fabricado composto por anos e distribuiu às pessoas com câncer.
Alguns desses pacientes têm reclamado recuperações notáveis, perpetuando a reputação do composto como uma cura milagrosa, mas científicamente isto não é comprovoado.
A revista Nature em editorial, defendeu a posição da USP.
Participação popular afetada na COP21
Coincidência ou não, a participação popular na COP21 já está afetada pelos atentados da última sexta-feira 13/11 na França.
Paris mais a participação da sociedade civil que seria histórica conferência internacional sobre as mudanças climáticas, que começa no final deste mês, na capital francesa.
Com as medidas de segurança que a França vem tomando, a Marcha Mundial e outras atividades programadas dos movimentos sociais que foram previstas para a ocasião, talvez sejam limitadas, imobilizadas ou até mesmo proibidas.
A 21ª Conferência do Clima (COP21), que acontecerá entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, previa a adoção de um tratado vinculante histórico sobre as emissões de gases, e contará com a presença de quase uma centena de chefes de governo e de Estado.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, destacou a importância que a COP21 terá para frear o impacto das mudanças climáticas em todo o mundo, e em particular no hemisfério sul: “Esperamos que exista a maior cobertura e a maior participação possível da sociedade civil na COP21”, declarou o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.
Sem a participação popular e apresentação de uma agenda realmente avançada será que podemos esperar posições mais avançadas ?
A três semanas da COP21
A três semanas da abertura da conferência de Paris, já se realizou a Pré-COP, com a presença de cerca de 70 países e sob a presidência de Manuel Pulgar Vidal – ministro do meio ambiente do Peru e presidente da COP20, a conferência anterior.
Na ordem do dia foram quatro os temas centrais: a ambição do acordo, sua equidade, as ações concretas a serem adotadas antes de 2020 e o financiamento a ser mobilizado após 2020.
O ministro francês das Relações Exteriores e do Desenvolvimento internacional, Laurent Fabius, que é o presidente da COP21, apresentou a imprensa os principais objetivos desta reunião ministerial preparatória.
Laurent Fabius declarou: ““Temos tido com o pré-COP um passo importante antes de Paris, mas estamos mais do que nunca e mobilizar a tarefa que resta é considerável”, resumiu em na conferência de imprensa.
O Brasil embora tenha uma proposta audaciosa de contribuição no INDC (Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada, na sigla em inglês), que seria de 43% (o site oficial do evento registra 37%) envolveria o desmatamento ilegal, o reflorestamento de 12 milhões de hectares, a recuperação de 15 milhões de pastagens degradadas e a integração de 5 milhões de hectares em lavoura, pecuária e florestas.
Mas temos uma matriz extremamente suja (as hidrelétricas em vias de privatização e as onerosas usinas nucleares que já se tentou paralisar), e metas aqui não são sérias, vide as metas da economia e de respeito às conquistas trabalhistas.
Internet das Coisas na prática
Três soluções demonstram como usar na prática segundo IoT (Internet of Things) Gateways Solutions, publicano na revista on-line IDGNow.
A primeira é a automação de climas em casas, a Automated Greenhouse Climate Control, construída usando diversos sistemas, depende do mínimo da intervenção humana, o sistema chamado de Edge Analytics permite o controle de clima de uma estufa totalmente autônomo permitindo o máximo de converto tanto para plantas, como animais e pessoas, a conversa entre os micros sistemas é feita a partir de resultados do Cloud Analytic, e comunicação pela Secure API, tendo como objetivo maximizar o ganho de produção e conforto com o monitoramento e ajuste do clima interno, diminuindo custos no caso de produção.
O segundo está sendo apresentado hoje na feira de transporte Telematic & Fleet Management, que é um software instalado em caminhões que torna possível além do monitoramento e posição do veículo, realizar diagnósticos em tempo real das condições da máquina podendo avisar o condutor e propiciar a manutenção preventiva do veículo, um equipamento da Secure API é responsável pela coleta, troca e compartilhamento de dados da frota de caminhões com a central.
O terceiro é um sistema para casas inteligentes, chamado Yoga Smart Home, que se conecta a praticamente tudo: detectores de segurança com ou sem fios, câmeras, termômetros, tomadas e lâmpadas inteligentes, sistemas de entretenimento, travas e eletrodomésticos, permitindo o monitoramento dos dispositivos a partir da conexão com a internet.
A COP21 e o G7
Esquenta o clima (ao menos no Brasil), esquenta a corrida para a COP21, a Conferência de Paris sobre o Clima, mas o G7 quer esfriar tudo, o clube das 7 nações mais ricas do globo.
Segundo um estudo, do qual participou a brasileira radicada na Suiça, Márcia Rocha, o que os G7 propõe não vai servir para frear os 2 graus Celsius que as emissões de gases provocarão no planeta até 2030, a meta terá cumprido algo em torno de 30% do necessário apenas, conforme informe do blog Observatório do Clima.
As análises do Climate Analitics mostram que seguindo as políticas atuais somadas, só atingiremos 5% do chamado “hiato de ambição”, o Canadá um dos membros do G&, afirmou com a meta para 2020 estaríamos aumentando em 35% o chamado INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas) em relação a 1990.
O relatório propõe 3 recomendações ao G7: aumentar significativamente a ambição de suas INDCs daqui até a conferência de Paris, em dezembro; que reforce as metas atuais, para que o esforço de corte fique menor após 2020; defender que os ciclos de revisão das metas do novo acordo sejam de cinco anos, e não de dez, para evitar que metas pouco ambiciosas acabem executadas durante muito tempo.
Enquanto os grandes se mobilizam, as redes sociais também, em todo mundo haverá manifestações, no Brasil já há uma convocação pelas redes de uma manifestação para o dia 29 de novembro.
Tecnologias que podem mudar nossas vidas
Muitas coisas podem impactar nossas vidas e mudar a maneira como o mercado e até mesmo as pessoas se comportam, é o caso de muitas tecnologias, mas ainda há algo para acontecer.
Impressoras 3D, cresceu 35% desde 2011, os valores movimentados eram em torno de U$ 1,7 bilhões está acima de 3 bilhões de dólares este ano e poderá chegar a 6,5 bilhões até 2019, conforme avaliação da Alliance Bernstein, e isto poderá afetar até o modo de produção.
Já postamos aqui que o Skype estarão fazendo traduções on-line numa tentativa de disputar um espaço preenchido cada vez mais pelo WhatsApp, a sensação de cidadania mundo irá aumentar com isto e a aldeia global vai se convertendo numa Pátria-Mundo, como previra Edgar Morin.
A empresa Joule Biotechnologies ao invés de usar matéria orgânica, precisamos frear a produção orgânica para combustíveis infelizmente é o caso da cana e do milho, está tentando realizar modificações genéticas para microrganismos fotossintetizadores (foto) que usam a energia solar para transformar dióxido de carbono em etanol e diesel, que é carbono e oxigênio (C02).
Isto poderá modificar a cadeia produtiva que depende de combustíveis fósseis.
Um mundo em mudança depende das tecnologias e elas podem e devem afetar a vida humana, mas é claro, todas as decisões são tomadas por homens (e mulheres).
Tapete Vermelho para Mazzaropi
Em tempos de entender a verdadeira história e identidade do brasileiro, deveríamos além de olhar a dura realidade que quase virou um milagre, mas não virou, estudar personagens quase desconhecidos da história da literatura e do cinema brasileiro.
Assisti quase por acaso, num Hotel do nordeste, o filme Tapete Vermelho, que conta a estória de Quinzinho (Matheus Nachtergaele) que quer cumprir a promessa de levar seu filho, e a contragosto também Zulmira (Gorete Milagre, ô Coitado) para ver um filme de Mazzaropi.
Na jornada vão do sertão que moram passando por cidades cada vez maiores, e vão vendo as salas de cinema se transformar em lojas, padarias, igrejas e enfrentando situações curiosas e mágicas, numa homenagem a Mazzaropi, desfilando a cultura da gente simples do Brasil.
O filme com direção de Luiz Alberto Pereira, produção de Ivan Teixeira e Vicente Miceli, tem ainda belas músicas de Renato Teixeira, é de 2006 e não deveria ter passado despercebido.
O menino que interpretou o filho Neco, Vinicius Miranda foi escolhido numa seleção de mais de 200 crianças, e o elenco teve apoio de grupos de Teatro de Taubaté e São Paulo.
Parabéns tardios ! Vale a pena ver não apenas pelos atores, mas a “paisagem brasileira”.
USP realiza Virada Científica
Com mais de 300 atividades gratuitas, nos dias de hoje e amanhã (17 e 18/10) a primeira edição da Virada Científica realizada neste ano de 2015.
O evento é uma parceria entre a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação vai oferecer, num espaço de 24 horas.
De acordo com Eduardo Cooli, coordenador geral do evento uma grande novidade está na Praça do Relógio, localizada na Cidade Universitária, com ateliês e espetáculos circenses protagonizados pelo Circusp, com a intenção de criar um movimento maior nesta Praça que é bastante central.
Ali também estará o Palco Ciencidade, onde haverá algumas atrações como “Do skate às artes plásticas”, “Câncer: conhecer para controlar” e outros.
Todas as oito unidades de USP terão atividades: São Carlos, Bauru, Pirassununga e Lorena, na capital estão incluídas as unidades do EACH (Escola De Artes, Ciência e Humanidades) e a Casa de Dona Yayá.
Estarei dando a Palestra “Funcionamento e peculiaridades das Redes Sociais” às 17 horas no Instituto de Geociências, na USP do Butantã.
Viciados em tecnologia digital
A maioria das pessoas costuma confundir o fato que há pessoas viciadas em tecnologia, com o fato de que tecnologia digital seja uma espécie nova de “droga” que contaminou a todos.
Há maneiras bastante simples de diagnosticar e combater o vício de tecnologia, explica a médica Nerina Ramlakhan, especialista em maneiro de energia e técnicas para dormir do hospital de Nightingale, em Londres, em entrevista à BBC News.
Explicou dizendo que isto é para pessoas que não conseguem desligar dos gadgets mesmo antes de dormir: “Então, você vive em modo de sobrevivência. O seu sistema nervoso simpático está funcionando em ritmo forçado. Suponho que você se sinta arrasado à tarde, o que significa que o seu organismo está atuando à base da adrenalina, noradrenalina e cortisol”, então realmente está realmente viciado.
O perfil dos pacientes quase sempre é o mesmo: perfeccionismo, tendência a querer controlar tudo e bruxismo (ranger os dentes ao dormir).
Uma das formas radicas de autocontrole é receber doses contínuas de dopamina, um hormônio liberado no cérebro pelo hipotálamo, com isto melhora a motivação, aumenta os batimentos cardíacos, melhora o humor, mais capacidade de processar a informação e mais sono, explicou a doutora Ramlakhan.
Ela recomenda uma receita de quatro passos bastante simples para controlar este vicio:
– criar um “entardecer eletrônico”, ir se afastando de dispositivos eletrônicos, por exemplo, leia um livro (que não seja eletrônico).
– mantenha o relógio afastado durante a noite, para não saber as horas, com isto evita a ansiedades do tipo: tenho que dormir, não consigo relaxar, etc.
– não usar smartphone como despertador, recarregue a energia saudável: tome café da manhã, mas na meia hora após acordar prefira outra bebida ao café.
– mantenha-se hidratado, pelo menos dois litros de água ao dia.
É claro o importante é usar a tecnologia só o necessário e evitar a “fadiga tecnológica”.
Tecnologia e natureza são inimigos ?
A resposta que muita gente daria é claro que sim, mas isto porque na cultura ocidental queremos mais e mais tecnologia e quase nunca pensamos na natureza, é a nossa maneira de lidar com isto que está errado, nem a natureza nem a tecnologia sabem que são inimigas ? aliás isto é um absurdo, mesmo que seja um robô olhando para algum animal.
Queremos internet grátis, não desgrudamos dela, e dizemos que são as crianças que estão apegadas, repudiamos a caça ilegal de animais, mas não nos incomodamos com bandidos que contrabandeiam peles e animais, queremos praias tranquilas, mas precisamos de avião para chegar lá.
Na prática, não amamos a natureza com “atitudes” e não colocam a tecnologia no seu lugar.
O Filósofo científico Christopher Petter afirmou em seu livro How to Make a Human Being (Como fazer um ser humano, em tradução livre) afirma: “o ser humano nunca fez parte da natureza, sempre fizemos parte da tecnologia”, e os jovens que acabaram de nascer não são culpado, eles são frutos de uma vida vivida que nós adultos criamos.
Homem natural, na verdade é um homem cultural, submetido e idólatra das estruturas sociais que ele criou, ele é um ser antropotécnico, pois a tecnologia é apenas um conjunto de estratégias que a vida cotidiana usa para viver: ônibus, carro ou bicicleta para se locomover, fogão, geladeira e enlatados ou comida ensacada para comer, e uma parafernália para ser feliz e se realizar afetivamente, as vezes mal observando o ser que está ao seu lado.
É preciso um olhar para as tecnologias de contribuição, de inteligências coletivas e de aceleração da inteligência, que Peter Sloterdijk chama de “homeotechniques” desenvolveu em seu livro “La domestication d’être” a construção de uma nova estética e uma nova política