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Arquivo para a ‘Tecnologia’ Categoria

Inteligência Artificial e planejamento

26 jan

Todos nós desejamos situações ideais e perfeitas, como diz Margaret Boden evidentemente isto não é restrito a IA, o nosso dia a dia, as nossas viagens e o futuro dependem deste planejamento, o simples voluntarismo, ou o simples desejo (está na moda mentalizar desejos) não resolvem nenhum problema e na maioria das vezes provocam ansiedade e frustração.

No caso da computação, “o planejamento possibilita que o programa – e/ou o usuário humano – descubra quais ações já foram realizadas e porquê. O ´por quê´ se refere à hierarquia do objetivo: esta ação foi realizada para satisfazer aquele pré-requisito, para alcançar tais e tais objetivos secundários” (Boden, 2020, p. 44), isto em alguns planejamentos de programas de computação é chamado de “engenharia de requisitos”.

No caso de IA, existe tanto um “encadeamento para a frente” como “encadeamento para trás”, que explicam e ajudam o programa a encontrar soluções, para isto existe também uma hierarquia, também existe uma hierarquia de tarefas e a autora acrescenta que tanto o planejamento como a hierarquia foi rejeitada por “roboticistas” da década de 1980, e hoje foi incorporada a área.

Existem vários condicionantes de IA que não são claramente expostos e que explicam melhor o que é a IA, por exemplo, “existe uma grande quantidade de hipóteses simplificadoras não matemáticas na IA que geralmente não são mencionadas. Uma delas é a hipótese (tácita) de que os problemas podem ser definidos sem levar em conta as emoções” (Boden, 2020, pg. 46) que é tratado no tópico seguinte e cujo assunto é apenas inicializado.

As redes neurais artificiais que auxiliaram muito o desenvolvimento da IA são bem diferentes de redes semânticas, uma vez que esta já são desenvolvidas a partir da experiência e da interação humana e só depois destes tópicos é que Capítulo 6 é que a autora faz a pergunta sobre o que é a Inteligência Artificial de verdade, como as perguntas capitais “Será que teriam egos, postural moral e livre-arbítrio? Seriam conscientes?” (Boden, 2020, p. 165), e esta pergunta não podemos fugir sem apresentar algum insight filosófico, teológico ou antropológico, talvez um síntese aprofundada dos três fosse mais interessante.

A pergunta em tempos de séria crise civilizatória e necessário uma pergunta anterior: a consciência humana o que seria? Como a tratamos? A ditadura do igual, do insensível e da padronização até mesmo do pensamento nos conduz a uma falsa impressão de que a máquina pode nos ultrapassar (o ponto de singularidade).

BODEN, Margaret A. Inteligência Artificial: uma brevíssima introdução. SP: Ed. UNESP, 2020.

 

Futuro da Covid 19

12 set

O número de casos e o número de mortes em queda dão umapercepção que a pandemia teria chegado ao fim, é de certa forma compreensível, porém tanto as vacinas como nos futuros tratamentos os estudos científicos continuam avançando em estudos.

No campo das vacinas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv demonstrou que os anticorpos isolados nos sistemas imunológicos de pacientes recuperados de Covid 19 são eficazes na neutralização de todas e os resultados foram publicados na Nature Communications Biology.

No plano social e individual as cicatrizes da maior crise sanitária vão permanecer, porém uma das lições que todos devemos tirar desta crise é que precisamos de uma co-imunidade, não há como tratar uma pandemia se não consideramos o aspecto social, tanto no tratamento curativo, quando no apoio a situações de emergência.

Ainda é cedo para prever o final total tão aguardado do fim da pandemia, e uma comparação que alguns especialistas fazem é como o caso do vírus H1N1 de 2009, cujo vírus circula ainda hoje na população, porém de forma msi branda após sofrer mutações e com vacinas atualizadas sempre.

O vírus H1N1 hoje já é considerado endêmico, circula o ano todo, porém o impacto é muito menor, porém a vigilância sanitária continua atenta.

Também um grande número de estudos preventivos de futuros processos endêmicos, agora são observados, como já fizemos um post aqui, atentos também a problema de bactérias e fungos.

 

 

Diferença e identidade na filosofia

11 ago

O sistema filosófico ocidental opôs em campos distintos a diferença e a identidade, somente Leibniz tentou criar algo diferente que chamou de Lei da Identidade dos indiscerníveis, enquanto Kant diante da objetividade de seu pensamento, vai dizer que todos objetos são diferentes mesmo que havendo semelhanças, por estarem em lugares diferentes.

Os estruturalistas e pós-estruturalistas moderno fazem uma unificação distinta, afirma que a diferença é constitutiva do significado quanto da identidade, dito de maneira mais direta, a identidade (e também a identidade pessoal) é vista em termos não essencialistas como um construto, porque só produzem significado através da interação das diferenças.

Porém nem o estruturalismo nem o pós-estruturalismo resolve adequadamente esta questão, Derridá cunhou o termo “différance”, um erro ortográfico deliberado de différence a palavra correta em francês, como um gancho conceitual sobre processos de significado em escrita/linguagem, este artificio se destina a uma crítica ontologia essencialista, e ao seu Ser.A

O neologismo diffêrance é assim definido como “o não originário, constituindo-se disrupção da presença”, criando espaços, rupturas e adiando a presença da presença do Ser em sua totalidade, pois a palavra differ em francês é ao mesmo tempo diferir e adiar.

Alguém poderá confundir-se com o lapso quântico, aquilo que o físico Nicolescu Barsarab, usando um princípio do terceiro incluído de Stéphane Lupasco, espaço entre dois “quanta”, mas é preciso lembrar que nem espaço nem o tempo são medidas absolutas na física quântica.

O dualismo é a base de muitas teorias autoritárias modernas, todas elas sob influência do idealismo Kantiano e de certo modo da filosofia aristotélica, onde o ser é e o não-ser não é.

Ela justifica  a exclusão de um terceiro termo, de algo que é diferente e semelhante ao mesmo tempo, é uma abertura filosofias “fundamentalistas”, “racistas” e “cientificistas”, origem do maniqueísmo presente na cultura moderna, entre aspas porque há verdadeiras fé e ciência.

Assim para a ontologia do terceiro incluído o ser é (A), o não ser não é (˥A) e é possível um ser que não-é e é ao mesmo tempo, o terceiro incluído (T), ele está em níveis de realidades diferentes, assim como dizem muitas filosofias e poucas a concretizaram, há realidades além das visíveis.

 

Mundos pequenos e círculos fechados

05 ago

Pequenos grupos podem potencializar seus efeitos sobre uma rede, não apenas pela capacidade de influencia ou de coesão, mas pelo grau de conectividade entre os nós, que na linguagem técnica é chamada de clusterização, não tem nada a ver com círculos fechados, mas as poucas conexões são chamadas de Mundos Pequenos (Small Worlds).

Este modelo de Redes Sociais (vista como um modelo matemático de grafos e não apenas como mídias) observa um fenômeno curioso chamado Mundos Pequenos que foi proposto pela primeira vez por Duncan J. Watts e Steven Strogatz em artigo publicado na revista Nature de 1998, o modelo estabelece que numa rede há um grau de separação entre os pontos (nós da rede) chamado de seis graus de separação.

O livro de Albert L. Barabasi “A nova ciência dos networks”, que expandiu e corrigiu este modelo para escalas maiores chamado por isso de scale-free, está assim descrito na pg. 47 do livro:

““A surpreendente descoberta de Watts e Strogatz é que poucos links extras já são suficientes para reduzir drasticamente a separação média entre os nós … graças a extensas pontes … conectam nós no lado oposto do círculo …”.(Barabasi, 2009).

Assim isto não é o mesmo que círculos fechados, já que apesar de poucas ligações, é preciso que hajam pontes com nós no lado oposto ao do círculos, portanto é necessário esta “abertura”, conforme está citado para nós no lado oposto do círculo.

Isto explica como muitas culturas e informações se expandem ou se fecham de acordo com os tipos de conectividade que tem (a questão da clusterização, no gráfico p=0 até p=1) e devido a possibilidade mais ampla de informações hoje devido a tecnologia, os fatores se tornam mais psicopolíticos que geopolíticos.

Mas também é possível explicar as expansões de períodos anteriores que dependiam da mobilidade e da “abertura” dos círculos a outras culturas diferentes, o cristianismo por exemplo, o livro do Barabasi cita, dependeu da estratégia de Paulo de Tarso que foi falar aos “gentios” e aos povos que não tinham a cultura judaica, e de lá se expandiu em rede.

Mas eram um pequeno grupo (12 apóstolos e depois 72) porém que viajaram pelo mundo ocidental da época, também esta ideia de pequenos mundos continua presente no cristianismo até hoje, embora numerosos, os preceitos de Amor e Solidariedade nem sempre são observados, e isto o reduz a círculos fechados.  

Sobre o futuro também está assim expresso na cultura cristã (Lc 12,31): “Não tenhais medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino”, logo em seguida é contada a parábola do administrador que os empregados não sabem a hora que vai chegar e devem agir sempre esperando o senhor chegar e os encontrar atentos, neste caso refere-se a tesouros verdadeiros que já tratamos em postagens anteriores.

 

A guerra e a fome

26 jul

A guerra não é apenas a disputa de mercados e “ideais” medindo, ela é antes de tudo uma atrocidade em escala, se um assassinato é condenável porque não seria uma guerra ? durante a guerra da Sérvia/Bósnia perguntei a uma ativista sérvia porque queria dizimar a Bósnia, ela me disse que eram fatores históricos que seriam difíceis de explicar, porém dizia que o país dela era “vítima” de bombardeios que não tinham nenhuma justificativa.
Assim é o ódio, a intolerância e a ausência de diálogo, muitas vezes escamoteados com palavras dóceis para ganhar a opinião pública, mas toda guerra tem como princípio alguma atrocidade, algum ódio injustificável e alguma intolerância cultural (pode ser de muitos tipos), não há outro caminho de retrocesso a não ser o arrependimento (de ambas partes é claro) e o reconhecimento que escolheram o pior caminho, claro e depois sentar-se a mesa.
Umas das consequências, já inevitáveis, ainda que haja um acordo para as exportações de grãos da Ucrânia, será a falta de grãos no mercado mundial, conforme o gráfico acima, o país em guerra é responsável por 42% do óleo de girassol nas exportações globais, 16% do milho, 10% da cevada e 9% do trigo (dados de 2019, veja o gráfico) assim como a Russia exporta fertilizantes e o gás para a Europa.
Houve um acordo mediado pela Turquia, porém em função da guerra é fato que parte da produção se perdeu e o preço dos alimentos já subiram no mundo todo, a safra atual será exportada, mas pouco ou nada pode-se dizer das safras futuras, boa parte da população deixou a Ucrânia, inclusive na área rural.
É difícil um processo de retrocesso, aparentemente em todo mundo o confronto e o ódio cultural e social se expandiu, até mesmo entre aqueles que deveriam proclamar a paz.

Explicamos na semana passada (em post) a importância da amizade e empatia entre os homens para uma verdadeira espiritualidade, que pode ajudar a civilização neste processo difícil.

Só há um caminho, modificar o clima de empatia, de paz e de solidariedade entre as pessoas, assim os políticos e líderes que crescem em torno do ódio poderão perder espaço.

 

Pré-ocupação: entre a ocultação e o mistério

14 jul

Conforme desenvolvemos os temas da semana passada, a clareira é a morada do Ser, de modo geral e dentro de determinados contextos: “o que está oculto dentro do todo, e de onde deve emergir o Ser” que elaboramos ali, isto é o que encanta as primeiras imagens do observatório James Webb, dentro do contexto do universo, olhar para grandes mistérios e fenômenos ali.

Sair da ocupação e entrar no mistério é assim deste modo uma expansão do Ser, quando descobrimos um mundo novo no final da idade média, também um conjunto de descobertas em torno da ciência foram sendo iluminadas e também elas foram início de uma clareira, porém o vínculo estreito ao subjetivismo, o trajeto de um objetivismo materialista voltara a ocultar.

Pré-ocupação, significa aquilo que ocupa a nossa mente e por consequência nosso ato, se desenvolve na roda-viva da modernidade em uma “sociedade do cansaço”, onde a pré-ocupação leva ao mesmo tempo a um esgotamento mental e social, e uma falta de contemplação, ou seja, nossa incapacidade de “admirar e pensar sobre alguma coisa” num estado contemplativo.

Assim só é possível sair da pré-ocupação por um processo de clareira do Ser, um mergulho no mistério, uma capacidade de “colocar entre parêntesis” nossos pensamentos e atos (o método do epoché fenomenológico), e assim voltar a “respirar” e sair da toxidade do mundo moderno, não deixamos de analisar e observar os graves fatos da contemporaneidade.

Assim a ocultação, a mitificação ou falsa “mistificação” da realidade é oposta à clareira, e muito diferente do ocultismo, o exemplo das imagens e estudos do James Webb são uma clara visão deste mergulho no mistério, onde sempre podemos encontrar novidades e novos enigmas.

A pré-ocupação é a mesmice do mundo contemporâneo, falsos problemas e problemas verdadeiros ocultos em discursos e modos viciados de enxergar a realidade, como alguém com dificuldade de visão e que não se sujeita ao uso de óculos para clarificar a realidade.

Contemplar é um ato complementar com a vida ativa, e só ela permite uma unidade do Ser, onde mesmo sobre momentos sombrios há luz e serenidade.

 

As 5 primeiras imagens do Observatório James Webb

13 jul

Chegaram as primeiras imagens coloridas do James Webb, de fato são incríveis e também as ferramentas disponíveis para os usuários, além é claro de todos os recursos internos dele.

Um alvo histórico era o Quinteto de Stephan, primeiro grupo compacto de galáxias que foi descoberto em 1787, está na constelação de Pegasus, como diz o nome são cinco galáxias, quatro das quais fazem uma dança entre elas e duas estão bem próximas.

O nascimento no chamado Anel do Sul, uma imensa nuvem de gás que cerca uma estrela moribunda resultado de oito explosões de um antigo sol agora reduzido a uma anã branca.

Um autêntico “berçário” de estrela, os pontos brancos dentro de uma enorme “montanha mística” feita por elementos que “alimentam” a formação de estrela, a chamada nebulosa Carina.

As outras imagens igualmente espetaculares foram o primeiro exoplaneta gigante, mais ou menos metade do tamanho de Júpiter, de WASP-96 b, descoberto em 2014 e que foi mostrado com uso dos recursos internos o espectro de elementos presentes nele, isto é, se tem água e outros elementos químicos que o compõe.

E por fim uma quinta imagem foi mostrada do aglomerado de galáxias, SMACS 0723, que funciona como se fosse uma lupa cósmica para enxergar e ver como são outras galáxias e está é só a primeira.

O uso de uma ferramenta de zoom disponível permite que você escolha o alvo (escolha acima o quadro JWST e aparece a opção das 5 imagens) e faça o passeio viajando milhões de anos-luz e tendo uma experiência parecida aos cientistas. 

 

Um tapa no Oscar

31 mar

Tinha decidido não comentar os melhores do Oscar este ano,primeiro porque não considero “Ataque de cães” tão bom filme, quanto por exemplo, Duna e Não Olhe para cima, não apenas pelos enredos, mas principalmente pelo conjunto da obra, Duna acabou levando vários prêmios merecidos, mas nenhum dos principais.

O tapa de Will Smith em Chris Rock roubou a cena, mas o comentário da diretora Jane Campion que ganhou melhor direção, em outro evento sobre Serene e Venus Williams: “vocês são maravilhosas, no entanto, não precisam competir com os homens como eu”, também caiu mal e seu prêmio perdeu um pouco do brilho.

Pouco tempo depois do tapa de Will Smith ele receberia o prêmio de melhor ator, é um grande ator, mas seria mais grandioso se esperasse este momento para dizer sobre o papel que fez do pai das Williams em defesa da família e daria um golpe muito mais duro em Rock, por ter feito um comentário infeliz sobre a perda de cabelos de Jada Pinkett, mulher de Will.

Muita gente saiu em defesa de Rock, dizem os jornais que seu show agora bate records de bilheteria, e Will expôs Jada porque agora procuram saber da vida dela e de seus relacionamentos, e assim como sua doença alopecia, enfim na minha opinião, o momento de resposta a Chris Rock poderia ser o momento da estatueta, e neste caso não vou comentar o mérito, porém o papel de Denzel Washington na Tragédia de MacBeth merece destaque.

Outro comentário é o prêmio de melhor atriz, fui ver depois da indicação trechos (não vi o filme todo) Os olhos de Tammy Faye (foto), nem o filme nem a atriz vencedora (Jessica Chastain) me impressionam, eu sei que a Academia seguem alguns clichês: ironia, certo humor e outros tiques.

Fui ver a popularidade, pouco mais de 60% das pessoas gostaram do filme, não estou fora então.

Vi a atuação de Meryl Streep em Não Olhe para cima, e merecia ao menos a indicação, claro já ganhou outros, é uma atriz consagrada (o papel espetacular de Margareth Thatcher na Dama de Ferro, por exemplo), mas mérito é indiscutível e não importa a estatura do ganhador.

O tapa de Will Smith e a bola fora esquecida da vencedora de Melhor Direção chamaram a atenção para um Oscar a meu ver sem brilho e ao gosto da academia, o tapa foi um erro só isto.

 

Não olhe para cima: entre a ficção e o documentário

29 dez

O filme da Netflix é uma ficção, mas o estilo ficou parecido a um documentário, e diferente de outros filmes apocalípticos (“Armageddon” (1998), “Impacto Profundo” (1998) e “Procura-se um Amigo Para o Fim do Mundo” (2012)) o filme “Não olhe para cima” tem um impacto diferente por conta das ondas apocalípticas que encontram público.

O filme fala de um professor, o Dr. Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e sua aluna estudante de astronomia Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) fazem a descoberta de um cometa com um tempo curto para colidir com a terra, seis meses, e querem conseguir chamar atenção da mídia que prefere dirigir o público para as mídias de redes sociais e pouco preocupado com suas próprias vidas, qualquer semelhança com a pandemia não é mera coincidência, há uma correlação, em especial, de sentimentos e atitudes.

As coisas começam a mudar quando o Dr. Oglethorpe (Rob Morgan) organiza um tour midiático até o gabinete da presidente Orlean (Meryl Streep) e seu filho Jason (JOnah Hill) e também com ajuda das ondas de rádio do Daily rip, um programa matinal apresentado por Brie (Cate Blanchett)e Jack (Tyler Perry) e começa uma corrida contra o tempo.

Além dos extraordinários atores, o filme prende a atenção, e já é cotado para premiações, o tema, porém é tratado de modo quase como um documentário e isto é preocupante.

As mensagens de final de ano normalmente são animadoras e falam quase sempre de esperança de um ano melhor, depois de dois anos caóticos pela situação pandêmica, o filme de ficção deveria ter um caráter ficcional como tem muitos filmes do chamado “cinema catástrofe”, e as pessoas assistem sempre entendendo que é uma ficção, porém a época e as teorias conspiratórios podem colaborar para um filme que tenha um impacto negativo nas emoções de quem assiste.

Lembro do último que assistir neste estilo que foi o filme norueguês Terremoto (2018), que o Geólogo Kristian (Kristoffer Joner) decide investigar os túneis de Oslo, onde há muitos anos ocorreu um grande terremoto, e encontra Marit (Katherine Thorborg Johansen) que é filha de um geólogo que morreu ao investigar as minas de Oslo.

O problema é sempre como evitar tragédia, claro se for possível, assim não tome a vacina é semelhante a “não olhe para cima”.

Ambos decidem, na iminência de um novo terremoto, salvar o maior número possível de pessoas.

A esperança não deve partir de que uma tragédia não possa acontecer, como um prolongamento ou uma nova pandemia, mas as medidas preventivas que podem salvar, porém “Não olhar para cima” parece mais um desespero que de fato uma tentativa de evitar novas catástrofes, vai dar o que falar.

 

Vulcões e possibilidades de terremotos

24 nov

Além da crise civilizatória, as forças da natureza parecem estar mais despertas que o normal, o vulcão das ilha La Palma, do arquipélago das Canárias, território da Espanha, desperta grande interesse pelo volume de lava que espero chegando perto já de dois meses e sem dar sinais de trégua.

Os terremotos, o número de bocas abertas pelo vulcão (já são 5), a gravidade da situação da ilha que apesar de estar confinada ainda não foi feita nenhuma evacuação de grande volume, tem suscitado debates até mesmo no mundo científico, o último é sobre um terremoto de profundidade 3,4 ou 34 km que aconteceu nestes dias, isto porque a profundidade menor indicaria novas bocas de lavas e um maior risco para a alguma mudança abrupta na estrutura da ilha que é composta de falhas no seu interior e falésias, grandes depressões rumo ao mar.

Há vários terremotos ativos, alguns são do tipo estramboliano, são vulcões com erupções explosivas como emissão de lava essencialmente efusiva, e ejeção de cinzas e gazes como enxofre, em lavas incandescentes, também lançam bombas vulcânicas de rochas que são lançadas de dezenas a centenas de metros de altura, o vulcão Cumbre Vieja de La Palma é deste tipo, além do aspecto chamar mais atenção é de fato mais perigoso, pelos terrenos onde as lavas podem chegar, pelos gazes e em alguns casos pela deformação do terreno.

Eles estão ligados aos terremotos que são resultados das movimentações das placas terrestres, e a preocupação maior não é esta ilha situada no Oceano Atlântico, mas porque ela pode ser a representação em pequena escala do que pode acontecer numa escala maior no oceano pacífico onde há um grande círculo de fogo, nome dado a uma grande junção planetária de regiões de vulcões e terremotos bastante frequentes e onde é especulado a possibilidade de um Big One, um grande terremoto a partir da falha de San Andres, na placa americana.

A possibilidade real em La Palma é um pequeno tsunami próximo a ilha, as consequências seriam sem dúvida devastadoras, seriam de grandes terremotos no círculo de fogo, ou a erupção de grandes vulcões como a cadeira vulcânica Yellowstone, o vulcão Havaiano Kilauea sobre os quais existem apenas especulações sensacionalistas.

As consequências em La Palma ainda é uma incógnita, mas o vulcão continua ativo e ao contrário de acalmar, estes dias foram de grandes explosões e terremotos fortes.