Arquivo para setembro, 2015
Brasil entre os piores do 4G
Um relatório de publicação trimestral OpenSignal colocou o Brasil na 51ª. posição em 68 com cobertura 4G, o relatório State of LTE (“Estado de Evolução de Longo Prazo”) mostra o que temos repetido aqui, o serviço mais caro do mundo está entre os piores.
Também está no relatório que 140 países têm rede comercial menores que 4G, mas incluiu no relatório apenas operadoras que tiveram volume de dados suficiente.
Em comparação com outros países, por exemplo, os usuários de smartphones no Brasil conseguem apenas 50% do tempo terem acesso a rede, contra 97% da Coreia do sul, que lidera o ranking de cobertura global, embora certa rede diga isto no Brasil.
O relatório explica que a pesquisa: “Quando se analisa a cobertura, o mais importante é onde os usuários estão na prática passando seu tempo, especialmente para LTE. Por isso, em vez de mapear áreas geográficas específicas onde o sinal está disponível nossa métrica observa a proporção de tempo que um usuário acessa à rede”.
O país melhora um pouco no ranking quanto à velocidade de conexão, o Brasil tem um desempenho melhor, aparecendo em 23º lugar, mas o dado está ligado à abrangência , ou seja, só considera os 50% que usam a rede, a velocidade média tende a ser maior.
Os dados sobre abrangência colocam as operadoras, a Vivo e a Claro aparecem juntas em primeiro lugar, cobrindo 51% do território, seguidas por Nextel e TIM (50%), enquanto a Oi está na lanterna, com 42% de cobertura.
Quanto à velocidade de conexão, a Claro ocupa a liderança (20 Mbps), seguida por Vivo (18 Mbps), Oi (14 Mbps), TIM (10 Mbps) e Nextel (3 Mbps).
Brasileiros participam de experiência top
Um experimento que fez medições precisas de massa das partículas e cargas elétricas, feitas no com ALICE (A Large Ion Collider Experiment), o detector de íons pesados no anel Large Hadron Collider (LHC), confirmaram a existência de uma simetria fundamental na natureza, o resultado foi publicado na Nature de 17 Agosto deste ano.
Os investigadores incluem pesquisadores brasileiros ligados à Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Campinas (UNICAMP), entre eles Marcelo Gameiro Munhoz, professor do Instituto de Física da USP (IF) que explicou:
“Após o Big Bang, para cada partícula de matéria uma antipartícula foi criado. Em física de partículas, uma questão muito importante é saber se todas as leis da exposição física um tipo específico de simetria conhecido como CPT [carga, paridade e tempo], e essas medições sugerem que há de fato uma simetria fundamental entre núcleos e antinúcleo”, a assimetria aparente entre matéria e antimatéria é um dos maiores problemas sem solução da física.
As medições de perda de energia na câmara de projeção tempo permitir que o experimento ALICE para identificar antinúcleos (curvas superiores à esquerda) e núcleos (curvas superiores à direita) produzidos nas colisões de íons de chumbo no LHC (na figura).
Munhoz é o principal pesquisador do projeto de pesquisa “física nuclear de alta energia no RHIC e LHC”, apoiado pela Fundação de Pesquisa de São Paulo (FAPESP).
Facebook fica fora do ar
Uma instabilidade que ocorreu em boa parte do Facebook em todo o mundo no dia 28/09, no Brasil perto do horário das 16h05, paralisou os serviços deixando a API (a interface de login do serviço) fora do ar.
O engenheiro do Facebook, Benjamin Golub declarou que: “Uma ampla questão com o Facebook está deixando a API do sistema de busca do Facebook indisponível. Nós estamos trabalhando com nossos times de infraestrutura central para identificar a questão e iremos atualizá-los quando nós tivermos mais informação”.
A queda do serviço já havia ocorrido na semana passada, porém foi mais curta, agora os usuários relataram instabilidade mais longa tanto para acessar a rede social via computadores quanto pelo aplicativo, as 17h17 ainda estava instável o serviço.
Coisas inconvenientes no WhatsApp
A maioria dos grupos no whatsapp acabam morrendo por que são temporários mesmo, por exemplo, para um evento, ou cometem muitas atitudes inconvenientes, vejam algumas:
Mensagens em horários impróprios
Você está quase dormindo ou no meio do sono e é chamado pelo toque do WhatsApp, pior quando se trata de uma mensagem corriqueira ou sem importância. Não mande mensagens muito cedo ou muito tarde, é claro, a menor que seja de extrema importância.
Alguns assuntos são pessoais
Ninguém quer ser espectador de discussões de cobranças, assuntos familiares ou o, e isto é bem comum. O assunto deve interessar ao menos um terço do grupo, senão envie uma mensagem individual ou a um pequeno grupo.
Correntes de diversos tipos
As correntes seguem vivas no WhatsApp como conspirações, conteúdos religiosos em demasiado e promessas para a realização de determinados desejos, quando é claro, você encaminha para pelo menos alguns amigos. Você tem certeza que isso realmente funciona ?
Excesso de emojis
Os emojis são bacanas e alguns muito divertidos, contém uma mensagem (mas apropriada). O problema é que há algumas pessoas exageram e usam o recurso sem qualquer fim adequado (veja a foto). Às vezes, é muito difícil entendem o que se pretende dizer.
O caminho do sujeito no logos
Em toda antiguidade o homem evolui na realidade do mito, em meio ao rito e a cultura da oralidade, a tradição e os costumes eram reproduzidos na fala de oráculos, profetas e das escolas de pensamento: pré-socráticos, socráticos, platônicos, aristotélicos, estoicos, etc.
O logo se vê como sujeito, mas ainda dependente do mito, o longo caminho da oralidade mista, a escrita já é presente, mas ainda como manuscrito, livros raros e dificuldade da multiplicidade de linguagens e de reprodução na escrita.
A unidade do mito se deu por um longo processo da construção do Logos, criando uma cultura que depois do final da idade média e do renascimento reduz-se ao logos da razão, construíu-se o sujeito e o afora do objeto, vivemos a crise da razão na crise do pensamento, não do Logos.
O Logos pensante não é senão a relação de “desvelamento” aletheia da humanidade, não é senão o retorno do homem a “sua morada” ao seu ethos, morada do ser, e não só da ética.
O Logos do homem se realiza na harmonização da vida no planeta e a crise atual não é senão um aspecto desta busca, a busca da “morada” do Ser, do seu ethos.
A crise do pensamento moderno
Husserl desenvolveu um longo caminho de crítica ao pensamento cientificista, a partir de seu livro Crise do pensamento europeu (Die Krisis der europäischen Wissenschaften und die transzentale Phänomenologie: Eine Einleitung in die phänomenologische Philosophie) livro de sua maturidade de 1936.
A origem do pensamento é mitológica, e expressão típica da cultura do mito é o rito, conjunto de ações, gestos e palavras que servem para manter uma unidade originária, chamada Arché, numa espécie de hoje atemporal.
Na cultura do mito, quem é o objeto pensado ? é todo o conjunto social, quem é o sujeito que pensa ? não é o indivíduo, mas o grupo social ainda que seja separado em grupos isolados, mais tarde nas cidades-estado, os cidadãos.
Com a emergência da cultura do logos, não há mais a relação com a realidade interna, tudo está “fora” da unidade, e aparece o eu do indivíduo de algum modo, sem sucesso conceitual na tentativa de estabelecer uma unidade, Leibniz criou a “monada” como substância originária de tudo, e Spinoza uma realidade panteísta com Deus presente em tudo.
O cogito pensante é assim um EU, não é mais o divino que tudo envolve e tudo penetra: é a múltipla e varida mudanças das coisas, sem que se consiga estabelecer uma unidade entre elas, porque o objeto está “fora” do Eu.
Neste processo o Eu tende paradoxalmente a anular-se porque cai numa relação “lógica” com o mundo a sua volta, e o objeto desaparece nesta densidade ocultada, e a relação do sujeito com o objeto é oculta.
O existencialismo e a ontologia moderna tentam desvelar esta relação, imersa no nihilismo e no fetichismo (a relação oculta com os objetos) e isto não é senão a maior expressão da crise do pensamento ocidental.
Um celular como um livro
Segundo o site SamMobile, o próximo lançamento da Samsung para janeiro de 2016 não deverá ser um Galaxy S7, mas com tela flexível (já estão no mercado) e parecido a um livro. Fontes que vasculham projetos, afirmam ter conhecimento profundo do dispositivo, disseram que está sendo desenvolvido sob o codinome Projeto Valley, conforme o MailOnline.
E acrescentaram que duas versões do telefone estão sendo testadas, uma com um processador Snapdragon 620 e outro com um Snapdragon 820. Em outra parte, o dispositivo é rumores de ter 3GB de RAM, um slot para cartão microSD e uma bateria não-removível. Já a Samsung disse ao MailOnline que não comenta rumores ou especulações.
A Samsung tem apresentado telas OLED dobráveis já a dois anos e no CES em 2013 revelou uma tela Oled flexível chamado Youm.
Vamos aguardar, porém isto com certeza poderá trazer inovações de leitura e escrita, já que também o uso de light-pen, as canetas estão sendo investigadas pela Samsung.
O adolescente que foi preso por criatividade
Um jovem muçulmano americano, Ahmed Mohamed decidiu levar à escola um relógio digital feito por ele com uma tela digital e um circuito eletrônico, com objetivo de mostrá-lo ao professor que de tecnologia também muçulmano.
O aparelho apitou quando a turma estava na aula de inglês e foi confiscado pelo professor, minutos depois as autoridades da cidade prenderam o garoto que afirmava que o dispositivo era apenas um relógio digital.
Relatando ao Dallas Morning News, que o entrevistou em casa ele disse: “O diretor e policiais me levaram a uma sala, onde fui interrogado por cinco policiais, me revistaram e confiscaram meu tablet e meu invento. Posteriormente me levaram a um centro de detenção juvenil, onde me revistaram, registraram as minhas impressões digitais e tiraram fotos”, entrevistado em casa onde ele mostrou outros circuitos eletrônicos..
Depois do problema, Ahmed ganhou notoriedade nas redes, milhares de posts no Twitter e no Facebook clamavam a #IstandwithAhmed (eu apoio Ahmed) para mostrar simpatia pelo menino, que foi convidado a ir no MIT e na Casa Blanca. .
O papa em Cuba e nos EUA
Há muitos são incrédulos nesta visita do papa a Cuba, e outros que estudam e observam os passos do jesuíta argentino, sabem que ainda vem mais coisas poraí.
Um destes estudiosos foi destacado pela BBC, o inglês Austen Ivereigh que escreveu “O Grande Reformista: Francisco e a construção de um papa radical”, informou que isto já havia começado a acontecer há pouco mais de um ano, quando começou a reaproximar Cuba e os EUA, processo já iniciado e que deverá ter outros passos.
Mais do que exigências deverá ouvir os reclames do governo cubano, como a devolução da cidade de Holguín, a mais próxima a base americana de Guatánamo, que na verdade é ocupada desde 1898, pela Guerra Hispano-Americana, que a crise dos mísseis prorrogou.
Também levará a próxima viagem aos EUA o pedido para derrubar o embargo econômico que apesar do diálogo aberto, ainda prossegue.
A outra questão sensível é a dos presos políticos, mas olhando os números, que em Cuba é a 518 presos por 100 mil habitantes, índice que supera o do Brasil (300 por 100 mil), mas que é menor do que o dos Estados Unidos (698 por 100 mil), embora não hajam liberdade comuns as democracias em todo mundo.
Mas o mais esperado é o discurso na assembleia da ONU, onde deverá pedir um urgente papel da ONU nas grandes questões mundiais, a questão agora visível mas antiga dos refugiados, o papel nas grandes questões econômicas: capitais especulativos e paraísos fiscais, e a questão da ecologia que deverá emergir mais profundamente na conferência de Paris em novembro.
Nem sagrado nem profano, apenas humano
O humanismo racional desenvolvido pela longa jornada na modernidade encontrou seu ocaso no nihilismo e não no individualismo, que não é senão expressão particular do “nada” em geral.
Explicamos em nosso post anterior a relação entre nihilismo e economia, poderíamos ver todas as vertentes contemporâneas deste “nada” em muitas expressões “non sense”: a sociedade do espetáculo, a crise da representação, a crise das instituições sociais, etc. Já falamos do sujeito e de sua “subjetividade” que lhe é própria, cuja ruptura levou a diversos objetivismos, como desvalorização da economia em detrimento da pessoa, e outras, mas uma pouco comentada e na maioria das vezes estigmatizada é o “sagrado”, ou a religião.
Pensadores sérios como Edgar Morin, Junger Habermas, entre outros já falaram disto, Gianni Vattimo e Richard Rorty fazem um diálogo em “O futuro da religião”, é famoso o livro de Alain Button “Religião para Ateus” e o diálogo entre Habermas e o papa emérito Bento XVI.
As palavras pós-modernidade e desconstrução que parecem provocar arrepios em muitos pensadores, na verdade é boa medida para a estratificação da nossa tradição metafísica. O que Nietzsche, Heidegger e Derridá fizeram consistiu sobretudo em fazer ver que a ontologia tradicional e a história desta concepção vêm desde Parmênides numa lógica dual: o ser é e o não-ser não é, que acabou por identificar o ser com os entes.
A ruptura com o nihilismo foi a redescoberta do Outro (Buber, Lévinas e Ricoeur), porque foi o nihilismo individualista, necessário a concepção idealista da realidade que estabeleceu esta ruptura entre o Ser e os entes, no qual patina quase toda a filosofia contemporânea.
Se o nihil fosse um “nada” que o outro pode se encontrar estamos perto de um fio condutor comum que Heidegger chamou de história ou destino do ser, seja este destino sagrado ou profano, é possível uma base comum para uma teleologia universal partindo do Ser.