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Arquivo para 2016

Detector de notícias falsas

05 dez

As recentes eleições americanas, mas também muitas outras revelaram uma forma breakingnewsptterrível de fazer campanha política, “plantando” notícias falsas em pontos frágeis de certo político.

Infelizmente as mídias sociais, não confundir com as redes de pessoas, mas apenas mídias, há um grande número de notícias falsas, já há sites especializados em denuncia-las não apenas pelo mal que fazer a determinada pessoa, mas principalmente para desmascarar um mal grosseiramente intencional.

Chegaram a um ponto de preocupar empresas como o Google, Facebook e Twitter que tentam criar medidas que combatam estas mentiras intencionais, isto é, visam apenas confundir.

Agora o tecnólogo Daniel Sieradski desenvolveu um plug-in conhecido como BS Detector que indica sites “questionáveis” que são usados no Facebook e no Twitter.

No Brasil existe o site boatos.org revela, por exemplo, boatos como “vídeo no interior do avião da chapecoense”, “fábrica clandestina da coca-cola em Bangu”, “Nasa confirma terra terá 6 dias de escuridão em dezembro de 2016”, etc. etc.

Mas podemos tomar 3 medidas simples para evitar que sejamos propagadores destas noticias falsas: 1) mesmo que favoreça nossa posição investigar se é verdade o que estamos lendo e NUNCA divulgá-la por impulso; 2) noticias bombásticas geralmente serão confirmadas na imprensa e esperar se órgãos públicos as confirmar, CONSULTAR OS SITES PÚBLICO, e, 3) ainda que a notícia seja verdadeira nunca divulga-la de forma a causar PÂNICO.

O dispositivo criado por Sieradski, conforme notícia do BBC News, coloca uma tarja vermelha onde se lê: “Este site é considerado uma fonte questionável”, e desmente Mark Zuckerberg do Facebook, que este “seria incapaz de abordar substantivamente a proliferação de notícias falsas em sua plataforma”, o plug-in já tem mais de 25.000 instalações desde o lançamento.

BS Detector de Sieradski afirma que evoluirá: “Eu e outros colaboradores da fonte aberta passamos muitas mais horas melhorando sua funcionalidade”, disse à BBC.

 

O profeta João Batista e mudança cultural

02 dez

João Batista foi para o deserto, onde vivia e pregava uma vida ascética, e falava sobrejoaobatista a mudança radical de vida como forma de conversão, isto implica uma mudança cultural, uma nova rota para a vida, eis uma boa proposta para o Brasil atual: mudança cultural.

A primeira vai se realizar pela força, precisamos de uma vida mais austera porque o dinheiro encurtou exceto para alguns marajás, e depois uma mudança cultural de menos facilidades, ou seja, empréstimos fáceis e a juros baixos, gastança generalizada e dívidas sem fim.

Claro a conversão que o profeta João Batista pregava uma mudança de vida “religiosa” porém ela não está separada de uma mudança cultural, ou seja, hábitos, costumes e também valores.

O que queriam os saduceus e fariseus da época, a libertação dos pesados impostos do império romano, e a garantia de ir para o reino de Deus pelo cumprimento de regras e “ritos”, os judeus deste tempo defendiam uma certeza pureza ritual em questões como lavar as mãos, não realizar trabalhos aos sábados e outros ritos mais sociais que religiosos.

Os fariseus eram mais populares e defendiam uma “Torah oral”, isto é, aquela transmitida pela tradição oral, enquanto os saduceus eram mais aristocráticos, membros da alta sociedade, defendiam uma interpretação mais sóbria da Torah, sem cair em ritualismos e rigor, mas ambos se aproximavam de João Batista mais por medo do que por real mudança do coração.

O que acontece hoje em relação a lisura pública, o medo da lei que promete endurecer com os corruptos, faz com que muitos mudem o discurso, mas sem mudar a atitude, defendem a punição mas dos “outros”, como se fosse possível fazer uma lei casual, para alguns apenas.

É tempo de mudar, gostem ou não fariseus “populares” ou saduceus “aristocráticos”, isto poderá significar uma mudança cultural no país, cada vez mais necessária para um país em crise.

 

Ainda há espírito de Natal ?

01 dez

Já explicamos em anos anteriores (veja o post), que a figura de Noel apareceu na décadachristmas de 1920 num jogo de marketing da Coca-Cola® relacionando a figura de Santa Claus (o Papai Noel americano) com impressões em revistas como o Saturday  Evening Post, mas é claro que o nascimento de Jesus é bem mais antigo, aliás data nos anos, pois estamos em 2016 d.C. (depois de Cristo), ainda que a medida dos anos seja imprecisa devido ao calendário Gregoriano.  

Mas este ano, eleição de Trump, crise no país com vários nuances: impeachment, lava a jato, crise no Rio e com outros estados mostrando esgotamento das finanças, agora a tragédia com o time da cidade de Chapecó, haveria ainda clima para o verdadeiro espirito de Natal, a paz e a justiça, solidariedade com as periferias (agora também existenciais), ou estamos em “deprê”?

Lembremos que o ano que nasce Jesus é o ano do recenseamento feito pelo Império Romano, e na época as pessoas deveriam se dirigir a cidade Natal, por isto Maria e José vão a Belém, onde acaba nascendo num estábulo, por falta de hospedagem, o menino chamado Jesus.

Sim de fato pode haver uma confusão histórica, Lucas (Lc 2,2) narrou que o censo foi realizado quando Quirino era governador da Síria, por onde do imperador Cesar Augusto, mas a ordem de Cesar Augusto é de 5 a.C., enquanto Quirino (ou Cyreno) se tornou governador em 6 d.C.

O importante é que o fato histórico ocorreu, e Jesus entrou na história “foi contato entre os homens” não apenas por um capricho da história, mas por uma coincidência divina, e há outras dizia a Profecia de Isaías: “O Senhor dará a vocês um sinal, a virgem ficará grávida …” (Isaías, 7:14).

Então é preciso lembrar o nascimento humilde de Jesus, os anos difíceis que se seguirão que obrigará seus pais fugirem para o Egito, evitando a perseguição de Herodes que promoveu a matança de todos os recém-nascidos querem matar o “futuro rei” dos judeus, mas este governou até 4 a.C., nova confusão.

Sim é preciso lembrar que a perseguição, a humildade e as crises acompanham sempre este nascimento, mas que ele traz esperança, confiança no futuro e paz interior, sim o espírito do Natal permanece, até entre os que não creem, é preciso parar e respirar, senão não dá.

 

O futuro e o acasalamento das baleias

30 nov

O capítulo 1 é finalizado com reflexões que fazem as interações passado-presente casalbaleiase presente-futuro dignas de amplo questionamento, só pelo fato de “vivermos no presente não significa que nós o conhecemos” e “nós perdemos a evolução linear, o vir a se programado, o futuro robotizado…”(MORIN, 2010, p. 34), ressalta o pensador francês.

É preciso retornar nosso olhar para o passado antes de desejarmos vislumbrar o futuro. Tomando as conceituações de Morin no livro em pauta, podemos considerar que enquanto crermos conhecer o passado educacional como algo já desvendado, ainda estaremos “[…] na noite e na neblina […]” (p. 52), tanto perdidos no presente como incapazes de ver o amanhã.

Osegundo e último capítulo, intitulado “o acasalamento das baleias”, ele se pergunta sobre  a a possibilidades de a sociedade global fazer nascer uma noção de “nova” humanidade. Nova por nossa conta, no período do livro, ainda havia a guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética, mas agora estamos ai com a morte de Fidel em Cuba, Donald Trump, a direita francesa quase no poder e Putin na Rússia, é uma volta ao passado?

Porque o acasalamento das baleias, porque elas são o símbolo da luta pelo planeta.

Morin aponta para a consciência sobre o potencial aniquilamento do planeta como os recursos de água, o reflorescimento e um dar-se conta da gravidade que evite a morte de todos.

Enfim,  Morin reflete em torno das possibilidades de resistência da sociedade global e em torno de um futuro catastrófico, a possibilidade de uma “megamorte” (MORIN, 2010, p. 56), que se tornaria um vetor para a construção de uma humanidade planetária, que evitasse a ruína do homem.

Além deste, outro ponto que o autor destaca é uma grande positividade em meio ao enganoso desenvolvimento econômico do neoliberalismo nascente: a percepção de que “o futuro não é mais a fulgurante marcha para a frente, ou, antes, é a fulgurante marcha para a frente das ameaças de aniquilamento que devemos resistir […]” (p. 62).

MORIN,E. Para onde vai o mundo? Tradução de Francisco Morás. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2010.

 

Para onde vai o futuro II?

29 nov

Comentamos apenas o prefácio do livro de Edgar Morin, para agora introduzir suas  futuroport ideias principais, o educador começa por descantar a ideia de uma previsão linear, a “ideia de que “o futuro se forjaria no e pelo desenvolvimento das tendências dominantes da economia, da técnica e da ciência”  (Morin, 2012, p. 11), isto já foi dominante mas verificou-se ineficiente.

Cita o perito dos peritos franceses, o presidente das Sociedades Estatísticas da França, Robert Gibrat que afirmou: “Nestes últimos vinte anos, os peritos regularmente se equivocaram”.

Descarta assim categoricamente, a concepção do vir a ser histórico como uma concepção simplista, é preciso conceber o futuro por uma concepção complexa, analisa por exemplo, a revolução Francesa, que preciso não apenas ser reescrita no século XIX, com idas e vindas como a Restauração por exemplo, mas por meio de experiências novas como a do socialismo no século XX, do bolchevismo, do stalinismo, do libertarismo, da destalinização, que correspondiam ao que chama de “brecha no presente”, onde: o conhecimento do presente requer o conhecimento do passado que, por sua vez, requer o conhecimento do presente.” (Morin, 2012, pag. 13)

Pois com certeza, o “o estado domundo presente carrega consigo, potencialmente, as situações do mundo futuro” e assim trata-se dentro da complexidade identificar estas potencialidades, que não são somente consequências das “criações/invenções atuais que podem ser eventualmente imaginadas” (idem).

Parte do futuro deve ser desvelada, ainda não tomou “forma no húmus do presente”, isto é, desvelar o que está morrendo, numa análise bem mais complexa e mais esclarecedora que o líquido simplista de Zygmunt Bauman.

Para Morin, “os princípios que permitem imaginar a evolução da história” (pag. 15), ao contrário de partir da “inépcia de toda predição fundada numa concepção evolutiva tão simplista … é multidimensional; ela comporta fatores geográficos, econômicos, técnicos, políticos, ideológicos … antes de tudo jogo de inter-retro-ações, isto é, elo em perpétuo movimento.” (idem)

Afirma que tudo que é evolutivo “obedece a um princípio multicausal. A causalidade é uma multicausalidade na qual não somente as inter-retro-açóes se combinam e se combatem entre si, mas também na qual todo processo autônomo produz sua causalidade própria, sempre sofrendo as determinações exteriores, isto é, comporta uma auto-exo-causalidade complexa.” (ibidem)

A análise de Morin que me parece apropriada para o momento, que é derivada de seu Método I – A natureza da natureza, é das “ações que desviam de seu curso, derivam, invertem seu sentido, provocam reações e contra-açoes que as submergem. Daí os efeitos bumerangue, onde o golpe não golpeia o inimigo, mas o autor, e os efeitos ´perversos, cujos burburinhos já estamos percebendo” (Morin, 2012, pag. 16).

Morin parece descrever os fluxos invertidos deste ano, ao dizer: “A história inova, deriva, desorganiza-se. Ela muda de trilho, descarrilha-se: a contracorrente suscitada por uma corrente se mescla com a corrente, e o descarrilador torna-se a corrente.” (pags. 16 e 17)

MORIN, Edgar. Para onde vai o futuro? Petrópolis: Vozes, 2012.

 

Diálogo e a geração Z

28 nov

Como a conversa com a geração Z é difícil, porque eles tem milhões de possibilidades, geracaozfacilidades de acesso a informação e rejeitam todo tipo de intolerância, desigualdade e fechamento, diz-se de modo muito equivocado, que eles não dialogam, seria verdade?

Antes de mais nada já falamos aqui destes estigmas de geração perdida, geração baby boom, etc. é muito equivocado, mas uso isto para dizer a geração que agora está na adolescência, ou seja nasceram pós geração millenium, a que nasceu até o ano 2000.

Ela tem uma multiplicidade de informações, quando veem TV transitam por diversos canais, mas é como se procurasse algo que a interessa e não encontrassem, navega na Web, vive conectada, e através disto participa das mídias redes sociais, baixa conteúdos no computador ou no celular, pratica jogos eletrônicos como se fossem esportes reais a até namora com a ajuda de teclado e mouse.

O enorme poder de escolha que tem contrasta com adultos fechamos de um universo mono ou bi-escolhas, eles é que são binários, e não a geração da Web, e para isso precisa não apenas de cabos e ícones, porém o que é mais importante de tudo precisam de pensamento, adultos não querem pensar, pois é mais fácil impor.

Para os que gostam de análises sociológicas, não é o forte desta geração pois sabem o suficiente, ou seja, estamos em crise, podemos entretanto delinear olhando alguns especialistas, sugerem que por estarem por estarem passando por uma Grande Recessão, a nossa primeira grande crise depois d crise econômica da Grande Depressão – porém não maior, a geração Z passa a ser dominadas por um sentimento de insatisfação e insegurança quanto a realidade e o futuro da economia e da política, estão, geração é confrontada com uma diferença de renda cada vez maior em todo o mundo e um forte stress no âmbito familiar pelas cobranças.

Ciberpolítica atrai uma parcela minoritária, são os adultos é que endurecem nas redes sociais,  pois na verdade esta é uma “geração bloqueada” como a chama o sociólogo português João Teixeira Lopes, segundo vários sociólogos.

Quando mais falamos, mais os bloqueamos, sentem acuados, quem não dialoga somos nós os adultos tão cheios de convicções e ideais já vencidas, isto tem levado mesmo com a maior das boas intenções aos jovens adotarem atitudes extremistas, difiro-as das radicais, porque estas sim são críticas e sem preconceitos.

Uma receita simples: ouçam de verdade, dialoguem de verdade, percam suas “certezas” e descobriram jovens maravilhosos e cheios de criatividade, por mais que eu ouça estas palavras nas bocas dos adultos, elas me soam na maioria das vezes, algo “da boca para fora”.

 

Para onde vai o mundo?

25 nov

Isto me acontece com frequência, entro numa livraria para ver um livro e outrparaondevaiomundopto pula direto para a minha mente, o fenômeno é menos comum na internet, e dizem que ela dispersa.

Para onde vai o mundo, de Edgar Morin parecia querer me confidenciar algo, sobre Trump improvável, sobre a ecologia talvez, o livro é de 1981, embora a edição brasileira de 2012.

As vezes pulo o prefácio, mas este de François L`Yvonnet é muito bom, começa falando da construção de uma obra solitária, embora Morin tantas vezes falou da mulher.

O prefácio de L`Yvonnet fala de sua “obra original, uma das mais consistentes de nossa época, que faz da complexidade um problema fundamental e um novo paradigma.” (Prefácio, pag. 7)

Fala do esvaziamento do homem, ajudaram a “despedaça-lo, a fragmentá-lo, privando-o de sua riqueza multidimensional (sua identidade é ao mesmo tempo biológica, psicológica e social)” (idem, pag. 8) .

Para L´Yvonnet o ser humano deve ser enriquecido de todas as suas contradições. O pensamento deve ser ´dialógico’, capaz de deixar fluir os contrários, que se complementam e se combatem.” (idem, pag. 8).

Repete Heráclito, “viver de morto e morrer de vida”, relembra as pseudo-sínteses antropológicas do homem “o homem não é apenas homo ´sapiens´(enquanto sabe e sabe que sabe), ´faber´(fabricador) ou ´oeconomicus´(calculador e movido exclusivamente pelo interesse pessoal), concepções estas que não deixam de ser redutivas (e narcisicamente valorativas), que colocam o ser humano de escanteio, isto é, isolam-no de tudo.” (idem).

O homem é “igualmente e indissolutamente ´demens´(enquanto inventa, imagina ou mata) e ´ludens´(enquanto se diverte, se exalta, se desgasta).” (idem).

O novo humanismo e o exame do futuro de Morin “resiste a qualquer reconciliação ou otimismo beato.” (idem), mas propõe um “humanismo planetário, que comporta uma conscientização da ´Terra-Pátria´como comunidade de destino de origem de perdição” (idem).

Isto é só uma degustação, para podermos falar para “Onde vai o mundo?”.

MORIN, E. Para onde vai o mundo? Petrópolis(RJ): Vozes, 2012 (3a. edição).

 

 

Filosofia, Inteligência Artificial e Deus

24 nov

Continuamos a leitura de Peter Kreeft, agora o interlocutor de Sócrates,dedodedeusia Peter Pragma está com urgência de resolver seu problema de profissão e procura Sócrates.

Peter começou as aulas de filosofia e o professor colocou a questão: qual a diferença entre a inteligência humana e a inteligência dos computadores, isto o remeteu a ideia de entrar na computação, estamos na página 55, ao que Sócrates indagou:

SÓCRATES: Você quer se transformar num programa de computador, você quer dizer? Pois a única coisa que entra nos computadores. É a única linguagem que os computadores entendem.

O professor lançara esta pergunta que Sócrates considera-a fácil de responder, mas Peter não quer nenhuma evasiva, e Sócrates vai direto ao ponto:

SÓCRATES: A inteligência artificial não pode fazer aquilo que a sua inteligência natural acaba de fazer.

PETER: O quê ?

SÓCRATES: Ela continua fazendo.

PETER: Oh … oh. Fazendo perguntas, é isso.

SÓCRATES: Parabéns. Você encontrou o tesouro.

Peter e Sócrates vão dialogando e percebem que a origem mesmo de sofisticados programas, como de inteligência artificial, devemos falar em “pessoas” e não apenas em máquinas.

Mas qual o princípio disto tudo? Precisamos primeiro de um programador não programado, ou de um programador que possa questionar sua programação, há uma peça inicial do dominó.

PETER: isso soa como um novo argumento para a existência de Deus.

SÓCRATES: O mesmo princípio funciona tanto num caso como no outro. É o princípio da causalidade, que diz que você não pode dar aquilo que não tem, que efeitos não podem existir sem as causas adequadas, que não pode haver menos na causa total do que no efeito. …

PETER: Eu não sei quanto a Deus. Vamos falar de algo que nós conhecemos: nós mesmos.

SÓCRATES: Algo que você conhece, talvez. Quanto a mim, eu acho o eu um mistério, do mesmo modo como acho Deus um mistério.

Peter relembrará a frase de Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”, e dirá:

PETER: Porque é tão difícil conhecer-se a si mesmo, Sócrates?

SÓCRATES: Porque o eu é o próprio cognoscente. Como pode o sujeito tornar-se seu próprio objeto? Como pode o eu tornar-se isto ? É por isso também que eu acho Deus um mistério. O eu humano é uma imagem do Eu divino.

e continua …

 

A tecnologia e as larvas

23 nov

Estamos lendo o tópico 3 do capítulo I: Da tecnologia e das larvas, do livrolarvas de Peter Kreeft: As melhores coisas da vida, e .o questionamento é o que de fato é o produto das tecnologias.

Sócrates vai questionar o que é “ciência séria” que foi como a biotecnóloga Marigold se refere ao seu trabalho valorizado, Sócrates diz que Ciência vem de scio que significa “eu sei”, enquanto tecnologia de techn “saber fazer”, e diz que é uma espécie de magia, e que foi na idade médica que magia e a ciência nasceram, estamos na página 48.

Ao retornarem a questão da idade penetram no âmago do livro, qual seria a melhor resposta para uma pergunta ainda mais importante, a questão do summum bonum, o bem supremo..

Lembremos que o diálogo anterior tinha finalizado com a ideia se um bom vinicultor poderia oferecer vinho a um alcoólatra, Peter Pragma retorna a conversa porque agora quer saber o queria saber o que é vida boa, e agora começa a entender que deve saber o que é o bom.

MARIGOLD: … O que é mais importante que a conquista da natureza? E, além disso, não havia milhares de respostas diferentes, diferentes religiões e filosofias, mitos, credos, códigos e cultos?

SÓCRATES: Sim, mas todos eles tinham um motivo em comum, que era oposto dessa sua tecnologia.

MARIGOLD: Um único motivo? E porque não é algo óbvio, então? Não entendo.

SÓCRATES: Talvez porque seja óbvio demais para poder ser percebido por olhos repletos de larvas.

MARIGOLD: Chega! O que é?

SÓCRATES: Todos eles estavam de acordo quanto a coisa mais importante na vida era conformar, de algum modo, a alma humana à realidade objetiva. A sua filosofia de “conquista da natureza” crê que a coisa mais importante é conformar a realidade objetiva aos desejos da alma humana.

Marigold dirá que isto é o progresso, depois saem pela discussão da existem deuses, Sócrates argumentará se existe um princípio comum nas crenças, daí vão para a discussão sobre o que é a profissão superior, qual delas buscaria o sobre-humano e voltam a ideia se é possível dominar a natureza ou conformá-la ao homem.

Finalmente voltam a questão da prática, Marigold dirá que a filosofia não mata a fome, ao que Sócrates argumenta que ainda assim ela não é um bem supremo, e qual seria o bem superior.

PETER: Essa é a primeira questão, não é, Sócrates ? Se não existem deuses, então a tecnologia é superior, pois não há nada com que se conformar, e nós devemos fazer com que a natureza se conforme a nós. O que mais deveria ser feito?

Marigold não quer falar sobre este tema, se despede da conversa, e Peter e Sócrates irão para a questão sobre a inteligência dos computadores.

 

Sócrates, a boa vida e a tecnologia

22 nov

Antes de finalizar o capítulo da educação liberal, Sócrates lembra sua celebrebiotecnologia frase: “conhecer-se a si mesmo” e retoma a ideia que “uma vida não examinada não vale a pena ser vivida”, assim que sai o seu interlocutor Peter Pragma para pegar um café e espairecer as ideias.

No tópico 3 do capítulo I: Da tecnologia e das larvas, o amigo que havia saído para tomar um café se deparou com a máquina quebrada e disse que se tornaria um técnico.

Sócrates lembra o caráter imediatista e simplista de escolher uma profissão, e Peter afirma que já não pode aguentar mais interrogatórios, então Sócrates pensa em um modo de mudar a própria metodologia que é a pergunta, “talvez haja um modo” e Peter se anima.

Mas seria ilógico Sócrates abandonar seu método, o que ele faz é chamar uma moça próxima chamada Marigold Measurer (algo como medindo as Margaridas, explica a nota de rodapé da página 42), a moça concorda mas fica intrigada com Sócrates, acha que é um psicólogo.

Mas Sócrates diz, bem a gosto de uma filosofia mais contemporânea, que é uma “espécie de conscienciólogo … sou um filósofo”, Marigold pergunta se é o departamento dele, o que refuta prontamente, seria contraditório ter um departamento de filosofia, já que filosofia não é um departamento.

A conversa de desenrola com Marigold mantendo certo segredo de seu trabalho, mas reafirmando que os trabalhos hoje tem certa “hierarquia” e questiona o lugar da filosofia, e finalmente Marigold diz que trabalha com engenharia genética.

Sócrates então questiona o papel da tecnologia de subordinar a natureza e sugere que sejamos apenas “amigos” dela, pergunta “porque gostaria de conquistar sua mãe? Só conquistamos nossos inimigos”, está na página 45.

Questionada se não teria medo de “perder o controle” do seu trabalho, Marigold afirma que seu trabalho é sério, ao que Sócrates pergunta se um produtor de vinhos seja sóbrio, “seria correto que ele fornecesse seu produto a um alcoólatra ?” finaliza na página 46.

O diálogo sobre a tecnologia ainda continua, mas podemos ficar com a pergunta de Sócrates.

KREEFT, P. As melhores coisas da vida. Campinas: Ecclesiae, 2016.