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Tecnologia não nos deixa mais burros
Em entrevista ao site Reddit foi o que afirmou o fundador da Microsoft Bill Gates, ele afirmou: “A tecnologia não faz as pessoas menos inteligentes”, sessão de perguntas e repostas ele afirmou: “Se você olhar a complexidade do que as pessoas gostam no Entretenimento, é possível ver uma grande mudança só no meu período de vida”.
Ele explicou que: “A tecnologia permite que as pessoas tenham suas perguntas respondidas de forma melhor, então elas se mantêm mais curiosas”, e assim ele vem como quase toda tecnologia (há tecnologias destrutivas como armas e equipamentos de guerra), ela é pensada para melhor em algum aspecto a vida humana.
Ele explicou o medo que muitos tem da tecnologia assim: “Fica muito mais fácil conhecer vários assuntos, o que é importante para solucionar problemas complexos”, quando não sabem usar adequadamente ficam apenas resmungando sobre elas.
Já comentamos aqui o livro de Mark Bauerlein, autor de The dumbest generation (A geração mais estúpida) que tem uma análise pessimista em que ele antecipa uma nova Idade das Trevas, seus equívocos são enormes, mas o mais grave é creditar a esta geração atual o desvio que vem acontecendo no pensamento humano a séculos.
Outro livro difundido que já comentamos é o de Nicholas Carr, Os superficiais, ele é entendido em em tecnologia e participa do projeto de cloud computing do Fórum Económico Mundial, escreve regularmente sobre tecnologia e cultura no The Guardian, The New York Times, também ele vê só a na geração atual um problema de cultura, em especial no ocidente, que acontece há séculos, o de leituras e pensamentos superficiais.
Há outros, mas numa frase, a crise atual tem raízes profundas e é a pós-modernidade.
Caso torna a biometria insegura
A biometria é a forma usada por bancos, alguns equipamentos de segurança e também nas últimas eleições, para identificar pessoas a partir das impressões digitais.
O hacker Jan Krissler afirma que conseguiu falsificar a impressão digital da ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, usando fotos feitas com uma câmera fotográfica comum.
Este caso reforça a ideia, que é defendida por alguns especialistas, que a biometria por impressão digital não é um método seguro, vale a pena lembra que começou ela foi usada em urnas eletrônicas no Brasil, nas últimas eleições.
As declarações de Krissler, que usa o codinome de “starbug” entre os hackers, foi feita em uma convenção para integrantes do CCC (associação dos hackers da europa), ele tem 31 anos e sua palestra também foi transmitida online pelo site da associação.
Na sua palestra afirmou que as fotos Von der Leyen foram feitas em outubro, e com um “close” de seu dedo e com fotos de ângulos diferentes foi possível falsificar a digital da ministra.
Fala-se muito em segurança individual dos dados, mas a segurança pública e o respeito dos estados pelos dados do cidadão são os maiores problema.
A internet desaparecerá, diz chefe da Google
Não é o que está pensando, mas sim o fato que ela se tornará de tal forma presente que será impossível se conectar a algo sem utilizá-la, afirmou o chefe da Google Eric Schmidt, na quinta-feira passada em Davos, na Suiça, onde se realizou o Fórum Econômico Mundial.
Perguntado sobre o futuro da internet respondeu: “Eu vou responder muito simplesmente que a internet vai desaparecer”, segundo vídeo disponibilizado pela rede de TV norte-americana CNBC.
Mas não quis dizer com isto que a internet pode seguir o caminho dos filmes fotográficos e dos disquetes, mas o entendimento de Schmidt é que a rede será de certa forma tão presente em nosso dia a dia que será inescapável.
Poderá estar presente na vida de uma pessoa do momento que nasce, em todos os momentos da vida de uma pessoa, sua vida familiar, médica, estudantil e atividades sociais diversas, claro com o direito do “esquecimento” que é a possibilidade de desaparecer com registro indesejáveis.
Mas o problema da privacidade permanece, como garantir que dados não sejam extraviados e caiam em mãos que façam mau uso, eis um grande problema a ser resolvido.
Tecnologias esperadas em 2015
Finalmente acessíveis aos usuários (já há versões para desenvolvedores), os óculos Oculus Rift e Google Glass, o Apple Watch (um pouco exagerado em alguns detalhes), o Windows 10 (pularam o 9) chega com prováveis melhorais das chatas telas de rolagem do 8 e com o botão Iniciar e os novos celulares Microsoft (ex Nokia), Samsung e os chineses.
O Oculus Rift era o campeão mundial de kits vendidos, 75.000 kits até julho do ano passado quando a empresa foi comprada pelo Facebook, promete fazer frente ao Google Glass, super anunciado, comentado, promete agora estar entrando no mercado, mas o produto chegou no mercado brasileiro por R$ 6.500.
Quatro dias atrás a Google anunciou o fim do programa e o Google Glass sumiu.
A Microsoft em evento nesta ultima quarta-feira (21/01) anunciou grande novidades para o Windows 10, incluindo um novo navegador e possibilidades novas para os games.
Volta o menu iniciar, mas a tela do Windows 8 continua ali, mas agora há a possibilidade de deixar tudo na tela principal, sem ter que ficar “rolando” para os lados.
A Microsoft lançará o Windows Phone 8.1 deixando de lado a marca Nokia (embora use esta tecnologia), a Samsung lança seu modelo 6 com versões em capa de alumínio e os chineses já ocupam 38 do mercado prometendo superar o iPhone da Apple em 10 anos, segundo as companhias Lenovo, Huawei e Xiaomi.
Não é consumismo apenas, é uma necessidade de aparelhos ágeis e avançados para nossas tarefas do dia a dia, e que caibam no nosso bolso.
Seis lições de sabedoria a partir da tecnologia
Novas tecnologias (ou projetos) exigem nova maneira de pensar
O projeto Bloodhound SSC deverá ser o primeiro veículo terrestre a quebrar a barreira das 1.000 milhas por hora (1.609 km/h), seu maior problema foi reinventar as rodas, não é o invento mais antigo, mas como projetar as rodas mais rápidas do mundo, capazes de se manterem estáveis e seguras a uma velocidade supersônica e ainda com recursos financeiros limitados?
Segundo a BBC tecnologia, o engenheiro Mark Chapman, “após bater a cabeça por quatro meses”, entendeu que deveria usar as novas tecnologias de “maneira nova”, afirmou ele: “O que é inédito é a maneira como aplicamos as tecnologias”.
Formar a opinião a partir das provas e não das próprias ideias
O geofísico Steven Jacobsen, da Northwestern University, nos Estados Unidos, entre muitos outros geofísicos acreditavam que a água da Terra se originou em cometas.
Mas ao estudar profundamente as rochas, como forma que os cientistas usam para analisar a passagem do tempo, ele descobriu água dentro da ringwoodita, em resultados de janeiro de 2014 um mineral encontrado no manto terrestre, então entendeu que a água está dentro dos planetas.
É necessário mais transpiração que inspiração
Sim é preciso trabalhar duro isto entendeu a neurocientista Sheila Nirenberg, da Cornell University, em Nova York, que queria desenvolver uma nova prótese para curas auxiliares aos cegos, e pensava apenas nos orgãos e não na informação e o código delas no cérebro.
Então achou um elemento fundamental quando decifrou o projeto para decifrar o código que transmite informações entre os olhos e o cérebro, revela a neurocientista: “Quando me dei conta disso, não conseguia comer, não conseguia dormir. Tudo o que eu queria era trabalhar”, a transmissão da informação era importante mais que os mecanismos.
Amanhã continuamos, mas é preciso “não ter respostas prontas”, “contar com o acaso” que alguns chamam de conspiração do universo ou de Vontade de Deus, e por último, sabedoria é algo indefinível por isto, mesmo estas seis lições são questionáveis.
Oscar 2015 mantém favoritos
Na lista dos filmes indicados: “Birdman”, “Boyhood: Da infância à juventude”, “O grande hotel Budapeste”, “O jogo da imitação”, “Selma”, “A teoria de tudo”, ficaram apenas os menos esperados: “Sniper americano” e “Whiplash”.
Birdman e Boyhood conforme já dissemos anteriormente contém críticas aos super heróis holliwoodianos e a fama a qualquer preço, e poderiam ficar fora, mas talvez ficasse muito explícito o conservadorismo da Academia, aparecem também na lisa de Alejandro Gonzáles Iñárritu (“Birdman”), Richard Linklater (“Boyhood”) onde aparece como melhor diretor Bennett Miller (“Foxcatcher: Uma história que chocou o mundo”) e melhor ator Steve Carell, mas ficou fora de melhor filme.
Com “Sniper americano”, esta é a quinta vez que uma produção dele é indicada na categoria melhor filme, a Academia mostra sua veneração por Clint Eastwood.
“Whiplash” não é totalmente uma surpresa, já que havia ganho o prêmio Festival de Sundance em 2014 e é bem cotado pela crítica, conta a história da carreira de um jovem baterista que sonha em ser o melhor de sua geração e marcar seu nome na música americana como fez Buddy Rich, seu maior ídolo na bateria, mas isto torna-se uma obsessão.
O documentário “O sal da terra” do erudito Wim Wenders fazendo uma cinebiografia do fotografo brasileiro Sebastião Salgado, foi indicado, dirigido também pelo brasileiro Juliano Salgado, filho de Sebastião (veja foto acima).
O filme sobre Alain Turing
O filme “The Imitation Game”, anunciado, inclusive provavelmente concorrendo ao Oscar (a lista sai hoje), é sobre a vida de Alan Turing, considerado um “pai da computação” e que se suicidou aos 42 anos, após ser condenado a castração química, por ser homossexual.
Turing é representado pelo ator britânico Benedict Cumberbatch e a obra estão focada em seu trabalho, importante para a vitória dos Aliados no conflito, pois desvendou a máquina Enigma que era de codificação das mensagens alemãs assim como sua contribuição para a história da informática.
Mas o filme mostra também os problemas enfrentados pelo cientista por ser homossexual.
Sua condenação foi no ano 1952 e seu suicídio em 1954, sob a pena por “indecência” e os remédios o tornaram impotente e fez com que ele desenvolvesse seios, o que pode ter contribuído para sua morte.
Foi apenas em 2013 que ele recebeu um perdão póstumo da Rainha Elizabeth II, após longa campanha para limpar sua honra, pois em 2009 houve um abaixo assinado que fez com que o primeiro-ministro Gordon Brown publicasse um pedido público de desculpas pela perseguição terrível.
A obra foi adaptada da biografia do livro “Alan Turing: The Enigma” (Enigma era a máquina nazista que Turing decifrou), escrito por Andrew Hodges.
A estréia no Brasil está marcada para 5 de fevereiro e a lista dos 10 filmes indicados ao Oscar sai hoje
Veja os ganhadores do Globo de Ouro
Os prêmios do Globo de Ouro 2015 foram entregues neste domingo 11 de janeiro, alguns já esperados como Birdman (veja nosso post), como melhor ator de comédia musical (Michael Keaton) e melhor roteiro, o melhor filme de Boyhood – Da Infância à Juventude, melhor diretor Richard Linklater e melhor atriz coadjuvante Patricia Arquette .
A premiação feita pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood contou com várias referências à Coreia do Norte e aos atentados na França, com alguns atores incluindo “Je Suis Charlie” em seus discursos, veja os outros prêmios, com os links do site Adoro Cinema:
Melhor Ator – Drama
Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo)
Melhor Atriz – Drama
Julianne Moore (Para Sempre Alice)
Melhor Filme – Comédia/Musical
O Grande Hotel Budapeste
Melhor Atriz – Comédia/Musical
Amy Adams (Grandes Olhos)
Melhor Ator Coadjuvante
J.K. Simmons (Whiplash – Em Busca da Perfeição)
Melhor Filme De Animação
Como Treinar o Seu Dragão 2
Melhor Filme Estrangeiro
Leviatã (Rússia)
Melhor Trilha Sonora
A Teoria de Tudo
Melhor Canção Original
Glory (Selma, John Legend e Common)
Melhor Série – Drama
The Affair
Melhor Ator – Série Drama
Kevin Spacey (House of Cards)
Melhor Atriz – Série Drama
Ruth Wilson (The Affair)
Melhor Série – Comédia/Musical
Transparent
Melhor Ator – Série Comédia/Musical
Jeffrey Tambor (Transparent)
Melhor Atriz – Série Comédia/Musical
Gina Rodriguez (Jane The Virgin)
Melhor Minissérie/Telefilme
Fargo
Melhor Ator – Minissérie/Telefilme
Billy Bob Thornton (Fargo)
Melhor Atriz – Minissérie/Telefilme
Maggie Gyllenhaal (The Honourable Woman)
Melhor Ator Coadjuvante – Série/Minissérie/Telefilme
Matt Bomer (The Normal Heart)
Melhor Atriz Coadjuvante – Série/Minissérie/Telefilme
Joanne Froggatt (Downton Abbey)
Prêmio Cecil B. DeMille
George Clooney
Jolie, o papa e o “Invencível”
Angelina Jolie encontrou-se com o papa, com quem assistiu uma première do seu novo filme, “Invencível” que conta a história de um atleta e herói da Segunda Guerra Mundial Louis Zamperini.
O encontro deu-se no último dia 7, ela estava acompanhada apenas de dois filhos e sem Brad Pitt, apesar do encontro com o papa, a qum manifestou admiração pela mensagem de paz que ele transmite aos fiéis, já havia informado ao Hollywood Reporter em 2012: “Não tenho uma grande relação com religião. Eu oscilo entre o agnosticismo e o ateísmo”, mas é bom lembra que ela é embaixadora da ONU para refugiados.
O filme conta a história real do atleta Zamperini, que tendo sofrido um acidente de avião na Segunda Guerra Mundial, luta no mar 47 dias para chegar em terra firme e quando chega é captura pelos japoneses.
Unbroken (seria inquebrável) é o segundo trabalho de Jolie como diretora, havia trabalhado anteriormente em é Na Terra de Amor e Ódio (2011).
O filme é uma adaptação do livro escrito por Laura Hillenbrand, chamado “Unbroken: A World War II Story of Survival, Resilience, and Redemption”, publicado em 2010.
O lançamento em cinemas mundiais é no próximo dia 15, no Brasil ainda não há data de lançamento.
Boris Broys e a arte pós-moderna
Parece que há pouco a dizer sobre a arte atual, ou que talvez esteja havendo uma confusão entre os limites do que é ar e o que não é, mas creio que Boris Groys e Jacques Rancière (o post anterior) podem sim dizer algo.
Boris Groys é um alemão de 68 anos de idade, estudo de 1965-1971 matemática na Universidade de Leningrado (hoje São Petersburgo), trabalhando numa série de pesquisas e participou do movimento Conceptualismo de Moscou e publicou em 1979 o ensaio “Conceptualismo Romântico de Moscou”, depois em 1981, foi fazer seu PhD em filosofia na Universidade de Munique.
Groys é um membro da Association Internationale des Critiques d’Art (AICAO), e tem servido como um companheiro de inúmeras instituições, incluindo Centro Internacional de Pesquisa de Estudos Culturais (IFK), em Viena, Áustria, Harvard University Art Museum, e da Universidade de Pittsburg.
Escreveu os polêmicos “The Communist Postscript” (2010) e “Introduction to Antiphilosophy“ (2012), mas é seu pequeno ensaio sobre a Arte na idade da digitalização, para mim um importante trabalho, onde analisa o famoso trabalho de Walter Benjamin “The Work of art in the Age of Mechanical Reproduction” onde assume a possibilidade de uma reprodução tecnicamente idêntica e perfeita de forma que não permita uma distinção entre o original e a cópia (Groys, 2010).
Leciona desde 1994, filosofia e teoria das mídias, na Academia de Design (Hochschule für Gertaltung), que é dirigida por Peter Sloterdijk, em Karlsruhe (Alemanha) nosso próximo post.
Em seus trabalhos de Boris Groys a arte e a filosofia não têm tratamentos distinto, para ele, tanto uma como outra tratam fundamentalmente de questões que não admitem uma solução definitiva e por isto são imortais, neste enfoque, objetividade e subjetividade se confundem, e nesta perspectiva concordamos.
Exigências culturais não são fictícias, dizem a um espectro de coisas, e quase sempre o objetivo de artistas e pensadores é superar aquilo que é considerado mais avançados, que tem algo de morto em determinado campo, e assim posicionar-se na cultura melhor ao ponto que torna mortais imortais por terem cumprido a exigência imaginária do seu tempo, e ainda que esta imortalidade seja artificial, tem efeito de uma política consciência
Assim o que Groys propõe é que o espaço simbólico da arte inclua necessariamente os mortos, representados por suas obras, imagens, teorias, atitudes, linguagens.
Assim, a verdadeira pressão cultural não vem das instâncias de poder, mas dos mortos e é então um caso muito mais sério que os vivos, pois continuam a perturbar o presente como criadores
É o que faz artistas mortos ainda estarem em competição; como eles, querem, por exemplo, chegar a ter edições integrais suas nas estantes das bibliotecas.