Arquivo para janeiro, 2017
Verdade & Método e a lógica indutiva
Conforme já explicamos, o esboço revisado de O problema da Consciência Histórica, após a escrita de Verdade e Método, obra máxima de Hans-Georg Gadamer, é uma boa introdução a esta obra que esclarece muitas questões da filosofia contemporânea: o seu problema que é claro entre outros é sua relação com a mudança social, a questão do método e principalmente o que é verdade, mas terá pontos secundários não menos importantes, tais como o diálogo.
Retomando a tradição humanista fará uma releitura de São Tomás, Santo Agostinho e Vico, e esclarece o principal problema da filosofia de nosso tempo: “se diferencia da clássica tradição da filosofia pelo fato de não representar nenhuma continuação imediata e ininterrupta dessa última.” (Gadamer, 1997, pg. 35).
Critica a instrumentalização do pensamento filosófico no ocidente que fez dele: cujas relações com conceitos tornaram-se “um estranho descomprometimento, quer suas relações com esses conceitos sejam da espécie de uma concepção erudita, para não dizer arcaizante, ou da espécie de uma manipulação técnica, que faz dos conceitos algo como ferramentas.” (pg. 36).
Criticará o que é chamado como ciências do espírito e colocará como transcendente dentro de uma dimensão estética, negando o contexto da lógica de Stuart Mill, que afirma ter uma formulação mais correta no Tratado da Natureza Humana, e todo o equívoco deste conceito.
Cita o autor J.G.Droysen, estudioso da história do helenismo, como uma tentativa importante para uma dar um sentido novo a história: “de que as ciências do espírito deveriam dixar-se fundamentar, da mesma forma, como um grupo independente de ciências.” (pag. 43).
Aponta o logicismo da indução de Stuart Mill, e critica mesmo Scherer e Dilthey ao afirmar que mesmo estes: “continua sendo o modelo das ciências da natureza que orienta a autoconcepção científica de ambos” (pag. 44), é fácil observar as consequências de um modelo que se propõe crítico do modelo romântico, mas acaba retornando-se ao seu próprio núcleo.
Afirma que mesmo Dilthey acabou chegando as constatações que Helmhotz fez, ou seja, que não existe método para as ciências do espírito, e que método aqui: “se as outras condições, sob as quais se encontram as ciências do espírito, não serão, para sua forma de trabalhar, quem sabe muito mais importantes do que a lógica indutiva.” (pag. 45)
Não podemos negá-la afinal Hegel escreveu Fenomenologia do Espírito e mesmo seus críticos procuraram uma método para adequá-la a consciência histórica, esclarece que a resposta que “deram a essa questão não é suficiente … acompanham Kant, por se orientarem pelo conceito da ciência e do conhecimento segundo o modelo das ciências da natureza e procurarem a marcantes singularidade das ciências do espírito no momento artístico (sentimento artístico, indução artística).” (pag. 45)
GADAMER, H.G. Verdade e Método, Petrópolis: Vozes, 1996.
Hermenêutica e o fim do idealismo
Foi Husserl que fez as ciências humanas saírem do sono neokantiano, assim descrito por Gadamer ao falar do que chamou de “hermenêutica da facticidade”: “suas análises do ‘mundo da vida’ (Lebenswelt) e da constituição anônima de todo sentido e toda significação que formam o solo e a textura da experiência mostraram definitivamente que o conceito de objetividade representado pelas ciências constituiu apenas um caso particular” (Gadamer, p. 39).
No entanto Husserl estava preso ainda a uma metafísica subjetiva do fenômeno, como aquela que Hegel definiria como Fenomenologia do Espírito, e então a antiga oposição entre natureza e espírito é revista, fato quase despercebido e ressaltado por Gadamer: “as ciências humanas e ciências da natureza devem ser compreendidas a partir da intencionalidade da vida universal” (idem).
Foi assim que com a retomada da questão do ser, que as descobertas de Husserl ao serem aprofundadas por Heidegger deram um sentido a fenomenologia mais radical: ao perceber: que não é necessário separar, no plano do conhecimento, o ser da natureza do ser histórico “como fazia Dilthey … ao contrário, o modo de conhecimento próprio às ciências da natureza é uma espécie de derivada da compreensão, como diz Heidegger em Sein und Zeit, ´se aplica à tarefa legítima de apreensão das coisas [o Vorbandene, o ente ´subsistente´] em sua essencial incompreensibilidade” (Gadamer, pgs. 39-40).
O conhecimento em Heidegger assume um estatuto ontológico, dito de maneira aparentemente complicada, mas não o é, ao contrário [do conhecimento ideal]: “o compreender é a forma originária de realizar do ser-aí humano enquanto ser-no-mundo.” (pag. 40).
Aqui a diferenciação do interesse prático e do interesse teórico, o compreender é o modo de ser do ser-aí que o constitui como “saber-ser” (savoir-être) e ´possibilidade´”(idem).
O próprio Gadamer explica que para a hermenêutica tradicional, as teses heideggerianas parecem provocação, pois explica, o verbo Versteben (compreender em alemão) tem dois significados: compreender o significado de alguma coisa, e ser entendido em alguma coisa.
Enquanto compreender (versteben) pode significar que entendemos algo como ir a lua ou o funcionamento de um equipamento, já o saber-fazer, tem o sentido de capacidade, e isto significa desempenhar uma tarefa prática, só havendo diferenciação de teoria e prático no plano da capacitação e não no plano teórico.
No dizer textual de Gadamer: “ele [Heidegger] parece distinguir-se essencialmente da compreensão que se obtém num conhecimento científico” (pag. 41).
Embora estejamos no meio do texto, pode-se dizer que é uma conclusão: “se reduzem, finalmente, ao nó comum de um ´eu sei como me ocupar´ isto é, uma compreensão de si em relação a alguma coisa” (pag. 41), em itálico no original.
Consciência entre a epistemologia e o método
Sabe-se no senso comum que o que chamamos de interpretação está intimamente ligado ao método e visão de mundo que temos, mas na prática, ficamos no “é minha opinião”.
Gadamer vai mais fundo neste tema, ao colocar que “aquilo que a consciência moderna assume precisamente como ‘consciência histórica´- uma posição reflexiva com relação a tudo que é transmitido pela tradição.” (pag. 18), ou seja, “a consciência histórica já não escuta beatificamente a voz que lhe chega do passado, mas, ao refletir sobre a mesma, recoloca-a no contexto em que ela se originou, a fim de ver o significado e o valor relativos que lhe são próprios” (idem).
E sentencia: “esse comportamento reflexivo diante da tradição chama-se interpretação” (pag. 19), e explica que essa noção de interpretação“ remonta a Nietzsche, segundo o qual todos os enunciados provenientes da razão“ são suscetíveis de interpretação” (pag. 21).
Entretanto retorna a Hegel para esclarecer que “as ciências humanas possuem com as ciências da natureza, vinculo que as distingue precisamente de uma filosofia idealista: as ciências humanas possuem igualmente a pretensão de se constituir como legítimas ciências empíricas, livres de toda intrusão metafísica, e recusam toda construção filosófica da história universal (idem), e aqui entramos na questão do método.
A ideia de adotar métodos científicos das ciências da natureza, impediram que as ciências humanas tivessem procedessem a uma tomada de “consciência radical acerca de si mesmas” (idem), e pergunta ao final do parágrafo: “Porque não antes o conceito antigo, grego, de método deveria prevalecer?” (pag. 21)
Utiliza Aristóteles para explicar a questão de método: “a ideia de um método único, que se possa determinar antes mesmo de investigar a coisa, constitui uma perigosa abstração, é o próprio objeto que deve determinar o método apropriado para investiga-lo” (idem).
A tradução brasileira tem 71 páginas, é de leitura fácil e simples, e considero útil para uma introdução na obra prima de Gadamer “Verdade e Método”.
GADAMER, H.G. O problema da consciência histórica, 3ª. Edição. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
O problema da consciência
Enfatizamos que ainda que a sociologia de Bauman trate de questões sociais importante, há um problema de “consciência líquida” e a nosso ver uma relação com a hermenêutica e como trata o problema da consciência, Husserl diria: que consciência deve ser de “algo” e portanto não é possível trata-la com o idealismo, que vê o algo fora do sujeito.
O melhor livro sobre a questão é Verdade e Método de Hans-Georg Gadamer, mas um livro escrito anteriormente, que ele próprio disse que seria dispensável por ser um esboço desta sua obra maior, “O problema da consciência história” a nosso ver tem algo novo e importante.
Diz o próprio autor na introdução, que ao ser convidado para conferências na universidade de Louvain, que o problema da “consciência histórica” embora seja algo que envolve a Europa, foi somente na Alemanha “que esse tema desempenhou um papel central na filosofia, especialmente graças a Wilhelm Dilthey … fora da esfera da cultura alemão, a tradição romântica do Geitesuwisenschaften“ (pag. 10), está mais relacionada a filosofia da natureza.
É por isto, que a nosso ver, esta obra seminal de Verdade e Método, não apenas aprofunda o problema da “consciência histórica”, mas principalmente desvenda a relação com a filosofia da natureza, que fora da Alemanha influenciou profundamente as modernas teorias do estado.
A tradução que lie que vem da edição francesa de 1996, já é a revisada pelo próprio Gadamer e, portanto, já é uma releitura, e nela há uma questão importante sobre às artes reprodutivas e seu óbvio relacionamento com as tecnologias , enquanto na concepção alemã “buscam paridade com as ciências naturais” (pag. 11).
Segundo Gadamer, se Dilthey se propôs fornecer uma base epistêmica para entender a questão, não foi como um interprete de texto, mas como um teórico do método de uma escola histórica que não via a “compreensão de textos ou fragmentos do passado como o seu objetivo último” (citação do próprio Gadamer), sua visão hermenêutica como sucessor de Schleimacher, espera poder compreender como a história pode, “em última instância ser compreendida.” (pag. 12).
“A hermenêutica é o método universal das ciências históricas” (pag. 12).
GADAMER, H.G. O problema da consciência histórica, 3ª. Edição. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
* Geitesuwisenschaften: em alemão ciências humanas ou humanidades, mas o significado é mais amplo, poderia ser traduzido de modo simplificado como “ciências do espírito”.
Nova yahoo diz a que veio
Após a venda em julho de 2016 da Yahoo para a indústria de eletrônica digital Verizon, por 4.8 bilhões de dólares (cerca de 15 bilhões de reais), agora as primeiras mudanças são anunciadas, a mais importante é a saída da CEO Marissa Mayer , e o nome que talvez seja Altaba.
A mudança indicava o fim de uma era, pois o Yahoo além de seus serviços e os bilhões de visitantes por mês, foi o responsável no início da Web, pela entrada de muita gente na rede.
Agora já se sabe que pedaços da nova empresa Altaba, o nome diz muito, serão de uso pelo mega-site de vendas Alibaba e do portal japonês de internet, até agora chamado de Yahoo Japan, mas que também poderá mudar de nome.
Com a saída da CEO, a ideia é transformá-la num site de investimentos e uma junta de diretores que será reduzida de 11 para 5 pessoas, garantindo agilidade e bons negócios.
As declarações não foram oficiais, mas desde o vazamento de dados que ocorreu em dezembro de 2016, alto em torno de dados de 1 bilhão de usuários, ou seja, o maior da história, a nuvem sobre o futuro da empresa vai se desfazendo.
Nesta época, e com um segundo vazamento, o negócio quase fracassou, porém agora é irreversível.
Este novo modelo de investimento, isto é, usando sites e captando recursos nas redes digitais, pode ter impacto no mercado mundial, apesar dos governos recuarem ao modelo anterior que era fundado em empresas dispondo de recursos e empregos no próprio país.
Morreu Zygmunt Bauman (1925, 2017)
Morreu nesta segunda-feira (09 de janeiro), o sociólogo polonês (Poznan, 1925) que era de família judia, e fugiu de seu país e do nazismo para a antiga União Soviética, e mais tarde foi membro do Partido Comunista, de onde foi expulso por causa de suas obras.
Era professor emérito da Universidade de Leeds, cidade onde faleceu ontem aos 91 anos de idade, criou conceitos como modernidade líquida e amor líquido, porém não compreendeu o poder das redes sociais, às quais criticava duramente e também não elaborou devidamente a crise da modernidade, ao prever que ela iria percorrer um grande caminho até a inauguração de uma nova época, analisando a crise do Estado.
Entre obras, ainda pouco lidas e analisadas, estão como A Cultura Como Praxis (1973, sem tradução no Brasil), Desafios do Mundo Moderno (2015) e A Riqueza de Poucos Beneficia Todos Nós? (2015), por serem muito recentes.
Contrapus ao seu livro Vidas Desperdiçadas analisado em um post, o livro O desprezo pelas massas de Peter Sloterdijk, e também outras análises de sua defesa enrustida da modernidade comentamos em vários posts, e ainda em outro post fiz uma síntese de sua “liquidez” com a questão da consciência.
A última análise que fizemos de Bauman foi uma entrevista dada ao jornal El País, em 2016 , na qual o próprio jornal afirma seu pessimismo:. “seu diagnóstico da realidade em seus últimos livros é sumamente Crítico.”
Certamente suas duas obras merecem ser lidas, é um pensador profundo, porém reafirmo meu ponto de discordância, apesar de vivermos em tempos de retrocessos, historicamente a humanidade sempre soube transpor suas maiores dificuldades no caminho de um progresso para todos, o que estamos vivendo é um fim de uma “época” ainda que não saibamos o que virá depois, é certo que há uma demanda por mudanças estruturais na sociedade.
As premiações do Golden Globe
A premiação começou por prêmios menores, uma das curiosidades foi depois vieram os prêmios de melhor ator coadjuvante: Aaron Taylor Johnson do filme Animais Noturno, depois melhor ator de série e dramas de TV, Billy Bob Thornton de pela série Gollath, melhor atriz de série ou musical para TV: Tracee Ellis Ross (filha de Diana Ross) da série Blackish e para melhor série de TV Atlanta, melhor atriz da série que conta o julgamento de O.J.Simpson, Sarah Paulson.
Depois mini série ou filme para TV, a série O povo x O. J. Simpson, inesperado Trace recebeu o premio de , os compositores de trilhas sonoras Moonlight e La la Land eram esperados e La La Land ganhou, era uma barbada, já que Justin Harwitz(a primeira foto) fez um bom trabalho, e melhor canção original novamente La La Land, de Justin também, mas que foi recebido pelo conjunto , pois recebeu melhor ator em filme de comédia ou musical: Ryan Gosling e Damien Chazelle recebeu o prêmio de melhor diretor e melhor roteiro/fotografia.
Aos poucos o prêmio de melhor atriz e melhor diretor foram revelados, e a melhor atriz coadjuvante já parecia indicar um caminho diferente nesta premiação, a merecidíssima Viola Davis, uma vez que melhor diretor para Denzel Washington e melhor filme para Fences(Cercas, ainda não lançado aqui) não estavam nas indicações, e a justiça foi feita recebeu o prêmio de melhor ator.
Melhor animação foi o Zootopia, com uma mensagem sobre a diversidade, e embora a crítica o indicasse isto pessoalmente oana e Trolls (que não estava indicado) me parecem melhores.
Melhor filme estrangeiro Elle, do diretor dos países baixos: Paul Verhoven.
Melhor ator de minissérie foi para o inglês: Tom Hindleston, que atuou em The Night Manager e Clarie Floy pela série The Crown, que ganhou melhor série drama na sequencia.
La la Land foi o grande vencedor levando as 7 indicações, enquanto Moonlight que ganhou apenas melhor filme drama foi a decepção, no mais o glamour de Hollywood e as ironias e brincadeiras com Donald Trump, que já reagiu dizendo que ela seria amante de Hillary
Começou a CES 2017
A maior feira de eletrônicos do mundo, que completa 50 anos, começou com mais de 20 mil produtos a ser lançados, a Consumer Eletronics Show (CES) em 2017 pode ser acessada por alguns sites que estão transmitindo-a ao vivo, claro alguns eventos, pois o evento é um imenso pátio maior que o Anhembi de São Paulo.
Alguns produtos chegaram antes no mercado, o Echo, da Amazon, por exemplo, foi um fenômeno do Natal e a venda esgotou-se na semana anterior as festas, o nome sugestivo é porque você entra na sua casa e um eco te responde, um acionamento de dispositivos por vós.
A Samsung lançou, por exemplo, um aspirador de pó que se conecta com o Alexa, sistema da Alexa, mas ela tem seu próprio sistema de voz que é o SmartThings.
Novos televisores com tecnologia avançada 4K OLED (chamados de QLED pela definição das cores), e smatphones médios como os Samsung A7 (tela de 5,7 polegadas), o A5 (5,2 polegadas) e o A3 (4,7 polegadas), são tendências.
Os vestíveis, que começaram com os relógios conectáveis, agora vão para outros produtos como um cachecol que mede e filtram a poluição e pode até conectar a um amplificador de som (lançamento da LG) que fica na frente do pescoço, lembramos que no hemisfério norte é inverno.
Os drones estão mais acessíveis, simplificados e modulares, há um curioso lançamento da GDU que se pode conectar facilmente uma câmera para firmar algo perto de sua casa ou explorar uma região em que esteja e fazer filmagens.
Outra tendência já clara é a realidade virtual e aumentada, os pokemons são apenas uma aplicação desta tecnologia, os óculos Oculus Rift, no mercado desde 2013 e o Playstation VR já estão ai, agora a promessa é uma tecnologia incorporada aos celulares e mais amigáveis.
Os carros sem motoristas já estão ai, no ano passado o Bolt foi um sucesso, agora novos carros estão sendo esperados da Ford, Honda, Volks, Hyundai e Toyota.
Cyborgs e androides, ainda ficam para a ficção científica, apenas robozinhos simpáticos como o Egg.
Globo de Ouro 2017
Saímos um pouco das Esferas I de Sloterdijk para falar do Globo de Ouro, prêmios da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) para o cinema, que acontecerá dia 8 de janeiro.
O Globo de Ouro antecede ao Oscar e muitas vezes evita surpresas, uma grande premiação deste ano, segundo o site do Globo, é o musical elogiado pela crítica “La la land: Cantando Estações“, que resgata o gênero que fêz história em Hollywood, aliás acabam de morrer além da princesa Leia (Carrie Fisher), sua mãe Debbie Reynolds, um dia após, que fez o histórico Sing in the Rain.
La La land além de melhor filme de comédia ou musical, concorre também a melhor diretor (Damien Chazelle), melhor ator de comédia ou musical (Ryan Gosling) e melhor atriz de comédia ou musical (Emma Stone), e também direção e roteiro original (Damien Chazelle), canção e trilha sonora
Concorrerá com o filme “tradicional”, o filme das redes sociais “Deadpool”, com outras indicações também de melhor ator em comédia ou musical com Ryan Reynolds.
Com muitas indicações aparecem também os dramas “Moonlight”, com seis indicações, e “Manchester à beira-mar”, com cinco.
Melhor diretor concorrem, além deDamien Chazelle (“la ala Land”), Tom Ford (“Animais noturnos”), Mel Gibson (“Até o último homem”), Barry Jenkins (“Moonlight”) e Kenneth Lonergan (“Manchester à beira-mar”).
Melhores filmes: “Até o último homem”, “A qualquer custo”, “Lion”, “Manchester à beira-mar” e “Moonlight”.
Meryl Streep que concorre a melhor atriz em comédia ou musical por sua participação em “Florence: Quem é essa mulher?”, receberá um prêmio pelo conjunto da obra.
Entre as melhores animações: “Moana”, “Ma vie de courgette”, “Kubo e as cordas mágicas”, “Sing” e “Zootopia”, para mim faltou o “Trolls” espero que apareça na lista do oscar.
Há muitas outras indicações, com o pouco lembrado, mas interessante (só vi o trailer, mas a história me parece genial) “Fences”, que aparece na lista de melhor atriz coadjuvante Viola Davis e melhor ator em drama Denzel Washington (que é também o diretor), deveria aparecer ao menos em melhor diretor e melhor filme.
Não aparece nenhuma indicação para Star Wars e algumas indicações para (“The people v. O.J. Simpson: American crime story”), como melhor ator para John Travolta, meio forçado.
O homem insuflado
Sloterdijk a partir da página 29 até a 51 fará uma exposição detalhada sobre sua interpretação do Genesis bíblico até o sexto dia da criação, começando com uma situação de Santo Agostinho, que curiosamente lhe dá a definição de imunologia:
Não são vasos que de vós estão cheios que vos fazem
Firme e estável; porque, se eles se quebrarem, nem por
Isso vos derramareis, e mesmo quando vos derramais
Sobre nós não permaneceis caído no chão, antes nos reunis a vós.
Op. Cit. Santo Agostinho, Confissões, I, iii
Passará na página 31 pela passagem igualmente importante que é “um acontecimento que, no relato do Gênesis, aparece em duas versões: uma no ato final do trabalho dos seis dias, que não menciona, entretanto, a cena da insuflação, e outra vez como primeiro ato de toda a criação posterior, só que agora com expresso destaque para a criação através do sopro e com a característica distinção entre a modelagem da argila, numa primeira etapa, e o sopro, na segunda.” (Sloterdijk, 2016, pag. 32)
E após citar novamente o texto bíblico do genesis: “… insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um vivente” (pag. 33) dá a sua visão adâmica: “Adão permaneceria um curioso artefato de argila; não passaria de uma instalaão arbitrária sobre a terra desguarnecida” (idem).
Após longas passagens com interpretações bíblicas curiosas, como a que fala na página 50 de vocação, com uma inspiração, termo que igualmente é importante no texto, a qual afirma que: “animadas ou sorvidas por lembranças e regressões misgteriosas, elas mantém sob sua guarda imagens submersas de uma comunidade inspiracional proto-histórica, a da alma dupla ao sexto dia da Criação.”
Inaugura em seguida novo trecho da introdução que vai delimitar sua “esferologia”: “toda história é a história das relações de animações”.
Uma das imagens mais inspiradores deste trecho são as figuras de argila em tamanho natural, no jazigo do primeiro imperador da China Quin (259-210 a.C.), mas tomei outra imagem.