Arquivo para junho, 2014
WildLeaks: em defesa da natureza
Não confunda, não é o WikiLeaks, embora parecido é Wild de selvagem ou silvestre, um site vem ganhando popularidade em denúncias contra a natureza, e aparece em destaque no The Guardian.
Tendo apenas três meses de existência, o WildLeaks já deu informações verídicas sobre a caça ilegal de elefantes na África, sobre a caça de tigres-de-sumatra, que são animais em extinção, sobre o tráfego de chimpanzés na Libéria e denunciou várias práticas ilegais.
Segundo Andrea Costa, um consultor de segurança que é criador do WildLeaks, o objetivo do site é preencher uma lacuna pois embora hajam autoridades capazes de agir em áreas selvagens, muitas vezes os informantes não dão informações com medo de colocar sua vida em risco.
O site garante que sua plataforma é segura para manter as fontes anônimas, e evitar que sejam enviadas informações sensíveis de algum modo insegura, para isto uso a encriptação.
Qualquer pessoa que queira fazer uma denúncia pode usar para isto o navegador Tor, que é usado especialmente para a navegação anônima na Web, escondendo o endereço IP original do usuário, e logando na plataforma WildLeaks fazer sua denúncia, é claro, há forma de chegar a validade dos dados com contatos em diversos países.
Já há versões disponíveis em 15 idiomas, e uma equipe especializada em assuntos jurídicos na área.
Dia dos Namorados e Edgar Morin
Sei que muita gente está pensando na inauguração da Copa, um evento mundial, muita gente de olho o Brasil, mas queria falar de um pequeno e lindo livro de Edgar Morin: “Amor, Poesia, Sabedoria “.
Na verdade é a compilação de três palestras feitas em três cidades: Grenoble, Strouga e Paris, entre 1990 e 1995, com a leitura se tem a sensação de suas palavras e diria de sua vida com a companheira já falecida Edwige, que testemunhou-a em ‘Edwige, a inseparável’.
Morin parece responder a este nosso momento, preenche nosso vazio com sua resposta, parece não calar diante das questões super atuais: violência, utopia e barbárie, e dele emerge três coisas que mexem com o fundo de nossa alma: “da participação, da fraternização, do amor” para mim, tudo o que aprendi com a mística cristã Chiara Lubich.
Emerge neste opúsculo o imaginário, do amor como “o ápice mais perfeito da loucura e da sabedoria”. Mas onde ficou poesia? Primeiro num modo de expressão literária (só isto já não me bastaria), mas encontro coisa do ser que advém da participação, do fervor e da comunhão que é próprio do amor, para onde Morin sempre retorna, creio que sua companheira é parte disto, mas também de algo do profundo de sua alma, de um Deus que ainda não reconhece.
Obrigado a estas pessoas que passaram deste modo pela minha vida.
Direito de manifestação na Copa
Um dos grandes grupos do ato de manifestação, o MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto) tenha feito um acordo com o governo, outros sete coletivos mantiveram a manifestação, entre eles estão: o Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo, Contra Copa 2014, Território livre, Anonymous Brasil, Não Vai Ter Copa , Partido Pirata e o Movimento Popular da Copa de São Paulo.
A criminalização e banalização destes grupos é uma estratégia para esconder os verdadeiros objetivos que são a transparência nas contas dos gastos da Copa e os ganhos da FIFA as custas do Brasil, inclusive do trabalho gratuito de milhares de voluntários, e principalmente a distração dos grandes problemas sociais que o país enfrenta.
Segundo Paulo Spina do Fórum Popular de Saúde: “O objetivo é protestar, sem violência, pela pauta de direitos sociais.” “Pretendemos fazer outros atos durante a Copa, mas ainda não temos mais detalhes”, e abusos e privações de direitos de manifestação estão sendo denunciados pela Anistia Internacional.
Mas o Comitê Popular da Copa de São Paulo, que promoveu em 15 de maio na Avenida Paulista, o “Dia Internacional de Lutas contra a Copa”, vai organizar outro ato para a abertura da Copa, o “Manifesta Junina”, que acontece na Ocupação Mauá, na Luz, região central da cidade.
Boa Copa a todos que gostam do futebol ou que torcem para seu país, mas não troquem a consciência por alguns dias de festas e de alegria, e não esqueçam dos namorados.
Aplicativo preço Ju$to
Em período de Copa e grandes eventos os preços podem variar bastante, e um aplicativo foi desenvolvido para encontrar preços na região onde está e ver quando deve custar desde um simples copo de água até refeições e petiscos, o app Ju$to.
Alguns jovens cariocas descontentes com os preços pagos por um chope ou até uma porção de batatas fritas, criaram o aplicativo para registrar valores em todo o Brasil que, as vezes não são apenas altos, mas uma exploração, trazendo uma má imagem para o visitante.
Infelizmente no momento está disponível, o aplicativo Ju$to é colaborativo e funciona de modo parecido ao Waze, só que para preços em bares e restaurantes.
Segundo afirmou Pedro de Almeida que Ubiratan Braga, que criou o app, para o site dihitt, “A ideia é que as pessoas tenham noção de que não é todo lugar que tem esses preços loucos”.
Filme sobre junho de 2013
Nas telas dos cinemas do Brasil desde o dia 05 deste mês, o filme-documentário é uma importante análise da história do Brasil de hoje, nem só de Black Bloc e de Facebook, vivem as multidões, e o diretor do filme tem experiência nisto.
João Wainer, fotógrafo e editor de um jornal paulista, já fez documentário sobre as pichações (Pixo) e retratou o cotidiano de moradores das periferias da zona sul de São Paulo (“A Ponte”) agora trás não só um retrato com cenas do ambiente da manifestação e não apenas os momentos tensos e de confrontos, mas de música e de descontração dos manifestantes de junho de 2013.
Os atos que começaram pelo aumento de tarifas de ônibus, depois viraram contra os gastos da Copa, a PEC 37 e o governo, apesar de um refluxo, sem dúvida inaugura um novo momento do país, porque mostra um quinto poder (lembrem-se que a imprensa é considerada o quarto), e uma capacidade de dar voz a multidão, não apenas aquele que está em partidos e grupos sindicais.
A propósito de o quinto poder, já há um livro falando sobre o mensalão e a corrupção com um suposto quinto poder, discordo da denominação porque embora exista e tenha tido conveniência do executivo, este poder foi barrado pelo judiciário, e não é poder legítimo.
Direito de o Google te esquecer
Segundo dados de um Jornal de Notícias de Portugal num dia mais de 12 mil pessoas já haviam pedido ao Google para “esquecer” seus dados, o que significa que os rastros não serão encontrados após acesso a diversos sites, leituras de textos, buscas de produtos, etc.
Entre famosos, estavam já no início dos direitos na Europa: o próprio presidente da Google Eric Schmidt, Jimmy Wales (fundador da Wikipedia), David Drummond (conselheiro legal do Google), Luciano Floridi (filósofo do Instituto de Internet de Oxford), Jose Luis Pinãs (ex-chefe do órgão de proteção de dados da Espanha), Peggy Valcke (diretora da Universidade de Leuven) e Frank La Rue (relator especial da ONU).
Mas isto ainda vai funcionar em termos regionais, por exemplo, um conteúdo removido na Europa, não aparece mais nas buscas feitas na União Europeia, mas poderá encontrar o conteúdo, quando a busca for feita no Brasil ou em algum país da Ásia, para o direito há um formulário online.
A ferramenta foi desenvolvida em função de uma decisão do Tribunal europeu, na época os representantes do Google disseram estar “desapontados”.
E a ferramenta desenvolvida até mostra um pouco isso: o Google vai remover sim conteúdo pedido pelos usuários, mas ainda assim será possível encontrar aqueles links, mesmo dentro da União Europeia.
Porque a 4G é a terceira do mundo
Em primeiro lugar, a notícia está errada, pois o relatório “State of LTE” da Open Signal é feito com medições em 16 países, e a velocidade média do download no Brasil que é de 21 Mbps, marca que foi superada por Austrália (24,5) e Itália (22,2), mas nestes países, assim como Japão, Coréia do Sul e Eua, o número de usuários é já na casa de milhões.
A rede 4G no Brasil é relativamente nova, e só foi instalada em 81 cidades, e é claro, em todas cidades da Copa, mas há poucas pessoas que utilizam o serviço e isto deixa as operadores trabalharem com folga.
Assim como menos pessoas usam, a conexão é mais rápida e a possibilidade de congestionamento é pequena, mas em estádios cheios é que ela vai de fato ser testada.
É como na questão do congestionamento, se todo mundo resolve trafegar pela principal avenida da sua cidade, se poucos têm carro é um passeio bem tranquilo.
Tecnologia, futebol e arte
Abriu ontem no Rio de Janeiro uma exposição Tecnologia, Futebol e Arte, na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (CREA-RJ), mostrando como estes três elementos combinam, em especial a contribuição da engenharia para o esporte.
Foram feitas 15 caricaturas, pelo artista plástico Mayo Ornelas, dos mais importantes jogadores da equipe brasileira, entre eles, Garrincha, Pelé, Rivelino e Leônidas,
os torcedores que passarem pelo Rio de Janeiro poderão visitar, a partir de hoje (3), a exposição Tecnologia, Futebol e Arte, na sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do estado (Crea-RJ). A ideia é mostrar a relação entre os três elementos da mostra, principalmente a contribuição da engenharia para o esporte, e alguns jogadores da seleção de já tem versões em desenhos, feitos por Cláudio Duarte.
Conforme afirmou o presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, também será possível saber um pouco mais sobre as construções dos estádios que farão parte da Copa do Mundo. “O carpete irá simular um gramado, então quem entrar na exposição terá a sensação de estar em um estádio”, disse em entrevista a EBC.
O ambiente tem ainda painéis, camisas, réplica da Taça Jules Rimet, dando a concepção artista e informações sobre de arquitetura e engenharia, disse. Agostinho.
Novo iOs8 da Apple
Lançado ontem (02/06), o novo sistema operacional para iPhone, iPad e iPod Touch, o iOS 8 não deve ter mudanças drásticas, apenas melhorias importantes para os usuários.
Segundo o vice-presidente de Engenharia de Software da Apple, Craig Federighi, o aspecto principal serão uma ênfase nas notificações interativas, o objetivo é aproximar os aparelho dos smartphones, uma tendência forte do mercado.
O sistema aparecerá efetivamente no mercado no segundo semestre, lançado para os consumidores, uma mudança importante é no aplicativo de mensagens, por exemplo, a tela bloqueada do iPhone e além disto terá funções similares ao WhatsApp, suportando ainda mensagens de áudio e vídeo, com atalhos que facilitem a comunicação.
A gravação de uma mensagem, basta tocar no ícone de microfone do aplicativo e este já inicia o funcionamento, também conversas em grupo poderão facilmente ser feitas.
Já o assistente virtual da Apple, Siri, terá função nova importante: que pode ser ativado pelo comando de voz simples “Hey, Siri”, é uma competição com o Google que já tinha esta funcionalidade em seu Moto X desde o ano passado.
Criador da internet vê a segurança no futuro
Em entrevista da última semana de maio, Vinton Cerf que além de criador do protocolo TCP, é ganhador do prêmio ACM Turing Award (em 2004) e trabalha no Google, diz que o uso de mecanismos de autenticação auxiliado por métodos de criptografia, podem não ajudar na segurança da internet, a partir da internet das coisas, que trará um número grande de equipamentos online.
Ele fez menção, na entrevista para a eWeek, que uma manchete de tipo: “100 milhões de refrigerador como um Banco de Ataque da América”, pensando todos eles com mecanismos ligados a Web, poderia acontecer que “Hackers também podem usar a internet das coisas, como uma plataforma de lançamento de ações maliciosas, tanto como os ataques de negação de serviço”, avisou Cerf.
Ele diz que a comunidade acadêmica pode trabalhar para construir uma tecnologia resistente à penetração, Cerf diz que esforços de segurança, entretanto, não devem “ameaçar a liberdade e a facilidade de acesso que tem ajudado as empresas florescerem na Internet”, e isto significa que não deve ser preciso permissão para inovar, usando até um termos “permissionless inovation” por entender que a inovação é parte essencial deste processo.
Cerf disse que a sociedade deve considerar que convenções sociais, novas estruturas jurídicas e mecanismos técnicos terão de ser adotadas para tornar a Internet mais segura, e avisa que, “se a Internet não se tornar mais segura”, ela falhará.