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Arquivo para 2015

No mesmo barco: a Hiperpolítica

04 dez

O pensamento é de Peter Sloterdijk em “Juntos no mesmo barco: ensaioNoMesmoBarco sobre a hiperpolítica” no qual sentencia: “O que falta à ´teoria e prática’ é a implantação de uma política para uma era sem impérios. Nós a chamamos de hiperpolítica porque podem ser sinalizadas crescentes exigências à arte do pertencer-se … “ (Sloterdijk, p. 81-82).

O autor vai dizer que passamos da megalopatia à megalomania referindo-se aos grandes sistemas de pensamentos, ideologias e projetos faraônicos, no que diz respeito “aos chefes de movimentos, pode-se observar que eles compensaram sua incapacidade de resolver os grandes problemas” (Sloterdijk, p. 80).

Sloterdijk começa o livro citando Bismarck, que afirmava que a política é a arte do possível, em afirma “o ataque ao Estado por crianças grandes”, que brincam de governar. (pag. 9).

Acrescenta a “arte do possível é equivalente à capacidade de proteger o espaço da política contra exigências oriundas do impossível.” (p. 9) é claro das más teorias, que resultam em desastres, que depois se sai a procura de “culpados”, são estas as “crianças crescidas”.

Sloterdijk dá uma receita sobre o ocidente: “quando hoje os ocidentais se descrevem facilmente como democratas, na maioria das vezes o fazem não porque reivindicam carregar a coletividade em esforços diários, mas porque, com razão, consideram a democracia uma forma social que lhes permita não pensar o Estado e na arte do pertencer-se” (p. 85)

Ao descobrir uma sociedade inteira com sede do pertencer-se, as redes, ficam preocupados e devem ficar, pois este direito lhes foi roubado pela democracia representativa, é preciso “pensar” o Estado e o sentimento de pertença a todos e não aos megalômanos e megalopatas.

O jogo da corrupção, dos lobbies e do poder pelo poder minou a democracia representativa, a conclusão é minha, pensar de verdade no coletivo será possível daqui alguns anos.

 

Impeachment do impeachment

03 dez

O impeachment do impeachment é porque aqueles que mais defenderam fora Collor, fora FHC e fora qualquer um que discorde deles, agora dizem que é um golpe, de certa forma é, mas de “aliados” do governo: oJogoPolitico PMDB.

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Porque o senhor que abriu o processo estava em negociações para ficar fora das listas de políticos presentes nas delações premiadas da Lava-Jato, chegou a flertar com a oposição, mas viu sua situação apertada na comissão de ética que pede sua cassação, sem os votos do PT seria 11 a 9 pela sua cassação, com os 3 votos dos membros governistas 12 a 11.

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Na verdade, o famoso “acordão” entre os governistas e partidários de Cunha não saiu do papel, principalmente quando além deles estão sendo investigados Renan Calheiros (PMDB- AL), Aníbal Gomes(PMDB-CE) e Jader Barbalho (PMDB-PA).

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O pedido aceito foi apresentado por dois juristas renomados: Hélio Bicudo (fundador do PT) e Miguel Reale Junior, e estão baseados na lei de responsabilidade fiscal, se no ano passado estávamos acima de 20 bi no vermelho, este ano ultrapassamos os 100 bi, gastamos muito e gastamos mal.

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Mas outros dois juristas Dalmo Dallari e Ives Gandra Martins, com opiniões distintas sobre o pedido, concordam com o componente político do processo, uma vez que são deputados e senadores que definirão sobre o afastamento da presidente, mas o líder do governo no Senado está preso, o presidente do Senado é investigado, e Cunha da câmara só não é condenado por manobras que podem não durar muito.

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O que o Brasil precisa: é o impeachment do impeachment do impeachment, talvez levando meia centena preso, o pior é que pode até ter gente do STF e não é piada, a lama do Rio Doce chegou a Brasília e muitas barragens estão para estourar.

 

É tempo de voltar para casa

02 dez

Na filosofia existe o ethos da ética e da moral, e existe o êthos (‘ɛθɔs) que éVoltarCasa a morada do ser, o encontro do ser com sua essência, aquilo que é de certa forma sua essência interior.

Um comercial da Alemanha virou um vírus pela emoção que causa nas pessoas, era para ser só uma propaganda de um supermercado, mas a surpreendente mensagem de um pai que queria muito reunir os filhos e não consegue, por fim alguém envia uma mensagem que o pai tinha falecido, quando os filhos retornam para casa tem uma bela surpresa.

Ao chegarem e verem a mesa arrumada e tudo posto para uma ceia, o pai sai pela porta da cozinha e pergunta: “De que outra forma eu conseguiria que estivéssemos todos juntos?” Então, todos começam a sorrir e se abraçar e, logo depois, a família aparece reunida na mesa de Natal.

O comercial termina com o slogan “É tempo de voltar para casa”, comercial a parte, sejam religiosos ou não, a mensagem emociona, é bom estar “em casa”.

Se tem curiosidade assista este vídeo.

 

Fundamentalismos, mundos e ciência

01 dez

O fato conhecido por cientistas, pensadores, filósofos e também alguns IndioCiênciateólogos, que o pensamento ocidental vive uma crise é um fato, quais seriam suas raízes é outro problema.

Boa parte do pensamento, ao nosso ver correto, é que a base deste erro está na fundação do pensamento iluminista ocidental que foi o idealismo, e não como pensam os fundamentalistas e saudosistas (de direita e de esquerda como Bauman) que afirmam que é uma crise da modernidade, mas ela nasceu do iluminismo e do idealismo, portanto está aí sua base.

Umberto Eco escreveu um belo artigo: “Ciência, erro e fundamentalismo“ em que afirma:

“O problema é que em muitas das críticas da ideologia do progresso (ou do chamado espírito do Iluminismo), o espírito da ciência é muitas vezes identificado com o de certas filosofias idealistas do séc. XIX, de acordo com as quais a história dirige-se sempre para o melhor, ou para a realização triunfante de si mesma, do espírito ou de qualquer outra força vital que está sempre em marcha em direção a um fim ótimo”.

Toda visão desenvolvimentista, de “crítica” aos objetos como “atrapalhando” os sujeitos, é o que Bruno Latour chamou de “dicotomias infernais”, porque está na medula do pensamento ocidental, na qual o pensamento fundamentalista ingênuo é o mais radical.

Bruno Latour em seu livro Jamais fomos modernos desvenda as principais tagarelices ilógicas, a-científicas e fundamentalistas, criou um conceito chamado antropologia simétrica, no qual ele analisa que não se trata diálogos entre “áreas do conhecimento”, mas entre mundo como por exemplo: “ameríndio e da ciência moderna” e outros temas “híbridos” que na verdade falam de mundos diferentes e não de áreas do saber.

Isto é válido para a rede, pois no conhecimento antropológico em rede, há, portanto, a diluição da ideia de autoria, onde a multiplicidade autoral surge dentro da Web e dos wikis.

 

Passarinhos na rede eBird

30 nov

O site eBird já existe a algum tempo, e no Brasil foi lançado em setembroeBird deste ano sendo administrado por diversos colaboradores que incluem a SAVE Brasil, o Observatório de Aves do Instituto Butantan e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

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O eBird Brasil é o portal regional do eBird para “birders” de todo o Brasil, você pode se cadastrar no site e fazer parte desta iniciativa ou participar das iniciativas mais próximos de onde mora, por exemplo, em São Paulo o Instituto Butantan da USP realiza o passarinhando.
Um dos objetivos além de admirar as aves e ajudar a preservar os meios ecológicos em que elas vivem e traçar rotas e localizações das aves, no site ebird existe um help para isto.

A ferramenta de mapeamento é ótima para isto traça locais específicos e pode-se usar os dados já existente, olhando o mapa encontra vários marcados, onde os vermelhos são chamados de “Hotspots”.

O termo “hotspot” pode parecer que ele amplia o conceito de local para passarinhar, mas na verdade isso é um equívoco, são apenas lugares de marcação onde encontram-se passarinhos, enquanto os locais em azul são os seus locais, quando desejar repetir ou explorar novos.

Assim os Hotspots eBird são locais públicos compartilhados por toda a comunidade de observadores de aves, para a entrada e saída de dados. O termo “hotspot” pode implicar que ele tem que ser um ótimo local para passarinhar, assim por crowdsourcing os pessoas vão marcando locais “mais frequentados” pelos passarinhos.

Não use os conceitos de cidades, estradas e ruas, felizmente os passarinhos não respeitam isto, por isto um “sub-local” sempre é possível de ser colocado como um hopspot.

 

Como viver em tempo de crise

27 nov

Não se trata da crise econômica, ela é só a parte mais sensível deComoViverNaCrise toda uma crise sistêmica que envolve a cultura, os processos civilizatórios, a compreensão correta do uso da tecnologia, e sobretudo e principalmente que é o Ser que somos.
O livro escrito por Edgar Morin e Patrick Viveret, filósofo e que foi conselheiro do Tribunal de Contas do governo Jospin numa missão importante que era a de redefinir o que são de fato os indicadores de riqueza.
Viveret é autoridade nisto porque escreveu Réconsidérer la Richesse (Éditions de l’Aube) e de Pourquoi ça ne vas pas plus mal? (Fayard), mas a parceria com Morin torna este discurso de fato apreciável para o momento que vivemos no planeta.
Justamente no momento que tudo parece concorrer a catástrofe, talvez esta seja apenas uma visão superficial de um mundo em mudança e com muitas oportunidades interessantes.
Devemos estar prontos para acolher o improvável, e isto só pode acontecer com aqueles que estão atentos à utilização positiva desta crise, como uma nova oportunidade para uma nova relação com o poder democrático, com a riqueza monetária, mas principalmente com o que pode dar sentido à tudo o que estamos vivendo e presenciando.
Uma Europa também árabe e negra, uma América que acolha e modifique a vida dos pobres, sem corrupção, ditaduras e polarizações ideológicas, tudo isto parece improvável, mas …
O que Morin e Viveret negam são os modelos convencionais, as polarizações já vencidas e os raciocínios simplistas … o improvável poderá acontecer: um novo tempo.

 

Ciência Aberta e Redes Sociais

26 nov

Open science (OpenCon Event) refers to a new trend in scientific practice,OpenCon which from the development and support of digital culture, provides information and data in open access in the opposite way the closed research groups and laboratories.


In this context, peer review, as the Peerage of Science, the arXiv and the PLoS confirm this trend that emerges now also on social networks.


An example of the use of social networks was the study of antimalarial American researcher Jean-Claude Bradley and his students.


They share information about everything that produce the research at Drexel University in Philadelphia, whose goal is to develop useful organic compounds for the prevention or cure of the disease that kills more than 1 million people a year worldwide.


Bradley used the model of “wikis” to develop data sharing in social networks, and was in the wake of this research was born CreativeCommons – founded in 2001 in the United States, aimed at increasing the sharing and use of knowledge through licenses that release copyright (all rights reserved) in exclusive areas to discuss science.


The USP performs these days the meeting of Open Science, with several workshops, lectures and a round table to enlarge this horizon in the country move to incorporate the international initiative called OpenCon.


Registration is free, with workshops at ECA, CCSL in mathematics from USP and GaroaHacker Club.

 

Nature e a cura do câncer

25 nov

A polêmica social após uma ordem judicial que obriga a USP a fornecerFosfoetanolamina um remédio milagroso para a cura do câncer, a fosfoetanolamina, que a USP contestou e ganhou na justiça, agora chega a prestigiosa revista científica Nature, que defende a posição da USP.

 

A última edição da revista traz além de um artigo, a reconstituição do caminho da substância, desde sua elaboração e uma alegada eficácia, os testes ainda inconclusos, até sua distribuição não oficial e porque a justiça brasileira resolveu intervir para limitar sua circulação, devido aos testes clínicos que são necessários para sua distribuição.

O composto, demonstrado que mataria células tumorais apenas em testes de laboratório e em ratinhos (Ferreira et ai AK Anticancer Res 32, 95-104;.. 2012).

Drogas que parecem promissores em estudos de laboratório e em animais têm um notoriamente elevada taxa de insucesso em testes em humanos.

Apesar disso, alguns químicos no campus da Universidade de São Paulo em São Carlos ter fabricado composto por anos e distribuiu às pessoas com câncer.

Alguns desses pacientes têm reclamado recuperações notáveis, perpetuando a reputação do composto como uma cura milagrosa, mas científicamente isto não é comprovoado.

A revista Nature em editorial, defendeu a posição da USP.

 

Hiper-realismo e fundamentalismo

24 nov

Em tempos de discussão sobre o fundamentalismo religioso e as questões da ética que podem atingir a bioética é fundamental uma exposição que se realiza em São Paulo, a exposição de Patrícia Piccinini que desde o dia 12 de novembro se realiza no Centro Cultural Banco do Brasil.

Me choquei ao ver uma leitura fundamentalistas da obra, que afirmava seria uma crítica a genética ou as novas tecnologias, mas isto é apenas uma má leitura sobre a Obra e a vida da autora australiana.

As figuras feitas em tons realísticos (tem pelos e pele), como a de um babuína com uma criança, vem da história da relação de um bebê raptado por macaca que sofrendo com a perda de sua cria resolve substituí-la pela criança.

Primeiro há um lado além do antropológico, segundo Patrícia, é uma forma de enfatizar o lado animal (não o animalesco, entendam) dos humanos e debater as consequências da modificação da natureza e da interação que dela resulta.

Mas isto não quer dizer apenas uma crítica a mutação, a artista hoje com 50 anos, cresceu vendo o câncer da mãe ir evoluindo até a morte dela em 1992, conta que sonhava que a ciência pudesse ajuda-la com a cura, dizer com todas as letras: “Não me importo se a medicina é natural ou se usa órgãos de porcos, por exemplo. Só quero que funcione”, afirmou.

O verdadeiro sentido do hiper-realismo de Patrícia Piccinini além da obra de arte que já é em si um sentido, possui contornos pós antropológicos e ultracientíficos.

 

Participação popular afetada na COP21

23 nov

Coincidência ou não, a participação popular na COP21 já está afetadaCop21War pelos atentados da última sexta-feira 13/11 na França.
Paris mais a participação da sociedade civil que seria histórica conferência internacional sobre as mudanças climáticas, que começa no final deste mês, na capital francesa.

 

Com as medidas de segurança que a França vem tomando, a Marcha Mundial e outras atividades programadas dos movimentos sociais que foram previstas para a ocasião, talvez sejam limitadas, imobilizadas ou até mesmo proibidas.
A 21ª Conferência do Clima (COP21), que acontecerá entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro, previa a adoção de um tratado vinculante histórico sobre as emissões de gases, e contará com a presença de quase uma centena de chefes de governo e de Estado.

 

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, destacou a importância que a COP21 terá para frear o impacto das mudanças climáticas em todo o mundo, e em particular no hemisfério sul: “Esperamos que exista a maior cobertura e a maior participação possível da sociedade civil na COP21”, declarou o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.
Sem a participação popular e apresentação de uma agenda realmente avançada será que podemos esperar posições mais avançadas ?