
Arquivo para a ‘Tecnologia’ Categoria
Ganhadores do Globo de Ouro
O destaque é o vencedor de melhor ator Brad Pitt em Era uma vez em Hllywood, que tinha duas justas indicações Anthony Hopkins em Dois Papas e Al Pacino em O Irlandês, melhor atriz foi para Awkwafina (A Despedida) que tinha a indicação de Emma Thompson (Late Night), os prêmios podem inverter no Oscar, embora o Globo de Ouro seja sempre considerado uma prévia.
Melhor filme dramático foi para 1917, que ganhou melhor diretor também Sam Mendes,
onde concorriam O Irlandês, Coringa e Dois Papas, não assisti o vencedor, mas havia postado que esperava uma surpresa, que aconteceu, melhor filme cômico ou musical foi para Era uma vez em Hollywood, que assim merece ser visto pois ganhou também melhor roteiro.
Coringa ganhou um prêmio de consolação com melhor trilha sonora, não vi o filme em protesto pelo elogio a violência e uma tentativa de justificar a maldade humana, em tempos de autocratas e perigos de guerra, considero impróprio para todas idades.
O Globo de Ouro traz uma inúmera lista de premiados, melhor atriz em séries foi para Phoebe Waller-Bridge, melhor atriz em minissérie Michelle Willaims, Melhor ator em minissérie para Russell Crowe, etc. parece aquelas competições entre crianças que dão medalhas a todos.
Um último destaque é o melhor filme estrangeiro para Parasita, quem assistiu realmente fica impressionado com o filme.
Teletransporte quântico por chip
O fenômeno é chamado entrelaçamento quântico, ou teletransporte, antes feito com partículas, agora com sinais foi feito entre chips.
O feito foi realizado por pesquisadores da Universidade de Bristol e da Universidade Técnica da Dinamarca, onde a equipe conseguiu enviou dados sem que os chips estivessem próximos.
O experimento significa um salto no teletransporte porque agora trata-se de sinais codificados, o que viabiliza a comunicação via teletransporte.
O paper da pesquisa já foi aceito para publicação em Physical Review Letters e está disponível no servidor de acesso aberto em pré-impressão arXiv.org .
O vídeo a seguir explica o entrelaçamento quântico:
https://www.youtube.com/watch?v=Q9J4ArjheD8
Angústias do entre épocas
A passagem de um tempo histórico para outro é sempre trágica e sujeita a muitas angústias, reviravoltas e que causam em toda a sociedade uma grande angústia: o novo ainda não existe e o velho tarda a sair.
Entretanto é possível analisar na literatura e nas várias teorias sociais como se dá esta passagem, por vezes violenta e sanguinária como na revolução francesa e por vezes uma explosão de cultura e de saberes como o renascentismo.
Nicolau Sevcenko, que analisou também o período renascentista, analisa o momento atual como uma montanha russa, e a etapa que estamos agora seria o “loop” de uma montanha russa, descreve-a assim: “é o clímax da aceleração precipitada, sob cuja intensidade extrema relaxamos nossos impulso de reagir, entregando os pontos entorpecidos, aceitando resignadamente ser conduzidos até o fim pelo maquinismo titânico” (SEVCENKO, 2001, p. 16).
Este autor é particularmente importante porque tem um olhar nas crises de mudança de época anteriores, dizia sobre o renascentismo italiano:
“A história da cultura renascentista nos ilustra com clareza todo o processo de construção cultural do homem moderno e da sociedade contemporânea. Nele se manifestam, já muito dinâmicos e predominantes, os germes do individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de comportamentos mais imperativos e representativos do nosso tempo”. (SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1987.)
Isto quer dizer que já há na cultura de nosso tempo, num paralelo com o renascentismo, elementos de uma cultura nova, destaco entre estes: a visão do planeta como um todo, as diversas culturas étnicas e religiosas, o fim do individualismo com respostas coletivas, mas há ainda coisas velhas.
A angústia social provocada por estas mudanças, quando tocam em particular pessoas muito sensíveis e com pouca imunidade aos diversos tipos de manifestação social que advém das crises provocadas, podem se tornar uma doença social, uma psicose política e sem uma ataraxia para responder aos impulsos provocados por grupos de pressão.
Os gregos chamavam de ataraxia um estado de “quietude da alma”, o filósofo pré-socrático Demócrito (460-370 a.C.) que introduziu este termo na filosofia, foi adotado por epicuristas e estóicos, mas tem também um estado doentio que seria a indiferença ou apatia.
É preciso sobretudo calma e diálogo, que deve ser feito também entre a tradição e as novas culturas que emergem.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa, São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
O que é difusão de inovação
Uma inovação para chegar ao mercado, se ela não entrar em desuso que é uma possibilidade, passa por um processo chamado “curva de adoção”.
Everett Rogers, é um reconhecido nesta área de estudos de comunicação, professor do departamento e jornalismo da Universidade do Novo México, seu livro Diffusion of Innovations, já 5ª. edição é um dos livros mais citados na área, a primeira é de 1962, e o autor faleceu em 2004.
Sua argumentação principal é que a inovação é comunicada ao longo do tempo entre os participantes de um sistema social, e a origem de sua teoria abrange diversas disciplinas e embora jamais tenha usado o termo, pode-se afirmar com segurança que é transdisciplinar.
Rogers propõe que quatro elementos principais influenciam a disseminação de uma nova ideia: a própria inovação, os canais de comunicação, o tempo e um sistema social. Este processo depende fortemente do capital humano. A inovação deve ser amplamente adotada para se sustentar. Dentro da taxa de adoção, há um ponto em que uma inovação atinge a massa crítica. Que também pode ser entendida como a curva da adoção
A teoria caracteriza 5 vantagens para adoção de uma tecnologia: 1) a vantagem da melhoria de uma inovação em relação a concorrente de uma geração anterior de um produto, 2) a partir de um ponto, uma equipe deve aprimorar a vantagem relativa ao seu concorrente em potencial para não haver um retorno ao produto anterior, 3) o novo produto deve ser compatível ao anterior, não apenas quando instalação e operação, mas principalmente em relação ao estilo de vida do potencial consumidor, 4) relevância no momento do lançamento que significa um profundo entendimento das condições que a inovação encontra no momento que é lançada, e, 5) qual é a complexidade ou simplicidade do uso da inovação no momento que é lançada, inovações complexas podem atingir um pequeno público apenas.
Na figura acima a perspectiva de uma inovação chegar ao mercado, se não cair em desuso, passa por sucessivos grupos de consumidores adotando a nova tecnologia (mostrada em azul), sua participação no mercado (amarelo) acabará atingindo um nível de saturação.
Diálogo Ausente
Faltaram diálogos, sobraram abismos, e nem sempre fomos bem esclarecidos, não há clareiras, mas abismos, poucas pontes seguras e muito desamor e descrédito.
A escritora brasileira Elisa Lucinda diz: “minha literatura é cheia desse assunto de injustiça do mundo, o amor como grande antídoto é um dos meus temas preferidos” (entrevista Diálogos Ausentes, Itaú Cultural, 2017).
Escreveu sobre Fernando Pessoa: “O cavaleiro de Nada”, junto com Rubem Alves: “A Poesia do Encontro”, sobre sua plenitude em “Vozes guardadas”, são os que conheço, mas há outros na minha pilha para quando os afazeres obrigatórios me deixarem espaço para os prazeirosos.
Elisa Lucinda é atriz, cantora, jornalista, professora, cantora e poeta, pouco conhecida pela grande mídia, até por gente engajada e consciente, mas é uma “farra de inéditos”, como gosta de se referir aos seus livros, os livros que ela ama e venera.
Faz a defesa mais bela, des-preconceituosa e autêntica dos livros: “As crianças vão à escola e saem sem saber que livro é arte, que o escritor é um artista, sem saber que quando elas amam Harry Potter, Branca de Neve e Dom Quixote no cinema, tudo isso foi livro”.
Em tempo de diálogo ausente é bom lembrar esta brilhante escritora, que escreveu no livro última moda:
“Nos mares doces e nas difíceis águas da vida crua, minha alegria prossegue, continua.
Despida de armas e de medos, sou mais bonita nua” escreveu Elisa.
Se muitos tem medo, se a notícia é dura e crua, não nos calaremos nem temeremos porque arrancaremos do peito o medo e combateremos com os loucos pelas ruas.
Faltam pontes, erguem muros, fecham portas e falam de escuro, quanto a nós continuamos buscando clareiras.
Morreu Paul Allen
Co-fundador com Bill Gates da Microsoft (foto), teve fortuna igualável e foi de fato o grande desenvolvedor da Microsoft, Bill Gates tinha trabalhado antes da Microsoft apenas numa versão da linguagem Basic, foi ele que sugeriu a compra do QDOS, sistema desenvolvido por Tim Paterson quando trabalha na Seattle Computer Products, de onde surgiu o MS DOS, cuja venda para a IBM é a origem do projeto milionário da Microsoft.
Paul Allen conhecia o sistema MVT da Xerox Palo Alto, que foi inspiração para as primeiras versões do Windows, mais tarde também investiram no Explorer numa versão fortemente competitiva com o Netscape, que desencadeou a chamada guerra dos navegadores Web.
Paul Gardner Allen criou uma fundação com seu nome em 1988 para administrar projetos filantrópicos, entre 1990 e 2014 doou mais de 500 milhões de dólares a mais de 1500 organizações sem fins lucrativos, a maioria destinada a projetos de tecnologia, artes e cultura, mas também uma significativa fatia para desenvolvimento social (cerca de 100 milhões de dólares).
Morreu ao 65 vítima de câncer em sua cidade Seattle, onde era dono do time de basquete.
Isto é solido ou líquido
Parece uma brincadeira, não é a pergunta que aparece no projeto do site Solid, na verdade a pergunta lá é: O que é Solid ? o novo projeto para internet de Tim Berners-Lee e o MIT.
Depois da Web 2.0 que incluiu todo mundo, porém carecia de validar os dados, autoria e pensamentos, emergiu a partir de 2009 a Web 3.0, através do Linked Data, e isto está na composição do nome de Solid: Social Linked Data, embora a ideia do acrônimo central ela faz todo sentido, a ideia principal é descentralizar a Web, dar maior segurança dando aos usuários as possibilidades de controle total sobre o uso dos dados, como explica um artigo de Klint Finley na conceituada revista Wired.
A ideia principal é dar aos usuários individuais controle total sobre o uso de seus dados, porém com validação, autoria e tratamento de dados através do conceito de ligação entre eles (linked data).
A principal startup deste projeto é a Inrupt, segundo a revista Wired: “se tudo correr como planejado a Inrupt será para a Solid o que a Netscape foi para os iniciantes na rede (Web): uma maneira fácil de entrar, a revista foi convidada a conhecer o projeto no escritório de Berners-Lee, que revelou várias preocupações.
Apesar de todo bem que alcançamos, o ciclo de desigualdade e divisão, capturado por forças “poderosas que usam para seus próprios interesses”, disse Berners-Lee e acrescentou: “sempre acreditei que a rede é para todo mundo. Por isso, eu e outros lutamos aguerridamente para protege-la”, e agora um passo decisivo foi tomado.
A tela da Inrupt reunirá funções como o Whatsapp, google Drive, Spotify e Google Drive, parece tudo igual, a diferença é que o controle será pessoal, o indivíduo definirá suas prioridades e estratégias e não algoritmos das redes sociais.
Também é uma necessidade emergente porque basta olhar a tela de seu celular ou do computador, pessoalmente instalo poucas coisas, e vemos uma infinidade de aplicativos que nem usamos, é como um guarda roupa cheio de roupas velhas esperando uma ocasião que não vem.
O Projeto SOLID veio para ficar, ainda que seja um novato e muita coisa seja apenas promessa, é fácil de perceber sua viabilidade, necessidade e potencialidade pela chancela do MIT.
A lógica paraconsistente
O paradoxo de Kurt Gödel, que um sistema completo é inconsistente foi fundamental para uma nova fase nos princípios lógico formais, e cooperou com o surgimento do computador.
Foi o filósofo peruano Francisco Miró Quesada, desconhecido de muitos estudiosos da América Latina, que cunhou a palavra paraconsistente em 1976.
O brasileiro Newton da Costa que desenvolveu esta teoria que tornou-se muito importante para diversas áreas, entre elas a filosofia e a Inteligência Artificial.
Na figura ao lado o eixo que vai de u 0 a u 1 é chamado de grau de crença, mas a verdade tem os pontos A para consistente e C para inconsistente, tendo muita aplicação ao cotidiano.
O estudo aplicado a semântica, explora principalmente os paradoxos, por exemplo, pode-se afirmar que um homem cego, enxerga sobre certas circunstâncias, também o estudo de diversas formas de percepção e habilidades poderá ajudar os parâmetros da deep mind.
Já afirmamos, que justamente o neologicismo poderá ajudar a IA nesta fase de deep intelligence, por exemplo, no estudo das linguagens naturais, a linguagem do dia-a-dia.
A ideia que possa existir A e não-A era inconcebível na filosofia ocidental, é o princípio do terceiro excluído, que vem de Parménides e foi consolidado em Aristóteles.
As lógicas paraconsistentes são propositalmente mais “fracas”, termos para se referir a esta ruptura com a lógica clássica, pois elas resolvem poucas inferências proposicionais válidas no sentido clássico da lógica
A lógica das linguagens paraconsistentes no entanto são mais conservadoras que as de contrapartidas clássicas, e isto muda hierarquia da metalinguagem feita por Alfred Tarski.
A influencia na linguagem natural foi antecipada em 1984 por Solomon Feferman que afirmou “…a linguagem natural abunda em expressões direta ou indiretamente autorreferenciais, embora aparentemente inofensivas, todas as quais são excluídas do arcabouço tarskiano”, isto porque no cotidiano, em verdade somos paraconsistentes.
A física quântica e a política
A física mecânica, em especial a mecânica celeste de sir Isaac Newton, levou a ideia de causa e efeito nas mesmas proporções de uma máquina mecânica, diz-se popularmente a cada causa há uma reação contrária em sentido oposto, foi para a política como “homem lobo do homem” de Hobbes.
Depois veio o empirismo de Hume, na verdade é mais ligado a teoria do conhecimento, que vem da ideia que somente posso dizer algo a partir de minha experiência sensorial, assim como o mecanicismo, todo o conhecimento e objeto dele está fora do ser e só há percepções.
Levado a politica, é o que exploram os senhores do marketing político, trabalhar com as emoções das pessoas de modo não a dar-lhes uma referência da verdade, mas iludi-las.
A crítica a esta “filosofia” política, pois o assunto é mais abrangente ela vem lá da idade média onde em 1200 já era definida como “ciência dos estados”, porém toda a crítica a este conjunto de ideias empíricas e idealistas, é chamada de Empiro-criticismo, Marx a desenvolveu mas depois foi atualizado pela Microfísica do Poder, a ideia não mais do estado mas do poder que constitui-se no “indivíduo”, que Peter Sloterdijk, Gadamer, Ricoeur e outros consideram já também superada.
Se queremos adaptar a física quântica, que é do mundo físico, ao mundo na escala humana, que é ontológico, podemos pensar que há duas vertentes possíveis uma mais democrática que leva ao entendimento do mundo como Natureza e outro como a busca do “Justo”.
Destaco no empirocriticismo do Justo John Rawls, Habermas e Michael Sandel, todos ainda com uma forte influencia da chamada “teoria crítica”, e na questão da Natureza pensamentos Hannah Arendt, Raymond Aron, Norberto Bobbio, Phillip Pettit, Robert Nozick, e claro há outros.
As afirmações da física quântica com o infinitamente pequeno (as partículas) e o infinitamente grande (os corpos no universo) mudam a ideia que temos de causalidade, em política de que os vencedores contam a história, pois na física quântica a dimensão energética, a massa e energia que é 94% do universo, e tem uma influência nele, seria uma abordagem do inconsciente coletivo, as forças que não aparecem e que influenciam o processo político, presentes no “inconsciente”.
Outra parte importante é que o olhar do observador define a realidade, portanto a suspeita ideia de neutralidade foi superada, Werner Heisenberg, Eugene Wigner, Roger Penrose e Erwin Schorodinger desenvolveram esta visão quântica.
Em política significa que o olhar das pessoas simples influencia sim a política, educá-las é essencial para a democracia, e apenas manipulá-lo um desastre.
Revolucionário método para vídeos
Os pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon desenvolveram um método que sem a intervenção humana, modificam um conteúdo de um vídeo, de um estilo para outro.
O método é baseado num tratamento de dados conhecido como Recycle-GAN que pode transformar grandes quantidades de vídeo tornando-os úteis para filmes ou documentários.
O novo sistema pode ser usado por exemplo para colorir filmes originalmente em preto-e-branco, alguns já feitos como o que mostramos no vídeo abaixo, mas as técnicas eram dispendiosas e necessitavam de grande esforço humano em horas de trabalho.
O processo surgiu de experiências em realidade virtual, que além das tentativas de criar “mudanças profundas” (alterar objetos ou distorcer conteúdos, podiam aparecer uma pessoa inserida numa imagem, sem que houvesse permissão para isto, nas cenas cotidianas quase sempre acontece isto e muita gente não aceita.
“Eu acho que há muitas histórias para serem contadas”, disse Aayush Bansal, um estudante de Ph.D. do Instituto de Robótica da CMU, dizendo de uma produção cinematográfica que foi a principal motivação para ajudar a conceber o método, explicou, permitindo que os filmes fossem produzidos de forma mais rápida e barata, e acrescentou: “é uma ferramenta para o artista que lhes dá um modelo inicial que eles podem melhorar”, conforme o site da CMU.
Mais informações sobre o método e vídeos podem ser encontradas em Recycle-Gan website.