Arquivo para maio, 2018
A lei e as redes
A proliferação de atos de intolerância, de provocações e diversos tipos de violência pelas redes faz muita gente pensar que seria melhor proibir isto tudo e talvez até fechar estes sites de relacionamento.
No Brasil em tempos de pré-eleições o clima promete esquentar, e a tentação de criar leis e regras pode parecer tentadora, mas esconde autoritarismo e falta de liberdade, porém é claro que injuria, difamação e calúnias são crimes, seja no facebook, em vias públicas ou nas midias que o dono do poder mantém.
Todo este processo nas redes é educativo, por mais desconfortável que seja as pessoas aprenderão a não romperem relações e criarem conflitos sem nenhuma necessidade, a se despirem de preconceitos e intolerâncias (há diferenças entre os dois) e principalmente a partirem para atos de violência que são crime inaceitável, a violência verbal também.
As leis estão aí para serem cumpridas, mas também neste campo um pouco de tolerância ajuda a amenizar o clima, o excesso de lei faz tornos nos tornarmos farisaicos, dizer aquele rouba mais, este é pior que o outro, de minha parte procuro o bem, e o honesto, mas sem o rigorismo da lei.
Aquilo que em termos bíblicos dizia o apóstolo Marcos sobre uma das falas de Jesus (Mc 2, 25-26) “Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”.
É preciso então até mesmo tolerância com os intolerantes, isto é, muita gente está indignada com a situação gravíssima do país, dos políticos e dos escândalos que não cessam de serem denunciados, mas é preciso retomar a serenidade e discutir as “propostas e programas”.
Que encontremos espaços de verdadeiro diálogo onde a sabedoria pode brotar.
O primeiro Hub de computadores quânticos
A Unidade do Estado da Carolina do Norte foi a escolhida pela IBM para ter o primeiro Hub de computação quântica (Q Hub que se tornam parte da Q Network da IBM), assim como as primeiras redes que ligavam algumas universidades.
A ARPANET ligava em 5 de dezembro de 1969, o Agência de Pesquisa do Departamento de Defesa Americano, a Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), o Instituto de pesquisa de Stanford (SRI) em Menlo Park, a Universidade de Califórnia, Santa Barbara (UCSB) e a Universidade de Utah (foto)
Os alunos, professores e pesquisadores poderão acessar o supercomputador de 20 bits da IBM para resolver problemas clássicos de computação, que levariam muito tempo para processar, agora serão feitos em poucos minutos dependendo do problema.
Bob Sutor, da IBM Research afirmou “não podemos criar um computador com 10% dos átomos da Terra, mas ainda assim, com o computador quântico podemos representar exatamente estas informações”, conforme publicação na Techinician Online.
O plano da IBM é mais audacioso, com empresas e universidades da Fortune 500 irá trabalhar para resolver problemas maiores mais rapidamente através da Q Network, por enquanto a NC State estará colaborando com organizações locais para resolver equações complexas.
O corpo docente da NC State está desenvolvendo cursos tanto universitários quanto para que graduados possam usar a computação quântica para construir seu conhecimento antecipando à estreia operacional do hub neste outono (em setembro).
Os pássaros vivem em redes
Já postamos no blog alguns anos atrás (em 2012) que os pássaros conhecem as redes, num trabalho feito pela Universidade de Oxford , coordenador pelo pesquisador Ioannis Psorakis.
Este trabalho afirmou que era possível identificar automaticamente que os períodos de atividade social mais intensa dos pássaros, eles possuem “amigos”, mas também se relacionam com transeuntes, tentando identificar quem são os membros de um mesmo grupo e quais aves vão regularmente ao encontro de outras em “eventos”, informou o pesquisador Ioannis Psorakis, depois fizeram uma análise de Big Data com um volume maior de dados.
Agora queremos relacionar isto a outro fato observando que muitas espécies de aves estão sumindo na Europa, e penso que isto não tem só a ver com os alimentos e frutas, mas abelhas polén e principalmente os herbicidas.
Perto de onde moro observei que de manhã logo depois de formar uma nuvem de pólens que provoca irritação em muitas pessoas, muitos pássaros vinham na grama “bicar” estes “poléns”.
O resultado da equipe de Oxford indicava que os pássaros não formavam bandos de forma aleatória, mas tinha certa predileção de interação a membros da população e também comunicavam pontos de referência de alimentação, digamos uma praça de alimentação, e ali se encontrando realizavam sua “vida social” e perpetuavam assim a espécie ao acasalar.
Li numa reportagem de 2015, que na ilha de Galápagos foi observado que as aves procuravam se alimentar de pólen devido a escassez de insetos,
Isto era um dado científico que foi publicado na “Nature Communications” e feito pela pesquisadora Anna Traveset, mas tudo que encontrei na Web foi que ela é pesquisadora do Conselho Superior de Investigações Científica (CSIC), no Instituto Mediterrâneo de Estudos Avançados.
Li num site português que os níveis de pólen iam aumentar neste mês de maio, e era algo oficial, pois o alerta era da Sociedade Português de Alergologia e Imunologia Clinica (SPAIC).
Estou juntando fatos que isoladamente são fatos científicos, mas o ecossistema todo dá um alerta por um tipo de alergia que vejo muito comum entre os portugueses.
Talvez precise uma pesquisa mais acurada sobre o assunto, mas para mim é a primeira vez que vejo um processo em cadeia afetando o homem de maneira tão contundente, é grande o número de pessoas com estas alergias é um grande alerta.
Abelhas, cigarras e redes
Foi estudando os cris-cris das cigarras em bandos, que são sincronizados, que Duncan Watts decidiu estudar redes e encontrou o orientador Donald Strogatz e começou a estudar redes, os fenómenos dos mundos pequenos e dos seis graus de separação, a tese de doutorado de Duncan que depois virou artigo foi “The structure and dynamics of small-world system” (1997).
O estudo foi um sucesso e até hoje o artigo é um dos mais lidos em estudos de Redes Sociais.
Mas agora temos um caso inverso, as abelhas parecem aos poucos perder sua força e como polenizadoras da natureza sua ameaça de extinção começa a preocupar ecologistas, pesquisadores e agora também investigadores de Computação.
Um estudo que está sendo desenvolvido pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, procura criar um “espaço virtual seguro” para as ameaças que as abelhas são confrontadas, criando um modelo computacional de dinâmica populacional de abelha em resposta a variáveis como pesticidas, parasitas e perda do habitat.
A ferramenta preditiva é chamada Bumble-BEEHAVE foi desenvolvida por Grace Twiston-Davies para ser um “sistema livre e fácil de usar” que “leva em consideração os muitos fatores complicados que interagem para afetar os zangões.
O resultado +e um espaço virtual seguro para testar as diferentes opções de gerenciamento, este modelo pode testar “seis espécies de abelhões britânicos em um ambiente que tem várias fontes de néctar e pólen”.
A pesquisadora Juliet Osborne, da Exeter, observa que a “simulação permite aos pesquisadores entender os efeitos individuais e interativos dos múltiplos estressores que afetam a sobrevivência do zangão e os mecanismos de feedback que podem proteger uma colônia contra o estresse ambiente que pode levar ao colapso a colônia em espiral.”
Ao ver em Portugal a quantidade de pólen no ar, que causa muitas doenças respiratórias, comecei a pensar neste grave problema que pode afetar a toda natureza, sem as abelhas a ameaça de um empobrecimento e desertificação será real.
Autoridade e co-imunidade
A palavra autor tem a raiz etimológica do latim “auctor” que significa “fonte”, “instigador” ou “promotor”, sugere alguém que deva fazer “augere” (aumentar, engrandecer ou melhorar) e o sufixo tor (um agente, o que faz a ação, como em doutor ou escultor), assim não há relação direta com poder ou originalidade, ele deve “aperfeiçoar” algo que existe.
A ideia que autoria confere poder ou a criação de algo originário é como vem da palavra também algo autoritário, o que pode-se interpretar como um exagero de autoria, uma quase exclusividade ou mesmo um excesso de poder.
As redes são uma forma contemporânea de estabelecer esta autoria de melhorar o que existe, de certa forma até de permitir que pessoas “anônimas” participam da co-autoria, ou no dizer de Sloterdijk da co-imunidade, e neste sentido podemos recuperar a palavra autoridade.
Na sabedoria da cultura oral as pessoas que falam com autoridade são aqueles que conhecem as raízes e as tradições de determinada cultura, são como bibliotecas vivas que guardam o patrimônio cultural de uma nação, etnia ou povo.
Ao dizer bíblico que Jesus falava com “autoridade”, além de alguém profundamente ligado a cultura judaica de onde se origina a cristã, ele também tinha uma ligação afetiva com sua cultura e seu povo, por isto além de saber o que falava, tinha empatia com a pessoa comum.
A ideia do estado moderno deverá sofrer mudanças, é inaceitável o modo como os políticos e gestores do Estado Moderno se comportam, não há confiança da população neles, os níveis de corrupção são imorais, e é preciso, sobretudo olhar os interesses do “bem comum”.
Mas as redes exigem mudanças na postura individual também, saber ouvir, gostaria da cultura do que é diferente, respeitar valores e tradições que não são como as nossas e não ter conceitos culturais como verdades definitivas, é tempo de mudança e exige uma mudança de mentalidade, as redes podem ajudar.
Estamos tão conectados assim
O chamado fenômeno do “mundo pequeno”, trabalhado e tratado em Redes Sociais (não confundir com as mídias de redes sociais) é a ideia de que todos possam estar conectados através de apenas seis graus de separação, e isto inspirou não apenas cientistas, mas também artistas, jornalistas, empresários e o público em geral desde que a ideia surgiu numa peça de John Guare em 1990.
Apesar das aparições recentes deste conceito nos meios de comunicação, ilustrando a crença generalizada de conectividade universal, há também a controvérsia sobre a mesma alegação, e o modelo de redes sem escala de Barabási é uma delas, ainda que seu livro Linked: a nova ciência dos networks (2009) seja a melhor leitura do tema.
Dois exemplos citados são o “Xing”, uma rede de possíveis assinantes com referência à ideia de “seis graus de separação”, e a tentativa da rede de televisão norte-americana ABC de conduzir sua própria versão de um experimento para testar a mesma ideia, através de uma iniciativa de caridade com “seis graus” usando o conceito em seu site na tentativa de coletar doações para uma rede de várias instituições de caridade.
Embora o experimento de Milgram já tenha tratado do assunto, um manuscrito de Pool e Kochen (Contacts and influence Social Networks, 1 (1978)) que circulou por volta de 1958 teria sido a primeira versão da ideia, mas o mesmo só foi publicado 20 anos depois, então nem todos dão crédito.
O importante do trabalho de Pool e Kochen é que tentaram dar uma estrutura matemática a suas “redes de contato” seguindo caminho de outros teórico como o matemático a. Rapoport (Spread of information through a population with socio-structural bias: I. Assumption of transitivity, 1953).
Uma brincadeira para fazer esse teste é usar o “Oráculo de Bancon” (de Kevin Bacon) que está no site oracleofbacon.org e obter a ligação do Papa Francisco com Toshirô Mifune, por co-atuações em filmes, o papa já participou de dois filmes (veja acima).
Efeito contestado por Einstein está provado
O efeito fantasmagórico à distância, que é o fato que partículas podem se relacionar a distância e o efeito de ser “sentido” pela outra a distância, está definitivamente provado em uma experiência divulgada pela Nature no último dia 09 de maio.
Este teste é chamado de Bell, devido a John S. Bell, foi primeiramente mostrado por Alain Aspect que fez um experimento ótico em 1982, mostrando esta ação a distância.
Agora o experimento foi feito recrutando 100.000 participantes humanos para jogar um videogame online que incentiva a entrada rápida de seleções imprevisíveis e ilustra a metodologia do teste de Bell, os participantes geraram mais de 97 milhões de escolhas binárias, que foram direcionadas através de uma plataforma Web Escalável para 12 laboratórios em cinco continentes, onde 13 experimentos testaram o realismo local usando fótons atômicos únicos, conjuntos atômicos e dispositivos supercondutores (ilustração).
Por um período de 12 horas em 30 de novembro de 2016, os participantes do mundo todo forneceram um fluxo de dados sustentado de mais de 1.000 bits por segundo para os experimentos, usando dados gerados por humanos diferentes para escolher cada configuração da medição, as correlações observadas contradizem fortemente o realismo local e outras posições em cenários chamados bipartidos e tripartidos.
Os resultados do projeto incluíram o fechamento da “brecha da liberdade de escolha” (a possibilidade das escolhas de cenário serem influenciadas por ´variáveis ocultas para se correlacionarem com as propriedades das partículas), a utilização de métodos de videogame para coleta rápida de aleatoriedade gerada pelo homem e o uso de técnicas de rede para a participação global em ciência experimental
Dois dados são fantásticos deste experimento, provando a ação fantasmagórica a distância que Einstein contestou em um artigo chamado EPR, o uso de metodologias de rede em participação em ciência experimental global, e o uso de videogames para simular dados.
As redes e a crise mundial
As redes sociais estão provocando uma mudança orgânica no conjunto da sociedade, ela já é mais evidente do que era a 10 anos atrás, mas ainda se confunde a organização em rede com a descentralização e há fortes forças conservadoras que pedem uma nova “hierarquia” social, ainda que descentralizada com poder central.
A percepção de que este ou aquele país é um país em “crise” mais aguda que outros é válida, mas a verdade é que são aqueles que mais aprenderem com a crise que poderão sair dela mais rápido, a primeira lição é que há uma sociedade mais atenta, mais diversificada e menos capaz de suportar esquemas centralizados e autoritários, mas por que então esta onda ?
Justamente porque a grande maioria dos “silenciosos” agora revelam a verdadeira face , a da conveniência e a da convivência com valores que no fundo eram apenas “suportados” pelos que sofriam alguma forma de exclusão, e não falo só a financeira, ainda que seja grave.
Edgar Morin ressalta que agora o espaço “público reúne a sociedade em sua diversidade. A direita, a esquerda, os malucos, os sonhadores, os realistas, os ativistas, os piadistas, os revoltados – todo mundo. Anormal seriam legiões em ordem, organizadas por uma única bandeira e lideradas por burocratas partidários. É o caos criativos, não a ordem preestabelecida.”
Pode tudo isto desandar numa guerra civil, concordo com Manuel Castells: “guerra civil e movimentos sociais são incompatíveis!”, mas os movimentos sociais agora não são somente as massas manobradas por sindicatos e partidos, é isto que temem os caudilhos, há muita desconfiança e segundo Castells “partidos são universalmente desprezados pela maioria das pessoas”, por que sabemos que pagamos o salário dele (alto) e não fazem o que deviam fazer.
Mas é preciso salvar valores sociais para não cair na tentação da violência e do autoritarismo que é o que desejam os radicais e suas massas de manobra, Castells afirma “você preciso de muito mais valor para não ser violento. Ser violento é fácil.”
Estou em Portugal que viveu uma crise profunda e ainda sente reflexos dela, mas aprenderam a conviver, a dialogar e a ter um pouco mais de paciência com graves problemas sociais, mas este fim de semana havia uma mega manifestação de professores que tiveram salários afetados e aposentadoria (reforma aqui) atrasada, alguns podem ter direito só aos 70 anos.
História Oral, escrita e eletrônica de Shannon
Há motivos bem compreensivos para um certo desconhecimento e também críticas, muitas vezes injustas, a Claude Shannon.
Há uma rara entrevista feita em julho de 1982 por Robert Price, chamada curiosamente de “Oral-History“, em que ele afirma:
”Bem, voltando a 42, os computadores estavam emergindo, por assim dizer. Eles tinham coisas como o ENIAC na Universidade da Pensilvânia … Agora, eles eram lentos, eram muito desajeitados e enormes, e todos, havia computadores que ocupariam alguns quartos desse tamanho e eles teriam a capacidade de uma das pequenas calculadoras. que você pode comprar agora por US $ 10. Mas, mesmo assim, pudemos ver o potencial disso, o que aconteceu aqui se as coisas ficaram mais baratas e poderíamos melhorar o tempo de atividade, mantendo as máquinas funcionando por mais de dez minutos, coisas desse tipo. Foi realmente muito emocionante. Nós tínhamos sonhos, Turing e eu conversávamos sobre a possibilidade de simular inteiramente o cérebro humano. Poderíamos realmente obter um computador que fosse equivalente ao cérebro humano ou até melhor? E parecia mais fácil do que agora, talvez. Nós dois pensamos que isso deveria ser possível em não muito tempo, em dez ou 15 anos. Tal não foi o caso, não foi feito em trinta
A obra escrita de Claude Shannon é bem conhecida, ela está na sua principal obra Mathematical Theory of Communication, que começa com um artigo com o mesmo nome publicado na revista da Bell´s Laboratories em 1948, e que tem uma versão revista e corrigida no site do Departamento de Matemática de Harvard.
Por último, a grande contribuição de Shannon, além de que seu diagrama apresentado ser sempre incompleto pois retiram dele a fonte de informação e o destino da informação, e isto torna a informação “sem significação” e sem sentido.
Porém sua grande contribuição é de fato a informação no artefacto, quais os limites de “ruído” (não é só isto) mas ele próprio afirma em sua obra que vai tratar da informação num sentido estrito, ou seja, no artefacto.
Oral, written and electronic history of Shannon.
There are good reasons for a certain lack of knowledge and criticism, often unfair, to Claude Shannon.
Andróides sonham ?
Os dois filmes de Blade Runner foram inspirados no livro Androides sonham com ovelhas elétricas?, de Philip K Dick é relançado em edição comemorativa de 50 anos (1968-2018) com escritos inéditos: uma carta do autor para os produtores de Blade Runner, na qual profetiza o sucesso da produção e a última entrevista concedida por Dick, publicada em 1982 na revista The Twilight Zone Magazine na ocasião do lançamento do filme.
O prefácio exclusivo assinado pelo escritor e jornalista argentino Rodrigo Frésan, amante da ficção científica e da obra de Dick relatando a conturbada e impressionante vida do autor, e um brilhante cenários que chamam de “pós-apocalípticos” feitos por Douglas Kellner e Steven Best, professoras respectivamentte da Universidade da Califórnia e na Universidade do Texas.
Acrescente-se a isto um posfácio escrito pelo tradutor do livro, Ronaldo Bressane, que compara Androides com Blade Runner e comenta aspectos da obra não explorados no cinema, como a preocupação ambiental, além das questões religiosas e metafísicas presentes no texto.
As questões religiosas e metafísicas são tão atuais que merecem uma visão atualizada do que pensamos que é o nosso universo interior, os nossos valores e nossa relação com o mundo natural e ao mesmo tempo transcendental, no sentido não imediato.
O que é a natureza além a natureza e o que é o homem além do humano, não é nem trans-natureza e nem trans-humano apenas, mas para olhá-la de modo adequado será preciso ter um olhar transdisciplinar, não ver pelo lado apocalíptico e pessimista apenas.
A Inteligência Artificial é sem dúvida uma inspiração para os próximos anos, pensar nela não é pensar fora do espírito e da interioridade humana, mas é justamente questionar o que é isto, Blade Runner 2049 fez isto, mas o sucesso foi pequeno, preferimos Robocop.
Se a vida interior reduziu-se na modernidade não é devido aos avanços atuais e vindouros, mas devido ao fato que as vezes atribuímos aos humanos atitudes de robôs e não o contrário, pois os robôs atuais ainda tem raciocínio mecânico e numa lógica limitada.