Arquivo para julho, 2016
A Turquia em crise (a tempos)
Para entender a questão turca, com a recente tentativa de golpe ainda mal explicada, nos alerta para um grave problema que foi um dos estopins da primeira guerra mundial.
O atual estado tudo foi erigido da derrota do império Otomano na primeira Guerra Mundial, ele era bem maior que hoje, encobria a Bulgaria, a Romênia, boa parte da Grécia, chegando a leste ao Azerbaijão e fez quase desaparecer o povo armênio,ao sul englobava toda síria, jordania, chegando ao note da áfrica, e grande parte da península arábica.
Durou praticamente desde as primeiras aquisições em 1230 até a sangrenta guerra travada entre o fim da primeira guerra mundial, entre 24 de setembro e 2 de dezembro de 1920, quando as regiões ocupadas ao nordeste da Turquia e noroeste da Armênica foram ocupadas.
Com a derrota do Império Otomano na primeira guerra mundial, os turcos buscam com base num modelo nacionalista, ocupar as regiões da Grécia Armênia e a região que hoje está a Siria, porém povos ancestrais viviam ali, tais como os gregos, armênios e curdos, sendo estes até hoje os povos que não possuem território até hoje, embora outros conflitos permaneçam.
A tentativa de golpe atual, que o governo culpa o partido radical curso (PKK), parece ter uma raíz mais profunda, Recep Tayyip Erdogan venceu as eleições em 2014 manipulando a opinião pública, perseguindo adversários e reprimindo os curdos, mas seu principal inimigo é o clérigo Fethullah Gülen, que mora nos Estados Unidos e que chegou no passado a aliar-se a Erdogan.
Ergodan tem planos expansionistas, não reconhece a etnia curda, combate os armênios e os sírios como no período do império otomano, é uma ameaça ao equilíbrio e democracia, e apresenta-se como equilíbrio para a região, uma vez que a Turquia é o contato com o continente europeu, mas mostra-se pouco sensível aos migrantes, a paz e a autoderminação dos povos.
Mais tarde veio o racionalismo
No capítulo O ponto de partida (continuando o livro de Peter Kreeft), Sócrates começa a dialogar com Hume, parte da premissa que há uma ruptura com a vida no pensamento do empirista e que no fundo é racionalista.
Explicando, é Descartes que funda o pensamento racional moderno com a ideia de que tudo pode ser explicado pela razão, mas há nela uma relação essencial com a física e o logicismo matemático, Hume tenta consertar isto colocando junto a experiência, mas seu empirismo não é exatamente a “vida” e Kant tentará mais tarde ainda conciliar os dois com seu idealismo.
Voltando ao roteiro de Peter Kreeft, que faz um hipotético diálogo de Sócrates com Hume, no ponto de partida, afirma Sócrates a Hume: “A tua divisão de Descartes entre a mente e o corpo: é definida e clara e é mais racionalista que experimental. Quase nenhum filósofo jamais apresentou tamanha lacuna entre sua filosofia e sua vida.” (Kreeft, 2014, pag. 31).
E iniciam o diálogo dizendo que Hume é ”um Racionalista disfarçado de Empirista”:
“HUME: Então, já que ainda não pretendes julgar minha filosofia, não pretendo julgar o teu julgamento … (segue)
SÓCRATES: … minha suspeita que és um Racionalista, a qual advém do outro ponto principal da primeira seção do seu livro … nos dizes o que pretendes realizar com tua filosofia
Mas não nos será lícito esperar que a filosofia, cultivada com esmero […], possa […] revelar, pelo menos até certo ponto, os móveis e princípios ocultos que impulsionam a mente humana em suas ações? Os astrônomos por muito tempo se contentaram em deduzir dos fenômenos visíveis os verdadeiros movimento, a ordem e a magnitude dos corpos celestes, … (segue) … [citando David Hume Investigações sobre o Entendimento Humano].
Aqui, para explicar o que a tua ciência das ideias pretende alcançar, fazer uma analogia com Newton: assim como ele reduziu os fenômenos complexos do comportamento de toda a matéria a uns princípios exploratórios, também reduzes … os fenômenos complexos de toda consciência a uns poucos princípios exploratórios. E isso também se parece mais com um ideal Racionalista do que um Empirista” (Kreeft, 2014, pags. 31 e 32).
Gotas de Filosofia: no início era Sócrates
Conhecemos Sócrates por Platão, isto é aparece nos diálogos da Platão e como
boa filosofia, é uma conversa na qual um raciocínio vai sendo engendrado em uma lógica como afirmava Leibniz: na qual uma verdade leva a outra, e assim alguém se contradiz ou é refutado no meio da conversa, enfim são diálogos.
Diálogos não são aforismas, máximas que ditas de maneira quase dogmáticas podem parecer verdades, mas não são pela falta de diálogo, no dizer da filosofia de hoje, sem a presença do Outro, mas apenas a presença do Mesmo, monólogos por vezes autorreferentes ou sistêmicos, conforme o Paradoxo de Gödel: nenhuma teoria axiomática (lógica) é completa.
O debate entre Sócrates e Hume, embora um hipotético encontro na eternidade é importante, porque o empirismo foi a última grande corrente do pensamento científico, emprestada ao Círculo de Viena, que tentou reconceitualizar o empirismo e demonstrar as falsidades da metafísica.
Foi Peter Kreeft (2014) que escreveu “Sócrates encontra Hume: O pai da Filosofia interroga o pai do Ceticismo Moderno”, que humildemente escreve em sua introdução: “acredito não ter violado a integridade da filosofia de Hume” (Kreeft, 2014, p. 12) e depois: “Este não é um trabalho acadêmico” (idem), ao que diria: melhor assim.
Após uma apresentação inicial, em que Hume se diz como um cético e Sócrates não, mas se encontram como censurados pela academia, e fazem um diálogo sobre critica a ideias.
Destaco inicialmente, sobre esta questão da crítica que Sócrates diz ser importante ao ensino.
“SÓCRATES: Portanto, não reclamarás de estar sujeito ao mesmo tipo de crítica.
HUME: Não tenho nada a temer. Não sou um desses construtores de sistemas dogmáticos, como aqueles Racionalistas, Descartes, Espinoza e Leibniz.
SÓCRATES: Isso ainda veremos.” (Kreeft, 2014 pag. 17)
KREEFT, Peter. Sócrates encontra Hume: O pai da Filosofia interroga o pai do Ceticismo Moderno, Campinas: CEDET, 2014.
Blockchain alavanca moeda virtual
Semelhante ao Bitcoin, mas mais segura o bitcoin poderá ser uma das próximas ondas do mundo virtual, lembramos as vulnerabilidades e vários golpes que quase levou o Bitcoin ao descrédito.
Qualquer empresa precisa ter uma contabilidade com registros de transações, é o que faz o Blockchain criando um livro virtual para estes registros, através de uma base de dados que controla as transações distribuídas, o que impossibilita o uso de uma mesma moeda para mais de uma transação, dando maior transparência e segurança, independente da moeda e do valor utilizado, soluciona as grandes fraudes realizadas no passado com o BitCoin.
Para entender isto devemos entender como funcionam os ativos de qualquer transação financeira, e que devem ser atualizados e disponibilizados para órgãos reguladores e que dá a mesma credibilidade de uma moeda que tenha o equivalente em valor em um banco normal, ativos fixos chamados imobilizados (imobiliário, material de consumo, etc.).
Então é algo mais significativo que o dinheiro de crédito ou de papel, mas não é chamado dinheiro de plástico (um chip com um valor que vai depreciando quando gasta), não é simplesmente dinheiro porque está embutido nele todo o valor do “ativo” e poderá representar uma grande mudança sobre como pensamos a economia e o próprio dinheiro.
Na verdade o dinheiro é algo virtual, diferente do mau uso que se faz do termo, pois é a posse possível de determinadas mercadorias por um correspondente que você tem de trabalho, de crédito ou de ativos, esta é a diferença agora: os ativos.
A bolsa Nasdaq já utiliza o Blockchain.
TDM em Humanidades Digitais
Humanidades Digitais é uma área emergente que procura explorar consequências sociais e humanas em ambientes digitais, por isso considero mais correto no nome Humanidade em Ambientes Digitais, e TDM (Text and Data Mining) é uma destas tendências.
Um blog da London School acaba de publicar interessante artigo que aponta para uma tendência que bibliotecas e bibliotecários explorem e auxiliem no uso de TDM para pesquisas e buscas.
http://blogs.lse.ac.uk/impactofsocialsciences/2016/07/12/how-libraries-and-librarians-can-help-with-text-and-data-mining/
O blog explica que em especial a alteração da revisão de Hargreaves sobre direitos autorais no Reino Unido, removem as barreiras legais para explorar textos e fazer mineração de dados (TDM) sobre o corpus da literatura de pesquisa, então o artigo explora como bibliotecas e os bibliotecários podem facilitar o trabalho de pesquisadores que querem aplicar métodos TDM em recursos bibliotecários quer seja para fontes impressas ou eletrônicas.
O artigo também defende que no caso dos recursos de bibliotecas, os bibliotecários podem aconselhar pesquisadores e incentivá-los a usar as novas regras de exceções de direitos autorais, o que significa que possam ultrapassar certas barreiras de direitos autorais.
O blog explica que isto pode significar recursos valiosos, por exemplo, em pesquisas de química molecular (foto), cristalografia e outras áreas de caráter muito sigiloso.
O artigo aponta isto como um exemplo das Humanidades Digitais, um grande corpo de jornais da época vitoriana pode ser extraído para extrair piadas desta época, e que podem ainda analisar outros aspectos de época e historia social do Reino Unido.
http://britishlibrary.typepad.co.uk/digital-scholarship/2014/06/victorian-meme-machine.html
Não se trata apenas do corpus eletrônico que possa ser extraído, embora-o artigo forneça um exemplo de digitalização de cópia para fins de TDM para ajudar o leitor.
Uma universidade do Vale do Silício
O vale do silício conhecido por ser concentrador de grandes empresas e também de grandes empreendimentos, tem uma universidade comercial chamada Udacity, que agora está chegando ao Brasil, prometendo uma formação profissional diferenciada.
O foco da empresa que usa plataforma online é capacitar o competitivo mercado da tecnologia, usando parceria com grandes empresas do ramo, como Google, Facebook, Amazon, Twitter, algumas universidades privadas prometem o que não entregam, cursos ultrapassados com plataformas pouco profissionais, a maioria usando ambientes comerciais e alguns aplicativos tipo Android ou Apple.
Até mesmo nos Estados Unidos, a maioria dos profissionais recém formados tem poucas habilidades para trabalhar efetivamente na área, enquanto o mercado open-source corre por, mas com pouca formação e investimentos na área, dependendo de crowdsourcing.
Udacity, considerada “a universidade do Vale do Silício”, começou a operar no Brasil. A empresa oferece um modelo de formação profissional diferenciado, com cursos desenvolvidos em parceria com grandes companhias, como Google, Facebook, Amazon, Twitter etc. O foco da a instituição com sua plataforma online é capacitar para o competitivo mercado de tecnologia.
Segundo levantamento com empresas de TI norte-americanas, apenas 10% dos recém-formados em universidades têm habilidades práticas para trabalhar na área. Para superar essa deficiência, a formação da Udacity.com é totalmente voltada para a inserção do profissional no mercado de trabalho.
O foco é uma formação a partir do zero, com projetos chamados “Nanodegrees”, os alunos podem criar um portfólio com orientação de mentores e desenvolver habilidades para os desenvolvimentos Web ou mobile, análise de dados, Big Data, Machine-Learning, e outros desenvolvimentos avançados.
Farisaísmo e corrupção
Me perdoem os judeus se uso este nome da história bíblica, mas é a melhor metáfora para explicar o que acontece no país, e nela incluo religiosos de todos os matizes que se aliam as forças institucionalizadas que criaram a adoração ao deus “Estado” para auferir lucros.
A metáfora é importante porque além da lei escrita, que eles em geral conhecem bem como um tal sr. Cunha, acreditam também na lei oral, aquela transmitida de geração em geração em meio a bajulação do poder e a traição dos eleitores que votam acreditaram em “promessas”.
Enquanto operações policiais combatem a ferinha da madrugada, removem ambulantes, retiram mendigos das ruas e anunciam o combate a pirataria dizendo que há enormes evasão de divisas neste comércio ilícito, um juiz do Espirito Santo solta contraventores, corruptos são defendidos até em manifestações públicas e querem nos convencer que SOMOS CORRUPTOS.
Há diferença entre um pai que precisa ir para ilegalidade para defender o mínimo para sua família, e que inclusive gostaria de estar na legalidade, de gente que vivem de falcatruas, contratos combinados em licitações (não por acaso a mesma raiz de ilícito) e operações sem fim de combate aos verdadeiros bandidos que nos roubaram até a dignidade de ser cidadão.
O discurso de somos todos corruptos, isto é natural, eu perdoo este mar de lama foi até necessário (por incrível que pareça já ouvi isto) não é outra coisa senão fazer coro com a impunidade destes senhores que não foram treinados nem em Cuba e nem nos Estados Unidos, foram treinados nos cafezinhos e jantares caros da vida palaciana.
Aos fariseus que dizem somos todos corruptos, digo que a cumplicidade também é crime, e no caso deles é também prevaricação no intransitivo, causar prejuízo ao Estado ou a outrem.
Passar no caixa ficou rápido
Obras de ficção até recentemente, os relógios com sensores NFC (Near Field Communication) chegaram ao mercado brasileiro através do modelo Bellamy, com ele você aproxima o relógio do produto e o pagamento é feito em segundos.
A bateria dele dura anos, só que diferente dos cartões tradicionais no relógio não há nada que mostre que ele está sendo usado para compras tornando o pagamento discreto e seguro, e a parceria foi feita com a Visa e a Brasil Pré-Pagos.
Ele tem uma antena NFC, com um chip “contactless” da Visa que faz a comunicação com terminais de pagamento sem contato, assim que os são debitados os créditos são previamente feitos por uma função de pagamento bancário e a empresa garante que o crédito é seguro.
Como todo o mercado de tecnologia a mudança inicial é lenta, este tipo de dispositivo NFC já existente em algumas peças de roupas e artigos de luxo devem logo estar presentes no mais simples produto de supermercado, convivendo com os atuais códigos de barra, mas com o tempo o próprio código de barras pode sumir.
Epitrack: crowdsourcing da saúde
Após um mestrado na Fiocruz e seu orientador do Recife, criaram um aplicativo que através de ambiente colaborativo pode ajudar a detectar epidêmias e trabalhar para a saúde púbica.
Epitrack (epi de epidemia e track de track de rastrear em inglês) é o nome de um software feito por Onício Neto que associado a seu professor Guilherme Lichand fundaram uma empresa fundada em 2013, e que hoje tem 13 funcionários e chegou a um faturamento bruto de R$ 2,5 milhões em 2015, usando o potencial colaborativo da internet para a saúde.
A empresa cria aplicativos para detectar surtos de doenças antes mesmo das autoridades de saúde, e procura ajudar a melhorar políticas públicas com aplicativos de mensagens também chamadas automáticas de voz, aquelas em que o usuário responde usando uma sequência de teclas.
A empresa agora expõe no mercado americano tentando ampliar o seu raio de ação, o software é finalista na competição The Venture, você pode votar no site do aplicativo.
Vamos conhecer Júpiter
O projeto da nave Juno, que custou 1,13 bilhões de dólares, e que foi lançada no dia 5 de agosto de 2011 para explorar campos gravitacionais e magnéticos de Júpiter, assim como estudar se existe água lá, poderá chegar ao seu destino hoje (05/07) na madrugada.
Júpiter é 300 vezes mais maciço que a Terra e está cinco vezes mais longe do Sol que o nosso planeta e completa a sua orbita em torno do Sol a cada 11,8 anos terrestres.
O primeiro a estuda-lo foi Galileu, que deu as suas luas os nomes: Io, Europa, Ganimedes e Calisto, e que hoje são chamadas de luas de Galileu, e apoiaram a teoria de Copérnico de que a Terra não era o centro do Universo.
Júpiter é o quarto objeto mais brilhante do sistema solar, sendo a nossa Lua um deles, o Sol e de Vênus; o gigante gasoso é um dos cinco planetas visíveis a olho nu a partir da Terra, junto a Marte, Vênus, Mercúrio e Saturno, além de Jupiter, claro.
A nave poderá se desintegrar devido a atração magnética de Jupiter que é extremamente forte, cerca de 2,5 vezes a da Terra, ou seja, a sensação de peso de alguém de 60 quilos seria de 150 quilos.
Na madrugada de segunda para terça-feira a nave Juno entrou na orbita de Júpiter, “Estamos lá! Estamos em órbita! Conquistámos Júpiter”, disse Scott Bolton, coordenador da missão, do Instituto de Investigação do Sudoeste, em San Antonio, no Texas.